Soldier Seiya - A Era de Poseidon 01 escrita por Léo Rasmus


Capítulo 13
As Façanhas Explosivas




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CAPÍTULO 12

“AS FAÇANHAS EXPLOSIVAS”

MARRAKESH – MARROCOS    

            O guarda-costas de Gigars, conhecido apenas como Cavaleiro de Fogo, é um homem de poucas palavras. Ele era um delinqüente de rua na infância e foi pego tentando roubar uma das antiguidades da loja do velho vendedor. Quando o jovem usou um incrível poder de fogo para fugir da polícia marroquina, Gigars se interessou por ele e o salvou, oferecendo abrigo. Desde então, aquele jovem tem servido a Gigars, desenvolvendo cada dia mais o seu poder incendiário.

Mu e Aldebaran se surpreendem quando o vêem manifestar um enorme cosmo flamejante. O seu corpo, então, é envolvido em chamas.

            — Quem ousar ameaçar meu mestre vai se transformar em cinzas! “Pelo Poder do Fogo!”

            Mu ergue a sua Muralha de Cristal e as chamas, assim que a atingem, voltam-se contra o desafortunado guerreiro de fogo. Com o impacto do próprio golpe, ele é jogado contra uma parede em ruínas. Mu explica:

            — Atingir minha muralha de cristal é como atacar a sua própria imagem refletida em um espelho. Todos os seus golpes se voltarão contra você.

            — Maldito, isso ainda não acabou! — ameaça o Cavaleiro de Fogo, levantando-se e preparando mais um ataque.

— Uma ova que não acabou! — anuncia Aldebaran, aproximando-se rápido como um touro.

O enorme rebelde de Athena executa um potente uppercut[i] no guerreiro das chamas, que é arremessado para o alto até sumir de vista.     

— Mestre Gigars... Perdoe-me! — clama o guarda-costas, enquanto é lançado pelos ares.

            — Meu guarda-costas! — lamuria-se Gigars — E agora, onde vou encontrar outro que também trabalhe só na base da gratidão?

            Aldebaran se aproxima dos dois vigaristas e sua sombra os cobre por completo:

            — Vamos, seus fariseus! Sabemos que a ânfora verdadeira não ficou na loja. Digam pra gente onde está a verdadeira ânfora, ou faremos o mesmo com vocês!

            — Verdadeira? Mas eu não tenho a peça verdadeira! Existem dúzias dessas réplicas espalhadas por toda Marrakesh!

            — Eu não acredito. — declara Mu, calmamente. — Aldebaran, faça-os falar!

            Aldebaran se aproxima e começa a esfregar o punho direito com a mão esquerda, com um olhar ameaçador. Gigars e Píton se ajoelham aos prantos:

            — Por favor, não machuquem esse pobre velhinho!

— Meu mestre fala a verdade, podem conferir no esconderijo.

            Após uma busca infrutífera nos túneis ao lado de Píton e Gigars, Mu e Aldebaran chegam a encontrar outras duas cópias da ânfora, que se quebram com um simples golpe.

            — Vejam bem rapazes, posso dar algumas informações por um preço justo... — tenta barganhar o ganancioso Gigars, mas logo ele se arrepende quando vê o olhar furioso de Aldebaran — Está bem, está bem, não me olhe desse jeito, sim? A peça original é da Grécia. Dizem que ela foi vista no Cabo Sounion, onde há um templo de Poseidon.  Por conta de sua beleza, a peça foi bastante replicada, mas a ânfora verdadeira nunca saiu de lá. Isso é tudo o que esse estudioso de antiguidades sabe.

            Mu e Aldebaran deixam o local frustrados. Mas eles não pensam em desistir. Os dois amigos decidem pegar o próximo vôo para a Grécia.

ILHA DA RAINHA DA MORTE

O calor é causticante aos pés do vulcão. É possível ver filetes de lava incandescente escorrendo por entre as pedras, formando córregos de fogo. O cenário é formado por um solo árido, rochedos enegrecidos pela lava, um céu de nuvens cinzentas e por Jabu e seus companheiros de tropa, que permanecem caídos, inconscientes após o embate contra Fênix.

O líder da Rebelião de Athena, por sua vez, encontra-se parado, trajando sua armadura de aço, com a corrente de uma âncora atada a seu braço. Na outra extremidade da corrente, Shun de Amphitrite encara o inimigo, puxando o grilhão com força, ao lado de Seiya de Centauro Marinho.

