How to be a Heartbreaker escrita por Hey May


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Bem-vindos a mais uma história! Mal acabei o desafio e já apareceu outro para participar!
Espero que gostem, boa leitura!



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Isto é como ser uma destruidora de corações

Garotos, eles gostam de um pouco de perigo

O faremos se apaixonar por uma estranha

Uma jogadora, cantando eu a-a-a-amo você

(Pelo menos acho que sim!)

—How to be a Heartbreaker, MARINA

 

Sakura achou que deveria ficar em casa no momento em que Tenten e Ino surgiram com a ideia idiota de ir à festa de boas-vindas aos calouros. Três dias depois do evento, a certeza de que sua intuição não falha estava grudada em sua cara.

— Vamos, Saky! — implorou sua amiga loira. — Até Hinata vai! Você estudou muito pra chegar até aqui, merece comemorar!

— Nós já comemoramos, Ino! Sei lá… estou com um mal pressentimento…

— O que poderia dar errado? Vamos logo, prepare sua roupa porque sexta será a melhor noite de nossas vidas!

Ino adorava a expressão "vencer pelo cansaço" e mais uma vez tinha a usado para conseguir o que queria. A rosada concordou com a esperança de sua mãe barrar o rolê antes mesmo de ter tempo para escolher sua roupa. No entanto, nem mesmo ela estava com muita vontade de ajudá-la; até sugeriu para que Sakura dormisse na casa de alguma amiga, dizendo nas entrelinhas que ela estava liberada para encher a cara.

A maior irmandade da UK, Akatsuki, era composta por veteranos que organizam anualmente uma festa de boas-vindas aos calouros na casa deles. Até faziam um grupo de whatsapp com quem comprasse os poucos ingressos VIP disponíveis e, obviamente, Ino tinha garantido que ela e suas amigas conseguissem essa exclusividade, dando direito não só ao grupo com os caras mais populares e amados, mas a bebidas especiais, brindes e sabe-se lá o quê.

Assim que entrou no grupo, percebeu que já possuía alguns contatos salvos e estes, ela sabia, eram de amigos que também conseguiram começar os estudos na universidade. Outros números eram familiares; pertenciam a colegas de turma do antigo colégio que Sakura jamais teve o trabalho de salvar na agenda. E claro, Sasuke Uchiha estava entre eles. Não era surpresa nenhuma ele ter conseguido o vip, uma vez que seu irmão mais velho tinha um grande poder de decisão na irmandade; a verdadeira surpresa era ele ter passado numa faculdade. Apesar de ser praticamente um gênio, passava mais tempo trocando saliva com as garotas do que estudando.

Nada como ser rico, inteligente e bonito.

Ainda era segunda-feira quando começaram a interagir com os anfitriões da festa, o que significou que Sakura, Tenten, Hinata e Temari tiveram que aturar Karin e Ino surtando por causa de garotos durante o restante da semana. Ao menos valeu a pena, os Akatsuki eram divertidos e, aos poucos, a Haruno começou a achar que realmente havia se engano; o que poderia acontecer de ruim naquela festa?

Os três anos do ensino médio foram devastadores para Sakura; estudar para passar na melhor universidade de Medicina do país não foi fácil, muito menos prazeroso. Estar ali, no entanto, significava apenas que teria um caminho ainda mais longo para correr e por isso sentia-se culpada em querer tanto ir à uma festa logo no primeiro semestre. O outro lado de si - possivelmente uma versão interna e muito mais intensa - dizia que ela merecia comemorar, merecia recuperar o tempo perdido e tentar se enturmar.

Esse foi o lado que venceu a razão. 

Piscou os olhos e era sexta-feira à noite. As garotas se reuniram na casa de Karin para se arrumarem e para lá Hinata - a única responsável por manter a sobriedade, para que ninguém fosse presa - levaria o restante no final da festa. Minato e Kushina não estariam em casa, então a única pessoa que poderia ver o vexame já esperado de Ino e Tenten, as mais festeiras, seria Naruto, mas havia consideráveis chances de ele sequer se lembrar de algo na manhã seguinte.

O caminho já estava animado, com todas gritando e cantando as músicas que tocavam na playlist, mas a Akatsuki sabia muito bem como dar uma festa; pessoas por todos os lados - algumas dançando, outras se pegando e outras provavelmente fazendo coisas mais quentes em algum cômodo mais privado - uma playlist perfeita e comida e muita, mas muita, bebida.

Mal cumprimentaram os veteranos e jogaram-se na pista. Ino logo sumiu, mas ninguém ali ficaria preocupada com isso; sabiam que até o final da festa ela apareceria para atualizar a lista de peguetes. O grupo aos poucos foi se separando; Tenten foi beber “um pouco”, nas palavras dela, Hinata, surpreendentemente, foi puxada por Naruto e logo sumiu de vista também. Karin disse que ia dançar com algumas conhecidas, mas era mais provável estar perseguindo Itachi Uchiha ou algum outro veterano.

