Na Sua Pele escrita por Hermione Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3.


Notas iniciais do capítulo

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POV Annabelle

Depois daquele dia exaustivo de perseguições escolares, eu esperava que o meu outro dia fosse um pouco mais sossegado. Mas eu estava enganada. Ficou tudo tão conturbado como de costume. Só que tinha Débora, absurdamente simpática comigo. Ela também ia à minha casa e isso me deixou muito contente.

Depois que acabou a aula, ela ficou como no dia interior. Não prestando atenção em nada do que eu dizia, apenas fitando alguma coisa que eu não saberia dizer o quê/quem era.

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POV Dani

—Ei, Dani, você já percebeu que a amiguinha nerd dela não tira os olhos da gente? – Questionou Felipe, para mim, depois de alguns minutos que a gente estava como quatro idiotas, olhando pro outro lado da rua.

—Na verdade não. –Respondi, sem me tocar do que ele estava falando. - Quem, aquela garota ali? – Apontei para a menina, que estava ao lado da beldade mais excitante da escola. Era uma garota de estatura média, do primeiro ano, tinha as feições bonitas, mas os cabelos eram todos bagunçados e ela era meio desajeitada. Estava abraçada em um livro, a loira conversava com ela. Mas ela parecia estar intrigada, não tirando os olhos castanhos de cima de mim. Ou melhor dos meus amigos. Quando apontei para ela, ela fez uma cara de quem parecia que estava passando mal.

—É, essa mesmo. – Respondeu ele, Gui e Léo só ficaram observando a garota.

—Nunca vi essa caloura, ela é impopular. – Pontuou Gui. – Mas ela esta andando com... – Ele pareceu se perder nas palavras. – Annabelle.
Quando ele disse esse nome automaticamente deslizei os meus olhos para ela. A nova celebridade da escola. Só estava no primeiro ano, e no segundo dia de aula, parecia ser a garota mais linda a popular de todo o colégio.

Seus cabelos louros caiam em madeixas perfeitas e lisas, contracenando com aquele rosto pálido e perfeito, os olhos de um azul marcante. E o corpo! Ah, sem, descrições para aquilo.

Ela era linda. E eu queria falar com ela.

—Nem pense em se aproximar, Gui. – Ataquei. – Eu vou conversar com ela primeiro...

—Ah, nem vem...Fui eu que descobri a Belle... –Contra-disse Léo.

—Acha que ela vai gostar de você, babaca? – Perguntou Felipe. – Todas querem o Dani. – Exclamou ele com um pesar.

—Nem todas. – Eu respondi com um sorriso cínico. Eu não gostava de me gabar. – Sua namorada, Jennifer só tem olhos pra você...

—É, é...Pode ser. – Ele disse a contra-gosto.  -Mas estou prestes a terminar.

Eu franzi o cenho e já ia perguntar o "por quê" para Felipe, mas nem tive oportunidade.

—Ah, não... Parece que ela está indo embora... – Reclamou Léo.

—E olha, ela está MESMO com a menina nerd... – Observou Felipe.

—É uma pena... – Suspirou Gui.

—Acho que devíamos a deixar em paz...Quando surgir uma oportunidade, eu vou falar com a Annabelle...

—Como se a gente tivesse chance depois que ela te conhecer...

—Ah, sem essa. –Suspirei.

—Fale o que quiser, Dani. Mas ela vai se apaixonar por você.

Eu me excitei com essa ideia.

—Veremos.

...

POV Débora

Meu coração parecia que ia entrar em erupção quando Dani olhou e apontou para mim com um de seus sorrisos enigmáticos e brilhantes. Não pude deixar de sorrir também, mas ele não pareceu notar meu pavoroso sorriso.

E os quarto continuaram me observando.

Eu juro que poderia me explodir de empolgação.
Quando, para o meu azar, o carro de Belle chegou, e era lindo e maravilhoso.

—Vamos, Débs. O Rubens chegou.

—Ok.

E lá fomos nós para aquela maravilha de carro. Era tão bonito que eu me destraí, apesar de meus pensamentos se desviarem sempre para
ele.

Depois, lembrei que Lucas iria se decepcionar ao notar que eu não estava indo embora para casa.

Mas eu nem ligava.

—Belle, lembra que você me perguntou se eu tinha amigos?

—Claro que sim. – Respondeu ela iluminada.

