As 8:30 da noite Adam bateu na minha porta de novo.

- Ta aberta Adam. – Gritei do banheiro enquanto passava o fixador de maquiagem no rosto.

Quando sai, vi Adam eleganterrimo sentado na ponta da minha cama, o smoking preto e gravata borboleta, o cabelo jogado para trás passado até gel, Adam se levantou da cama ao me ver, e com os olhos brilhando que combinavam com o sorriso torto ele me disse.

-   Uau, essa é a Kira ? Porque a que eu conheço anda de tênis e calça – ele sorriu.

- É, dei um tapa nela e ela essa noite vai passar desacordada – sorri junto.

(...)

Pegamos o carro, me senti como num filme de Hollywood, nunca ia ter tanto glamour na minha vida como aquela noite, eu ia aproveitar muito, até o fim.

(...)

    Chegamos no local, tudo estava numa decoração perfeita, a eu estava amando tudo, Adam e eu entramos de braços dados, sentamos nos respectivos lugares, conversamos como alguns colegas de profissão, tivemos idéias de parcerias para novas campanhas. Tudo foi perfeito.

Teve a hora em que nossos nomes foram chamados ao alto do palco e recebemos os nossos troféus, me senti como a Julia Roberts recebendo o Oscar.

    A festa toda terminou por volta das 3:30 da madrugada, eu tinha bebido uns espumantes, mas nada que me tirasse do estado sóbrio, Adam volto dirigindo, ele não era de beber mesmo, tomou metade de um copo de whiskey e parou por ali mesmo.

 Chegamos no hotel, e Adam se queixou um pouco de dor de cabeça.

- Acho que eu tenho um remédio no meu quarto, vamos lá. – eu disse abrindo a porta com o cartão.

Dei o remédio para Adam que estava sentado no sofá da pequena salinha do quarto, ele frouxo a gravata borboleta, tomou o remédio e respirou fundo recostando a cabeça no braço do sofá.

 Tirei meus sapatos de salto alto e desmanchei o coque banana, me sentei ao lado de Adam e puxei sua cabeça pro meu colo, estava tudo um pouco embaçado, tinha um pouco do álcool fraco nas minhas vistas, e um pouco do sono que eu tinha atrasado, passei meus dedos pelos cabelos de Adam que nem o gel mais segurava, respirei fundo, e fechei os olhos encostando minha cabeça no encosto do sofá macio.

 - Kira – me surpreendi com  a voz de Adam me chamando.

- Oi – eu permaneci com os olhos fechados, e a cabeça encostada.

- Eu preciso te contar uma coisa. – ele disse, e eu abri os olhos levantando a cabeça para prestar atenção.

- fala então. – eu o fitei.

- Eu amo você.

- Também te amo Adam, - minha resposta foi automática, sem me dar conta do que eu tinha acabado de ouvir, eu encostei novamente minha cabeça no sofá, e fechei os olhos.

- Não Kira, você entendeu errado, eu amo você não como minha amiga, amo você como mulher, como a mulher que eu quero sempre comigo. – Adam levantou o tronco, e eu senti seus lábios nos meus, não foi um beijo quente como os que eu estava acostumada, aquele era diferente, não deixava claro suas intenções, não demonstrava que Adam queria me ver deitada naquela cama como ele, foi tão delicado, tão gentil... Por algum motivo eu não relutei, talvez eu desejasse aquilo também.  Mas que diabos estava acontecendo comigo ? Eu não estava feliz como tudo estava ? Eu com Mark, e Adam sendo meu amigo, será que eu estava sendo dividida entre eles ?

Depois de o beijo terminar eu permaneci calada olhando para o lado, sentindo os olhos de Adam atentos no meu rosto, na minha respiração.

Depois de alguns segundos ele se levantou do sofá.

- Acho que não foi a hora – ele pegou a gravata jogada por cima da mesa de centro.

- Tudo bem, eu... Eu também quis. – respondi saindo do transe. -  a gente vai sair amanhã ?

- Se você quiser por mim tudo bem. – ele sorriu aliviado, e saiu pela porta.

Sorri sozinha após Adam sair, tirei meu vestido e fui dormir, amanhã seria um novo e longo dia em Las Vegas.

(...)

 Acordei bem, me espreguicei na cama grande.

- Que bom vai dar tempo de pedir o café da manhã, pensei enquanto procurava o telefone e pedia o café no meu quarto.

Levantei-me e me troquei, o café chegou rápido, estava muito gostoso, comi rápido estava com tamanho apetite.

 Meu celular tocou.

- Alô – eu disse procurando uma bermudinha jeans na mala.

- Nossa, esqueceu de mim né, Kira, porque você não ligou pra mim mais? Qual foi nosso combinado caramba!? – Mark estava tão alterado no telefone eu até estranhei.

- Nossa, primeiro devia ser, Oi, ta tudo bem com você? Nossa que saudade de você. Não com uma patada dessa a essa hora – rebati já me aborrecendo

- Desculpa, mas fiquei preocupado, irritado amor. – ele tentou se explicar. – eu liguei por saudade, e também pra avisar que vou ficar por mais uns dias aqui.

- Olha Mark eu to ocupada, depois você me liga e conversamos. – desliguei o telefone. Cole ? Vai ligar gritando comigo, ta pensando que é o que aqui . Desliguei para não me irritar.

Adam bateu na porta, terminei de me trocar e saímos.  E foi assim no resto dos 6 dias que nós tínhamos livres, saímos para desfrutar de lugares lindos durante o dia, e a noite nos divertíamos em restaurantes, e bares, claro que os cassinos não faltaram. A história do beijo não se repitiu, mas tudo estava natural demais, estava ótimo do jeito que estava... Assim eu não me confundia sobre o que eu sentia.

(...)

#Voltando para casa.

A viajem de volta estava sendo ótima também, pegamos o vôo da tarde assim chegaríamos a São Paulo quando estivesse noite.

- Kira, eu preciso te contar uma coisa – me assustei, o que mais Adam tinha que me contar que ele já não tivesse contado, bom pelo menos o que mais surpreendente ele tinha para contar que eu não soubesse.

- Então fala Adam. Ta  com medo do ? – tentei brincar pra tirar o clima de tensão que pesava no ar.

- É sobre o Mark...