Luar Puro escrita por Zena Faith


Capítulo 5
Roubada


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz com o número de leitores e as pessoas que comentaram, só tenho a agradecer, sem contar que estou amando dar uma limpada em todos os capítulos, é bom estar relendo e cobrindo as lacunas que foram deixadas pelo meu antigo "eu", só me monstra que eu realmente evolui na minha escrita.
Espero que estejam gostando da fic, ela é muito especial para mim.



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Respirei fundo e não deixei a fraqueza me dominar, precisava contar tudo, precisava dizer toda a verdade.

— Começou logo após vocês revelarem os híbridos aos Volturi… eu entendo, a decisão foi tomada para garantir a segurança da sua família. Vocês são intocáveis, suas testemunhas um escudo, mas isso não impediu que eles se sentissem ameaçados pelo desconhecido cada vez mais presente em seu futuro imortal, precisavam estar a frente e acima da nova raça, no controle… para eles, o equilíbrio só estaria restabelecido quando tivessem submissão total dos híbridos. Eles começaram a caçar. Demetri, seu rastreador, esteve à espreita de todos os novos híbridos vampiros que antes estiveram no escuro... suponho que vocês conheçam Nahuel, meu parentesco com ele é apenas o que a genética de minha mãe partilhou comigo, eu não sabia de sua existência, não até alguns dias atrás… mas, minha mãe foi sua primeira irmã…

A imagem única e borrada do rosto de minha mãe brilho em minha cabeça, as bordas se desmanchando sobre seu último suspiro, fechei os olhos com força e respirei fundo para esconder a lembrança dolorosa.

— Os Volturi não queriam deixar rastros sobre sua caça aos híbridos, por isso não foram direto a Nahuel, se tivessem então Alice teria visto e vocês saberiam, eles não queriam chamar atenção. Acharam minha família por acaso, minha mãe nunca manteve contato com os outros, por isso foi tão fácil para eles, e quando souberam sobre meu pai, só foi mais um bônus, era como encontrar uma mina de ouro...

Eu podia sentir o choque, as perguntas, mas eu disse a Edward em pensamentos para que não os deixasse me interromper, o olhar que ele ofereceu a sua família foi o suficiente.

— Esperaram por mim. Esperaram que a união dos meus pais fosse o milagre genético para o nascimento de mais uma nova criatura… Uma nova experiência.

— Quando você nasceu?

Bella parecia presa em seus próprios pensamentos, mas a pergunta foi segura e sucinta.

— Um ano depois de sua filha... eu atingi a maturidade mental e física depois da minha primeira transformação.

— Você está dizendo que pode se transformar em um lobo?

Carlisle tinha um “quê” que diferenciava suas perguntas da de todos, como se ele estivesse cauteloso e ao mesmo tempo frenético sobre minha resposta, lhe dei um olhar envergonhado e pensei sobre como foram às reações das primeiras pessoas para quem eu havia contado sobre minha condição.

 

— Como isso aconteceu?

— Eu não sei... como você é parte de sua mãe e do seu pai?

— Ayira, nós nunca ouvimos falar sobre nada como isso, é quase impossível de se pensar que seja possível.

— Eu tenho feito essas perguntas por cada minuto da minha existência Jacob, não sei nada e nunca saberei.

— Ela tem razão Jake, não vamos forçá-la, já sofreu o suficiente por tempo demais.

— Nessie ela precisa saber, para explicar a Edward, você espera que seu pai acredite facilmente em uma estranha que se diz ser tanto vampira, quanto é humana e lobisomem?

A risada sarcástica de Edward me trouxe ao presente, seus olhos brilhavam, ele tinha estado na minha mente o tempo todo.

— Jacob tem razão, ainda fico surpreso em como ele consegue prever minhas ações.

— Jacob?

Bella despertou de seu devaneio e observou o rosto do companheiro, ele lhe devolveu um olhar calmo.

— Ayira esteve com Jacob e Renesmee por cerca de duas semanas, eles a ajudaram, contaram a ela sobre nós e a como chegar aqui, Jacob a auxiliou a nos convencer que não é uma ameaça.

— Ele não ensinou muito bem!

Emmett bufou em zombaria, meus olhos se desviaram para minhas mãos.

— Onde eles estão?

A voz de Bella ficava cada vez mais aflita, mesmo que ela se esforçasse não poderia disfarçar.

Antes que eu ou Edward pudéssemos responder um movimento estranho chamou a atenção de todos para o andar de baixo, nenhum deles se mexeu ou pareceu alarmado, mas eu sim, eu me coloquei de pé e esperei pelo pior.

A figura escura adentrou o cômodo e contornou brincalhona ao redor de Carlisle e Esme, seu cabelo apontava para todas as direções, o rosto parecia o de um pequeno ser fantasioso élfico, os olhos, no entanto, espertos e atentos.

— Você chegou Ayira.