—Na verdade, eu tenho um, se chama Lucas.

—Hmmm...Um dia tem que me apresentar para ele...

—Claro, claro. – Concordei, mas não achava que seria legal.

Parte de mim, egoísta e manipuladora, temia que quando Luccas visse Annabelle, ele se apaixonasse por ela. Não que eu ligasse, mas eu gostava que pelo menos uma pessoa no mundo me quisesse para ela. Isso me alegrava.

Quando chegamos na casa dela, foi fenomenal.

O motorista abriu a porta, e eu pude caminhar sobre aquela mansão maravilhosa.

Nunca fiquei com tanta vontade de explorar uma casa como naquela hora.

Passei a tarde inteira com a Belle, e percebi que ela sim, era a garota
perfeita.

E além disso percebi, que a nossa amizade ainda estava fresca, mas já era tudo o que eu tinha de bom.

 

x-x

 

 

Cap. 7

POV Débora

Já faziam dois meses que Annabelle Kouren entrara no colégio Objetivo, e a partir de tal data, ela era a minha melhor amiga. Não existia melhor pessoa no mundo para mim do que ela...A não ser talvez, pelo garoto mais lindo do planeta, que eu amava. Belle era tudo para mim, ela me dava dicas de como me vestir, era inteligente, me ajudava a estudar, e eu vivia na mansão dela, maravilhosa!

Eu praticamente a considerava minha irmã.

Afinal, eu ainda não entendia porque ela havia me escolhido. Ela tinha virado minha melhor amiga, sem a porcaria de um motivo!
Mas aquilo era demais. De vez em quanto, até umas garotas do segundo ano vinham falar comigo, só porque eu andava  com Belle.

Algumas vezes até a víbora, da Bridget, veio falar comigo, me dizendo pra largar a Rainha Belle, a garota mais popular, porque ela só me usava para aparecer. Ela fez uma comparação absurda. Disse que perto dela eu parecia um espanador, e que isso a fazia parecer mais linda do que nunca. Mas é claro que eu ignorei. Afinal, não tinha porque ela fazer isso.

Ela era meiga, e sincera.

E já tinha provado isso.

[Flash Back :: on]

O sinal já havia tocado. Uma garota de cabelos bagunçados estava aflita, procurando em todos os cantos do colégio alguma coisa, do lado dela, uma beldade loira, tinha seus olhos azuis percorrendo-a aflitos.

—Débs, bateu o sinal, qual é o problema? – Perguntou a loira.

—Belle, ah, Belle. Pode ir. É a prova de história agora. Você não pode perder. – Lamentou ela, quase uma lágrima escapando do rosto.

—O que foi?

—Meu aparelho móvel. Acho que deixei cair no chão. Custa quinhentos reais, minha mãe está apertada, ela vai me matar! – Exclamou Débora se desesperando.

Belle a olhou fraternalmente, depois pegou sua mão.

—Vem, vamos na biblioteca.

—Hã?

—A gente passou por lá, quem sabe você não tenha deixado...

—M-mas, Belle, a prova...

—Não importa, Débs. O seu aparelho é mais importante que isso.
Depois a gente recupera a nota. – Belle sorriu, os dentes perfeitos brilhando.

Débora olhou como se ela fosse uma divindade.

—Ah, Belle...

—Vem, vamos procurar...

Em seguida as duas ataram a mão e prosseguiram.

[Flash Back:: off]

Ainda me lembro daquele dia com o aparelho...Belle provou que era realmente a minha melhor amiga, e que faria tudo por mim.
Nada estava mais perfeito e intocável do que a nossa amizade.

Até chegar o dia do passeio escolar.

Estávamos indo para o jardim botânico.

No ônibus, foi tudo de bom. Aquele tinha tudo para ser um dos dias mais agradáveis.

Eu vestia o uniforme de caimento feio, e uma viseira.

Enquanto Belle vestia o uniforme de caimento perfeito, e duas tranças.

As vezes eu realmente pensava no que Bridget dissera sobre o espanador. Eu devia parecer isso mesmo ao lado DELA. Mas não era culpa dela ser assim tão bonita.

Nós observamos junto com a professora Mafalda, cada tipo de planta.

E eu estava contente pois, o primeiro e os segundos anos iam juntos para o passeio, e eu tinha a oportunidade de ver o Dani.

Ficamos vendo plantas e flores, Belle sempre ao meu lado radiante.