No fim, sobraram apenas Temari e Sakura na pista, até que se cansaram de dançar após algum tempo e decidiram beber. A rosada não sabia se ficava ou não preocupada em não ter visto sua amiga ali; esperava que Tenten tivesse apenas voltado a dançar ao invés de ter dado um PT ou algo assim. 

— Sabe que teremos que cuidar das três, não é?

— Nem me fale. — reclamou Temari — Já vi que estou fazendo Direito para tirá-las da cadeia quando precisarem.

Sakura riu do comentário maldoso e deu mais um gole na bebida exageradamente forte. Estava acostumada a beber com as garotas, mas dessa vez teria que pegar leve. Afinal, não queria ser motivo de assunto justamente na primeira festa.

Ela mal sabia o que viria a seguir.

Conversaram por um bom tempo; Sakura às vezes se sentia feliz em Temari ser menos agitada que o restante, assim sempre tinha companhia, ao menos até se acostumar ao novo ambiente. Beberam mais alguns drinks no bar da imensa sala de jantar da casa e a Haruno precisava admitir o quanto sua amiga era resistente ao álcool; ela mesma já começava a sentir os efeitos da bebida.

— Fique aqui, Saky. Acho melhor encontrarmos as garotas e já irmos embora. Não quero ter que limpar a casa da Karin.

— Certo, estarei esperando. 

Sakura observou Temari sair e voltou a olhar para o copo. Circulou a abertura com os dedos, pensativa - mas na verdade não pensava em nada muito exato - quando ouviu uma voz grave atrás de si.

— Há quanto tempo, Sakura. 

Virou-se na direção do som que, apesar de claramente estar abafado pela música, parecia ser o único a tomar a atenção da garota. Trata-se de ninguém menos do que Sasuke Uchiha, o galinha do ensino médio - e futuro galinha da faculdade, ela conseguia apostar. O rosto tinha um sorriso de canto estampado e um olhar confiante que quase conseguia ver sua alma. 

— S-Sasuke. 

— Confesso que não esperava te ver aqui hoje. — comentou despretensiosamente, sentando-se ao lado dela.

Próximo demais.

— Bem, estava ocupada demais para isso.

Para duas pessoas que na infância foram amigos, o assunto estava bem escasso.

Sasuke não respondeu, mas encarava a rosada profundamente, a ponto de esta virar-se em sua direção e perceber o quão próximos estavam. Sua consciência avisava para que saísse dali; teria o feito se essa voz não estivesse um pouco distante demais.

— Está linda. 

— Obrigada…

— Deveria tirar a cara dos livros do rosto mais vezes, Sakura. — disse, fazendo o trouxa coração de Sakura querer sair do peito. — Seu rosto é muito lindo.

Corre, Sakura! CORRE!” Pensou.

— S-Sasuke-kun… — Rezou para que ele não notasse o “kun” que saiu sem intenção, mas apenas viu o sorriso aumentar.

O Uchiha tirou uma mecha rosa que caía na frente do rosto dela; tocou a bochecha de Sakura com delicadeza e percebeu seu pequeno susto, mas também notou que ela não o impediria.

— Estive te observando a noite toda, finalmente consegui um momento sem suas amigas por perto. 

— Estava? 

— Claro. — ele aproximou o rosto do dela — Você não faz ideia do quanto chama a atenção.

Sakura já não era capaz de processar aquele tanto de informação; as luzes, a música, o fato de Sasuke estar tão próximo dela que conseguia sentir sua respiração e observar seus olhos predadores e, infelizmente, sedutores. Ela já havia negado várias e várias vezes que sentira atração por ele; insistia em dizer que não ficaria com um babaca expert em destruir corações enquanto o dela estava intacto; ela não queria esse problema para si.

Ou queria?

Num impulso completamente idiota, Sakura cometeu o que posteriormente seria o maior erro da sua vida, mas a pergunta de Ino continuava em sua cabeça: O que poderia dar de errado?

O que poderia dar de errado em beijar o maior babaca da cidade com a vontade e a necessidade de Sakura por aquilo? 

 

Ela descobriu o que poderia dar de errado.

O final de semana foi conturbado; teve que contar às amigas que havia ficado com Sasuke Uchiha naquela maldita festa - mas não contou que se Temari, já com o restante do grupo, não tivesse entrado na vista de Sakura enquanto ele beijava seu pescoço, ela poderia ter terminado a noite de uma maneira mais quente. Antes que a amiga chegasse perto demais para perceber o que estava acontecendo, a rosada desvencilhou-se de Sasuke e deu uma desculpa qualquer para ir embora, deixando-o sozinho e com cara de idiota.