— É muita inocência sua achar que pode me deter com essa corrente, garoto. — avisa Ikki.

— Isso é só pra me dar tempo de te acertar, seu seqüestrador dos infernos! — vocifera Seiya — “Turbilhão do Centauro Marinho!”

            Ikki não se abala perante a investida de Seiya. O Turbilhão do Centauro Marinho é formado por centenas de golpes desferidos com os punhos na velocidade do som, que seguem formando ondas de impacto. Metaforicamente, é um turbilhão de águas violentas. Mesmo com todo esse poder, Fênix e sua armadura de aço permanecem intactos.

            — Mas como é possível? — impressiona-se Seiya — Que espécie de armadura é essa?

            — Seiya, tente outra vez. — motiva Shun — Eu ainda o tenho preso à corrente.

            — Na verdade, jovem soldado — esclarece Ikki — É você quem está preso a mim.

            Ikki risca sua espada dourada de madeira na corrente de Shun, assim como quem risca um fósforo, fazendo uma labareda fluir através dela. Shun é atingido pelas chamas e sofre o impacto de uma explosão, como se seu corpo todo fosse feito da mais inflamável pólvora. O Soldado Amphitrite cai no chão, ferido. Seiya se aproxima e o ampara:

            — Você está bem? — preocupa-se Seiya, recebendo uma resposta afirmativa de Shun — Além da armadura, ele também tem essa espada! Maldito Fênix!

            — Essa é minha Ougonken, uma espada sagrada.

            — Ougonken? — pergunta Seiya

— Sim. Ela foi feita com uma rara madeira que só existiu no extinto continente muviano. Meu mestre me confiou essa espada, dizendo que se eu realmente quisesse o nome de Fênix, eu teria que despertar as chamas que dormiam em seu interior. Como podem ver, em minhas mãos essa espada manifesta as chamas da própria Fênix.

            — Já entendi. — conclui Seiya — Terei que tirar essa espada flamejante de suas mãos e também destruir essa armadura mecânica que protege seu corpo. Mas antes... Me diga, Fênix. O que fez com minha irmã?

            — Sua irmã?

            — Aquela garota que você sequestrou no Vilarejo de Potâmide há nove anos. Ela é minha irmã Seika! Diga o que fez com ela!

            Ikki se recorda daquele dia fatídico, em que ele salvou uma jovem da morte certa, frente aos ataques das tropas atlantes. Ele gargalha surpreso com tamanha ironia:

            — Você deve estar falando de Nike.

            — Nike?

            — Foi esse o nome que eu dei a ela, já que ela perdeu a memória graças aos seus colegas atlantes, que a atacaram covardemente. Então o nome verdadeiro dela é Seika.

            — Não inventa!  Todo mundo sabe que foi você e sua rebelião inútil que atearam fogo no vilarejo. Se ela perdeu a memória a culpa foi sua! Onde ela está, Fênix?

            — Parem com isso! — interrompe Shun, fazendo muito esforço para se levantar. — Essa discussão não vai levar a nada.

            — O que pretende fazer, Amphitrite, com o corpo nesse estado? — pergunta Fênix. — Ainda quer me enfrentar?

            — Não. — responde Shun — Eu quero propor uma troca. Você devolve a irmã de Seiya e eu fico como refém da rebelião no lugar dela.

            — Mas isso é loucura. — declara Seiya — Eu jamais aceitaria isso.

            — Nós prometemos, lembra, Seiya? Prometemos ajudar um ao outro a encontrar nossos entes perdidos. Essa é a minha forma de ajudar.

            — Calem-se os dois! — ordena Ikki, olhando nos olhos do jovem ferido na sua frente.

Ikki sente uma inexplicável nostalgia ao ver o brilho no olhar de Shun. Aquela pureza, aquela inocência, faz com que ele recobre sentimentos há muito perdidos. Dias felizes no orfanato, nas ruas, em uma viagem pelo mundo. Momentos de alegria a bordo de um navio. E depois, tudo aquilo se esvai junto com o naufrágio. Mas havia alguém ao lado dele, com aqueles mesmos olhos, em cada um desses instantes. O nome dele era...

— Shun, cancela essa história! — grita Seiya — Eu falei que vou tirar essa espada de madeira da mão dele e é isso o que vou fazer! “Turbilhão do Centauro Marinho!”

