Odal escrita por Sonnenreigen


Capítulo 1
O Caminho para Valhalla


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Finalmente entregando o desafio da #Tagdaescrita em tempo hábil! Quem me indicou foi a @Super-nova e o tema foi "As palavras não ditas". De cara eu pensei em fazer Hagen e Freya, mas a Super, que não curte muito Asgard, não merece ter que ler fic com o boy recicladíssimo Hagen. Daí peguei logo meus tigrões amados, Shido e Bado e decidi encarar um tema que já deveria encarar a muito tempo.

O nome da fic se remete à Odal, última runa do terceiro e último aettir rúnico, o grupo das realizações espirituais. Alguns se remetem a ela como sendo a runa da honra do guerreiro, da herança, fim de ciclo e objetivos alcançados, eu uso esse conceito pra fazer a fic, mas vale salientar que levo muito em consideração à 25ª runa, a de Odin, eu a considero tudo isso mas na simbologia de um velho sábio que caminha imponente para seu fim, sabendo que o que foi construído, não se acaba com a morte.

Então nessa vibe de interpretação parcial de Odal, eis a fic!

Boa leitura.



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Milhares de flocos de neve dançavam sincronizados com o forte vento que atingia a figura que caminhava lentamente pelos pés da montanha onde ficava localizada uma das mansões mais respeitadas de Asgard. Um espectador à distância acharia curiosa, um pouco cômica a forma que a figura movia-se, porém a caminhada pausada e imperfeita denotava que  a figura carregava um guerreiro idêntico a ele, que jazia morto em seus braços.

A cada passo dado, Bado sentia seu coração bater mais rápido contra seu peito e a razão para aquilo não era pelos seus ferimentos nem por ele subir a íngreme ladeira carregando seu gêmeo morto, mas sim porque iria retornar à mansão que eles nasceram, palco da terrível escolha que os separaram ainda no berço.

Por uma lei asgardiana, os seus pais tiveram que escolher com qual dos gêmeos iriam ficar, optando ficar com Shido, abandonando o gêmeo mais velho à sua própria sorte. Bado, mesmo honrando aos deuses, contestava se de fato àquela lei tinha algum embasamento na sabedoria de Odin ou se servia apenas para capricho das elites asgardianas, porém de nada adiantava pensar naquilo agora, ele deveria unir suas forças e carregar Shido montanha acima.

Assim que chegou à parte mais íngreme, Bado interrompeu a sua caminhada e observou o corpo que carregava. Ele deixou que lágrimas silenciosas rolassem sobre seu rosto e se unissem aos flocos de neve que caiam sobre a face mórbida do seu gêmeo.

Por quanto tempo havia deixado a inveja lhe iludir?

Por que fora necessário que um cavaleiro de Atena lhe mostrasse a verdade: Que em vez de odiar a Shido ele na verdade o amava?  

Sim, amava a Shido mais do que qualquer ser dessa vida, mais do que Einar, seu pai adotivo que o salvou do congelamento certeiro, mais do que qualquer garota que se relacionara, mais do que a Hilda, soberana de Asgard e muito mais do que aos deuses.

O vento soprava rápido, furtivo, impiedoso, castigando ainda mais o guerreiro deus de Alcor, que percebera que jamais iria dizer a Shido o quanto o amava, jamais discutiria com ele técnicas de caça, jamais falaria sobre como estava feliz em finalmente poder conhecer seu irmão. O corpo cansado das batalhas, o forte vento e à tristeza com a constatação que Shido havia ido de vez e nenhuma de suas palavras seriam ditas fizeram com que Bado caísse ao chão.

Sentindo que as forças se esvaiam de si, Bado ainda tentou se levantar e cumprir sua última promessa, mas seu fim estava próximo.

Ao longe, somado aos uivos do vento, o galope das valquírias indicava que Alcor teria mais uma chance de pronunciar aquelas palavras jamais ditas a Mizar enquanto lutava e brindava ao lado dele em Valhalla.


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Notas finais do capítulo

Einar, veio do Einar Selvik (eu não tenho a mínima vergonha de dizer que passo vassoura, pano, mop, língua pra esse homem kkkkkk )

Ainda na vibe rúnica: https://www.youtube.com/watch?v=zpNwHXJgl8s



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