Mesmo dia…

Cascão entrou na escola com Titi sem dar nem um oi pros seus amigos, Magali não entendeu oque estava acontecendo, nenhum deles sabia, o moreno nunca fora assim. Na sala, ele se sentou longe dela, oque a deixou confusa e meio triste, estava pronta pra confessar oque estava sentindo e do nada ele começa a ignorá-la, oque fazia sua cabeça quase explodir de tantas suposições e pensamentos aleatórios.

O sinal bateu, iriam para a aula de educação física, Cascão ficou animado, precisava extravasar um pouco da raiva que sentia, e nada melhor do que um bom futebol. Mas pro seu azar ou não, o professor resolveu fazer um jogo de queimada, quem escolhia era DC e Cebola, então os times ficaram:

Time DC                                Time Cebola

*Mônica                                * Magali

*Cascão                                * Denise

*Titi                                      *Maria Mello

*Marina                                 *Jeremias

*Cascuda                              *Xaveco

*Carmem                              * Aninha

Já com os times prontos e os outros alunos de reseva, começaram a jogar, Carmem e Denise foram as primeiras a saírem, já que estavam jogando de má vontade.

— AIIII! Não precisava exagerar na força, sua ogra!! - Grita Denise pra Mônica que lhe acertara uma bolada na boca do estômago.

— Nem joguei tão forte assim, Denise – Diz e revira os olhos.

— AAAHHHH!! MINHA UNHAAA – Grita Carmem e sai da quadra correndo.

— ME ESPERA AMIGAAA – Grita Denise indo atrás da loira.

— Vamos, Titi. Quero ver você me acertar – Desafia Jeremias vendo o moreno errar ao tentar lhe acertar.

— Caralho, Cascão! Ta tentando me matar é? - Reclama Cebola desviando de uma bola que veio com muita força em sua direção.

Magali não tirava os olhos do moreno ele parecia bravo, irritado com algo, dava pra ver sua fúria ao arremessar as bolas que pegava em direção a Cebola. O jogo foi se desenrolando até que restaram poucos. A comilona viu Cascão pegar uma bola e mirar em Cebola de novo, a arremessou com força e acertou o amigo na boca do estômago com tanta força que o fez cair no chão, todos pararam o jogo e olhavam a cena, algumas pessoas se reúnem a sua volta.

— Cê! Ta tudo bem? - Pergunta Mônica preocupada.

— Ta tudo bem, relaxa – Diz com as mãos na barriga.

— Ele não parece nada bem, sor – Diz Xaveco.

— Melhor levar ele pra enfermaria – Diz o professor – O resto de vocês, pra quadra!

Mônica vai com Cebola até a enfermaria, o resto volta para a quadra, Magali vê Cascão saindo da aula e resolve ir atrás dele pra tentar descobrir oque estava acontecendo.

— Oque foi aquilo, Cássio! - Pergunta séria o puxando pelo braço e o fazendo virar para si – Precisava daquela força toda?

— Não precisava, mas eu tava com raiva tá legal? - Diz irritado.

— Mas com oque? Oque houve, Cas? Sabe que pode me contar tudo – Diz e segura sua mão entre as dela.

— Então porque tu não me contou que estava saindo com o Cebola? Teve que esconder de mim e da Mônica, aquela que tu diz ser a sua melhor amiga – Diz soltando suas mãos e a vê arregalar os olhos.

— Mas… Oque? Da onde tirou isso, Cas? - Pergunta confusa.

— E eu achava que te conhecia, mas tu se mostrou uma pessoa fútil, duas caras e mentirosa! - Diz rispidamente.

— Como… Como pode? - Fala chorosa e baixinho – Como pode achar isso de mim?

— Oque? - Pergunta, ela havia falado tão baixo que não havia escutado.

— COMO PODE ACHAR ISSO DE MIM? - Fala alto e com os olhos cheios de lágrimas.

— Não se faz, Magali. Eu vi vocês dois na praça, ele te chamou pra sair e tu se derreteu toda e se jogou nos braços dele facilmente – Fala bravo e com um tom de desdém na voz.

— E tu ficou bravo sem ao menos vim nos perguntar e resolveu tirar tuas próprias conclusões, é isso? - Pergunta já vermelha de raiva e se segurando pra não chorar.

