Tan Enamorados - Betty e Armando Mendoza escrita por MItch Mckenna


Capítulo 12
Capítulo 12:Problemas I


Notas iniciais do capítulo

Apesar dos receios de Betty, Armando conseguiu demonstrar todo seu carinho e amor, fazendo-a que se sentisse segura e depois de dividir anseios e sonhos, amaram-se novamente. Mas o dia seguinte aguarda-lhes para novas aventuras.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790392/chapter/12

Betty adormeceu abraçada nos braços aconchegante de seu amado Armando , sentindo-se novamente amada e protegida, mas a realidade insistia em bater-lhe às portas:

—Ai, doutor! Acorde! Tenho que ir para casa, são onze e meia!

—Puxa! Está tão bom aqui... você nesta cama, ouvindo jazz.

—Doutor, é sério! Meu pai!

—Ah sim, sim! Eu sei! Vamos!

 Os dois começam a se vestir.

—Vou ter que voltar com este vestido mesmo e explicar para meu pai!

Ainda ficam se despedindo no carro, ao chegarem na casa de Betty. Por sorte, Seu Hermes está dormindo.

—Ai, filha! Que bom que chegou! Está linda! Que vestido é esse?

—A Inesita me emprestou para ir ao jantar de namoro com os pais do doutor!

—E como foi?

—Bem... Vou subir agora, pois estou cansada. Beijos!

Julia estava curiosa para saber os detalhes, mas deixou a filha ir descansar, vez que sabia que ela precisava renovar sua energia para estar apta para enfrentar mais um dia de trabalho. 

 

Betty não deixa de escrever em seu diário tudo o que aconteceu no dia sua insegurança perante os Valência, a certeza de que Dona Marcela ainda nutre algo por Armando e que espera pacientemente que um dia seja dela, bem como, Daniel lhe deixa incomodada com suas cantadas e insultos. Sobre como Dona margarida começou a tratá-la friamente quando soube que aquele era um jantar oficial de namoro e não um jantar para falar sobre assuntos da empresa.

“Mas tudo acabou bem quando pude sentir novamente o amor de Seu Armando por mim. No começo tive medo, mas ele foi tão paciente e carinhoso me abraçando, ouvindo Jazz e tomando suco de amora, quem iria imaginar. Contou-me coisa que eu não sabia que gostava. Pediu que lhe contasse dos meus gostos e senti-me tão protegida, tão dele que não teve como não ceder ao apelo de nossos corpos e fazermos amor. Fui dele duas vezes. Disse-me com todas as letras que agora sou a coisa mais importante de sua vida. E que nada, nem ninguém está entre nós.  Por fim, acabamos adormecendo juntinhos, abraçados.”

No dia seguinte, Betty irradiava felicidade, Nicolás a levou em seu carro, eis que seu Hermes iria utilizar o dia para ver com advogados assuntos referentes à sua rescisão.

—Está tudo bem, Betty?

—Sim, Nicolás!

—Pelo visto acertou-se com o cabeção!

—Você e sua mania de chama-lo assim!-riu da forma característica

—É que o Dr. Mendoza tem sim uma cabeça grande, entende?

 

—Não, o Seu Armando é um príncipe, ele é lindo!

Nicolás faz com a cabeça como quem diz que Betty não tem mais jeito.

—É o amor, Betty! O amor!

Betty fica a sonhar no carro.

Ao chegar na Ecomoda, cumprimenta as amigas com sorriso nos lábios, mas quando Dona Marcela surge com seu olhar ameaçador, se recolhem:

—Boa dia, Dona Marcela!

—Bom dia, Dra. Beatriz!

Quando Betty adentra a Presidência, Marcela pergunta à Patrícia:

—O Armando já chegou?

—Ainda não!

—Viu como ela está feliz? Com certeza passou a noite com ele!

—Ai você acha?

Marcela nada responde e adentra sua sala, batendo a porta.

Depois de algum tempo, Inesita lhe pede que vá ao ateliê de Hugo, o que ela prontamente faz, vez que prefere adiantar tudo o que tem que fazer antes de começar a trabalhar no computador e antes que Armando chegue.

—Como foi ontem, Betty?

—Foi maravilhoso! Ele me assumiu perante seus pais!

—Sério?

—Sim.

—E eles?

—Bem... Dona Margarida não gostou nada, mas seu Roberto foi muito gentil!

—Sabe, filha é preciso dar tempo, pois ela sempre quis que Dona Marcela...

—Sim, eu sei Inesita!