Mesmo de surpresa, Ikki consegue bloquear os ataques, mas percebe que a velocidade dos socos está aumentando e chega a sentir um dos golpes acertar seu abdômen, enquanto outro deles atinge seu braço, fazendo-o largar a espada sagrada, que se crava no chão.

Se Ikki não tomar cuidado, o soldado chamado Seiya poderia até derrotá-lo.  Não, ele não pode perder tempo ali. O Fênix precisa saber o que acontece com seu amigo Shaka. Ele deixa seus pensamentos de lado e apenas ataca, ignorando a dor:

“Ave Fênix!”

            Seiya e Shun são atingidos pela revolução de chamas, sem chance alguma de defesa, e caem desacordados. Ikki, então, resgata sua espada e segue seu caminho rumo à caverna.

            Lá, Hyoga já está bastante enfraquecido devido ao poder da aura negra, à mercê de mais um ataque de Shaka, que segue decidido a acabar com tudo.

            — Adeus, Hyoga! “Rendição Divina!”

            O impacto que se segue estremece toda a caverna, fazendo dezenas de morcegos, que se escondiam nas estalactites, fugirem apavorados. A potente rajada de energia segue fulminante em direção a Hyoga e teria sido fatal, não fosse a incrível defesa do escudo de Shiryu.

            — Shiryu? Que bom que chegou! — agradece Hyoga, exaurido. A aura negra sumiu, mas parece ter tomado todo o seu poder.

            — Hyoga, esse aí é o homem chamado Shaka? — pergunta Shiryu, agachado atrás de seu escudo, protegendo o colega soldado.

            — Ele mesmo! Shiryu, temos problemas. Fênix não é nossa única preocupação aqui.

            — Eu já sei de tudo, Hyoga. — diz Shiryu, encarando Shaka — Ágora, o discípulo renegado de Shaka estava tramando uma revolta maligna contra Poseidon, usando os poderes deste rebelde que está na nossa frente. Mas não se preocupe, Ágora já foi liquidado por mim.

            Shiva, que está no chão em um péssimo estado, escuta aquelas palavras e não consegue acreditar.

            — Meu irmão? Morto? Não! Não pode ser! — ele se levanta, quase sem forças nas pernas — Preciso encontrá-lo! Ágoraaaa!!!

            No momento que Shiva dá as costas e tenta fugir da caverna, Shaka apenas exibe a palma da mão direita e uma intensa onda de energia surge do solo, atingido Shiva e também Hyoga e Shiryu.

            Shiva cai morto, enquanto Hyoga desmaia. Shiryu se levanta, e reconhece que o epíteto de “Homem Mais Próximo de Deus” faz realmente jus ao terrível Shaka.

            — Sei que você está sob o efeito de algum tipo de feitiço das trevas, Shaka. — declara Shiryu, apontando sua lança — Mas de qualquer forma, você é um inimigo de Atlântida e como tal, merece uma punição. Tome isso, Acesso à Segunda Mansão de Azure! “Lança do Dragão Azul!”

            Shiryu percebe que seus ataques não estão nem mesmo chegando perto de Shaka e repara que existe um campo de proteção em volta dele.

            — Minha poderosa lança não o atinge! — Surpreende-se Shiryu — Se é assim, é hora de acessar a Garra do Dragão Azure! Terceira Mansão, “Cólera do Dragão!”

            O furioso golpe de Shiryu avança na direção de Shaka, mas toda sua força desaparece ao se chocar contra o globo de energia que envolve seu oponente.

            — Como é possível? Nem mesmo o meu “Cólera do Dragão”, que é capaz de inverter o fluxo da cachoeira de Rozan, é suficiente para derrotá-lo!

            Súbito, uma voz surge da entrada da caverna:

            — Nem mesmo centenas de dragões conseguiriam derrubar Shaka quando ele luta com todo seu poder.

            Shiryu se volta e reconhece aquela voz, assim como a sinistra máscara utilizada por aquele homem, representativa de uma entidade demoníaca[ii]:

            — Fênix?

            Ikki se aproxima. As botas de sua armadura de aço fazem um ruído metálico a cada passo dado sobre o solo rochoso da caverna. Ele passa pelo corpo morto de Shiva, passa por Hyoga, que agora tenta dificilmente se levantar e passa também por Shiryu, parando de frente para seu colega de rebelião.

            — Desfaça a sua técnica de invocação dos espíritos, Shaka. Eu mesmo darei um fim nesses soldados de Poseidon. Não precisaremos de mais Marinas Negros.

