A presidenta May suspirou profundamente enquanto passava a mão nos cabelos perfeitamente alinhados em um rabo de cavalo. Em todos os seus 23 anos de governo, de tantas tentativas de rebelião, aquela tinha sido a pior. Os rebeldes da Metrópole conseguiram chegar até metade do Médio antes que os Legionários pudessem contê-los. Eles estavam ficando mais fortes. A pergunta era: como? Tamborilou os dedos na mesa, olhando novamente a gravação da invasão. Estavam todos lá, gritando e apontando suas armas primitivas para a Bolha. Já era a terceira vez que estava vendo o mesmo vídeo quando percebeu o que estava errado. Eles tinham muitos Iluminados na linha de frente. Levantou-se da cadeira com um pulo, alisando sua roupa antes de andar de um lado para o outro. Precisava de uma solução em que eles não tivessem mais nenhum Iluminado. Não adiantaria criminalizar os rebeldes, porque eram muitos e a imbecilidade de seu povo não permitia que eles percebessem quem era rebelde ou não. Foi então que arregalou os olhos. Não precisava matar todos os rebeldes. Precisava matar os Iluminados.

Andou de volta até sua mesa, pegando o telefone e falando poucas palavras com sua assistente, chamando-a para ir até lá. Sabia exatamente o que ia fazer e como fazê-lo. Um sorriso genuíno apareceu em seus lábios pintados de vermelho sangue, e ela tamborilou os dedos na mesa até que sua assistente chegasse.

— Sim, senhora? — Elize disse assim que abriu a porta. May ergueu os olhos para ela, e a moça sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Aquela mulher era assustadora.

— Preciso que ligue para a edição do Jornal de Ohmna. Tenho um anúncio a fazer.