FAST LOVE – FIRST LOVE > UM CONTO DE CARNAVAL escrita por Bubuh 2008


Capítulo 5
Capítulo 5




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A luzinha branca era tão fascinante, me mostrava com clareza e rapidez as melhores e piores fases de minha vida.

Os primeiros passos, os aniversários, o colégio, Any.... as festas, Any... as discussões, as viagens, a faculdade, Chris, Mai, Eddy, Ucker e Any... Na maioria das cenas Any estava, minha amiga preciosa... Depois de tudo, as cenas sumiram dando lugar á silenciosa escuridão, fechei meus olhos. Já não sentia mais nada.
Morri? Assim como a vida, tive uma morte estúpida! Aff..
O breu foi dando um lugar ao cinza escuro, ao verde oliva, ao amarelo.... Algo me puxava, eu voltei a sentir o que estava ao meu redor mas não conseguia respirar, não conseguia abrir os olhos direito, não conseguia falar. Minha garganta e meu pulmão doíam.
Virei uma morta viva?! Nem uma morte digna eu mereço, =/????!!!
Fui puxada pra cima e senti o vento bater em meu corpo. Alguém me carregou e me colocou na areia.
—Duuuuuuuul! Duuuul! Fala comigoo! -Any estava chorando.
AAANY?!Eu estou bem, não se preocupe comigo! Pára de chorar!!!
—Ela não está respirando, deve ter engolido muita água. -apertou meu pulso. –O coração dela também não está batendo.
Seu idiota, é claro, que está batendo! Não está me ouvindoo? Eu conheço essa voz... É “ele”!!! Eu morri... e meu anjinho veio me buscar, =/! Ok, eu aceito! Com você eu vou pra qualquer lugar,^_^ ! Ouch, o que estou dizendo? Pensando?
—Duuuul, me descuulpa! Eu não quis te magoar... Me perdoa, Duuul!- ela me abraçou.
Any, eu não tenho porque te perdoar... É você quem tem que me perdoar! Drogaaa, meus braços não se mexem! Eu quero te abraçar, Aaaaany! =(
—Afaste-se, por favor, Anahí! Eu farei de tudo pra salvá-la!!!
Os braços de Any saíram de mim, dando lugar a duas mãos macias que eu já conhecia.
Pressionaram três vezes o meu peito e nada aconteceu. Mais três vezes e nada aconteceu. “Ele” tentou mais três vezes e nada aconteceu de novo.
—Duuuuuuuuul- Any chorava mais desesperada, eu queria acalmá-la mas não conseguia nem me mexer.

—Eu perdi ela, Chris! Eu perdi a minha melhor amiga... Eu a decepcionei, ela morreu chateada comigo! Se eu pudesse voltar no tempo...
—Pára, Any! Ela não morreu.. Eu sinto que ela não morreu! A Dul é forte e está resistindo...
Até o Chris tá aí, O.o!
—Vamos orar por ela, Any! É o melhor que podemos fazer... Ao invés de ficar aí chorando e sendo pessimista, você tem que querer a vida dela!
—Você está certo, Chris!
O Chris não tá com raiva de mim? Ele quer que eu fique viva, Oo!
Pude ouví-los orando e pedindo pela minha vida. E senti os dedos “dele” apertando meu nariz, sua mão pressionando meu queixo e sua boca sobre a minha,”sugando” todo o ar de mim. Eu senti meus pulmões doerem e a água sair pela minha garganta. Eu cuspi... “Ele” sugou meu ar mais uma vez e eu cuspi a água. A mão dele pressionou meu peito mais algumas vezes e toda a água saiu. Meus movimentos voltaram aos poucos.
— Cof..cof... Argh!!!!
Abri lentamente meus olhos e encontrei os “dele”, ele estava sorrindo pra mim. Um sorriso mais lindo do que o primeiro.
—Seja bem vinda de volta a vida!-com muito esforço, sorri de volta para ele.
—Duuuuuuul!!!! Você tá vivaaa...-Any já estava ao meu lado com o nariz vermelho, as bochechas molhadas pelas suas lágrimas e os olhos mais azuis do que o normal. –Que bom que você voltou!
Eu olhei para a mão que estava no ombro dela, era a de Chris. Eu senti um peso enorme no coração quando o olhei.
—Chriis....Obrigada!
—Xiiu, fique quieta! Acho melhor conversarmos depois. -e sorriu para mim. Devolvi o sorriso para ele.
—A ambulância chegou, Ponchão! –disse Dani.

