I Doubt The Stars Are Fine escrita por cherrybombshell


Capítulo 11
Dez




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Gordon, e isso provavelmente não iria surpreender ninguém, agiu como se ele não tivesse a mínima ideia do que estava acontecendo. Ele xingou quando ouviu o nome de Rita, uma reação bem compreensível, mas tirando isso mais nada realmente lógico saiu da boca dele.

“Desculpa Harry,” ele disse, “eu não sai do escritório nem uma vez nesses últimos dias. Todo mundo tá trabalhando sem parar para encontrar a Todd – eu não tenho tempo para checar o Profeta Diário.”

Harry, uma vez que começou, não conseguia mais parar de falar.

“A absoluta falta de profissionalismo dessa gente, Gordon! Eles estão atrapalhando a nossa investigação. Isso é obstrução de justiça. A gente pode processar eles. A gente deveria processar eles. Na verdade, é isso que a gente vai fazer! Eu tô te falando, separa os advogados.”

Gordon, do outro lado da lareira, suspirou.

“Harry,” ele disse lentamente, revirando os olhos, “bruxos nem tem advogados, se acalma por só um segundo.”

“Então separa as versões bruxos de advogados,” corrigiu Harry. “A gente precisa fazer alguma coisa. Aquela mulher não tem moral nenhuma, ela tem que ser parada. Isso é difamação. Ela precisa indenizar os Malfoys, sabia?”

“Os Malfoys não precisam do dinheiro dela, Harry.”

“Mas eles merecem!”

“Ok, senta e respira fundo.” Harry obedeceu, mais porque ficar andando em círculos pelo quarto estava começando a o deixar um pouco tonto. Gordon acenou em sua direção. “Eu vou mandar Goldstein ir dar uma ameaçada em Skeetey, tudo bem? Se ela sequer postar outra coisa mencionando Malfoy, a gente pega ela em custodia. Não tem muito mais que a gente possa fazer. Tabloids sempre existiram e sempre existirão, ela só acontece de ser a jornalista mais conhecida por esse tipo de coisa.”

Jornalista,” bufou Harry, soltando uma risadinha.

Tá bom. Mais como uma absoluta piada.

“Você nunca ficou tão irritado quanto Skeetey se intrometeu em casos antigos,” Gordon comentou calmamente, o cenho só um pouco franzido a única coisa mostrando que ele estava analisando Harry.

Harry, porém, não percebeu.

“Ela nunca atacou Draco antes!” ele exclamou antes de poder pensar melhor nisso. As sobrancelhas de Gordon se levantaram imediatamente, tão chocadas quanto estavam interessadas e, internamente, Harry se xingou. Ele tentou corrigir a situação: “Eu estou acostumado com ela me xingando, entende? Eu sei que eu posso aguentar. É diferente quando é outra pessoa. Principalmente quando é Malfoy, que eu sei que algumas pessoas iriam suspeitar por causa dos artigos dela.”

“É claro,” concordou Gordon, a voz cheia de suspeita. “Eu tenho certeza que é só essa a razão da sua preocupação.”

Harry sentiu seu rosto queimando, um pouco, mas ele se recusou a deixar a vergonha o fazer esquecer de tudo que ele precisava falar com Gordon. Ele coçou sua garganta.

“Bem,” disse, “ao menos um de nós precisa se preocupar. Os Malfoy dependem da ajuda dos Aurores no momento e deve ser bem difícil depender de alguém, muito menos quando essa pessoa não demonstra nenhuma empatia. Por que você não me falou das cartas?”

“Que cartas?”

Ele nem lembrava. Por alguma razão isso só irritou Harry ainda mais. Entre dentes, ele explicou: “As cartas que as pessoas estavam mandando pros Malfoys quando Scorpius tinha acabado de desaparecer. As que diziam que ele merecia isso ou que prometiam o dizer onde Scorpius estava por dinheiro e que nunca eram verdade. As que você nunca fez nada para parar. Essas cartas. Lembra delas?”

Gordon ao menos teve a decência de parecer envergonhado.

“Elas eram apenas trotes, não atrapalhavam a investigação…”

“Foda-se a investigação!” cortou Harry, se lembrando de Draco chorando aquele dia no corredor. Gordon parecia ainda mais surpreso, mas Harry não se importava. Agora ele não ia parar. Todo mundo que o viu depois da morte de Sirius sabia como ele ficava quando estava com raiva. “Isso é sobre o bem da família da vítima. Eles estavam sendo assediados. Os Aurores eram os únicos que poderiam parar isso e vocês não fizeram literalmente nada para os ajudar no momento em que eles mais precisavam de vocês. Depois de todos os anos da minha vida que eu dei para essa organização, eu tenho que admitir, é decepcionante. Eu estou decepcionado com você. Astoria… ela morreu de estresse. Você já pensou nisso? Você sente a culpa? Porque se eu fosse você eu iria sentir.”

Gordon fechou os olhos, os lábios, pressionados numa linha fina e tensa, tremendo. “Isso não é justo,” ele sussurrou.