Só que, quando chegou a hora do lanche...Onde estava a Belle?

Ela simplesmente havia desaparecido sem deixar vestígios.

Eu vi Lucas me chamando, mas o ignorei e fui atrás da minha amiga, deixando as turmas para trás comendo.

Fui procurá-la.

Percorri uma grande parte do grande Jardim Botânico silencioso, até que comecei a ouvir vozes distintas...

Havia uma clareira ali, próxima, oculta por alguns arbustos.

As vozes ficaram cada vez mais nítidas.

Me infiltrei em um arbusto, ficando imperceptível, mas de modo que
desse para ver ao redor da clareira e ouvir também, sem que ninguém me visse.

Quando estava infiltrada, e penetrei meus olhos na clareira...

Meu coração se rachou em mil pedaços.

 

x-x

 

 

POV Débora

Pela primeira vez em minha vida, senti que estava prestes a desmaiar.

O que eu via, era uma combinação perfeita. Na verdade nada poderia me convencer naquele momento de que existia um conjunto de duas pessoas mais lindo e perfeito que aquele.

Ao mesmo tempo que era lindo, também era para mim, destruidor, e eu senti, que automaticamente, os meus pés não eram suficientes para me manter em pé. Minhas pernas começaram a estremecer. Meus olhos iam se enchendo gradualmente com lágrimas violentas.

O amor estava no ar.

Mas o ódio me subia à cabeça.

Sim, eu havia encontrado Annabelle Kouren. A única garota que eu convivia, adorava, venerava. A minha melhor amiga. Que sempre fez de tudo para que eu sorrisse. Segundos atrás eu teria a achado a melhor pessoa do mundo, e estava a procurando. Mas agora que eu podia enxergar o seu rosto perfeito, eu tinha vontade de arrancar os
cabelos dela aos tufos, encher de socos aquele rosto maravilhoso até ficar irreconhecível. Dar milhares de pontapés para deformar aquele corpo espetacular. Nunca tinha gostado tanto de uma amiga como gostava dela. Mas nunca tinha odiado alguém tanto quanto naquele momento.

Era como ver a dor com meus próprios olhos.

E porquê?

A estrutura delicada e angelical dos lábios dela, estavam encaixados, como se feitos um para o outro, com os lábios da pessoa que eu mais amava naquele mundo. Dani. Ele a envolvia pela cintura, como se fosse preciso que ela estivesse lá, e que jamais teria forças para deixá-la ir embora do recanto quente de seus braços. E ela o abraçava delicadamente e seus lábios se emolduravam com uma perfeição absurda.

Juntos eles deixavam Angelina Jolie e Brad Pitty se sentindo patinhos feios.

Juntos, eram tão perfeitos e absurdamente incríveis que se poderia usar aquela visão como colírio.

Juntos, pareciam completos.

Eu tentei, inutilmente por um milésimo de segundo remontar os
milhares e pedaços quebrados do meu coração destruído, antes que virassem pó. Mas é claro que eu não consegui.

Nos braços da minha melhor amiga, estava o garoto que eu queria.

Que me fazia suspirar atrás de um livro. Que me dava um motivo pra viver. Era por ele que eu estava completamente apaixonada.

E ele estava com Annabelle. A garota perfeita.

Como eu poderia ter pensado que ele olhava pra mim? Havia eu esquecido que ao meu lado estava a garota mais linda do mundo? E que ele e ela se encaixavam perfeitamente?

Como alguém como ele poderia, mesmo que por uma fração de segundo, gostar de mim? Olhar para mim?

Tão feia, tão normal.

As lágrimas caiam e aparentavam pesar uma tonelada cada uma. Eu me odiava, e odiava a loira perfeita que estava com o meu garoto.

Cedi finalmente, e acabei me ajoelhando, minhas pernas não agüentavam mais, meus olhos não mereciam mais aquela tortura.

Mas o pior veio depois.

Se é que poderia estar pior.

Eles começaram a falar. Voltei a olhar a clareira, onde estavam, e ele a olhava como se fosse uma deusa. O que não estava muito longe de ser mesmo.

—Belle, meu amor...Como eu não te encontrei antes? – Perguntou àquilo como se fosse o óbvio que eles teriam de ter se encontrado à séculos.

Ela sorriu, aquele sorriso de arrasar.