            — Fênix... — diz Hyoga — Ágora e Shiva traíram a rebelião. Eles... Eles dominaram Shaka com alguma técnica das trevas e queriam dominar esta ilha. Os dois estão mortos, mas Shaka ainda está fora de si.

            — Eu nunca confiei naqueles dois. — declara Ikki, sem tirar os olhos de Shaka — Então, Shaka, desfaça sua técnica e deixe que eu resolva tudo por aqui.

            Shiryu está na iminência de intervir, mas Hyoga faz um sinal para que ele espere um pouco.

            — Cavaleiro de Fênix... — inicia Shaka — Você é a maior ironia nesse mundo deturpado. Você e seus amigos ainda lutam em lados opostos, mas dessa vez é você aquele a lutar por Athena.

            — A que se refere, Shaka?

            — Me refiro a outro universo. Outra perspectiva. Uma cadeia de eventos diferente. E me refiro ao fato de que esse universo em que vivemos deve morrer. “Ciclo das Seis Existências!”

            Com esse ataque, Shaka deveria transportar a alma de Ikki até um dos seis mundos da Metempsicose, para onde as almas dos homens transmigram após a morte. Entretanto, após viajar pelo mundo do Inferno, pelo mundo dos Demônios, mundo das Feras, mundo das Chacinas, mundo dos Homens e por fim pelo Paraíso, a alma de Ikki acaba por contemplar o “Outro Universo” ao qual Shaka se refere.

            Ele vê outra versão de si mesmo, enfrentando Seiya, Shun, Hyoga e Shiryu, mas é ele quem luta pelo mal. Em seguida, ele vê os cinco guerreiros correndo por longas escadarias, atravessando vários templos até chegar à estátua de Athena. Vê os mesmo guerreiros derrubando os sete pilares do Templo de Poseidon e os observa também invadir o Inferno e os Campos Elíseos até destruir o próprio Hades.

            Ikki percebe que foi por causa dessa visão que a alma de Shaka esteve tão fragilizada, a ponto de ter sido dominada por um homem fraco como Ágora. Mas ele sabe que esse não é o seu mundo. Ele sabe que deve usar as suas asas de Fênix para voltar para o lugar ao qual ele pertence, para que possa instaurar, ele mesmo, uma nova perspectiva, acabando com a Era de Poseidon.

            A alma de Ikki assume a forma de uma fênix e cruza de volta o ciclo das seis existências.

— Agora que me livrei de Fênix, acabarei com vocês. — ameaça Shaka.

Ele segue em direção a Shiryu e Hyoga, quando escuta novamente a voz de Ikki:

            — Meu amigo, você devia saber melhor do que ninguém que não é fácil domar este pássaro imortal.

            Ikki ressurge dentro de seu próprio corpo, com sua armadura, sua espada e sua máscara e volta a enfrentar Shaka.

            — Eu devia ter imaginado que suas asas poderiam trazê-lo de volta, Fênix. Mas não há nada que você possa fazer para me impedir. Todos cairão na escuridão eterna. “Invocação dos Espíritos Malignos!”

            Seres fantasmagóricos avançam pelo ar em direção a Ikki, que não consegue bloqueá-los e é jogado contra o teto da caverna, caindo no chão em seguida.

            — Terei que ser mais incisivo, pelo visto. — conclui Ikki, levantando-se sem maiores danos graças à armadura e brandindo sua espada flamejante — Volte ao normal Shaka! “Ave Fênix!”

            “Khan!” — grita Shaka, utilizando sua técnica que o protege de qualquer ataque. — Espíritos malignos, dizimem tudo!

            Uma legião de seres feitos de trevas surge de todas as direções e destroem tudo que tocam, atingindo Ikki. Shiryu protege Hyoga com seu escudo e procura tirar seu colega da caverna o mais rápido possível.

            — A caverna entrou em colapso. — brada o dragão — Ela vai desabar.

            Quando alcançam o lado de fora da caverna, Shiryu e Hyoga a vêem ruir e os seres malignos alçam vôo pelos ares, transformando os céus da Ilha da Rainha da Morte em uma pintura espectral.  

Nesse momento, Ikki é jogado violentamente para perto de Hyoga e Shiryu. Da fumaça gerada pela destruição da caverna, surge Shaka, caminhando tranquilamente na direção deles.

            — Shaka é muito poderoso — diz Ikki, sentindo o efeito dos golpes —Não sei se conseguirei detê-lo.

            — Eu sei como derrotá-lo.

