How to be a Heartbreaker escrita por Hey May


Capítulo 2
Rule I


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Eu sei que demorei para atualizar, mas aqui estou! Tive alguns problemas essa semana e não senti muita vontade de escrever, por isso o sumiço.
Espero que gostem do capítulo!



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Regra número 4: Tem que parecer pura

Beijo de despedida na porta

E deixe ele querendo mais, mais

—How to be a heartbreaker, MARINA

 

Sakura quis bater em Ino quando descobriu que as tais regras de heartbreaker foram tiradas de uma música do Marina and the diamonds. Achava que a fase de adolescente louca por bandas já tinha abandonado a amiga há eras.

Bom, estava errada.

— O começo é fácil, Saky! — afirmou a loira com uma convicção que Sakura não conseguia sentir. — Mas…

— Mas?

— Bem, a música tem quatro regras e a ordem não faz tanto sentindo na prática. — ponderou enquanto lia a letra num site de traduções. Será que ainda não tinha caído a ficha de que isso era apenas uma canção e não um tutorial? — Certo, acho que se começarmos pela última…

— Ino…

— Nem tente, você fará isso e pronto! Por todas nós! Todas as garotas que tiveram seus corações partidos ao meio por Sasuke Uchiha!

Sakura tinha quase certeza de que a amiga não ligava tanto assim para desilusões amorosas de pessoas fora do seu ciclo social; na verdade, aquilo tudo assemelhava-se mais a algum tipo de vingança pessoal à justiça. Entretanto, como a própria Haruno já tinha se machucado um pouco por saber o quanto aquela noite tinha valido para Sasuke, começava a não se importar tanto em machucá-lo também.

Se fosse para haver sofrimento, ela não seria a única.

— Então por onde vamos começar?

— Regra número quatro… — Ino cantarolou no ritmo da música. — Tem que parecer pura, mas deixe-o querendo mais.

— E você tem alguma ideia? 

— Beijo de despedida na porta é algo tão romântico! E bem… deixá-lo querendo mais…

A rosada ainda pensava no quanto Ino não tinha saído completamente do ensino médio quando percebeu o olhar malicioso da amiga sobre si enquanto falava a última parte.

— De jeito nenhum, Ino!

Havia a possibilidade de ela se vingar do garoto Uchiha, mas não chegaria tão baixo assim por causa disso. Assim como Hinata, era virgem, e não estava nem um pouco disposta a mudar isso enquanto o momento não chegasse.

E transar com alguém que a trocaria na manhã seguinte não parecia um momento bom para isso.

— Não precisa chegar a esse nível, amiga! É só provocar um pouco e depois ir embora, fazê-lo voltar para você mais vezes! 

— Sei… — respondeu, sabendo que não adiantaria argumentar com ela. — Mas já é quarta-feira e nenhum sinal dele. Parece que já teve o suficiente de mim.

— Dê tempo para ele quebrar o orgulho em admitir que quer te ver de novo. Homens são tão idiotas!

— Essa é a situação mais absurda que você já me colocou em anos de amizade, Ino.

— Quando ver como isso é libertador, vai me agradecer.

 

Saber que a semana passava sem sinal nenhum de Sasuke deixava a garota de cabelos rosados um pouco mais tranquila; afinal, ela sabia o quanto seria difícil fazer Sasuke de otário sem acabar se apaixonando também. Ainda assim, o pouquíssimo tempo que passou com ele na festa mexeu com seu coração, quase reacendendo um antigo sentimento que ela sabia que deveria ter eliminado há muito tempo. 

Por mais que a verdade doesse, Sakura sabia que gostou de receber aquela atenção. Depois de tanto tempo ocupada com os estudos e com seus objetivos profissionais, ouvir aqueles elogios e beijos quase proporcionavam a sensação de finalmente ser notada. E mais importante, ser notada sendo quem era.

Tudo isso, no entanto, era momentâneo. Assim como Sasuke e todas as outras pessoas que um dia ela achou que poderia ter algo.

 

Na sexta-feira, Sakura estava convicta de que nada mais aconteceria e poderia deixar de lado o infalível plano de Ino. Alívio e tristeza lutavam por um espaço em seu emocional enquanto caminhava na direção dos portões da universidade. Seu curso era em período integral, então o sol costumava estar mais baixo quando podia, enfim, ir para casa e descansar. Usaria aquele final de semana para relaxar e talvez adiantar alguns trabalhos e conteúdos das aulas.