“Você nunca foi justo com os Malfoys,” rebateu Harry. “Eu não sei porque eu iria te dar algo que você nunca deu para eles.”

Depois que sua raiva foi lentamente se abaixando, sendo trocada por irritação, Harry se viu se sentando no chão de novo, abaixando seus ombros e tentando abrir seus punhos. Ele não iria brigar com Gordon, precisava se lembrar. Mesmo se quisesse, o cara estava em outro país. Se ele o socasse agora, ele ia socar diretamente dentro de uma lareira ligada. Não ia ser bom para sua mão.

Harry soltou ar pelo seu nariz. Do outro lado, Gordon ainda não tinha aberto os olhos. Por um tempo, nenhum deles falou nada, o silêncio desconfortável e pesado devido à gravidade e dureza da explosão de Harry.

“Bem,” Gordon soltou depois de um segundo, obviamente lutando para controlar a conversação que tinha saído tão horrivelmente dos trilhos, “apesar de eu não poder dizer que apreciei essa conversa, é bom que você me chamou, eu já ia fazer o mesmo também.

Harry fez uma careta.

“Sério?” ele perguntou, esqueptico. “Por que?”

“A gente encontrou a mulher avistada perto da sua casa,” ele explicou, e Harry se sentou mais reto, ouvindo com cuidado. As próximas palavras dele foram apenas uma grande decepção. “Não era Todd. Não era nem uma Bruxa. Você pode contar isso para Malfoy, ver se as boas notícias melhoram o humor dele.”

“Ah, sim,” Harry soltou venenosamente. “Que ótimas notícias. A sequestradora do filho dele ainda está a solta e a nossa única pista de onde ela podia estar acontecia de só ser um engano. Ótimo.”

“Harry…”

“Não.” Harry massageou suas têmporas, respirando devagar. “Eu vou ir agora Gordon. Eu realmente não consigo lidar com você hoje.”

Ele nem teve tempo depois de desligar a ligação de lareira e se levantar antes de outra pessoa aparecer em meio as chamas. O rosto de Hermione era tão claro e irritado quanto se ela estivesse ali na frente dele, e ela levantou seu braço, gesticulando para a foto dele com Draco e Scorpius no Profeta Diário.

“Seu filho da puta,” ela soltou, fazendo Harry arregalar os olhos. “Você sabe quantas pessoas eu tive que irritar até eles me contarem em que lareira te achar? Mais de umas vinte.”

“Desculpa,” sussurrou Harry, se sentindo como uma criança sendo repreendida por uma versão muito boca-suja de uma mãe. “Missão super secreta do Ministério, sabe?”

Hermione tacou o Profeta pro lado.

“Por favor,” ela bufou. “Eu sou a Ministra. Vocês não deveriam fazer missões secretas sem me contarem. A gente vai conversar sobre isso mais tarde, aliás. Eu, você e Gordon. O caso dos Malfoy é um caso importante, eu deveria ter sido notificada no momento em que ele aconteceu. Mas agora não. Agora eu não vim falar com você como a Ministra.”

“Você veio falar como quem então?” perguntou Harry, sentindo um sorrisinho pequeno crescendo em seus lábios. Falar com Hermione o acalmava, mesmo que só um pouco.

Ela sorriu para ele.

“Como sua amiga,” disse. “Em que merda você se meteu desde a última vez que a gente se falou Harry?”

Harry a contou tudo. Ele nem precisou pensar no que estava fazendo, as palavras saindo de sua boca como se ele fosse um vulcão em erupção. A cara de Hermione foi de neutra para chocada para confusa para cheia de pena e Harry nem tinha do que pensar das reações dela, mas ele estava falando, e era como se um peso enorme tivesse sido tirado de seus ombros. Quando ele acabou, ele deu uma longa respirada, esperando por ela falar algo.

“Ah, Harry,” ela sussurrou, a voz levemente horrorizada. “Eu te deixo sozinho por uma semana e você adotou uma criança com Draco Malfoy de todas as pessoas? Como você consegue?”

“Eu não adotei Scorpius!” exclamou Harry. “Você não entendeu nada do que eu disse?”

“Desculpa.” Hermione balançou a cabeça. “Você não o adotou. Você só está o criando como um segundo pai ao lado de Malfoy. Nesse caso, nada demais. Só uma sexta-feira normal para Harry Potter.”

Ela soltou uma risadinha, e Harry corou. “Mione!”

“Desculpa,” ela repetiu, dessa vez mais seriamente e menos sarcástica. “Mas você tem que admitir, é cômico como você sempre se mete nas situações mais inacreditáveis. E sem nem tentar!”

Harry revirou os olhos.

“Obrigado pela ajuda,” ele resmungou. Os olhos de Hermione brilharam.

“Foi um prazer,” ela brincou. Então, ela se endireitou, seu sorriso caindo. “Mas, falando sério, eu vou ir falar com Rita e fazer ela escrever uma matéria falando o que realmente aconteceu, junto com uma nota de desculpas pelo que ela escreveu hoje. Aquela mulher é ridícula, mas você sabe que eu sou a única pessoa que consegue manter ela em linha, né?”