—E seu Armando o que pensa disso?

—Disse que está feliz e que o que importa é a decisão dele de ficar comigo e que me ama!

—Que bom, filha! Tive um bom pressentimento a respeito dos sentimentos dele!

—Quanto ao vestido, Inesita... Seu Armando gostou tanto que me disse para não devolvê-lo. Por ser da coleção passada e que é seu presente de namoro, pois ficou perfeito em mim, segundo disse.

—Ah sim?

—Mas eu faço questão de pagar por ele!

—Não tem problema, filha! Já ia ser recolhido para o depósito, onde ficam guardados os modelos mais vendidos!

—Neste caso o Seu Hugo será que não vai ficar bravo?

—Não! Temos outro igual, só que de outra cor. Guardamos para termos o exemplar e ele às vezes usa como inspiração para outros modelos. Fique tranquila!

—E sabe quando ele volta?

—É sobre isto eu ia lhe falar...  Ele está bem relutante. Mas não é por sua causa não! É por conta do namorado. Não estão se acertando e não pretende voltar tão cedo.

—Bem...

—A sorte é que a coleção passada foi um sucesso, então, tão logo, não teremos que lançar outra!   As meninas do quartel até foram convidadas para desfilarem na loja da Candelária!

—Fico feliz em saber! Espero que façam isso antes do seu Hugo voltar!

—E você concorda?

—Se as meninas toparem você também, Inesita, pode ir!

—Imagina... não tenho idade para estas coisas!

—Tem sim! ficou linda e graciosa no desfile. -Betty olha com desconfiança para uma modelo novata que estava experimentando uns moldes- Quem é esta moça?

—É uma nova modelo de corte.

—E a Jenny?

—De férias com o Cheque! Esta está fazendo experiência de molde com a estilista-estagiária, a Joan.

—Ah!

—O que foi?

—É que não a conhecia!

 

—Já que você gostou daquele vestido e provavelmente terá outros eventos, première para ir, jantares românticos, coquetéis da empresa, não gostaria de aproveitar e ver mais alguns modelos?

 

Inesita procurou desviar a conversa já que vira que Betty não gostara da presença da modelo novata. Estavam com contratos fechados com várias modelos excelentes e nem mesmo, Jenny,  após uma conversa franca com Betty, perturbava a paz na Ecomoda, sem seu Hugo para incentivá-la. Logo, para que mais uma que não sabia como a empresa estava trabalhando na nova gestão. 

—Ai não sei, Inesita! Estou com muitas roupas que nem usei ainda! Acho que vou ter que comprar outro armário (riu-se) 

—É que estas roupas que você tem, são boas para o trabalho, mas precisa variar para estes eventos. Está chegando a época de festas e muitos eventos de gala irão surgir! Você agora é uma nova mulher, nossa Presidente.

—Ai, Inesita!

—Venha, Betty! Tem alguns que ficarão elegantes e sóbrios em você! Nossa principal modelo!

—Nem em sonho fale isso! Armando sente arrepios! (Deu sua risada característica)

Como Inesita insistia, Betty resolveu experimentar alguns modelos.

Enquanto, Inesita e Betty conversavam, Armando chegava na administração:

—Olá, meninas! Bom dia! Como vão?

Armando perguntou, visivelmente sorridente para as meninas do quartel, que responderam em coro que estava tudo bem.

—Betty está na Presidência?

—Ela foi até o ateliê de Seu Hugo!

—Ah...

—E seu Hermes?

—Não veio hoje!

—É mesmo? Hum...

Armando deu uma passada no banheiro para ver como estava seu cabelo e ajeitar o paletó para ir ver Betty no ateliê.

—Ai, Armando Mendoza! Vamos lá ver sua Betty! 

—__________

Patrícia tratou de avisar Marcela a respeito da chegada do vice-presidente:

—Ah, vou falar com ele! -Armando estava saindo do banheiro- Oi, Armando!

—Oi, Marcela! Como vai?

—Preciso falar contigo!

—Marcela, tenho que resolver um assunto urgente, depois falo com você em sua sala!

—É sobre as vendas, Armando!

—Já volto!

—Você viu, meninas, o sorriso de Seu Armando?

—Sim! E aposto que foi correndo ver a Betty para aproveitar que seu Hermes não está aí!

—Ontem a farra foi boa!-animou-se Aura María

—Ei, não vão trabalhar?

—Oxigenada! Vai para sua mesa! E para de ficar se metendo ou vou te dar uma..