—Vou levá-la até lá! Vamos, senhorita?!- seus cachos molhados pingavam em meu rosto. Era incrível como ele conseguia ser mais lindo. –A partir de hoje serei seu salva-vidas oficial. -me colocou em seu colo. - Mas espero não ter que salvá-la de novo tão cedo, sabe! ;)

Na ambulância recebi os cuidados mais específicos, lá verificaram que, apesar de todo o susto e de toda água que ingeri, eu estava bem. Fiquei mais um tempo repousando e recebendo assistência pra mais tarde ser liberada.
Enquanto estive repousando, Dani me fez companhia. Anahí não estava em condições emocionais suficientes para ficar comigo, meus outros amigos a acompanharam, inclusive Juliana e “ele”.
—Ainda bem que meu irmão te viu e deu tempo de te salvar. Você é uma menina de muita sorte, Dulce María!
—Percebo isso desde ontem. –ela deu um longo suspiro.
—Nunca vi meu irmão assim...
—Assim como?
—Dedicado... Sabe, desde ontem quando saímos de casa, para ir para o baile, ele veio com uma história!
—Que história? -eu gostava de ouvir sobre ele, Dani pareceu ser uma pessoa bem simpática e isso fazia sua companhia agradável.
—Ah! Ele disse que teve um sonho e que depois disso sentia que algo diferente ia acontecer na vida dele! Algo bom...
—Que irônico... Desde que saí de casa não aconteceu coisas muito boas comigo... kkkk Não fui atropelada mas meu pé ficou machucado. O que fez com que eu me afogasse hoje... A única coisa que eu posso considerar bom disso tudo é...-corei e abaixei virei meu rosto contra Dani.
—...meu irmão ter aparecido?!
—Siiim....-olhei para Dani, que estava séria.
Danielle é a irmã caçula dele. Tínhamos a mesma idade quando nos conhecemos... Qualquer pessoa que olhasse para os dois jurariam que eles não são irmãos. Dani tem cabelos lisos, castanho médio, olhos castanhos e um tom de pele claro mas bronzeado.

Perto dela, Ponchão era um fantasma.
—Dani, eu não tenho intenção alguma de começar uma relação agora.
—Mas você já começou uma comigo agora. Pode ter certeza, u.u!
—Como?
—Simples... Amizade e cumplicidade.
—Ah, ok... É muito bem vinda, por sinal, mas eu não estou afim de um romance com seu irmão por agora!
—Não??? Ah, mas eu gosto de outro tipo de fruta, Dulce! Comigo também não rola... Desculpe te decepcionar, huahuhauah...
Caímos na gargalhada. Dani, além de ser linda e simpática como o irmão, tem uma veia cômica.
—Criatuura, você me entendeu! Não quero me envolver com ninguém, ainda mais nessa época!
—Que época? Carnaval? huahauhuahuahuahua... Não vai me dizer que você acha que no carnaval só acontecem romances rápidos?
—É só isso que acontece, sim!
—Péééin, a senhorita está errada! É claro que a “época” facilita a consumação do fato mas não é assim com todo mundo! Conheço inúmeros casos de casais que se conheceram no carnaval e estão há anos juntos! Meus pais, por exemplo...
—Sério?!
—Pode crer! Eles completam na quarta-feira de cinzas, 27 anos de casados! E detalhe: Poncho está com 22 anos e eu com 19, *___*! Frutos de carnavais...
—Caramba! E vocês se sentem bem por serem “frutos de carnavais”?
—Não, somos simplesmente “frutos de carnavais”, Dulce! Somos frutos de um grande amor e é isso que conta.
Isso me deixou pensativa mas não mudava a minha maneira de pensar.
—Linda a história da sua vida, Dani mas... eu odeio carnaval!
—Por quê?
—Simples, eu faço aniversário nessa época. E a maioria das pessoas preferem viajar a comemorar meu aniversário comigo...- isso me doía profundamente.
—Nossa, que triste! Isso vai da cabeça da pessoa.. Eu não deixaria de comemorar com uma pessoa querida seu aniversário só por minha diversão e te garanto que meu irmão também, não!kkkkkk...
—Ai, Dani! Você está querendo converter minhas essências, é?!
—Não, apenas te mostrando os fatos, ;D!

