Soldier Seiya - A Era de Poseidon 01 escrita por Léo Rasmus


Capítulo 12
Shaka: O Vislumbre de Um Outro Universo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789991/chapter/12

CAPÍTULO 11

“SHAKA – O VISLUMBRE DE UM OUTRO UNIVERSO”

ILHA DA RAINHA DA MORTE

             Jabu e seus companheiros vêem no alto de um rochedo, contra a luz do sol, uma figura sinistra que os encara. Uma nuvem densa e oportuna eclipsa a cegante luminosidade e eles conseguem observar com detalhes: É um homem trajando uma tenebrosa máscara, vestido com uma armadura completamente diferente daquelas que eles, Soldados de Atlântida, utilizam. É uma indumentária completamente mecânica.

            — Eu sou o Fênix, líder da sagrada Rebelião de Athena. Parece que estou recebendo muitas visitas hoje. Vieram tentar me matar, soldados?

            — Vivo ou morto, foi o que nos disseram. — responde Jabu — Eu sou Jabu de Narval e sim, prefiro a última alternativa. O que me diz Fênix? Pronto pra morrer como aqueles Marinas Negros?

            — Eu garanto a você, Narval, que não sou feito de fumaça. — replica Fênix — Eu sou feito de fogo... E metal!!!

            Ikki dá um salto e é como se ele pudesse flutuar. A armadura de aço de Fênix aumentou sua força de impulso. Ele dá dois giros no ar e pousa no solo, de frente para seus oponentes, com o joelho esquerdo no chão e o outro dobrado, a mão esquerda tocando o solo e a direita levantada. Ele ergue o rosto mascarado e só então ele se levanta.

            — Podem vir os cinco de uma vez! — desafia ele.

            — Você quem pediu! Vamos, amigos! “Chifre do Narval”!

            Os outros soldados também disparam seus ataques:

            Ban:

            — Bombardeio de Hipaléctrion!

            Nachi:

            — Mordida Dupla de Orthros!

            Geki:

            — Grandes Presas da Morsa!

            Ichi:

— Veneno Sibilante!

Para surpresa dos cinco, nenhum dos ataques faz efeito. A armadura de Fênix parece uma muralha intransponível.

— Agora que já testei a defesa de minha armadura de aço, vou mandar todos vocês para o inferno! “Ave Fênix”!

            Uma fênix de fogo ganha vida a partir do cosmo de Ikki e avança furiosamente quando ele brande sua espada dourada. Ela avança como uma catástrofe natural, jogando toneladas de destroços de rocha pelos ares. Os cinco soldados se vêem indefesos e são atingidos pela imensa onda de poder. Eles caem derrotados. Jabu, entretanto, ergue-se mais uma vez.

            — Você tem bons amigos, Jabu de Narval. — reconhece Fênix — Eles se jogaram na frente do ataque e tomaram a maior parte do dano só pra proteger você.

            — Nachi, Ichi, Ban, Geki! Eu tenho que... Conseguir atingi-lo! Uma armadura mecânica não pode ser superior às poderosas Escamas de Atlântida! Tome isso, maldito! “Onda Sonar”!

            O golpe de Jabu atinge Ikki, que se defende com os punhos cruzados na frente do rosto:

            — Até que enfim um ataque de verdade. — observa Ikki — Vamos lá, aumente mais o poder! Vamos ver até onde você pode chegar, Narval!

            Jabu sente uma ponta de esperança. Ele pode aumentar a potência desse ataque ainda mais. Assim que Ikki for atingido, seus amigos terão tempo de se recuperar e atacarem junto com ele. Dessa vez vai dar certo.

            De repente, uma aura negra envolve o corpo de Jabu. Ele começa a enfraquecer rapidamente. Seu cosmo se esvai e seu golpe é completamente neutralizado.

            — O que está havendo? Que aura negra é essa sugando meu poder?

            — Acabou pra você, soldado de Narval. — avisa Ikki, atingindo Jabu com sua espada flamejante.

            Ikki observa os cinco ali, derrotados e sabe que Shaka interveio em seu combate. Acontece que ele não se agradou com essa interferência e muito menos com a natureza maligna daquele poder que Shaka está manifestando.

            — Shaka! O que diabos está acontecendo com você? — questiona-se Ikki.

            Enquanto isso, a quase trezentos metros de altitude, sobre as protuberâncias da montanha, Shun eleva seu cosmo e lança sua Âncora Relâmpago mais uma vez. Ele sabe que seu inimigo não é humano e não hesita em atacar com todo seu poder:

            — Redemoinho de Amphitrite !