            Fênix, Shiryu e Hyoga olham em direção àquela voz familiar. É Shun de Amphitrite, acompanhado de Seiya.

            — Shiryu, Hyoga, vamos usar nossos quatro amuletos de Amphitrite. — recomenda Shun — A luminescência, que eu achava que servia apenas como localizador, consegue dissipar as trevas que dominam esta ilha. Deve ser o poder de Amphitrite contido nos amuletos.         

            — É verdade. — confirma Seiya — Foi assim que Shun derrotou o Amphitrite Negro e que também me salvou da morte.

            — Será nossa última esperança, soldados.— afirma Shiryu, levantando o braço onde está atado a amuleto.

            Seiya, Shiryu e Hyoga se aproximam e fazem o mesmo. Os quatro elevam seus cosmos enquanto Shaka se aproxima. Ikki observa e espera que aquilo funcione, caso contrário, ele sabe que se Shaka não destruir o universo, como diz, ele sem dúvida irá devastar aquela ilha.

            — Mas que luz magnífica é essa que emana desses jovens guerreiros? — questiona-se Shaka — Chego a pensar que essa luz poderia afastar todos os meus pesares.

            À medida que a luz cresce e avança, os espíritos das trevas vão se desfazendo instantaneamente. Shaka se deixa envolver pelo imenso clarão, como se desejasse se libertar do mal que o assolava. Tomado por uma repentina lucidez, ele abre seus olhos e eles são azuis e brilhantes. A escuridão dentro dele se esvaiu.

            Ikki se apressa em amparar seu amigo, que desfalece em seus braços, subjugado por uma intensa exaustão.

            — Funcionou. — comemora Seiya — Os espíritos malignos se foram!

            — Muito bem, Shun. — agradece Hyoga.

            — Também fico feliz, mas ainda temos uma missão a cumprir. — declara Shiryu, determinado — Fênix, você vem conosco como prisioneiro de Atlântida, pelo crime de conspiração.

            — E seqüestro. — completa Seiya — E também deve ser crime ter uma armadura perigosa como essa aí. Sem falar da espada, apesar de ser uma espada bem maneira.

            — Chega, Seiya. — ordena Shiryu.

            Ikki acomoda Shaka calmamente, encostando-o em um rochedo, e vira-se para os soldados atlantes.

            — Admito que a situação não correu exatamente como nós planejamos. — afirma Ikki — Mas isso não quer dizer que podem me derrotar. Venham enfrentar a mim e à poderosa Armadura de Aço de Fênix!

            Ikki empunha sua espada mais uma vez e, com seu cosmo, faz com que ela se torne uma arma incandescente.

            — Deixem comigo — declara Shiryu — de todos nós sou eu quem está em melhores condições.

            — Mas Shiryu... — interpela Seiya.

            — Isso é uma ordem, Seiya. — reitera Shiryu, com a fúria do Dragão no olhar.

            — Está bem, chefe. — concorda Seiya, com um leve tom irônico e olhando nos olhos de Ikki — Eu já acertei um golpe nele mesmo, bem no meio do estômago.

Ikki põe a mão no machucado causado por Seiya, ainda dolorido, enquanto este se junta aos outros e passa a observar a luta que se inicia. Ainda há muitas perguntas a serem feitas por Seiya ao líder da rebelião.

O Dragão, com suas escamas de oricalco, e a Fênix, dotada de plumas mecânicas, se encaram. Será o embate da fúria das águas contra as chamas imortais!

PRÓXIMO CAPÍTULO DE “CAVALEIROS DO ZODÍACO – SOLDIER SEIYA – A ERA DE POSEIDON”:

“A EXPLOSÃO DA ILHA DA RAINHA DA MORTE”

QUEIME COSMO! ALÉM DOS SETE MARES!!

 

 


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Notas finais do capítulo

[i] Uppercut: é um soco utilizado em várias artes marciais como no boxe, kickboxing e muay thai. Este golpe é lançado para cima, com qualquer uma das mãos. O uppercut viaja no plano vertical, de baixo para cima, junto ao tórax do adversário e entra pela sua guarda em direção ao seu queixo. 

[ii] A entidade demoníaca representada pela máscara do Fênix é Ragda - a rainha demônio dos leyaks na Ilha de Bali, Indonésia, segundo a tradicional mitologia balinesa. De compleição aterrorizante, Ragda, "a devoradora de crianças", lidera um exército de bruxos do mal contra o líder das forças do bem - Barong.



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