Reviver escrita por LaviniaCrist


Capítulo 25
Resgate


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao final desta primeira etapa da fanfic, onde eu apresento à vocês os "personagens principais" e a base da história. Daqui para frente continuarei com a mesma linha, mas abrirei o leque para mais personagens (muitos mais personagens) que vão aparecer esporadicamente, além de subtramas que desencadeiam várias teorias diferentes (tanto para vocês quanto para os personagens)



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— Eu não quero, eu não quero, não quero... — Damian murmurava e balançava a cabeça de um lado para o outro, era o pouco que conseguia fazer já que o resto do corpo estava dormente e imobilizado. Haviam o levado para um “exame urgente”, não esperaram nem mesmo Pennyworth autorizar.

— Ele deve adormecer logo... — o enfermeiro comentou enquanto checava algumas informações no monitor.

— Se não tiver resultados dessa vez, eu vou ter que ser mais drástico — Dr. Garner disse contrariado, se aproximando de Damian — Seria uma pena ter que abrir você para conseguir as respostas que eu quero, Damian. Então, seja um bom garoto e colabore dessa vez — ameaçou, segurando o rosto do pequeno pelas bochechas.

— ... não! — Ele tentou soar corajoso, quando na verdade só queria ser salvo.

— Aumente a dose do medicamento, ele já deveria ter dormido — o médico mandou e, quando não recebeu nenhuma resposta, olhou em volta atrás do enfermeiro — Mas o que!?

Dr. Garner não teve tempo de falar uma palavra que fosse: foi atingido com um soco de esquerda rápido o bastante para não ter como reagir – exatamente como o enfermeiro. Agora, sem mais testemunhas, o filho rebelde de Batman ousou se aproximar do irmão mais novo:

— Pirralho?

— Me leva pra casa, por favor! Por favor! Jason, eu não quero fazer mais exames! Não quero! Não deixa! — Se desesperou, com medo de ser apenas a imaginação pregando peças. Damian nem ao menos tinha se dado conta de que estava chorando há um bom tempo.

— Damian, quieto! — Todd mandou, surpreendendo-se quando foi obedecido na mesma hora, apesar de alguns soluços — Eu vou tirar você daqui, mas vai ter que ficar quieto... e calmo — avisou, buscando por qualquer coisa que pudesse ajudá-lo. Tinha chego até lá em trajes civis, não queria sua imagem vinculada ao sequestro do filho de um milionário — Quando o Bruce souber… não é como se eu me importasse, mas você está no meio. E você está doente — se explicou, procurando até mesmo no jaleco do médico — Não é certo sequestrar crianças doentes.

— É sim! — Damian chegava a tremer com medo do irmão o abandonar lá.

— Quieto! — Jason mandou novamente, desistindo da busca — Consegue andar? — Ao receber um aceno negativo, Todd bufou e colocou as mãos na cintura — Ótimo, adoro o jeito mais difícil… — Revirou os olhos, ainda não acreditava que estava "salvando" Damian daquele lugar, principalmente sem nem saber como iria fazer isso — Você consegue se fingir de… Pirralho? — O pequeno tinha adormecido, efeito dos medicamentos que Dr. Garner havia dado a ele, provavelmente.

Jason o soltou da mesa de exames e o colocou em uma cadeira de rodas, na qual haviam levado Damian até ali. O próximo passo foi vestir as roupas do enfermeiro e sair com Damian de lá - a segurança daquela clínica não era tão preocupante.

Quando finalmente chegaram ao estacionamento, no pátio dos fundos, o mais velho notou que não pensou muito antes de agir, na verdade não havia pensado em nada: não conseguiria levar o irmãozinho na motocicleta – ainda mais com ele dormindo. Restava, então, pegar o carro do “pai”. Já conseguia imaginar todos os tópicos que Bruce abordaria no sermão quando o afastasse da Batfamília novamente.

— É por uma boa ação… — Jason justificou para si mesmo, abrindo a porta com seus truques aprendidos ao longo dos anos.

Ele pegou Damian e o colocou no banco do carona, o prendendo com o cinto de segurança. Passou a mão pelo rosto do irmão, tentando limpar as marcas de lágrimas. Quanto às marcas das amarras que haviam usado nele nos exames, não tinha muito o que se fazer além de esconde-las: colocou a jaqueta que usava antes sobre ele, como se Damian fosse apenas uma criança que adormeceu numa viagem de carro – o que, de um todo, não era exatamente mentira.

Depois disso, tudo foi tranquilo: a tensão e adrenalina se resumiram à um simples desejo de chegar logo em casa. O percurso pela baía que separava as duas cidades foi relaxante e sem transito – não havia nenhum lunático ameaçando as pessoas naquela bela noite de terça-feira.

Tudo seguia no mais extremo silêncio, até que a criança acordou assustada, gritando, fazendo com que Jason encostasse o carro para tentar acalmar ele – por sorte, não havia movimento naquele trecho da rodovia

— NÃO! SOLTA!