—_________

 

Betty estava animada vestindo as roupas em uma das cabines, enquanto a modelo novata entrou na outra, para vestir-se e esperar os ajustes. 

 

Inesita ajeitava as roupas no cabide, quando Armando chegou:

—Oi, Seu Armando! O que faz aqui?

—Xiu!!! Fale baixo. A Betty está aí?

—Sim! Está experimentando umas roupas!

—Ah! Aquele vestido de ontem é meu presente!

—A Betty já me disse. Agora está experimentando outros para os eventos de fim-de-ano!

—Maravilhoso! Se forem como aquele!  Olha, Inesita, vai dar uma voltinha, por favor, vou fazer uma surpresa para ela!

—Seu Armando!

—Por favor! Pode ir tomar um lanche...

—Sim, senhor!

Todo animado, Armando dirigiu-se à primeira cabine. Ao ver uma moça morena de costas na cabine, não teve dúvidas de que era sua Betty, e prontamente agarrou-a por trás.

—Bom dia, meu amor! Venha para meus braços!

Mas infelizmente não era Betty que estava ali seminua e sim a tal modelete, que ao sentí-lo, ainda embrulhada na cortina retribuiu o abraço.

—Dr. Armando!

—Mas você não é minha Betty!

Nesta mesma hora, Betty que já estava vestida chocou-se ao ver a cena de Armando e a modelo se agarrando:

—Seu Armando!!!

—Betty?

Subitamente ela olhou para ele, decepcionada, e saiu correndo.

—Betty! Betty! -gritou-lhe

A modelo morena ainda o agarrava.

—Vem, garanhão! Eu conheço sua fama!

—Largue-me, sua louca! Betty! Betty!

Betty subiu as escadas em direção à Presidência, querendo achar alento:

—Betty! Conte-nos tudo sobre o jantar! -perguntou-lhe Sandra

—Agora não, meninas!

— O que foi, Betty? Está branca como papel!-Mariana que, abandonara a recepção

—Viu um fantasma?

—Vi sim!  Mas não posso falar agora! Eu não estou para ninguém! O Nicolás está aí? Tem alguém com ele?

—Está sozinho na sala dele! -respondeu Sofia

Betty abriu a porta subitamente:

—Nicolás!

—Betty, acabei agora a proposta sobre os pontos, já te entrego.

Betty abraça Nicolás chorando.

—O que foi, Betty?

—Não quero falar nada, Nicolás! Me deixe chorar!

Do lado de fora, Patrícia estava de orelha em pé, assim como as do quartel e ficaram ainda mais quando Armando chegou desesperado, perguntando:

—Onde está a Betty?

Elas se entreolham.

—Digam-me onde está a Betty?

—Ai, doutor!

—Está na sala do Nicolás! -respondeu Patrícia

Armando abriu a porta com tudo e encontrou Betty chorando no ombro de Nicolás,  sendo consolada por Nicolás.

—Betty! O que está acontecendo aqui?

—O que fez para ela, cabeção?

—Betty! Largue minha Betty, dentuço! Ou eu...

—Você o quê? O Nicolás é um irmão para mim, você já sabe! Não ouse encostar um dedo nele de novo ou vai se ver comigo!

—Betty!

—Vai lá agarrar sua modelo!

—Ihi, já está assim de novo? -Nicolás balançou a cabeça, reprovando.

—Não estou assim nada! Pensei que era você, Betty!

—Esta não cola, cabeção!

—Dá licença, dentuço, preciso falar com Betty a sós!

Nicolás sai da sala.

—Betty, me escute!

—Não, Dr. Mendoza! A mim o senhor não engana!

—Não estou tentando te enganar, Betty!

—Esquece quantos vezes te ajudei a escapar da fúria de Dona Marcela por tipos como aquela?

—Não é o mesmo caso, te juro!

—Não, realmente, pois nos que te ajudei as moças estavam te assediando, neste você que a agarrou! Realmente, não é o mesmo, neste eu não iria te ajudar!

—Betty! Deixe-me explicar-lhe: eu cheguei na empresa e fui logo te procurar...

O telefone interno toca, é Sandra:

—Ai, Seu Armando não queria incomodar...

—Fala logo, Sandra! Estou ocupado!

—É que é a ligação que estava esperando, Alejandra Zsing da Venezuelana!

—Alejandra? Agora não! Diga-lhe que estou resolvendo assunto mais importante e que depois retorno.

—Ah... que ótimo! Por que não fala com ela agora, Dr. Mendoza? Com certeza, ela tem muita pressa para falar com você! Coisas muito importantes!

