Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa
Capítulo 31 (Flashback - a infância de Alessa )
Sete anos no passado, quando Alessa tinha acabado de completar treze anos...
- Fell, pode me ajudar a encontrar Alessa? – Fernand pergunta.
- Claro tio Fernand. – Feliks sorri.
Feliks deixa o aposento em direção ao jardim.
- Seu filho é um garoto muito agradável Luiz. – Fernand diz.
- Obrigado meu primo, Feliks é realmente um garoto muito agradável e paciente. Ele me surpreende, mesmo com a morte de Hela continua sendo um garoto exemplar.
- A doença de sua esposa foi realmente um choque.
- De fato. Ainda assim Feliks não perdeu o seu sorriso.
- Ele e Alessa são muito próximos, não?
- Sim claro, Feliks gosta de pessoas distantes e distraídas.
- Talvez por isso ele e Alessa se dêem tão bem. – Fernand ri.
- Concordo. – Luiz ri também.
Enquanto isso, no jardim...
- Alessiel~! – Feliks chama.
- Feliks. – Alessa diz, do alto do galho de uma árvore.
- O que faz ai?
- Meu pai quer falar comigo?
- Quer.
- Ah...
Alessa desce da grande árvore de folhas escuras.
- Deve ser pra falar mais alguma besteira sobre a minha responsabilidade como futuro mestre de Orumiê...
- Você realmente não quer assumir a sua casa. – Feliks suspira.
- Não quero mesmo!
- Entendo. – Feliks diz, num tom de voz agradável. – Mas você sabe o que eu vi.
- Só por que você vê o futuro, isso não faz com que eu seja obrigado a seguir um roteiro!
- Não vou discutir com você meu primo.
Alessa encosta na árvore atrás de si.
- Desculpe Feel, não queria gritar com você.
- Tudo bem, tem sido difícil desde que a sua mãe morreu.
- Não tenho o direito de usar isso como desculpa, a sua mãe também morreu, e você não está se fazendo de vítima... – Alessa diz, sentando-se no chão.
- Eu já tinha visto a morte dela há anos, ambos sabemos que é diferente.
Alessa não responde nada, Feliks vai até ele e estende a mão esquerda.
- Vamos Alessa, seu pai está chamando.
- Obrigado Feel.
Os dois caminham na direção da casa, Alessa ao chegar, recebe uma porção de livros de seu pai, que lhe diz:
- Você precisa disto pra estudar química e física quântica.
- Sim papai. – Alessa diz.
Alessa deixa os livros sobre a mesa de seu quarto e vai se despedir de Feliks que está indo embora.
- Você gosta de Moscou, Feliks? – Alessa pergunta.
- Gosto de frio. – Feliks sorri simpaticamente. – Eu lhe escreverei algumas cartas, sim?
- Claro, eu vou esperar. – Alessa sorri.
O carro de Feliks parte da fachada da casa de Orumiê, Alessa deixa seu pai e vai andar pelo jardim da frente, ocupando-se em congelar as folhas secas de uma árvore próxima.
Seu olhar vaga ao redor por um momento, e ele vê uma criança com longos cabelos negros e olhos azuis muito claros, que aparentava ter a sua idade.
- Quem é você? – ele pergunta, estranhando a presença de alguém na casa.
- Por que pergunta? – a criança devolve.
Os delicados traços femininos levam Alessa a concluir que era uma garota, mas o que uma garota estaria fazendo no jardim de Orumiê?...
- Por que é o jardim da minha casa talvez?
A garota inclina a cabeça levemente para a direita, colocando as mãos nas costas e se aproximando, parando bem próxima a Alessa e abaixando na altura de seu rosto, seu cabelo cai pelos ombros.
- Você usa um perfume gostoso. – ela sorri.
- Erm... Obrigado?
Ela sorri amigavelmente, dando-lhe um selinho.
- Você... – ele começa.
- Tchau. – ela interrompe.
A garota corre pelo jardim, sumindo entre as árvores. Esse foi o seu primeiro beijo.
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