— Eu vi, Magali! Eu vi!! - Fala levantando os braços – Puta merda, tu deve achar que eu sou muito burro? Ta explicado o porque vocês viviam pra cima e pra baixo juntos o tempo todo. E eu aqui que nem um idiota tentando chamar a tua atenção – coloca uma mão em seu rosto.

— Cas… Não é isso que tu tá achando, eu tava ajudando ele e… - tenta explicar

— Ahhh – ri ironicamente – Eu vi muito bem a ajuda que tu tava dando pra ele.

— Deixe de ser um escroto, Cássio e me escuta! - Diz se irritando.

— Escutar oque, Magali? Caralho… Não tem nada pra me falar que eu já não tenha visto! - Diz virando as costas e indo embora.

A morena não estava acreditando que aquilo estava acontecendo, ele ao menos a deixou explicar, nem quis lhe ouvir e lhe chamou de coisas horríveis, nesse momento se encostou na parede e deixou algumas lágrimas caírem, mas tentou se recompor, não podia chorar ali, então secou as lágrimas e foi em direção a enfermaria ver seus amigos.

Chegando lá, encontrou Cebola deitado na cama com a blusa levantada e com a barriga super vermelha exposta enquanto a enfermeira o examinava, e lá estava Mônica babando por ele, não pode deixar de abrir um pequeno sorriso ao olhar aquela cena, vê a enfermeira se afastar e dizer que ia pegar alguma coisa, então se aproxima, ao verem a comilona chegar, notam seus olhos inchados e o rosto vermelho.

— Oque houve, amiga? - Pergunta Mônica preocupada.

— Não foi nada demais pessoal, tá tudo certo – Força um sorriso.

— Claro que foi algo demais, tu tá com a cara toda vermelha e os olhos inchados. Conta pra gente oque aconteceu – Pede Cebola tentando se sentar.

— Eu acho que é tu que quer perguntar algo pra, Mô. Não é, Cê? - Diz piscando pra ele e o vendo ficar vermelho.

— Pra mim? Como assim? Oque é, Cê? - Pergunta a dentucinha olhando confusa pra ele.

— Hãã… Ah eu… - olha pra amiga e lembra de tudo que ela fez pra lhe ajudar, toma fôlego, segura as mãos da menina a sua frente e fala – Mônica, queria te dizer que eu gosto muito de ti e queria saber se tu aceitaria de sair comigo?

— Cê… Ai meu pai do céu… SIIIIIM!!! – Diz se jogando em seus braços o abraçando.

— Ai! Minha barriga - exclama

— Aé, desculpa – dá uma risadinha.

Magali estava feliz por seus amigos, eles finalmente iam sair e talvez ter algo mais sério. Eles insistiram pra ela explicar o motivo do choro, mas se negou a falar, não queria estragar aquele momento deles, mas ela estava realmente muito triste, não imaginava que Cascão podia achar aquilo dela. A enfermeira falou que ele estava bem e lhe deu um remédio pra dor, como a aula de educação física já havia acabado, voltaram pra sala, algumas pessoas vieram perguntar pra ele se estava tudo certo, Cebola falou pra turma que estava tudo bem e que fora apenas um acidente.

— Bom, temos um período livre, a professor de matemática não veio. Que tal começarmos a nos organizar pra festa, é daqui a três semanas – Diz Marina

— Sim, temos que começar os preparativos pra ontem – Afirma Cascuda.

— Ta, então vamos começar! - Diz Aninha.

A turma começou a conversar sobre a festa que estava chegando e começaram a se organizar, então decidiram juntar um dinheiro de cada um e encomendar as bebidas e alguns salgados, DC ia conseguir o som, e todos iam ajudar a arrumar a casa da Carmem antes e depois da festa.

Cascão não conseguia prestar muita atenção no que os amigos estavam combinando, aquela briga com Maga não saía da sua cabeça, estava muito bravo aquela hora pra pensar direito e falara coisas horríveis pra ela que já estava se arrependendo, será que devia ter deixado ela explicar? Sabia que deveria ter ido falar com eles e ter ouvido oque ela tinha pra lhe falar, mas estava irritado e com medo do que ia ouvir, mas não conseguiu, e estava se sentindo o maior babaca de todos por isso.