A âncora de Shun avança em uma trajetória helicoidal, formando um redemoinho de correntes, com uma amplitude tal que o Amphitrite Negro não tem tempo de desviar. Ele é atingido em cheio e tem grande parte de sua armadura danificada. Com dificuldade, ele torna a se levantar e ameaça Shun:

            — Eu ainda não estou acabado, Amphitrite! Vou jogar você montanha abaixo!

            Shun salta para outro rochedo e é seguido velozmente pelo seu oponente. Inicia-se uma perseguição vertiginosa, onde os dois guerreiros tentam atingir um ao outro com seus ataques velozes, enquanto saltam de rochedo em rochedo, utilizando suas correntes para se locomoverem no ar, como aranhas em suas teias.

            Em certa altura daquele jogo de caça e caçador, Shun sente que a presença de seu inimigo desapareceu. Ele para por sobre uma estreita torre de pedra e procura pelo Marina Negro, mas não o vê. Um silêncio repentino toma conta daquela cadeia rochosa. A âncora de Shun, entretanto, continua tensa, quando o silêncio é quebrado por uma ameaçadora voz:

            — Eu falei que te jogaria montanha abaixo!

O Amphitrite Negro surge de baixo e joga-se de forma insana sobre seu oponente, fazendo Shun se desequilibrar e cair. Shun crava sua âncora na pedra e os dois ficam pendurados na montanha.

            — Amphitrite Negro, está louco? Desse jeito morreremos os dois.

            — De que importa minha vida? — diz o vilão, prendendo-se a Shun com suas correntes. — Como você mesmo falou, eu sou apenas uma criatura maligna! Meu único objetivo é matar você! Atingiremos o solo e morreremos juntos!

            Shun olha para seu amuleto de Amphitrite e se lembra da forte luz que ele é capaz de gerar. Aquela luz deve ser suficiente para extinguir as trevas que formam aquele Marina Negro. Shun irradia seu cosmo sobre a pulseira e uma intensa luz atinge o soldado maligno, que começa a se desintegrar.

            — Maldito Amphitrite! — Esbraveja o guerreiro das sombras, atingindo a montanha com seu punho, fazendo a âncora que os segurava se soltar. — Eu morrerei, mas você irá comigo!

            — Isso nunca! Âncora Relâmpago detenha minha queda!

            Shun atira novamente sua corrente e ela agarra-se a uma rocha pontiaguda, em outra montanha. Shun é projetado até uma formação rochosa plana, à beira de um precipício. O Amphitrite Negro desintegra-se completamente no ar.

            — Essa foi por pouco. — impressiona-se Shun, aliviado.

Shun olha para baixo e não consegue ver o fim daquele abismo, tudo o que ele enxerga é escuridão. Ele estima que a distância até a outra margem do precipício deve ser de pelo menos 500 metros.

            — Esse é o abismo que eu havia visto quando estava no ponto mais alto da escalada. Teria sido mais rápido passar atravessando a montanha, mas já que caí nesse lugar, vou tentar atravessar por aqui mesmo.

            Vários metros abaixo, em uma protuberância na parede do abismo, Seiya recobra sua consciência. Ele está muito fraco devido à estranha aura negra que devora seu poder:

            — Tenho que fazer alguma coisa. Não posso morrer num lugar desses, logo na minha primeira missão. Não sem antes encontrar Fênix e saber de minha irmã. Que escuridão... Espere! O amuleto de Amphitrite. Vou utilizar o último cosmo que me resta para mostrar minha localização para os outros, como Shun tinha demonstrado. Preciso de ajuda pra sair daqui.

            Seiya assim o faz. Ele direciona seu debilitado cosmo para o amuleto e um poderoso feixe de luz é emitido até os céus. Logo acima, Shun vê o raio de luz e entra em alerta:

            — É o sinal do amuleto de Amphitrite! Um dos rapazes está no fundo desse abismo! Preciso salvar quem quer que seja.

            O feixe de luz ilumina a escuridão do precipício e Shun consegue ver a silhueta de Seiya, brilhando graças à sua armadura, que reflete o clarão emitido pelo amuleto.

            — Seiya! Eu já vou te salvar. — avisa Shun — Vou jogar a corrente!

            — Sh-Shun! — A voz de Seiya é quase um sussurro — Que bom ver você...    

            Shun resgata Seiya com sua corrente e percebe a terrível aura negra que acomete o corpo de seu amigo. Ele acomoda Seiya sentado, encostando-o a uma pedra.