—Ok... Já que você falou em mostrar fatos tenho um pra você! Eu não gosto de carnaval e seu irmão, pelo pouco que vi, adora! Temos gostos opostos...
—Realmente, Ponchão ama carnaval e tipo, é como se fosse nosso aniversário também...Afinal, fomos concebidos nessa época, aí rola uma comemoração!
Dulce, ninguém manda no coração... É difícil, você agir racionalmente quando se ama... e outra? Os opostos se atraem! Não estudou isso em física, não?
—Essa foi a aula que eu faltei, =D! Hauhuahuhauhahauhua.-dei uma pausa. -Ok, Dani... Vamos deixar as coisas fluírem naturalmente sem forçar a barra. Aliás, eu nem sei o nome “dele”!
—É esse o problema? Alfonso Eduardo Stewart Herrera, mas pode chamá-lo de Poncho... Ele só não gosta que o chamem de Alf! Porque lembra aquele seriado...
—Alf, o ETeimoso?
—Justamente, apesar de ele ser teimoso também....
—É, eu percebi...
—Por exemplo, você acha que ele gosta de praia? Dá pra perceber que ele não é muito fã! – esticou os braços mostrando a sua pele bronzeada e riu. -Logo hoje que eu queria ficar em casa pra descansar, ele quis vir comigo nessa praia!
—Sério? Eu também não sou muito fã....-meus olhos brilharam nesse instante, e Dani reparou.
—Tem alguma explicação pra gente ter vindo parar aqui? Poncho e seu bendito sonho recheado de intuições... Aff! Mas parece que ele não estava enganado, né?!
Nesse instante, ouvimos alguém bater na porta da ambulância e abri-la em seguida.

—Você já está liberada, Dulce María!-Alfonso apareceu sorrindo. –Danielle Jany, pare de encher os ouvidos da menina com suas abobrinhas. Vamos embora!
Dani me ajudou a sair da ambulância. Assim que terminamos olhou para mim e para Poncho, com uma cara sapeca.
—Bem, já são 13h30 e ainda nem me molhei... Acho que vou ficar por aqui... A paisagem está muito linda hoje!-ela falava, descaradamente, flertando com um cara que passava por ali.
—Desculpe por atrapalhar seu lazer, Dani! É a segunda vez que eu faço isso em menos de 24 horas!
—Espero que isso não se repita... Porque já está virando rotina, --!
—Fica quieta, Dani!!! E vê se não chega muito tarde em casa... Hoje tem bloco lá por perto e vou sair nele! Aliás é você quem vai me arrumar...
—Sim, senhoor! Mas agora estou indo porque já perdi muito tempo...
Dani se despediu de nós com beijos. E quando já estava um pouco longe deu um grito, me deixando envergonhada.
—TCHAAAAUUUU, CUNHADIIIINHAAAA!!!
LOOOUCA!!!!
—Liga, não.... Ela é louca mas tem bom coração!-contornou meu rosto com suas mãos. –Como você está se sentindo, Dulce?!
Eu estava me sentindo...
—Nas nuvens, =D!-disse com uma cara abobalhada para ele, que sorriu. Só aí percebi o que tinha dito. –Digo, é como se eu tivesse morrido, e agora estou voltando das nuvens...
—Ah, claro! Isso porque te pedi ontem a noite para se cuidar... E olha só o que você me apronta?
—É... E eu nem te agradeci, né?!- lhe dei um abraço apertado. –Obrigada, por tudo, Alfonso. Desde ontem á noite, até hoje de manhã!- me soltei e dei um beijo em sua bochecha. –Só não entendi como você me achou.
—Digamos que eu ouço a voz do meu coração, huahauhau! Ele disse para eu vir aqui hoje, naquela hora! E assim que cheguei, vi você, Anahí e o cara engraçado!
—Hum.…
—Aí, também vi você andando pra longe e resolvi te seguir, mas assim que eu ia falar contigo, você entrou no mar. E eu não gosto muito dessas águas –ele apontou pra praia. - São traiçoeiras demais. - ele dizia tranqüilo.