— Damian…

— … NÃO QUERO!

— Damian!

O mais novo se calou por alguns segundos, parecendo finalmente notar que não estava mais em uma sala de exames. Ele olhou em volta, olhou para Jason e depois tentou se soltar.

— O que vai fazer? — o mais velho o observou se soltar do cinto de segurança, imaginou que ele iria tentar sair do carro, mas Damian simplesmente se jogou em cima dele e o abraçou como podia — ei, pirralho!?

— Obrigado! Obrigado por me tirar daquele lugar! E-eu… eu…! — a criança mal conseguia falar, sentia ainda o medo, nervosismo… as lágrimas querendo escorrer de novo.

— Precisa se acalmar! — Jason avisou, o abraçando com certa relutância, encarando aquilo apenas como medida necessária para manter o nanico seguro de si mesmo — E para de ficar me agradecendo. E… e para com essa cara de choro!

— D-Desculpa — pediu, tentando se manter forte. A verdade é que de forte Damian já não tinha absolutamente nada, pelo contrário: se em algum momento da vida ele já foi fraco e indefeso, era aquele.

Os dois voltaram ao silêncio.

Jason em parte se sentia mal pelo mais novo, principalmente por não saber como confortar ele. Damian continuava o abraçando tentando parar de chorar, o que só tornava tudo pior: depois de tudo o que tinha feito para aquele garotinho, Jason ainda era visto como um salvador.

— Pirralho… — ele chamou, quando começou a achar que Damian tinha pego no sono de novo.

— Hun? — O encarou com os olhos verdes ainda avermelhados de choro. Ele já estava mais calmo, mas ainda parecia tão… frágil.

Frágil como uma criança que acaba de se quebrar – independente se foi com um pé-de-cabra ou com um médico ameaçador. No fim, não era o meio que importava, mas sim o resultado que aqueles monstros torturadores proporcionavam às vítimas: a quebra de qualquer esperança que tinham.

Ao menos Damian estava sendo salvo, uma oportunidade que o pequeno Jason não teve, que poderia dar à outra criança agora, porém.

— Não vou deixar te colocarem lá de novo, tá? — sorriu de canto, bagunçando os cabelos espetados do irmão.

— Tá! — foi o suficiente para ele sorrir, como se já tivesse se esquecido de tudo.

— E agora vamos para casa.

O mais novo, entendendo o que aquilo queria dizer, voltou para o acento. A perna ainda estava dolorida e ele não sabia exatamente como a manter imóvel sem a tala, mas fez o melhor que conseguia para não dar trabalho ao irmão mais velho.

— Muito bem, agora o cinto de segurança — Damian o obedeceu, apesar de se atrapalhar um pouco até conseguir encaixar na trava — Ok... e agora o casaco — Jason disse depois de pegar a jaqueta que havia sido jogada no chão do carro durante a pequena confusão.

— Mas não está frio...

— Não está frio... ainda — E, com um sorriso de canto, ele acionou a melhor opção que uma BMW conversível poderia ter: remover a capota.

Demorou alguns segundos até Damian desfazer a cara de surpreso com aquilo e vestir, finalmente, a jaqueta. Ele ainda não tinha real noção de todo o luxo que o cercava sendo um Wayne.

Jason, que estava começando a achar divertida aquela versão do pequeno Demonio Wayne, perguntou:

— Com fome? — Ao receber um aceno positivo, ele colocou as mãos no volante e se preparou para aproveitar toda a velocidade daquele carro em junção à uma pista limpa — Vamos resolver isso!


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Notas finais do capítulo

Matando uma curiosidade que talvez algumas pessoas tenham agora: afinal, Metrópole e Gotham ficam quão longe uma da outra?
Como talvez muitos saibam, as histórias em quadrinhos se dividem em várias “eras”, como a Era de Ouro, Era de Prata, Era de Bronze, Era Moderna e etc. Os escritores, normalmente, precisam fazer um grande apanhado geral das mudanças que ocorreram nos personagens de era após era. Muitas coisas começam a “valer” enquanto outras são “descartadas”. Junte isso ao fato de que uma cidade “sombria” é vizinha de uma cidade “alegre” e você terá um contraste muito difícil de ser encaixado – e, por conta disso, tão alterado.
Sendo assim, essas duas grandes cidades estão realmente próximas uma da outra, mas DIVIDIDAS por uma baía (ao menos, na maior parte do tempo). Alguns relacionam a proximidade das duas como sendo entre Oakland e São Francisco; outros relacionam elas como Delaware e Nova Jersey. A única coisa constante é que as duas são próximas ao mar e que, segundo as palavras de Bem Affleck, “Metrópolis como uma cidade bem-sucedida e saudável, e Gotham como um lugar onde pessoas oprimidas vivem”.
Na fanfic: a distância entre as duas, de carro, é de quase três horas. Por isso Bruce preferiu cortar caminho com seu belo barco para poder chegar logo até a clínica.



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