- Cadê a moto ? – perguntei analisando o painel do carro preto e confortável.

        - Quis variar hoje com você, e além do mais, onde vamos não é tão confortável de moto – ele respondeu

Mark me levo ao um Drive de filmes, aqueles lugares que se assisti o filme dentro do carro, um cinema sobre rodas.

Me senti como se estivesse no século XIX ou sei lá, mas adorei aquele lugar, passava um clássico na tela.

- Não sei como você descobre essas coisas velhas Mark, você me surpreende as vezes .

- Você não gostou ? – ele fez um bico de cachorro sem dono – pensei que ia ser legal te trazer aqui, ai seria como se fossemos do século em que você seria cortejada na praça ao luar. – ele suspirou e depois caiu na gargalhada.

- você ta ficando bom nas piadas einh – eu ria que mal podia me conter.

- tudo bem, tudo bem... te trouxe aqui porque preciso contar uma coisa... séria, digamos assim. – Ele virou o tronco em minha direção.

Olhei desconfiada, o que estava por vir de um cara lindo, safado, sarado e bobo como Mark.

- fala logo então que eu quero assistir o resto do filme. – serrei os olhos enquanto fala com ele.

- É que eu vou ter que viajar por umas 2 semanas talvez, minha avó está ficando muito doente, ela mora lá em Curitaba... Minha mãe me ligou desesperada para eu ir como ela, é difícil ser o único neto as vezes ... – ele olhou para mim por um momento cabisbaixo. – Eu tava pensando se você não queria ir comigo ?

- Nossa que triste Mark, desejo melhoras para sua avó, mas eu não tenho como ir meu amor, mesmo se eu quisesse não teria como eu ir.

- Mas porque ? Você não teria como pedir uma semana de férias no trabalho, eu não quero ir e te deixar aqui, não suporto essa idéia  .

OK OK ! PARA TUDO.

Que cena mais romântica é essa ? Eu estava começando a ficar sériamente nauseada com tudo aquilo, e ainda viajar para ver a AVÓ do Mark doente ?

Nem a mãe dele  que estava sã eu tava afim de conhecer.

Eu sei que posso estar sendo até um pouco... sei lá, fria talvez por não me importar com essas coisas de avozinha doente e blá blá ... mas é que nem da minha avó eu gostava muito, e nem fui vê-la quando tava doente, eu ia para Curitiba, tirar férias do meu trabalho para ver a mulher lá doente. Nem em sonho, nem se eu estivesse embriagada eu iria para lá.

Enfim. Eu convencia Mark ir para Curitiba ver a avó dele, disse que não teria problema nenhum em eu ficar duas semanas sozinha aqui, que eu me cuidaria e não iria beber tequila em nenhum bar.

(...)

O filme tinha acabado e nos terminamos conversando durante todo tempo que estávamos dentro do Drive.

Então com o termino fomos para casa dele...

(...)

Mark estava ficando melosinho demais pro meu gosto, mas eu ainda estava afim dele, então tentei ser o máximo de delicada possível.

Ia sentir falta daquele homem com aparência de machão, mas com um coração de bebê.

Ele me fez prometer que eu ligaria toda noite antes deu dormir só para ele me desejar boa noite, e disse que se eu não ligasse, ele ligaria, e se eu não atendesse ele me castigaria depois, quando falou do castigo ele me passou a mão pela minha coxa, logo pude perceber o que era o tal castigo.

- Prometo que ligo, e que atendo, mas é bom você me recompensar quando voltar de viajem porque se não o circo vai pegar fogo pro seu lado. – disse mordendo sua bochecha.

- Que tal eu já indo te mostrar a recompensa agora mesmo para você ficar com gosto de quero mais? – ele estacionou o carro na garagem do prédio.

- Não sei, vou pensar no seu caso. – saí do carro andando em direção ao elevador, Mark se apressou, e me seguiu.

(...)

Quando chegamos no apartamento, joguei minha blusa de frio no sofá como de costume, Mark me olhou com um sinal de aprovação. Eu corei.

Apesar de estar já a um tempo com ele, as vezes me batia uma vergonha de ter alguém sempre me olhando na maior parte das vezes como um bife suculento.

- Quando você vai viajar? – perguntei enquanto abri a geladeira e pegava um copo com água.

- Amanhã à tarde. – ele respondeu se sentando no sofá.

- hm... – me juntei a ele no sofá, era tarde já, devia ser lá para umas 11 horas da noite, o dia seguinte era sábado então terminei dormindo por lá mesmo, assistimos um filme, e dessa vez prestamos atenção na historia, a não ser por Mark nas cenas de beijo olhar para minha cara DESCARADAMENTE e perguntar .

- Vamos fazer um cover do filme só que em versão melhorada?

- Não me amola Mark – eu dizia afastando aquele corpo quente do meu, era muito difícil mas eu conseguia, eu resistia a tentação.