—Um cara como você não parece ter medo de mar!
—E não tenho, apenas prefiro piscina!-ele olhou em volta, e voltou a me olhar. -Seus amigos já estão em casa te aguardando, Anahí foi para a casa de Maite, e me pediu para te entregar isso.-era a bolsa que levei para a praia.
—Ah, obrigada!-peguei a bolsa. Me fiz de sonsa por um segundo. –E agora, como vou para casa?
—Eu te levo, María!!!!-ele estava desapontado por causa da pergunta que fiz.
—Então podemos ir, Alfonso?
—Não podemos!-ele sorriu.
—Como assim, não?! Eu quero ir pra casa...-eu fiquei irritada. –Se você não quer me levar, eu...
Ele se ajoelhou na minha frente e pegou minha mão.
—Dulce María, você quer...-abriu um sorriso. E eu já não sabia o que pensar... Meu coração batia mais rápido ainda, minha respiração estava ofegante demais. -...almoçar comigo?
ALMOOOÇAAAAR, Oo? ELE FAZ TODA ESSA CENA SÓ PRA ME PEDIR PARA ALMOÇAR?! Mas o que poderia querer dele além disso, ¬¬ ??

Acho que você já tomou líquido demais por hoje! Deve estar com apetite!- ele estava certo, e pra “melhorar” a situação, minha barriga roncou. Ele aumentou o sorriso, segurando uma gargalhada.
—XD, siiim!!!!

Fomos a um restaurante que tem ali perto, não pensei que dividiria uma refeição tão rápido com o cara que conheci na noite anterior. Aquilo parecia muito com um encontro, pelo menos para mim.
—E então?! Você vem sempre aqui?-ele soltou essa no meio da minha colherada de farofa, aquilo não foi uma cantada. Mas ri tanto que engasguei!
—Dulce? Dulceee, tussa!!! Levante os braços!!!!- ele se levantou e foi atrás de mim, dando os tradicionais tapas em minhas costas. Já era tarde mesmo, eu me tornara o centro das atenções naquele lugar. Até que eu desentalei, dando uma golada em meu refrigerante e o agradeci.
—Parece que eu não posso ficar perto de você sem passar por apuros!
—Já notei isso também, e estou sempre a te ajudar, ;D!-eu sorri sem graça. –Mas você vem com freqüência aqui?
—Graças a Deus, não!-olhei para todos que nos olhavam ainda. –É a primeira vez, que venho aqui...
— Não me assustaria se fosse a última também, kkkk...
—Ainda bem que você percebeu, ;D!
Rimos mais um pouco, e assim que paramos, ele ficou sério me encarando. Parecia analisar cada traço em meu rosto.
—Ainda não tive oportunidade de te dizer o quanto você é linda.
—Sua mãe não te ensinou que mentir é feio?
—Minha mãe me ensinou a dizer o que sinto e penso no momento que é propício.
—E agora, estamos almoçando...
—Você está almoçando e eu te admirando.
—Alfonso, eu sei muito bem aonde você quer chegar com esse papo! E o negócio é o seguinte, você é um cara diferente de todos que eu já conheci. É cavalheiro, lindo, gentil, adorável, lindo, salva-vidas, inteligente, e lindo!- só quando ele sorriu, percebi que havia dito coisas demais. Mas como era tudo o que eu achava dele, me calei.