—Não, você é mais importante que qualquer assunto! -tenta segurá-la-Você precisa me escutar!  As coisas não são como parecem!

—Largue-me, doutor! Aquela moça que ficava na sua caverna suspirando e chorando por você, acreditando em tudo que dizia, infelizmente, morreu.  Eu sei que sempre teve fraqueza por modelos 90-60-90, mas esperava que tivesse a consideração de não fazer isto na empresa que administro!

—Betty! Escute-me, Betty!

—Deixe-me em paz!- Betty o empurra para fora -Preciso trabalhar!

Ao saírem para o corredor sob olhares curiosos, Betty vai direto para a sala da Presidência e tranca a porta. Já Armando, conhecendo bem sua personalidade, acha melhor que ela se acalme e vai para sua sala.

—Aura Maria!-Betty chama ao telefone- Se tiver ligações importantes pode me transferir! Mas para qualquer outra coisa, não estou para ninguém!

Betty fica a manhã inteira trancada no escritório, sem querer falar com ninguém, nem mesmo com as amigas do quartel, que não se aguentam de curiosidade. Armando tinha alguns assuntos urgentes para falar a respeito das franquias, então, procurou se concentrar no trabalho, ligando, inclusive, para Alejandra Zsing que queria lhe dar a notícia sobre a inauguração da franquia na Venezuela.

—Muito bem, Alejandra! Me mantenha informado. Sim, iremos nos organizar para estarmos pessoalmente na inauguração.

Depois, Armando reuniu-se com Marcela e Nicolás a respeito da implementação dos novos métodos nos demais ponto de venda. Marcela percebe que há algo no ar, mas não consegue tirar nada. Quando ela sai, Nicolás e Armando conversam sobre os acontecimentos da manhã.

—E Betty?

—Está na sala dela, não voltei a falar com ela!

—O que você fez para ela, cabeção? Ela falou sobre uma modelo.

—Não fiz nada, Nicolás! Foi tudo um mal entendido, pior que foi tão rápido que não saberia explicar!

—Pois acho que deve tentar resolver logo, pois as fofocas já estão correndo!

—Preciso explicar primeiro para você. Não fiz nada! Minha intenção era fazer surpresa para Betty...

Explica o ocorrido...

—Se foi mesmo como está me dizendo, então não tem culpa de nada, mas a questão é a Betty acreditar, sabe como ela é!

—Sei! -Coloca a mão na cabeça desesperado -Ela precisa acreditar em mim, não sei viver sem ela! Só tenho olhos para ela!

—É pode seri! Mas ela já é insegura, imagina...

—Me ajuda, Nicolás!

—Olha, Sr. Mendoza, não quero me meter nesta história, já deu muitas problemas...

—Você não é o melhor amigo dela, a única pessoa em quem ela confia?

—Por isto mesmo... ela vai achar que é uma espécie de solidariedade masculina e vai perder a confiança em mim!

—O que eu faço, então?

—Ela já deve estar mais calma.  Tenta ver se ela não aceita almoçar com você em algum lugar. Mas não o Lenoir, onde podem encontrar alguém da empresa, vão em outro lugar!

—Vou ver!

—_____________

Quando Armando ia saindo da sala de Nicolás, viu um entregador entregar um bouquêt de flores para Aura María e ficou curioso:

—Freddy está ficando romântico agora?

—Imagina que meu grilhinho pensa nestas coisas... 

—Então para quem são? Diga, Aura María!

—Ai, doutor, é que são para Betty!

 -E quem mandou entregar isso? 

—Ai, Sr, Armando! Até pensei que havia sido o senhor! Deve estar no cartão, eu não vou abrir, ela que veja!

—Aura Maria! Aura Maria! Volte aqui! Deixe-me ver isso! 

Aura Maria adentrou a porta da Presidência, deixando Armando gritando com cara de bravo do lado de fora e entregou as flores à Betty, que também pensou serem de Armando.

—Não quero nada, Aura Maria!

—Mas é que entregaram! E não é do seu Armando, não! Abre, vamos ver quem mandou!

Betty abre o cartão:

—“Para Beatriz Pinzón,

Peço desculpas pelos comentários que teci ontem na reunião, o fato é que não consigo parar de pensar em você e não me conformo que possa estar namorando um tipo como Armando sem nunca ter me dado uma chance. Se me desse, veria que sou bem mais interessante.

Espero que aceite meu convite para que jantemos hoje. Pego você às oito na empresa.

De seu admirador,

Daniel Valencia”

 

—De quem é?

