O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 9
Posso confiar em você?




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Kung Lao chegou ao quarto cansado, pois o treino com os alunos fora demasiadamente pesado. “Acho que deveria ter pegado mais leve com eles.” pensou. Ao ver que Liu Kang estava ao telefone, entrou pé ante pé no local para não fazer nenhum barulho. Pendurou seu chapéu em um prego grosso, sentou-se na cama e começou a tirar os sapatos, sem perceber começou a prestar atenção na conversa em que Liu estava preso. Parecia uma conversa bem apaixonada e Lao começou a abafar sua risada com uma das mãos.  Entrou no banheiro para se banhar, mas começou a lembrar do episódio daquela manhã e perguntou a si mesmo:

— Será que essa conversa não era com a rainha?

Lembrou-se de Kitana e disse:

— Espero que essa conversa seja com Kitana. Seria terrível para ela ser traída pela própria mãe.

O que o deixava mais desconfiado é que durante a festa de inauguração do palácio, Kitana comentou que só ligaria para Liu em extrema urgência, pois preferia conversar com ele pessoalmente. Tentou não pensar nisso.

Ao sair do banho, Liu já havia terminado a ligação e estava organizando seus livros na prateleira que estava disposta ao lado de sua cama. Lao disse ao amigo:

— Faz um bom tempo que não dá um telefonema desses para Kitana.

Liu empalideceu, deu uma risada amarela e disse:

— Sim, sim. Muitos treinos.

Lao ia falar sobre o comentário que Kitana fez, mas preferiu se calar e deixar o tempo dizer se aquela suspeita era de fato uma verdade.

(...)

Jade decidiu se sentar em um banco de pedra e ficou calada diante da pergunta de Kitana. Esta ficou a observando e esperando a resposta, mas a guardiã não respondeu. A princesa insistiu:

— Não vai me responder Jade?

Os olhos verdes de Jade se encontraram com os castanhos de Kitana que já estavam mostrando certa irritação pela demora da resposta. Queria falar tudo o que está desconfiando a cerca de Liu Kang com a rainha, mas se conteve, pois sabia que a princesa não acreditaria. Então soltou uma pergunta que soou malcriada:

— Por que quer saber?

Kitana se admirou ao ouvir Jade falar com ela naquele tom. Por mais que elas tivessem brigado, esperava pelo menos respeito vindo dela e disse em tom de irritação, pronta para brigar caso fosse preciso:

— Não interessa o motivo de eu querer saber. E você não deveria me tratar nesse tom.

Jade revirou os olhos e evitou encarar a princesa soltando uma resposta subjetiva:

— São apenas fofocas entre os servos do palácio. Nada que Sua Alteza precise se preocupar.

E fazendo vênia pediu licença e se retirou deixando a princesa sozinha.

Kitana sentou-se no banco de pedra e respirou fundo. Estava pensando em uma reconciliação com Jade, pois se sentia sozinha em não poder compartilhar sua felicidade com alguma amiga. Sua mãe vivia ocupada com seus afazeres, Li Mei tinha seus compromissos com sua casa, os amigos do Plano Terreno tinham suas obrigações em seus trabalhos. Por consequência Kitana não tinham com quem conversar e em quem confiar. Ela começou a olhar para a lua e ficou pensando em uma forma de se aproximar de sua amiga.

Entrou no palácio e foi até a biblioteca para ver se encontrava Jade. Lá estava ela sentada em uma poltrona almofadada lendo um romance. A princesa sentou-se ao lado da sua guardiã e esperou ela ter alguma reação, mas ela continuou lendo sem dar atenção a Sua Alteza. Jade sabia que o que estava fazendo colocaria em risco sua vida, já que Kitana tinha plenos poderes de manda-la para a guilhotina por faltar cm respeito a sua pessoa. Nas condições em que a relação das duas estava, o melhor era Jade dar a devida atenção a princesa:

— O que Sua Alteza deseja?

Kitana respirou fundo e disse com tom pesaroso:

— Jade! Eu não quero que fiquemos assim... Brigadas.

— Me perdoe, mas foi você que causou tudo isso. Eu apenas expus a minha opinião sobre o seu namoro com Liu Kang e você não aceitou.

De fato, Kitana foi muito dura com Jade. Mas também achava que a amiga foi carrasca ao insinuar que Liu não estava mais gostando dela. A princesa começou a analisar minuciosamente tudo o que causou aquele desentendimento entre elas e disse segurando as mãos de sua guardiã:

— Eu que preciso pedir desculpas por ser tão rude com você. Não quero perder sua amizade.

Jade pousou um olhar de piedade sobre a princesa, respirou fundo e disse:

— O que eu mais quero é o seu bem, Alteza. Só espero que não se aborreça quando... Você pedir minhas opiniões e eu as der.

— Tudo bem. – disse a princesa deixando escapar um sorriso – Tenho sido dura com você.

— Que tal me dar um abraço agora? – perguntou a guardiã deixando o livro sobre uma mesinha que estava ao lado e abrindo os braços.

Kitana cedeu ao abraço. As duas ficaram abraçadas por um tempo. Enquanto isso passava pela memória de Jade a desconfiança da traição entre Liu e Sindel. Pensou: “Farei de tudo para te ver feliz nem que seja para tirar Liu de seu caminho.”.

(...)

Sindel desligou o telefone e se assustou ao ver Sheeva sentada num sofá próximo. O temor tomou conta da rainha por pensar que a shokan poderia ter ouvido toda a conversa. Sua majestade perguntou com a voz um pouco trêmula:

— Há quanto tempo você está aí?

Sheeva virou-se para a rainha e a fuzilou com seus olhos amarelados cor de fogo dizendo:

— Faz mais ou menos dez minutos.

Sindel sabia que podia confiar em Sheeva e contar os segredos até mais tenebrosos que aquele reino poderia esconder. Era uma guardiã fiel que não se venderia por nada. Resolveu então que iria contar tudo para ela. Sheeva disse com um sorriso malicioso entre os lábios:

— Me perdoe a indiscrição, majestade. Mas pelo visto você está bem apaixonada... Pelo teor da conversa ao telefone,

Sindel soltou um sorriso e disse:

— E se eu contar a você... Guardará esse segredo?

— Pela minha vida, majestade! – respondeu a shokan fazendo uma reverência.

— Estou em um relacionamento secreto com o... Meu futuro genro.

Sheeva olhou para rainha e ficou boquiaberta com o que acabara de ouvir.


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