—Dulce, eu sei poucas coisas sobre você, mas isso já é o suficiente pra me fazer querer estar a cada instante ao seu lado. Se eu falasse agora que estou apaixonado por você, seria um exagero. Mas se eu falar que não sinto nada de especial por ti, estarei mentindo!
—Alfonso...
—Deixe eu falar, por favor!-consenti com a cabeça. – Desde que nos batemos ontem na rua, você não sai da minha cabeça. Depois daquela hora era pra eu ir ao desfile com os meus amigos mas eu não consegui. Eu tinha que te encontrar de novo, ver os seus olhos perdidos... Até que te encontrei atravessando a rua. Você não imagina o quanto eu agradeci por aquele motoqueiro doido ter aparecido! Se não fosse ele eu não teria te visto de novo, e talvez...
—Ele teria me matado, ¬¬!
—Eu não teria ficado mais tempo ouvindo sua doce voz! Desde que acordei hoje, eu fico de minuto em minuto, relembrando todos os momentos que passei ao seu lado. Redesenhando em minha mente seu rosto, e até mesmo podendo sentir seu cheiro. – ele fazia o mesmo que eu... – Nunca fiz isso! Não sou do tipo romântico mas frases prontas se embaraçam em minha cabeça!
—Frases prontas?! Como assim?
—“Você é tudo que eu sonhei, tudo o que um dia imaginei!”-ele ficou vermelho.
—*______*!
—Eu não sei o que essa confusão na minha cabeça e no meu coração significam...- ele colocou a mão dele sobre a minha, que estava na mesa. – Mas quero entendê-las contigo!
Olhei para o verde esperança dos seus olhos e para nossas mãos, eu precisava ser sincera com ele.
—Eu não vou esconder que sinto o mesmo que você! Só que eu não quero sentir isso... Não é a época certa!- ele me olhou meio confuso, e sua mão ficou mais quente.
—Eh..Você está “naqueles dias”?
—hauhauhauhauhu.... Não, não foi isso que eu quis dizer!
—Ainda bem... Fiquei com medo agora, =)!
— Tipo acho que carnaval não é uma boa fase pra viver sentimentos novos!

—Ah, claro! Tinha me esquecido do quanto você odeia carnaval! Mas, ok! Respeito sua decisão...-ele estava decepcionado. Muito, por sinal! Seus olhos verdes já não brilhavam mais, e isso me deixou culpada. –Vou pagar a conta e depois te levo pra casa!
Naquele momento, me subiu uma onda pelo corpo, espantando toda a tensão que a conversa havia deixado em mim. E resolvi deixar de lado todas as minhas “nóias”, todos os preconceitos e assim, como ele, eu quis “entender” o que estávamos sentindo. Seria mais uma descoberta na minha vida. Eu não podia correr o risco de perder alguém, que tinha sensações boas ao meu lado e que eu correspondia, só por causa de grilos. Se ele fosse “mais uma ficada”, seria uma ótima ficada. Pelo menos, carinho tínhamos um pelo outro. Mas se ele fosse o meu primeiro amor, jamais me perdoaria.

Fomos para o carro e assim que entramos, ele colocou uma canção pra tocar.

“Es dolor el saber que lo nuestro se puede terminar
Porque simple y sencillamente nunca he sabido actuar
Y se que mueres por mi, vives por mi
Y nunca me has dejado atrás
Aunque sabes que a veces yo soy solo miedo
Pero vives en mí, junto a mí,
En mi interior, en este corazón confundido
Por eso te pido por favor

Enséñame a quererte un poco más
Y a sentir contigo el amor que tú me das
desvanece el frió
Quiero verte ya
Enséñame a quererte un poco más
Y a vivir contigo que no aguanto la ansiedad
De saberte mío quiero ir donde vás
Lejos de pensar que me estoy haciendo
Mal tengo que reconocer
Que todo esto me ha salido mal
Por eso voy a aprender voy a vivir,
voy a abrazarte más y más y
No quiero y no debo y no puedo dejar de verte
Por que vives en mí, junto a mí, en mi interior,
en este corazón confundido
Por eso te pido por favor
Enséñame a quererte un poco más
Y a sentir contigo el amor que tú me das desvanece el frió
Quiero verte ya
Enséñame a quererte un poco más
Y a vivir contigo que no aguanto la ansiedad
De saberte mío quiero ir donde vás... “

Enséñame, uma canção da minha banda preferida! Aquilo foi um golpe baixo do destino...
Um golpe baixo que confirmou a decisão tomada por mim. Queria viver cada momento com Poncho, já que ficar longe dele estava difícil. Mas eu tinha medo e minha razão dava voltas e voltas. O tempo da música foi suficiente pra chegarmos em casa. A música de alguma forma o acalmou.
—Você não tem cara de gostar de RBD!
—Eu não gosto de RBD, eu adoro! Além das músicas, Roberta Alexandra me fascina!
—A ruiva?!- puxei uma mecha do meu cabelo.- huahuaha...
— :)..Pois é! Chegamos, a princesa já está no castelo!-ele olhava distante, para o retrovisor do lado dele.