—Aura Maria! Não fale nada sobre estas flores com ninguém! Especialmente com Dona Marcela ou Sr. Armando.

—Ah, ele já sabe! Ele viu quando chegaram!

—Neste caso... (Betty ia jogar as flores fora)

—Ai, mas são tão bonitas! Não jogue fora!

—Leva para você, então! Não quero nada deste senhor aqui!

—Mas quem as enviou?

—Um tipo bem indigesto. Não quero falar sobre isso agora. Por favor! 

(Ela joga o cartão no lixo)

O lado de fora, Armando vê Aura Maria depositar as flores em um jarro.

—De quem são?

—Ela não quis falar. Ia jogar fora, então me deu!

—Eu vou falar com ela!

Armando respira fundo e adentra a sala.

—Betty!

—Não quero falar nada agora!

—Betty, precisamos conversar, mas até prefiro que não seja aqui, pois nos interrompem.

—Não tenho nada para falar contigo. Aquela moça acabou de chegar na empresa e já está passando pelo teste de qualidade com o Sr. Vice presidente!

—Betty, não é assim! Eu não sou mais este homem! Aceita almoçar comigo para que te explique tudo?

—Não sei, talvez eu almoce aqui na empresa mesmo, pois tenho muito trabalho.

—Por favor!

—Vejamos!

—Ah, estes são os novos pontos de venda nos quais falamos ontem. Já verifiquei com Nicolás e Marcela.

—Certo! Vou analisar!

Armando já ia saindo, quando o telefone tocou, era Daniel Valência:

—Ai, Aura María! Está bem, pode passar!   Pois não, doutor! Sim, as recebi, agradeço mas não era necessário.  Não se passou nada demais na reunião. Agradeço seus elogios, mas não creio ser merecedora, prometi colocar esta empresa de pé e estou cumprindo apenas.  

Armando fica ouvindo calado com olhar ciumento, mas finge estar conferindo o relatório.

—Creio que não entendeu, não posso jantar com o doutor hoje. Assuntos da empresa devem ser resolvidos aqui. Não precisa fazer isso, até sexta-feira iremos depositar seu cheque. Pode ficar, tranquilo, doutor Valência. Está programado e eu pessoalmente irei providenciar para seja feito.  E se julga necessário, irei pedir a Aura Maria que agende um horário aqui para conversarmos.

Armando abaixa bruscamente o relatório e fica olhando Betty. Quando ela desliga o telefone:

—O que este tipo ainda quer com você, Beatriz?

—Não sei! O Sr. não tem trabalho para fazer em sua sala?

—Betty, o que ele quer com você? Certamente, está dando em cima de você para me confrontar!

—Ao contrário do que pensa, o mundo não gira ao seu redor, Doutor Mendoza!

—Betty! Este tipo não faz nada que não seja minimamente calculado.

—Diferentemente do senhor, que deixa seus instintos atuarem naturalmente, não?

—Betty, ao contrário do que pensa, não tenho nada com aquela moça ou qualquer outra! Só tenho olhos para você! Já tive oportunidades e não quis! Você é a única para mim! Almoce comigo para conversarmos!

—Já disse que vou pensar!

—Foi o Daniel que te mandou as flores?

—Sim. Uma delicadeza, queria pedir desculpa pelos comentários na reunião e elogiar minha gestão.

—Betty! Betty! Este tipo é abusado! Ele está querendo outras coisas!

—E acaso julga-me tão burra para cair neste tipo de artimanha?

—Não... Nunca foi burra!

 

—Acaso sou assim tão fácil para ceder à primeira cantada de alguém como Daniel Valência, que conheço muito bem?

—Não, não! Sei quanto é esperta e inteligente, mas ele é ardiloso. Bem, espero sua resposta para nosso almoço. Posso te beijar?

—Melhor não! Estou chateada!

—Está bem!

Armando sai da sala. Betty fica analisando o relatório sobre implementação da estratégia nos pontos de venda. Mas está nervosa e não quer pensar em mais nada. Resolve reagendar seus compromissos para o dia seguinte, eis que já que não são urgentes e pede à Aura Maria que quando Armando a chamar, dizer-lhe que foi embora para casa.

Pega seu carro e resolve dar um passeio para espairecer, antes de ir para casa.  Esperava passar uma tarde tranquila. Para isso, desligou seu celular, não queria falar com Armando e tão pouco envolver-se em assuntos do escritório.

—________________

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tan Enamorados - Betty e Armando Mendoza" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.