Interferência Cósmica escrita por Cordelia Morning MIC, OchabowlProject


Capítulo 1
Capítulo 1 Encontro no Planetário 


Notas iniciais do capítulo

Fic ligado ao projeto @OchakoBowl

Tema de Março e abril - Estrela



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790460/chapter/1

 

 

Era seu primeiro dia de folga naquele ano, já estavam entrando em março e essa era a primeira vez que conseguia um tempo para si. Estar na agência de Ryuukyun-san era muito gratificante, mas às vezes era muito cansativo, pois havia cada vez mais  chamadas. O inverno rigoroso deste ano causou alguns grandes desastres naturais, como avalanches e até o congelamento de rios. Uraraka junto com seus companheiros de agência, mal tiveram tempo de parar depois da pausa de Ano Novo.

E o que fazer num dia frio com fina neve caindo? Bem, o plano perfeito para a morena, com certeza não seria o mais apreciado pela maioria, mas era o que ela amava: o planetário, cuja grande exposição era sobre a constelação de andrômeda. Enquanto andava pelos corredores, admirando uma das imagens, acabou esbarrando em alguém inimaginável. 

Todoroki estava perdido na leitura do prospecto da exposição e nem repara em quem esbarrara. Seu semblante se alterou levemente ao perceber que acabara trombando com Uraraka; havia pelo menos seis meses que não via a heroína. Sempre acabavam se encontrando nas reuniões do pessoal da U.A. ou quando o Deku squad se reunia, porém fora dessas ocasiões, eles não eram muito próximos. Na verdade, o híbrido tinha que assumir que até hoje não era muito próximo de quase ninguém. 

Não sabia se era o fato de seu irmã Fuyumi está prestes a casar, ou porque sua cunhada Nezuko estava grávida, Natsuo estava agora voltado completamente para a Família, e ainda Touyia que havia “retornado” a família, mesmo que no momento, ainda estivesse preso pagando que cometera ao lado da Liga do Vilões. Mas sentia uma certa solidão nos últimos tempos, sem falar que parecia que um vírus casamenteiro estava tomando seus amigos, todos estavam se casando e tendo filhos. Sentia que cada vez mais estava ficando para trás e sozinho.

 — Uraraka-chan!? — Todoroki exclamou levemente surpreso, bem, a morena sempre foi apaixonada por estrelas e planetas, não deveria ser estranho vê-la nessa exposição, mas encontrá-la em plena quarta-feira...

 — Todoroki-Kun… nossa, nunca imaginei esbarrar com você logo aqui! — falou gentilmente, ajeitando uma das mechas marrons, agora quase na cintura, atrás da orelha.

— Pois é!? Eu soube da exposição e... da passagem do cometa, resolvi vir conferir, aproveitando a folga... — falou o rapaz, virando-se para um dos painéis com a constelação de Andrômeda. — Queria também um dos suvenires para a minha irmã... Ela vai se casar semana que vem — completou, voltando-se mais uma vez para Ochako. Ele precisava repetir, para acreditar. A casa ficaria estranha agora; só ele e a mãe, já que Natsuo havia se casado no ano passado.

— Que bom… você tá falando da linha de joias que aquela grife estrangeira está lançando? — Ochako perguntou animada. — Estou louca pelo par de brincos com a constelação de Vegas. 

—Você conhece? Pode me ajudar a escolher!? Pretendo dar para minha irmã no dia de seu casamento... mas na verdade não faço ideia do que escolher, só sei que é algo que ela gostaria... — falou meio confuso, ainda estava atordoado com todas as mudanças. 

— Nossa, claro, Todoroki-kun! — A morena respondeu com animação costumeira. — Fico feliz que Fuyumi-san está se casando! A última vez que a vi parecia bastante feliz.

—Ela está... acho que eu que não me acostumei com a ideia... — falou Shouto, deixando escapar um pouco de sua frustração. 

— Todoroki-kun... — disse Ochako, com olhar ameno, pois sabia mais ou menos sobre as complicações da família Todoroki. Durante o tempo na U.A. muita coisa acabou indo parar no jornal e outras o próprio rapaz havia contado. — Olha, que tal a gente tomar um café? Sabe as vezes falar ajuda! É claro... se você quiser. — Começou a pensar que podia estar sendo inconveniente. 

Todoroki ficou a encarando por alguns segundos, meio perdido em seus próprios pensamentos. Ele realmente precisava falar sobre o que estava sentido, Deku sempre foi um bom ouvinte, mas neste momento o otimismo do amigo era frustrante e só piorava o que sentia. 