Foi uma surpresa e tanto ver Sasuke ali na frente, uma vez que a maioria dos cursos de Engenharia eram apenas em meio período. O jovem estava com os olhos vidrados no celular, provavelmente esperando Kiba, que também tinha aulas em período integral.

Sakura não pensou duas vezes antes de tentar formular uma rota para sair dali sem ser percebida, mas falhou miseravelmente. Acabou decidindo que passaria pelo Uchiha sem sequer olhar para ele. Talvez evitar contato visual ajudasse em algo.

Poderia ter dado certo se Sasuke não resolvesse tirar a cara do celular no exato momento em que ela passou por ele.

— Sakura. — chamou, fazendo-a parar sua caminhada apressada e encará-la.

— Sasuke…

— Suigetsu me fez vir até aqui para sairmos, mas acabou de mandar uma mensagem desmarcando.

Suigetsu? Esse nome não era estranho…

— Está livre agora? Podíamos fazer algo.

— Ah, eu ia tomar um lanche no shopping aqui perto mas… — as palavras de Ino não saíam da sua cabeça. Sakura não podia acreditar que tinha arrumado mais uma responsabilidade. — Estava indo sozinha. Se quiser…

O Uchiha não esboçou nenhuma reação  por alguns segundos, como se ponderasse sobre o quanto isso valeria a pena. Um pequeno sorriso de canto formou-se em seu rosto perfeito em seguida.

— Meu carro está aqui perto, vamos?

Após a rosada concordar com a cabeça, os dois seguiram até o carro de luxo dele; um modelo esportivo, preto, pertencentes a uma das marcas mais caras disponíveis no mercado. Aos olhos de Sakura – aquilo era um verdadeiro absurdo; que tipo de pessoa possuía um carro tão caro aos dezoito anos? – mas não reclamou nem um pouco de estar dentro do automóvel extremamente confortável e luxuoso. Iludir um filhinho de papai tinha suas vantagens.

A distância entre a universidade e o shopping não era muito grande e, por sorte, o percurso foi menos desconfortável do que Sakura achou que seria; Sasuke estava sendo simpático. Ela sabia que o único motivo para isso era o fato de ele querer algo, então sentia-se menos culpada em agir tão amigavelmente quanto.

Ainda eram dois adolescentes imaturos, teimosos e de corações cheios de cicatrizes.

O primeiro ponto de parada do casal foi a praça de alimentação; entre as várias opções ali, a jovem optou por seu fast-food favorito. Não era de fazer dietas loucas como Ino, mas por algum motivo sentia-se desconfortável em comer seu lanche favorito com ele ali. Não podia fazer nada, no entanto, se não tinha gosto e nem dinheiro para o possível paladar rebuscado do futuro CEO frio e calculista.

Pediu apenas um milkshake de morango, surpreendendo-se ao ver Sasuke pedindo um dos combos de lanche disponíveis no cardápio; um daqueles que contavam com um lanche a mais além das batatas e o refrigerante.

Ninguém ia tão longe por uma foda ou pelo orgulho ferido por uma caloura nerd que deixou-o sozinho no meio da festa.

Uma vez com os pedidos em mãos, Sasuke e Sakura procuraram uma mesa disponível e sentaram-se.

— Comprei para dividirmos. — anunciou o Uchiha, entregando um dos lanches a ela. — Eu percebi o quanto você queria.

Sakura sabia que tinha ficado mais vermelha que o morango usado na produção daquele milkshake.

— B-bem, é que… — gaguejou. Parecia até ter se esquecido como falar normalmente. Um retorno aos dias de ensino médio. — Eu.. bem… eu não achei que gostasse desse tipo de coisa…

— Que tipo de pessoa você acha que eu sou, Sakura?

A resposta não cairia com a leveza de uma pena.

— E-eu…

Sakura o encarou enquanto tentava formular uma resposta que não arrancasse seu pescoço para fora da cabeça. Já estava entrando em pânico quando viu Sasuke soltar uma risada baixa e curta, mas que ao menos parecia sincera.

— Só estava brincando. Você fica fofa desse jeito.

— D-Desse jeito? — repetiu.