—O importante é que estamos juntos agora. – Refletiu ela com sua voz angelical. – Eu estou aqui.

E eles trocaram mais um breve selar de lábios.

—Sabe, nunca tinha acontecido antes...

—“Mas eu já amava você desde o instante em que te vi.” – completou ela. – O mesmo para mim, Dani, meu amor. Você é tão lindo, doce...

—Olha quem fala, Belle...Se eu desse uma estrela para você, ela se sentiria envergonhada...

E eu senti que ele tinha a pura razão.

Ela era realmente linda.

—Eu amo você. – Um uníssono.

E mais um beijo.

E aquilo foi como uma estaca penetrando profundamente no meu peito.

Eu sangrava por dentro.

E senti que não suportava mais ficar ali.

Corri para o ônibus aos prantos.


 POV Annabelle

Já fazia algumas semanas que eu estava com ele. O garoto mais lindo, simpático e popular do meu colégio. Eu não podia acreditar o quanto tinha sorte em ter o encontrado. De ser a escolhida por ele. Eu não pensava em nada que não fosse...Ele.

À algumas horas atrás, quando estávamos na clareira, ele tinha me pedido em namoro. E eu observava o anel maravilhoso, enquanto apertava a mão dele.

E foi naquele instante, que eu me lembrei de algo que realmente importava. Débora.

Eu tinha a abandonado, e devia uma explicação. Mas eu queria ir no outro ônibus, com ele.

Então mandei uma mensagem de texto para ela.

“Débs, querida. Acho que não vai dar para ir com você no ônibus. Eu vou no outro, com um garoto. Eu conto tudo para você depois. :) Me desculpe. Beijos, Belle.”

Achei que já era suficiente.

Ela logicamente entenderia.

 POV Débora.

Ao mesmo tempo que Lucas se sentava ao meu lado, eu recebia uma mensagem da serpente. Era ela.

E quando li o texto tudo piorou.

É claro, eu ficaria sozinha. E ela estaria com ele.

Eu ansiava por um suicídio.

Queria acabar com a minha vida em decomposição.

Mas como sempre as coisas pioraram.

—Porque está chorando, meu amor? – Perguntou a voz do garoto loiro e pálido do segundo ano, Lucas, ao meu lado.

O ônibus dava a partida.

Percebi que ainda não parara de chorar.

—Por favor...Me deixe em paz... – Murmurei para ele, com uma voz que aparentava que alguém estava me arrancando os membros.

—Ah, fofinha. Me conta o que aconteceu.

Eu suspirei, com mais ódio que o normal.

—NÃO. – Disse ríspida. – Não te interessa okay? Por favor, me deixa. –
Senti o veículo andar, a comecei a fitar a janela.

—Eu só queria te ajudar, Débora.

—Argghhhhhhhhhhh....Quer mesmo me ajudar? Então por que não vaza daqui!? – Perguntei estupidamente.

—Calma, Débora, calma. – Ele apaziguou. Pisquei os olhos umas cinco vezes, as lágrimas começando a escorrer, e percebi que estava sendo irracional. Além disso o ódio é o que iria me habitar mais tarde, e eu iria detoná-lo com uma vingança rude. Por enquanto, eu estava triste. Triste demais. Necessitava de uma única faísca de esperança.

Olhei para Lucas ao meu lado. Parecia meio assustado com a minha
hostilidade.

Mas ainda gostava de mim. Talvez até me amasse.

Então, uma espécie de sentimento me invadiu. Não sabia direito se era solidariedade. Mas imaginei Dani me tratando daquele jeito horrível, 
mesmo eu o amando.

Então, tentando não demonstrar o quanto aquilo era difícil para mim, o quanto não era aquela companhia que eu queria ter, eu apoiei minha cabeça em seus ombros, e deixei que meus olhos cheios de lágrimas tocassem a sua camisa vermelha.

Ele não sabia ao certo o que fazer. Se surpreendeu com a minha reação. Mas ele me conhecia. Sabia que eu sofria, mas não sabia porque. Então começou a passar as mãos em minha cabeça, tentando me reconfortar.

Como se fosse possível.

Somente a dor de Annabelle poderia me deixar feliz.

E quando o ódio viesse puro até a mim, eu o acolheria e cuidaria dele, com uma vingança avassaladora.

Tentei esquecer da minha vida, enquanto pensava o quanto não era naqueles braços que eu queria estar.


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