Sweet Hot escrita por Miryu Kitano


Capítulo 2
Desafio, Bebê!


Notas iniciais do capítulo

Venho eu aqui, depois de um TEMPÃO com o outro capítulo.

Se divirtam!



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Alice

 

Meu corpo começou a entrar em alerta, arrepios descendo pela minha coluna. Segurei um gemido agudo no momento que Matheus mordeu em um ponto sensível demais em meu pescoço, as mãos dentro da minha camisa, passeando perto da rendinha branca com uma destreza que eu desconhecia. Ele já sabia o suficiente de mim pra ter plena noção de onde me deixaria mais excitada. A forma que ele conseguia me deixava sem ar.

 

 

— Você sabe que não é bom gemer muito alto por aqui. Qualquer um pode entrar e sair.

 

 

Trinquei os dentes, o calor desceu do meu rosto para o meio das pernas, estava pra derreter a qualquer momento.

 

 

— Ei mano... CARALHO VIU! Vocês não vão transar na porra da minha cozinha não!

 

 

O frio começou a vir de repente, me fazendo xingar baixinho. Abri os olhos e encontrei o dono da casa olhando pra gente todo vermelho, uma carranca misturada com sorriso sacana no rosto.

 

 

— Caralho, posso nem pegar minha mina em paz.

 

 

Matheus praguejou e encarou o rapaz na entrada da cozinha. Acenei em concordância com ele, já extremamente chateada e nervosa. Porra, tava tão gostoso...

 

 

— Isso é fogo no rabo caralho. Podem deixar o sexo pra depois, vamos brincar de verdade ou desafio na sala.

 

 

Ele chamou mais animado, me fazendo revirar os olhos. Certo, eu poderia dar pro Matheus depois, não haveria problema. Empurrei o ombro dele, e indiquei pro corredor.

 

 

— Vamos lá meu anjo, depois a gente termina.

Ele cerrou os olhos me encarando muito sério. Devolvi o olhar, porém cheio de malícia e que praticamente dizia "Você vai me comer depois, larga de manha e faz o que eu quero". Ele concordou sem pestanejar, e ao invés de me deixar sair, se virou. Voltei a agarrar seu quadril com as pernas e segurei em seus ombros, dando um beijinho no topo de sua cabeça, deixando que ele me levasse pra sala.

Percebi o estrago que adolescentes podem causar pra humanidade no momento que bati os olhos no ambiente ilimitado apenas por algumas luzes que vinham de não sei aonde. Eu estava mamada demais pra prestar muita atenção em detalhes.

Já tinha mais gente na sala. No máximo, umas seis pessoas, sentadas em círculo, uma garrafa de vidro verde no centro. Cogitei não desgrudar das costas dele, mas tive que fazer. Cutuquei uma menina ruiva e um moreno sentados, pedindo pra que se afastassem um pouco, sendo logo atendida. Me sentei e o crush fez o mesmo.

Dentro da roda também havia algumas garrafas de bebida e copos de shot. Permaneci em silêncio, apenas esperando começar o jogo das pessoas pecaminosas.

— Vocês conhecem as regras né. Boca é pergunta, fundo da garrafa é resposta. Eu começo!

O dono da casa se pronunciou, animado da mesma forma que estava quando atrapalhou a pegação. Eu tinha que descobrir o nome desse cara, puta merda. Não fixei o olhar na garrafa. Não quando Lucas estava sentado bem à minha frente, bebendo uma cerveja, todo banhado no deboche.
Ora, ora...

— Clarita! Verdade ou desafio?!

A garrafa parou e a frase me tomou atenção. Olhei pra garota escolhida, uma loira de peitos grandes e sorrisinho doce. Inveja boa, é isso que eu tenho.

— Desafio, claro!

— Assim que eu gosto, gatinha. Desafio você a beber essa garrafa de rum inteira em menos de um minuto.

Os gritinhos de exclamação e animação já estavam no ar quando me dei conta. Ela torceu a feição, o sorriso cresceu quando olhou envolta e bateu seus olhos no Matheus.

— Por favor, deixa eu dividir com outra pessoa, Carlos! Prometo que você não vai se arrepender de deixar!

Até a voz dela era bonita. Não impedi a risada que saiu quando escutei de alguns deles palavras como "É hoje, clã!". Carlos se animou logo e concordou.

— Claro! Quem você escolhe?

Uau, que menino facilmente manipulado por um par de peitos. Clarita apontou pro moreno do meu lado. Olhei pra cara dele na hora, e me surpreendi com seus olhos me encarando. Acenei rindo e empurrei ele com o ombro.

Ele assentiu e levantou, seguindo os passos de Clara. A loirinha pegou a garrafa da mão do Carlos e os todos começamos logo a gritar "VIRA, VIRA, VIRA!" pra eles. A menina surpreendentemente virou metade da garrafa com algumas goladas apenas e passou ela pro Matheus. Continuamos gritando, estimulando ele a beber tudo. A garrafa acabou alguns segundos depois. Gritei e bati palmas, junto com todos na roda quando eles dois se sentaram em seus respectivos lugares.