Tentou não dizer nada, mas a lembrança estava muito bem fixa em sua mente na manhã seguinte; agora entendia o que as garotas do colégio queriam dizer sobre o Uchiha ser inesquecível. Que pegada.

No meio da mente tentando se auto sabotar e a dor da ressaca, Sakura sequer demorou muito na casa de Karin e logo foi embora; no entanto, a culpa do silêncio acabou por derrotá-la, fazendo com que mandasse uma mensagem no grupo das garotas explicando tudo. Aceitou de bom grado a zoação que recebeu merecidamente. Que idiotice.

Três dias se passaram, era segunda-feira novamente e a Haruno sentia a cabeça doer e girar como se tivesse acabado de acordar na manhã de sábado. O motivo disso, no entanto, estava longe de ser o álcool. Ela sabia o que aconteceria entre os dois agora; ele fingiria que jamais conheceu aquele pobre ser de cabelo rosa e partiria para a próxima vítima. E o coração de Sakura? Trincando conforme a realidade voltava a aparecer.

— Para você estar parada no meio do caminho, olhando para o nada desse jeito — Karin quebrou o fluxo de pensamentos da amiga e colocou a mão em seu ombro esquerdo. — Você está realmente apaixonada por ele.

— Karin! — Sakura sequer havia percebido que estava parada no caminho, próxima ao prédio onde ambas estudavam. — Eu não estou!

— Não, você sempre foi. Quem acha que enganava quando tentava esconder que não se magoava com ele pegar Deus e o mundo? Quando eu disse que gostava dele?

Sakura não gostava de lembrar como o primeiro ano do ensino médio tinha sido ruim; reprimir aqueles sentimentos a fez muito mal, mas agora ela via que deveria tê-lo matado junto ao ódio que sentia por Karin.

— Ainda bem que eu superei e atualmente prefiro o irmão dele, Saky. Mas você está fodida.

— Eu não quero, Karin… Não quero ter o coração partido.

— Parta o dele antes, então. — a ruiva ajeitou os óculos e entraram no prédio. Era quase um alívio ambas estarem no mesmo andar naquele semestre.

— Falar é fácil…

Karin puxou a amiga pelos ombros, deixando-a de frente a ela com um movimento rápido e um tanto brusco. 

— Se você derramar uma única lágrima por aquele embuste, vou transformar a vida dele num inferno.

— Mas e o Itachi?

— Que se foda o Itachi. Amigas primeiro. — já tinha ouvido aquilo da Uzumaki antes. 

Queria ter agradecido, mas Sakura sentia que só tinha forças para dar um sorriso em resposta antes de cada uma entrar em sua respectiva sala. 

A manhã não rendeu nadinha, mal pôde prestar atenção nas palavras de Tsunade, muito menos nas de Shizune. A cabeça e o coração focavam apenas nos olhos negros como a noite do Uchiha, na sensação de ter seu toque sobre a pele, do calor em seu beijo, ainda que em formas diferentes; um lado pedia distância e o outro pedia mais daquilo.

Decidiu marcar um almoço com Ino num restaurante próximo do campus; se havia alguém que poderia ajudá-la a esquecer um cara, esse alguém certamente seria Ino Yamanaka. E julgando pela expressão maléfica da jovem ao encontrar Sakura no estabelecimento, ela tinha um plano.

Após conversarem rapidamente e fazerem seus pedidos, o plano foi divulgado.

— Você sabe o que o termo “heartbreaker” significa, Sakura? — Ino esperou a amiga negar com a cabeça para continuar — É alguém que teve o coração quebrado e, por isso, quebra corações alheios.

— Quer que eu vire a versão feminina do Sasuke?

— Não, ele só é babaca mesmo. Duvido que alguém tenha quebrado o coração frio dele. 

— Nem o meu!

— Conta outra, testuda.

— Então é só eu ir lá e dar um fora nele? — Sakura redirecionou o assunto, emburrada.

— Não é tão simples. — ela estava mesmo se divertindo com isso. — Você precisa conquistá-lo, deixá-lo aos seus pés, para então pisar nele como o inseto que ele é! Isso tudo sem se apaixonar mais, é claro.

— Você é louca!

— Quem mandou você enfiar a língua na dele? Relaxe, amiga, há regras que todo heartbreaker precisa seguir se quiser sair disso inteiro. Você está falando com a maior especialista do assunto, está em boas mãos!

Sakura suspirou por um momento. Aquilo era loucura e extremamente baixo, mas talvez fosse o único jeito. O que ela perderia com isso? Já havia se afastado do Uchiha mesmo, não havia laços ali. 

— Pronta para a vingança? — questionou Ino.

Um último suspiro saiu da boca da rosada.

— Sim.

Ao menos era isso que Sakura achava.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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