Luz própria, um brilho azul escrita por Lostanny


Capítulo 1
Quanto mais perto, mais forte




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HINA

Eu sempre vi de tão longe minhas afeições, com muito comedimento meu olhar desviou e voltou até Ino como em um pêndulo de relógio antigo, minhas mãos ficaram interrompidas no caminho.

Atraída pelo brilho uma vez mais. Depois de ter crescido, eu que pensei que já tivesse superado dentro de mim esse tipo carência. Mas o sorriso dela me atraiu como a um girassol tentando beber alguns raios de luz. Mais uma recaída, quando eu entendo que meu lugar nunca foi ali, debaixo daquele lume.

Fosse uma árvore ou uma construção, na companhia de alguém com luz interna mais ampla que a minha, então esse alguém poderia me eclipsar, eu sempre me senti mais a vontade estando oculta. Então eu não poderia encarar a verdade de frente, mas pelos lados, sofrendo baixo. 

Isso era o que eu normalmente fazia. Entretanto, mesmo em comiserações, tinha algo que me fazia apegar: minha mirada poderia ser um segundo mais eterna, e eu podia gravar naquela memória o poema que era o repuxar de lábios de Ino em alegria ao poder ser ela mesma. Não apenas isso: ela parecia olhar para mim enquanto arrumava seu rabo de cavalo para trás. Ela. olhava. para. mim. 

De início isso causou uma inflamação no meu interior que eu julgava dormente. Veio uma aflição por ser descoberta, porque até ali ninguém parecia ver além do que meu exterior propunha, e Ino estava ali com seus gestos gentis para que eu me sentisse a vontade comigo mesma enquanto, eu percebia, me escavava com o mesmo cuidado por meio de seus olhos azuis.

Não demorou muito para eu perceber que Ino estava se construindo dentro de mim sem volta, e não era uma sensação ruim que me ficava. Ela me deixava cada vez mais a vontade, e cada vez mais me sentia ousada a querer me envolver, mesmo que estivesse suando frio na possibilidade de ser rejeitava no futuro. 

Eu nunca imaginei, mas sem perceber vinha encontrando uma força em mim para além daquela fraqueza, tão clara e cínica diante dos meus sonhos.

Empurro a parede invisível e transparente como um espelho para longe, que me congelava no tempo e no espaço, e me escondia de tudo e de todos, junto a meus olhos sem luz própria. Eu estou olhando diretamente para ela, que me cumprimenta em um novo dia. Estou com o sol sobre minha cabeça depois de muito tempo e não consigo deixar de sorrir.


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Notas finais do capítulo

Até!



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