Harry estremeceu.

“É. Eu lembro. É por isso que eu agradeço todos os dias que a gente virou amigos aquele primeiro ano. Ser seu inimigo é perigoso, Mione.”

“É mesmo.” Hermione sorriu orgulhosa. “Diz oi pra Malfoy. Ah, e eu preciso conhecer Scorpius agora. Traz ele para brincar com Rose, quando as coisas ficarem menos bagunçadas. Ela precisa de um amigo da idade dela – todo mundo no prézinho dela tem medo dela!”

“Tal mãe tal filha,” comentou Harry, e Hermione o lançou um olhar antes de sair da lareira.

 

 

Quando ele se levantou, ele estava sorrindo levemente, se sentindo muito melhor do que antes de ter falado com Hermione.

Harry encontrou Draco em uma das salas de estar. Ele não parecia melhor.

“Hermione te mandou um oi,” Harry disse.

“Legal,” Draco disse sem nenhuma emoção na voz, e sem levantar seu rosto em direção a Harry. Ele estava sentado na borda do sofá, encarando a lareira desligada. Estava tremendo, mas Harry não achava que era de frio. Ele se aproximou de qualquer maneira.

“Eu vou ligar o fogo pra você,” avisou suavemente. Draco não reagiu, então Harry só lançou o feitiço com cuidado, tentando não encarar Draco pelo canto do olho. Ao menos não o encarar tanto que ele percebesse.

Uma vez que a lareira estava acesa, ele colocou suas mãos em cima do fogo por um segundo, só para sentir o calor, e então se sentou do lado de Draco. Como esperava, nada no outro homem tinha mudado. Harry olhou pros lados sem nem saber o que estava procurando, até que viu uma manta enfeitando o outro lado do sofá. Ele a pegou, a colocando sobre os ombros de Draco com tanta delicadeza quanto era possível.

“Tudo bem aí?” perguntou e, quando Draco não o respondeu, era apenas o esperado. Ao menos ele finalmente se virou para Harry. Bem, não se virou exatamente, mas ele deixou sua cabeça pender pro lado, o encarando através dos cantos de seus olhos timidamente. “Hermione vai ir falar com Rita. Acredite quando eu te digo que ela nunca mais vai ter coragem de escrever nada de negativo para você.”

Draco abaixou a cabeça.

“Granger não precisa perder tempo…”

Ele se calou quando Harry colocou uma mão no queixo dele, delicadamente levantando seu rosto e fazendo ele o encarar. Harry não tinha pensado no quão próximo o rosto dos dois iriam estar se ele fizesse isso, mas agora ele não podia parar.

“Ei,” ele disse, delicadamente, o lançando um pequeno sorrisinho, “não vai ser perda de tempo.”

Draco engoliu em seco.

Ele não falou nada.

Ele apenas encarou Harry.

Harry apenas o encarou de volta.

O momento foi quebrado quando eles ouviram os sons de passos se aproximando. Rapidamente, eles se separaram bem a tempo de ver Narcisa entrar segurando a mão de Scorpius. Ela olhou para eles, entendimento em seus olhos, e então olhou de volta para Scorpius, dando um empurrãozinho nas costas dele em direção aos dois antes de sair.

Scorpius nem percebeu, se aproximando do sofá com preocupação, os olhos grudados em Draco.

“Você tava chorando?” ele perguntou baixinho.

Draco, mais uma vez, engoliu em seco.

“Seu pai tá triste,” Harry falou por ele. “Mas não é nada que não possa ser resolvido, não se preocupe Scorp.”

Scorpius se sentou do lado de Draco, se aconchegando contra ele e puxando a manta para cima de seus ombros também. Draco passou os braços por cima dele, o apertando com força, quase como se ainda temesse que ele fosse ser arrancado de si. Seus dedos tremiam, onde estavam o tocando.

“Você não precisa ficar triste,” Scorpius disse, dando um beijo estalado na bochecha de Draco antes de voltar a se aninhar. “Eu estou aqui com você, papai.”

Draco fechou os olhos, beijando o topo da cabeça de Scorpius.

“Eu sei querido.” Ele olhou para Harry, ainda abraçando Scorpius. “Eu sei.”

E Harry, bem, ele não podia mais se segurar – ele se aproximou dos dois, fazendo o que vinha querendo fazer fazia tanto tempo. Ele abraçou Draco. Foi um abraço de lado, é, e um abraço meio desajeitado, tecnicamente um abraço em grupo ao invés de um abraço só os dois. Mas Harry ainda estava abraçando Draco.

Foi tão bom quanto ele tinha imaginado.

E se Harry se esqueceu de avisar sobre como o avistamento de Todd foi um engano – bem, ele podia fazer isso depois. Depois do abraço.

De preferência, quando Scorpius não pudesse ouvir.


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