Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo 13

 

A casa era enorme, branca, tinha pequenos sinos na porta, vitrais com desenhos azulados e vermelhos escuros que formavam padrões maravilhosos; juntamente com um enorme jardim de pedras arredondadas e fontes em cascata de água que brilhava no sol.

- Nossa...

- O que foi? Não gosta da decoração? - ele riu.

Só a fachada da casa dele me fazia sentir pobre como nunca me senti em toda a minha vida...

Ao abrir a porta corrida da frente, criados estavam em duas fileiras ao longo de um corredor aberto e iluminado.

- Bem vindo de volta mestre Orumiê.

Esse é o sobrenome dele?

- Certo, certo...  - ele suspirou.

- Deseja alguma coisa mestre? Talvez uma nova muda de roupas?

O que havia de errado nas roupas dele? Pra mim estavam perfeitas, o suéter azul claro de mangas longas de lã, a calça de moletom azul escuro, e a gargantilha preta, tudo perfeitamente emoldurado pelos cabelos longos e os olhos claros de Alessa... P-E-R-F-E-I-T-O.

- Estou bem assim, só desfaça essa multidão de pessoas curvadas do meio do corredor...

- Sim senhor. - a criada disse, sem olhar diretamente nos olhos dele. - E a garota? - ela perguntou, olhando na minha direção.

- Ela ficará sobre os meus cuidados, obrigado. - ele respondeu.

- Sim senhor.

A garota curvou-se levemente e se retirou, caminhando pelo corredor e saindo com toda a multidão. E eu, fiquei lá, chocada, como uma caipira...

- Se ficar parada muito tempo, mandarei colocarem-na no jardim. - ele riu, observando minha expressão congelada.

- Hãn... Ah, desculpe... - me desculpei.

- Tudo bem. Não esperava que você agisse com naturalidade em meio a minha "casa".

- É muita modéstia chamar isso de casa... - protestei.

- Minha família mora aqui a séculos... - ele suspirou. - Por mim eu colocava esse palacete insuportavelmente grande abaixo... E construía um shopping center. - desdenhou ele, pegando minha mala.

- Shopping center?! - disse, revoltada.

- Ou um super-mercado. - disse ele, jogando o cabelo pra trás.

- Mas essa casa é linda! - eu disse, correndo atrás dele no corredor.

- Não ligo. Esse lugar é um tédio. Minha infância todinha foi a perda de tempo mais monstruosa que eu jamais quero me lembrar... - ele suspirou.

- Mas isso aqui é um palácio, além de muito elegante, e...

- Blá blá blá... - ele me interrompeu.

- Como você é mal agradecido...

- Sou facilmente entediável meu anjo, é diferente.

Houve um momento de silêncio, eu podia ouvir o som dos nossos passos no chão acarpetado, o que me deixava desconfortável, era o fato que em meio àquele silêncio, eu podia prestar atenção em outras coisas... Tipo nele... O que não era bom.

- Aliás, pra onde estamos indo? - perguntei, querendo mudar de assunto.

- Para o meu quarto. - ele respondeu, em meio a um bocejo.

Eu parei no meio do corredor... O QUARTO DELE?!

- O seu quarto...?

- Isso. - ele disse, parando também, um pouco mais a frente. - O que foi? - ele perguntou.

- O seu quarto...?

- Uhum... - ele disse, esperando que eu chegasse ao meu ponto. - Ah... - ele disse, finalmente entendendo minha discórdia. - Relaxe meu anjo, se eu quiser lhe fazer algo não é necessário que eu vá até o meu quarto. - ele sorriu, maligno como sempre.

- Isso deveria ser o que você chama de consolo?

- Não, deveria ser o que eu chamo de aviso prévio. - ele ri, continuando a andar.

Caminhamos por mais algum tempo, até uma gigantesca porta, entalhada, de madeira e metal, com maçanetas brilhantes e douradas.

Ele suspirou, não parecia gostar muito do aspecto daquele lugar, ele puxou uma chave enorme de seu bolso, colocando-a na fechadura e girando, até que fizesse "clic".

- Entre. - ele me indicou, enquanto guardava a chave.

Eu empurrei a pesada porta de madeira, que rangeu levemente. Do outro lado tinha um cômodo de paredes azul gelo, muito espaçoso, com uma grande cama de dossel no centro, sobre um tapete macio e felpudo cor de creme, e móveis marrom muito escuros; logo a frente havia uma janela de vidros azuis em um mosaico que desenhava figuras brilhantes nas paredes do aposento.

- Lindo. - eu não pude me conter em dizer.

- Se você diz... - Alessa suspirou.

- Eu digo.

- Vá dormir meu anjo. - ele disse.

- Como assim? - eu queria ver a casa.

- Veja a casa e atormente os meus criados amanhã.

Ele leu a minha mente...

Eu me sentei na cama de dossel, pulando nela e vendo se era muito macia, mas não era, tudo naquele lugar era perfeito, perfeito como Alessa. E falando nele, enquanto eu pulava na cama, ele caminhava novamente na direção da porta.

- Não vai dormir Alessa? - perguntei.

Ele sorriu e disse:

- Quer que eu durma com você meu anjo?

- N-N-Não foi isso que eu disse!

- Foi o que pensei. - ele riu, fechando a porta.

Ele nunca respondia minhas perguntas...

 


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