Ela parecia saudar um querido, seu sorriso aberto e carinhoso, meu corpo antes preparado para a luta se petrificou surpreso.

— Quem é você?

Minha voz soou desconfiada, a estranha olhou para meu rosto e riu, parecendo satisfeita com minha pergunta.

— Uma amiga.

Meu rosto se franziu confuso, eu não me lembrava de Renesmee falando sobre aquela garota, meus olhos se estreitaram ao redor.

— Onde você esteve Alice?

Rosalie que antes estivera parada em seu lugar apenas observando lançou um olhar inquisidor sobre a nova estranha. Mas foi Edward quem respondeu a pergunta, seus olhos presos nos de Alice numa conversa mental.

— Estão no Brasil, com Sena e Zafrina.

Alice assentiu, o sorriso que surgiu em seus lábios foi o suficiente para acalmar Bella que foi em direção à pequena elfa e a abraçou.

— É por isso que não conseguimos contatá-los há quase três semanas, Renesmee está bem?

Rosalie parecia focada apenas no bem estar da sobrinha, era como Jacob falará“a loira não é minha fã”, sua parceira lhe dera um olhar desgostoso, mas eu podia ver a sintonia entre eles, havia certo divertimento no brilho dos seus olhos.

— Sim, ambos estão bem, encantados com a Amazônia, creio que vão ficar lá por um tempo.

Eu não sabia sobre os planos de Renesmee e Jacob, antes de partir para encontrar a família Cullen eu tinha feito questão de fazê-los prometer que não contariam, não até eu chegar ali e falar com Edward e Bella.

Alice explicou rapidamente sobre como tinha ajudado eles a viajarem o mais rápido possível após minha partida, e então seus olhos desviaram em minha direção, seu olhar parecia tão alienígena, era quase como se ela estivesse feliz em me ver.

— Você está bem?

Meus olhos se apertaram, ela parecia preocupada, mas ao mesmo tempo sorria como se estivesse satisfeita em me ver, ela sabia a resposta.

— Como você sabe quem eu sou?

Ela se aproximou sem timidez e eu retrocedi um passo atrás, minha cintura batendo no lado da maca.

Os olhos da elfa pareciam grandes demais, sinceros, o dourado brilhando em suas íris, sua mão se estendeu até meu rosto e empurrou uma mecha de meus cabelos para trás da orelha, eu permaneci paralisada diante da sua liberdade, como um animal arisco encolhi, a noção disse me fez querer grunhir de desconforto.

— Não tenha medo, você está segura agora, está em casa, estive esperando por você Ayira.

Tudo que eu pude fazer foi encará-la, as palavras eram um emaranhado de arame farpado em minha mente, não podia entender aquela esperança, doía tentar, não podia entender como ela sabia sobre mim.

— Alice prevê o futuro, ela vinha tendo visões, borrões de você, eu não pude perceber antes, as imagens eram soltas e esfumadas, se eu tivesse prestado atenção saberia que você estava vindo.

Edward parecia se desculpar, eu lhe dei um olhar sóbrio e encarei Alice novamente.

— Você me viu vindo?

— Sim, apesar de você dificultar ao bloquear qualquer poder ao seu redor, só entendi realmente quando Renesmee e Jacob surgiram ao seu lado, mesmo assim não pude ver seu rosto, estou feliz de poder vê-lo agora.

Seu sorriso brilhava em encantado, me cegando, meu rosto se franziu em confusão, encarei todos, cada rosto, cada emoção, até meus olhos pararem nos de Bella, a mãe.

— Eu nunca quis colocar as pessoas que você ama em perigo, eu nunca teria vindo atrás de vocês, Renesmee e Jacob me acharam, foi como se eles estivessem me esperando, no momento em que eu mais estive perdida.

Ela assentiu, seu sorriso contido, podia sentir meus olhos inchando em fagulhas, lágrimas.

— Eles te acharam porque eu os mandei, você faz parte de nós, você é uma de nós.

Alice parecia tão segura de si, meu coração se apertou, a dor agonizante e familiar, minha única companheira por toda vida, até agora.

— Eu não sou como vocês, não posso ser... eu sou algo ruim, só trago dor e ruína aqueles que me rodeiam.

— O que você quer dizer querida?

Esme tinha seu belo rosto franzido em confusão.

— Eu não sou apenas uma híbrida vampira, eu nem sei se tenho algo humano... quando eu disse que os Volturi tiveram um trunfo, não se tratava da minha mãe, era meu pai, meu pai era o trunfo... meu pai era um filho da lua.


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Notas finais do capítulo

Eu não sou muito de pedir comentários (só peço quando tenho duvidas quanto a escrita, criticas em particular, ou correções), mas vou abrir uma exceção, pois são tempos sombrios, e mesmo que a leitura possa nos reconfortar, também é bom poder interagir, tirar um pouco do peito a angustiante realidade que estamos vivendo.
Como vocês estão? o isolamento de vocês está sendo tão doloroso quanto o meu?
Beijos L.



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