— Corada. 

Ela tentou não sentir malícia no tom de voz dele.

— Ah…

Ao menos a parte de parecer pura estava funcionando.

A rápida refeição foi agradável - e Sakura estava muito feliz por não ter precisado passar vontade de hambúrguer nem batata frita - e acabaram dando algumas voltas pelos corredores do local.

A atenção da Haruno foi completamente capturada pela vitrine de uma livraria. No setor acadêmico, viu anúncios de livros necessários para seu curso em promoção, o que significava que, ao invés de vender ambos os rins no mercado negro, o aluno precisaria vender apenas um. Por sorte, sua madrinha Tsunade - que também era coordenadora do curso de Medicina - havia conseguido todos os livros daquele semestre, fazendo-a economizar uma grana alta. 

Ela esperava que isso fosse possível nos próximos semestres também.

Sakura não reparou que o Uchiha a observava quando tirou os olhos da vitrine, pois ele rapidamente desviou a atenção da rosada. De lá, Sasuke praticamente a guiou até uma loja de instrumentos. Entraram e o jovem começou a procurar por algumas cordas e outros acessórios que disse estar precisando. Ela queria ter reparado nos inúmeros produtos à venda na loja, mas só conseguia observar como Sasuke sentia-se à vontade ali; os olhos negros como a noite brilhavam enquanto passavam por cada um dos instrumentos musicais, demorando-se ao ver uma guitarra preta com alguns detalhes em azul. Parecia analisar se poderia levá-la consigo naquele exato momento. No fim, não o fez. Foi ao caixa somente com aquilo que procurava inicialmente.

Era quase impossível lembrar que ele poderia ter outros passatempos - outras paixões - além de ir em festas e pegar um monte de garotas. De costas a ela, Sasuke parecia alguém um tanto quanto diferente da versão que geralmente demonstrava. Mais suave, mais responsável.

E Sakura apoiava-se nisso para reduzir a própria culpa em querer quebrar seu coração.

Ficaram mais algum tempo no shopping, passeando entre algumas outras lojas. Tudo que Sakura menos queria era sentir-se curiosamente estranha com a proximidade do garoto enquanto andavam; Sasuke não tentara nada em nenhum momento mas a distância entre seus braços era bem curta. Será que estava atirado no dia da festa por causa do álcool?

Não, que ideia idiota. Seria muito trouxa pensar nisso.

— Que tal vermos um filme? — sugeriu. Seria uma ótima ideia, Sakura precisava admitir.

— Está ficando um pouco tarde, Sasuke-kun. Preciso estudar amanhã.

— Certo. Te deixarei em casa.

 

O caminho de volta teve uma atmosfera ainda mais leve. A noite começava a cair em Konoha, fazendo com que Sakura chegasse à conclusão de que o tempo realmente tinha passado mais rápido desde o momento em que encontrou Sasuke nos portões da universidade. Ela admitindo ou não, tinha sido um bom dia.

Ao chegar na frente da casa da família Haruno, Sasuke estacionou o carro e desceu exclusivamente para abrir a porta do passageiro, permitindo uma Sakura com bochechas vermelhas sair do automóvel.

— Obrigado pela companhia, Sakura.

— Foi ótimo, Sasuke-kun. — em um ato completamente racional, ela o abraçou, passando seus braços ao redor do pescoço dele. —  Podíamos fazer isso mais vezes.

Sasuke deu seu típico sorriso de canto como resposta, sem esperar o beijo que Sakura daria em seguida. Foi um pouco diferente do último; mais lento e carinhoso. Ainda assim, o Uchiha fez questão de acompanhar seu ritmo até que faltasse ar. Encarou-a ainda com o rosto próximo e encontrou Sakura sorrindo docemente entre o rubor das bochechas.

— Nos vemos na universidade. — a rosada despediu-se sem ao menos permitir que ele fizesse o mesmo. Entrou em sua casa ciente de que Sasuke observava seus passos e ainda estava ali, olhando na direção tomada por ela mesmo depois de já ter fechado a porta.

O Uchiha não sabia o porquê, mas precisava mais do que o habitual com as outras garotas. Poderia simplesmente deixar aquilo pra lá e evitar que fosse longe a ponto de Sakura conseguir entrar em seu coração, mas não queria. Iria mais longe por ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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