— Eu realmente gostaria de uma opinião sincera... — falou o rapaz, deixando transparecer um pouco de sua confusão mental.

 Era de cortar o coração de Ochako, ele realmente parecia perdido com aquela cara de quem está sem rumo. Parecia que o destino certamente tinha seus propósitos com esse encontro repentino. Então, sem mais enrolação, os dois foram até a cafeteria do planetário conversar.

Com suas respectivas bebidas, Todoroki começou a falar do que o estava afligindo. Era clara a confusão em seu coração, Fuyumi sempre fora o pilar de sua família, a única que realmente demonstrou algum carinho sincero por muitos anos ao rapaz. Estava meio perdido com o casamento da irmã, mesmo que com o noivado de quase dois anos, já devia tê-lo deixado preparado. Mas em seu coração, sentia que estava perdendo uma das poucas pessoas que realmente o amavam. Ele sabia que era um pensamento egoísta, por mais que tentasse não conseguia expurgar a ideia de sua mente. Ele queria que a irmã fosse feliz, mas sabar que ela não estaria mais tão por perto, doía.

Fora exatamente por causa disso que resolvera ir ao planetário, ele achava que se olhasse as estrelas, elas lhe mandariam uma luz para os pensamentos sombrios que assolavam sua frágil mente. Quando terminou de falar,  sentiu as mãos quentes de Ochako sobre as suas. Os olhos brilhantes de preocupação sobre si, era um gesto silencioso, mas como sol aqueceu seu coração perdido em névoa.

— Todoroki-kun... — Começou a morena, tentando segurar sua vontade de afagar o rapaz, ele parecia um cãozinho que havia caído do caminhão de mudança. O que era uma analogia um tanto inusitada, já que o rapaz tinha quase dois metros, ombros largos e os cabelos agora levemente maiores. Ele parecia mais um tipo de Viking do que um filhotinho abandonado. — Olha é normal se sentir assim, é a sua irmã… praticamente sua segunda mãe... estranho seria se você não sentisse um pouquinho de ciúmes da situação toda.

O rapaz a encarou, sentindo pouco a pouco o peso em seu coração diminuir, as palavras dela não eram muito diferentes do que Natsuo havia lhe dito, mas por alguma razão, dentro de seu coração lhe davam um alívio muito maior. 

— Ok sentir ciúmes quando vemos alguém que amamos tanto construir sua própria vida. Nossa! Você não sabe como eu fiquei dividida no casamento da Tsuyu. É minha melhor amiga, não tinha como não ficar preocupada. Sabe… será que ela será cuida tão bem quanto merece? E se a Habuko magoá-la? Não tem como não pensar sobre isso! São as pessoas que amamos, vamos sempre nos preocupar. Tenho certeza que quando você casar a Fuyumi-san pensará do mesmo jeito sobre você! 

Shouto apertou as mão da morena entre as suas, naquele momento, se não houvesse a mesa entre eles, Ochako com certeza o abraçaria. Ele realmente precisava de um, mas não seria bom fazer isso ali. A última coisa que qualquer um dos dois queria era de suas caras estampadas num tabloide, estavam no top 10, infelizmente, qualquer passo que dessem poderia virar uma nova manchete.

 — Obrigado — falou, limpando uma solitária lágrima que escorria de seus olhos, ele limpou-a discretamente. As poucas palavras da garota tiraram um peso de seu coração. — Eu estava me sentindo tão egoísta por ter esses pensamentos. Não é que eu não queria a felicidade da onee-san… só que tudo vai ficar tão vazio sem ela... 

— Vai ficar tudo bem! É normal ficarmos com medo nessas horas. Acho que no fundo, mesmo que fiquemos bem velhinhos, esses sentimentos sempre ficarão indo e voltando — falou a morena brincalhona, olhou para o relógio no alto da parede, a hora passara voando, a loja do planetário logo fecharia. — Caramba! Já está quase na hora das lojas fecharem! Você ainda quer comprar o presente? 

— Nossa, nem havia reparado! — exclamou o rapaz, conferindo as horas. — Podemos ir lá!? Ou já tomei demais de seu tempo!? 

— Claro que podemos! Eu estou de folga por esses dias! Pelo menos até segunda-feira... — disse a morena, já se levantando, sendo seguida pelo híbrido. 

Os dois foram rapidamente até a loja que ficava do outro lado do planetário, a joalheria estava quase fechando, provavelmente a funcionária só não fechou a porta na cara deles, pois os reconhecera. Principalmente Todoroki, a menina parecia uma lâmpada de tão brilhante quando o viu.

