—Sandra! Acompanhe-me até minha sala!

—S-sim, doutor!

—Sente-se, Sandra! Diga-me, sabe quanto tempo trabalha nesta empresa?

—Quase 8 anos. Nem sempre foi como secretária. Secretária mesmo só quanto terminei o curso de Secretariado.

—Sim, Sandra. Te pergunto porque te conheço desde que era auxiliar de recepção lá embaixo. Logo, imaginei que trabalhava para a empresa há muito tempo...

—Muito antes, doutor já trabalhava aqui! Comecei em um temporário na Produção, logo, tornei-me auxiliar e quando surgiu a vaga de secretária, agarrei-a e aqui estou!

—Humm... E este curso de Secretariado deve ter feito bastante diferença na sua vida profissional, não?

—Com certeza! Era apenas uma garotinha cheia de sonhos, mas sem um caminho a seguir, logo...

—Então, Sandra, vou direto ao ponto: desde que Mário foi embora, sabe que estou fazendo o trabalho sozinho das franquias.

—Sim, uma loucura.

—A parte disto teria que viajar e visitar as franquias já instaladas para ver como  estão funcionando, se cumprem o regulamento e o padrão da Ecomoda. Assim como, teria que viajar para alguns lugares como Uruguai, Argentina e Brasil, a fim de oferecer nossas franquias e conquistar mais este mercado. Mas me diga: como fazer isso? Como viajar para todos estes lugares e ainda comandar a central, em plena Lua-de-Mel (apesar de estar casado há quase um ano, para Armando ainda estavam em Lua-de-Mel) e com uma bebê pequena?

—Realmente, Seu Armando!

—Camilinha é muito pequena para viajar, mas também não podemos deixá-la aqui. E sozinho sem Betty, eu não vou!

—Quanto a nós, doutor! saiba que aparte de Betty ter se tornado nossa chefe, sempre será como uma irmãzinha para nós, logo, que cuidaríamos dela...

—Disso sei, Sandra. Sei como sempre cuidaram uma das outras! E com minha doce Betty não haveria de ser diferente, mas é minha mulher, temos que fazer as coisas juntos como prometemos e como meu sogro disse: "o diabo é porco" e ela não ficaria tranquila!

—Sim, compreendo, Seu Armando!

(Sandra não entendia onde seu chefe queria chegar, pensou que ele queria desabafar um pouco. E sentiu-se honrado, pois ele nunca em todo este tempo, parou para conversar com ela como neste dia)

—O ideal era ter alguém que tivesse experiência no manejo com as franquias, falasse bem e já tivesse anos de trabalho comigo e na Ecomoda. Tipo se tivesse uma assistente, esta seria a pessoa ideal para treinar para que pudesse me acompanhar e até me representar

—Tipo se a Betty seguido como sua assistente e não tivesse se tornado nossa presidente?

—Mais ou menos isso, Sandra. O fato é que depende de mim a expansão da Ecomoda. Entende?

—Sim, doutor. Mas estas coisas passam rápido! Minha sobrinha no outro dia era um bebê e agora já tem 5 anos! Logo, o senhor poderá viajar com Betty e até Camila.

—Então, eu sei. Mas de qualquer forma estarei acumulando serviço e não posso ficar parado.

—O que pretende fazer, então?

—Além do curso de secretariado, tem alguma outra formação?

—Não, doutor, infelizmente, não.

—E não gostaria de ter?

—Sim, claro. Mas nunca tive dinheiro suficiente para estudar, senão, teria me tornado aeromoça, viajar, conhecer outros lugares.

—É você tem altura para isso! Rs.

—Mas tinha que ter cursos e ainda saber mais dois idiomas.

—E quanto a isso... como anda seu inglês?

—Meu nível é básico!

—Acho que podemos começar por aí...

—O quê?

—Ocorre que o Plano de Negócios da Ecomoda neste ano tem como meta principal o investimento na formação técnica do Staff da Ecomoda. Nosso material humano: vocês!

—O quê?

Armando lhe explica.

—Mas acho que daria certo comigo?

—Tem que ter ambição para isso. Querer fazer. Você aprende rápido, fala bem, tem porte. Pode aprender! Posso te ensinar o que sei, aparte da formação oficial.

—E quando começaria?

—Se pode já na semana que vem! O curso de Inglês que precisa! Quanto ao de administração quando estiver aberto as inscrições, vou te pegar os formulários. Mas posso começar já te ensinando a questão das franquias! E podemos visitar as de Bogotá para começar. Que acha?

—Perfeito, doutor! Espero dar conta!

—Aprenderá com os melhores, Sandra! Além da formação formal, claro!  Para começar faremos assim: quero que continue atuando como minha secretária aqui.  Mas quando estivermos em alguma visita, não posso te apresentar como executiva porque ainda não é, mas secretária não fica adequado. Nestas visitas terá que atuar como minha assistente. Passaria por uma espécie de treinamento. E logicamente, ganhará como tal, como assistente!

—Ai, doutor!

—Sabe como sou exigente, neurótico, espero qe possa corresponder, Sandra! Que se esforce!

—Eu também, Pois tenho medo de não conseguir!

—Mas crê que consegue?

—Sim, vou fazer o máximo!

—Preencha estes formulários de interesse. Já vou inscrevê-la no de Inglês, preciso que seja fluente e para isso leva dois anos, então, comece já! Mas para ser uma assistente como eu preciso só uma pessoa pode te ensinar: você sabe, Betty!

—Sim. E lógico ela está de acordo...

—Sim, ela sabe que preciso de uma assistente tenho, por razões que conhece, evitado pedir uma, mas ela sabe que por conta da urgência de tomar conta das franquias e expansão das mesmas, preciso ter alguém me auxiliando... E gostou que fosse você pelo fato de ser amiga, do quartel, e não uma de fora!

—Sim, a entendo, doutor. 

—Não parece, mas minha doce Betty é muito ciumenta...

—Não é para menos... Tem que cuidar do que é dela!

—Apesar de que ela não tem motivos para desconfiar de mim, mas prefiro que se sinta bem.  Então, estamos acertados? Mês que vem já quero levá-la às lojas do Centro para que se inteire na prática, mas quanto ao treinamento de assistente, aprenda com a melhor: minha Betty!

Sandra, apesar do medo de não dar conta do que ele precisa, sente-se bem de saber que ela desenvolva um bom trabalho sob direção dele e ainda mais que Betty confie nela para ser a nova assistente de seu marido.

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