— Ok, agora sou eu!

Clara girou a garrafa, e assim o jogo continuou.

Após ter terminado de beber uma batida de caipirinha forte pra caralho em meu terceiro desafio com um só gole, girei a garrafa, ansiosa e mais bêbada que antes. O tempo parecia ir parando quando o vidro perdeu velocidade, mais e mais lento, até parar em um Lucas sorridente.

Como pode tudo sair perfeitamente? Pensei no momento que o desafio desabrochou em minha cabeça como uma rosa vermelha.

— Verdade ou desafio, Lucas?

— Desafio.

A resposta veio na lata, e passei a língua nos lábios, olhando pro Matheus tão bêbado e alegre quanto todos nós.

— Eu desafio você a beijar o Matheus!

Quase gritei de histeria quando notei a mudança no sorriso de ambos. Lucas agora parecia um felino, enquanto Matheus estava mais acuado e olhava pro amigo levemente desconfiado.

Bati no ombro dele e apontei pro Lucas. 

— O Lucas já aceitou, você vai recusar?

Ele pensou, tentando raciocinar com alguns dos últimos neurônios que um bêbado pode ter.

— Bom, só se vive uma vez né. Melhor se arrepender do que passar vontade.

Uma ruiva se pronunciou, e os outros seguiram ela, concordando. Eu no meio, claro. Esse beijo era tudo que eu mais queria na vida, uiuiui.

Olhei pra Lucas, ele deu de ombros e tinha um sorriso preguiçoso no rosto, enquanto me encarava com os olhos perfurantes, morte encarnada.

— Agiliza o lado, seu porra.

Lucas mantinha o deboche na voz, e mesmo assim, ainda senti a raiva vazando do seu corpo, o que me fez estremecer levemente. Desviei o olhar pro moreno ao meu lado, e encontrei um Matheus acenando com a cabeça.
Caralho. Passada e chocada nesse momento.

— Tá ok.

 

Ele se esgueirou entre os cantos do círculo até chegar em Lucas. Ambos se encaravam, uau! Esse é meu momento!

 

 

Matheus

 

 

Que merda eu estou fazendo?!... Ele é meu amigo, a porra da minha minha mina é uma fujoshi doente mental. Caralho...

Lucas me encarou fixamente. Eu mal consigo raciocinar, o mundo gira a cada piscada. Misericórdia.

Escutei os assobios vindo de todos os lados, sendo ignorados cem porcento pela minha pessoa. Balancei a cabeça um pouco, tentando me sentir um pouco sóbrio, falhando miseravelmente.

 

Lucas segurou minha nuca, puxando meu rosto, e não o impedi. Um selinho, outro. Em seguida, um beijo. De início, não passava de um encostar de lábios. No entanto, não conseguia entender a sensação que senti, e aquilo me fez aceitar sua boca, iniciando um beijo lento e logo, intenso. As línguas se enrolaram, senti as mãos dele apertarem minha nuca e aquilo quase me fez suspirar contra ele. A cada segundo, os movimentos começaram a ficar mais urgentes e quentes. Mordi o lábio dele com leveza e puxei, uma pequena provocação. A resposta foi um sorrisinho entre meus lábios.

 

 

— Caralhooo, tá cedo demais pra shippar?

 

 

Os gritos à minha volta, de repente, se mostraram mais presentes. Aquilo me fez chupar o lábio dele rapidamente, e afastei o rosto devagar. Abri os olhos, animado por causa do álcool nas veias. Meu sangue corria quente, com toda certeza.

 

 

Encarei Lucas apenas por alguns segundos, em seus olhos, vi um maldito brilho. Balancei o rosto e comecei a me afastar sem dizer nada. Voltei para o meu lugar, logo ao lado de uma Alice que tinha o sorriso mais psicopata da Terra.

 

 

— Sinceramente, se eu sentasse em um desses dois, o primeiro que me tirasse ia ser o próprio Rei Arthur.

 

 

Não me dei ao trabalho de caçar a garota que tinha se pronunciado. Apenas encarei a garrafa no centro da roda, sentindo o rosto levemente quente. Um sorrisinho lutava pra escapar de mim.

 

 

Eu tenho certeza que bebi demais, mas porra. Que beijo mais gostoso, puta que pariu.

 

 

— ESSE FOI O MOMENTO QUE EU ESPEREI POR ESSE CARALHO DE ANO INTEIRO! RENDEU DEMAIS, PORRA!

 

 

Alice gritou eufórica, seguida dos berros dos outros na roda. Fechei os olhos com força e belisquei a perna dela, que se encolheu levemente mas continuou vibrando. O que diabos foi isso?

 


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Notas finais do capítulo

Foi isto
Beijos
Boa quarentaaaaa ♡



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