Os dois viram várias peças, Ochako separou seus brincos e depois de muita escolha, pegaram um conjunto de rubis e diamantes com desenho de uma estrela cadente. Quando a vendedora disse o preço, a morena teve um mini infarto. A joia era mais cara que uns de seus salários, contudo, Todoroki nem piscou, apenas assentiu e entregou o cartão. Às vezes esquecia o quanto o amigo era rico, ou talvez ela que ainda mantinha os hábitos muquiranas, o mais provável que fosse um pouco dos dois.

Os dois saíram da loja, caminharam para saída enquanto conversavam amenidades. Ochako não se lembrava qual fora última vez que tivera tempo livre com amigos dessa forma. Os dois seguiram juntos até a entrada do planetário, mas antes de cada um ir para o seu lado, Todoroki se prontificou a levá-la para casa. Afinal, ela havia salvado seu dia, era o mínimo que poderia fazer.

Ochako deveria ter negado, porém começava a nevar e já era tarde, o que significaria que o metrô estaria em horário reduzido, por isso acabou aceitando. Foram os dois relembrando gafes e situações da época da U.A, a morena ria tanto que a barriga começava a doer, não sabia como, mas a narração das situações na voz monotônica de Todoroki deixava tudo mais engraçado. O rapaz sorria de volta tentando não perder a concentração da estrada, o que era meio complicado com a risada solta e o sorriso resplandecente da morena.

Meia hora depois os dois conseguiram parar na frente da pequena casa de Ochako, que ficava num bairro classe média próximo ao centro de Tóquio. Era uma residência pequena, com um pequeno jardim na frente, mas muito bem cuidado e aconchegante, combinava perfeitamente com a personalidade da moça.

— Muito obrigada pela carona, Todoroki-kun! — agradeceu, soltando o cinto.

—Shouto...a gente conhece a tempo demais para você continuar me chamando pelo sobrenome — retrucou de forma despretensiosa. — E eu que agradeço, hoje foi você que me salvou.

—Ok, Shouto-kun… mas você também salvou, meu passeio no planetário seria bem mais chato sem um amigo! — falou, tentando não roborizar dizendo o nome do rapaz. — Temos que marcar alguma coisa, não dá pra contar sempre com o acaso!

— Você tem toda razão, Ochako-chan — concordou com um leve sorriso, não sabia o porquê, mas gostara de pronunciar o nome da morena. 

— Saiba que pode me ligar se quiser conversar mais, pode ser qualquer coisa viu! — disse solicita, tentando ao máximo esconder a palpitação um pouco mais forte de seu coração, seu nome na boca do híbrido fazia um leve arrepio tomar sua coluna, e não era uma sensação ruim. 

Os dois se despediram, Ochako saltou do carro e quando estava abrindo a porta de casa, Todoroki a chamara de novo. Vê-la se preparando para entrar e se afastar, lhe causou um grande desconforto, não entendia o porquê, mas aquilo dera uma ideia um tanto inusitada, como quase tudo naquele dia. Uraraka havia dito que estaria de folga no fim de semana, não custava tentar.

 — Ochako-chan... — Abaixou o vidro do passageiro para que a morena pudesse ouvi-lo. Ela voltou a se aproximar do carro. — Sei que pode soar meio estranho, mas gostaria de ir como minha acompanhante no casamento da minha irmã!? Vai ser nesse sábado. Tenho certeza que ela também ia ficar feliz se fosse. Você disse que estará de folga...

 — Ah...bem.. — Ochako foi pega de surpresa, mas antes que pudesse raciocinar direito, sua boca foi mais rápida. — Claro, por que não! Vou adorar!

 — Ótimo! — falou o rapaz, levemente animado, na verdade bem mais animado por dentro do que conseguia demonstrar. — Eu te ligo amanhã para confirmar tudo. — Despediu-se mais uma vez e deu a partida no seu Mercedes preto.

 Uraraka ficou pelo menos uns cinco minutos paradas na frente de seu portão, tentava compreender o que acabara de fazer. Um misto de emoções começou a passar por dentro de seu corpo. Fazendo com que seu leve crush, que tinha por Todoroki na época da U.A, ressuscitasse . Seu ‘eu’ adolescente dava gritinhos dentro de sua mente, enquanto o de agora dizia que não era nada demais, era apenas um encontro de “amigos”.

 — Onde foi que eu amarrei meu burrinho.... — sussurrou, deixando escapar todo o seu sotaque de Kansai.  Quando a neve começou a apertar, entrou correndo para dentro de casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa fic tem quatro capítulos q serão postado ao longo da semana!

Espero q gostem!

Se possível comentem!

É sempre bom ler sobre o que acharam da fic^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Interferência Cósmica" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.