Pensar que não saberia quando voltaria a vê-lo, ou simplesmente em ficar afastada dele, me doía.
—Suba comigo! Assim você me livra de ficar presa no elevador, =p!-saiu sem pensar.
—Pode deixar!-ele deu um sorriso safado demais para o meu gosto.

Eu moro no 10º andar, o que leva um certo tempinho no elevador. Não sei porque mas com Alfonso ao meu lado o caminho ficou mais longo. Dividir um espaço tão pequeno com ele de certa forma, era muito tentador. Tentação que eu quis resistir, mas ele não. Eu queria ficar com ele mas, ao mesmo tempo, me sentia insegura. Eu tinha o conhecido há um dia atrás, ou melhor, nem um dia... Isso seria fácil demais.
Quando entramos no elevador, cada um foi para um canto. E a cada andar que passava, Alfonso se aproximava mais de mim. Até que, de propósito, ele já se esbarrava.
— Então, vai no bloco que vai sair daqui hoje?
—Não! Estou passando o carnaval mais estranho que já tive em toda minha vida, e quero acabar com a minha maré de azar hoje... Portanto, ficarei em casa! =D
Ele ficou de frente pra mim, caminhou seus dedos para os botões do elevador e me olhou.
—Tem certeza?
—Claroo! –desviei meu olhar. Afinal, já estávamos no 7º andar e eu não tinha com o que me preocupar. Mas ele foi mais rápido e, do nada, o elevador parou.
—Dulce...- ele chegou sua boca perto da minha orelha, me deixando toda arrepiada. –Eu não teria tanta certeza assim!
—Alfonso, você tem que ir... Vai ficar muito tarde para se arrumar para o tal bloco...
—Isso é o que menos me importa agora! –me deu um beijo na bochecha.
—Mas a mim importa! Já atrapalhei muito a sua vida nessas últimas horas, amiguinho.
—As melhores horas que passei, já que você estava em todas elas...;)!
—Eu..
—Não farei nada que você não queira!- ele enroscou o seu nariz no meu. Pude sentir o seu hálito quente.
—Poncho...- eu estava embriagada com seu hálito, sorri e ele me puxou pela cintura.
—Acho que essa é a permissão que faltava!-ele acariciou meus cabelos.

Ele colou seus lábios, macios, nos meus. No começo eu confesso que fiquei meio travada, mas o beijo lento, logo tomou empolgação. Larguei minha bolsa, segurei em seu rosto e ele em minhas costas. Aquele não foi o meu primeiro beijo, mas anulou os anteriores. Nem Jack, nem Derrick e nem Eddy me fizeram sentir borboletas na barriga, flutuar ou meu coração bater descompassado.
Quando o beijo acabou, nossos rostos permaneceram colados.
—Vai ver o bloco hoje?
—Acho que sim!
—Acha?
Nos lábios dele outro sorriso se formou, o mesmo safado que ele deu no carro, como se pedisse permissão para continuar. E eu sorri de volta na mesma proporção, meus lábios queriam os deles mais e mais. Assim que ele voltou a colá-los nos meus, eu perdi o fôlego de uma vez só, mas não tive tempo para me recuperar, pois a língua dele já buscava a minha. Abri meus lábios, timidamente e aos poucos, exploramos um a boca do outro. Me entreguei ao melhor “primeiro beijo” de toda a minha vida.
Não fazia nem um dia inteiro que eu o conhecia e já estava sentindo como se o conhecesse a anos.
—E...?-sorri envergonhada pra ele.
—Voooou, sim!!!!
—Eu não quero ficar um segundo que seja longe de você, *___*!
—Mas eu tenho que me arrumar ainda e você...-peguei minha bolsa no chão.
—Eu te espero!-sorri, não era difícil sorrir pra ele.
—Não vou demorar... – me ajeitei e dei de cara com a porta fechada, ele me fez esquecer que o elevador estava parado.
—Só espere um instante!-me puxou pela cintura.
Um beijo calmo como o primeiro uniu nossos lábios outra vez. Não foi um beijo caloroso, muito menos fogueto. Mas um doce... Tão doce quanto nutella.
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas eu já não era a Dulce que entrou naquele elevador.


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