            — Essa aura negra deve estar enfraquecendo o Seiya. Eu já sei o que fazer. Seiya, eu vou irradiar meu cosmo para nossos amuletos e com sua luz, livrarei você dessas trevas.

            — Shun! Está dando certo... Sinto minhas forças voltando para meu corpo.

            — Descanse um pouco Seiya. Precisaremos atravessar esse precipício. O vulcão estará a apenas alguns metros de distância, depois que chegarmos do outro lado.

MARRAKESH – MARROCOS    

            Gigars e Píton saem de uma escotilha escondida no solo, em um lugar abandonado, após ouvirem o sinal do Cavaleiro de Fogo, guarda-costas de Gigars, de que não havia soldados de Atlântida por perto.

            — Não é cedo demais para darmos as caras novamente, senhor Gigars? — pergunta Píton, temeroso.

            — Claro que não, mentecapto. Não dá pra vivermos pra sempre escondidos nesse abrigo subterrâneo. Foi graças a ele que conseguimos escapar daquele ataque...

            Gigars recorda que no dia em que sua loja foi invadida pelos soldados, eles se aproveitaram da confusão e passaram por um alçapão secreto. Os três seguiram por túneis subterrâneos, que levam a um esconderijo, onde são armazenados muito mais objetos antigos. Os túneis continuam por baixo do solo e dão nesse local ermo, por onde eles saíram agora.

            — Como eu ia saber que aquele maldito vaso era um objeto proibido? — pergunta-se Gigars — E nem sequer era o vaso legítimo!

            — Então você sabia que o vaso era falso, seu charlatão. — diz uma conhecida e forte voz.

            Mu e Aldebaran, que estavam invisíveis graças ao poder psíquico do muviano, aparecem de repente, assustando Gigars e Píton. O guarda-costas entra em posição de ataque.

            — Vocês? — espanta-se Píton — Como nos encontraram?

            — Foi fácil. — explica Mu — Voltamos na loja de antiguidades, derrotamos os soldados que estavam lá e descobrimos o alçapão. Com meus poderes psíquicos não foi difícil descobrir que vocês estavam pra sair pelo outro lado do túnel.

            — O que querem de mim? — pergunta Gigars — Não aceitamos devoluções!

            — Queremos o vaso verdadeiro. — responde Aldebaran, com uma atitude ameaçadora.

            Gigars faz uma feição de desdém:

            — O vaso verdadeiro, você disse? Cavaleiro de Fogo, mostre a eles!

ILHA DA RAINHA DA MORTE

             No rochoso litoral da ilha, Shiryu e o Dragão Negro medem suas forças em um combate veloz demais para olhos comuns acompanharem. Cada ataque de lança é bloqueado com o escudo e cada chute é evitado com esquivas precisas. Os dois se afastam um do outro e se encaram por um instante:

            — Estamos nivelados, Dragão Azul. — observa o Dragão Negro, com um sorriso cínico.       

            — Você copiou perfeitamente minha aparência e alguns de meus movimentos, mas eu discordo de você. — responde Shiryu — Nem de longe estamos nivelados.

            O escudo do Dragão Negro se parte em dois e sua lança cor de ébano se estilhaça.

            — Surpreendente, Shiryu. Sabe, essa luta acabaria aqui, pois infelizmente não pude copiar seu golpe secreto. Shaka, um dos rebeldes e também criador dos Marinas Negros enviou aqueles monstros no início para poder observar seus ataques. Assim, cada réplica negra poderia copiar as técnicas de suas contrapartes. Infelizmente, porém, você foi o único que não utilizou seu golpe especial nenhuma vez nessa ilha.

            — Já ouvi falar do rebelde que se chama Shaka. Meu mestre Dohko uma vez me contou que dentre os Rebeldes de Athena existe um homem tão poderoso que dizem ser o homem mais próximo de Deus. Quer dizer que os Marinas Negros e os monstros dessa ilha são obra dele?

            — Isso mesmo. Ele se utiliza de uma técnica de nível muito superior chamada “Invocação dos Espíritos Malignos”. A ilha inteira está sob a influência de Shaka.

— Nós, Soldados de Atlântida, avançaremos contra Shaka em seguida. Dragão Negro, eu já destruí suas armas. Renda-se agora!

            — Não sem antes mostrar algo novo para você, Shiryu.

            O Marina Negro assume uma postura de combate completamente diferente. Ele eleva seu cosmo e a energia que flui de seu corpo toma a inesperada forma de uma flor do lótus, que gira em pleno ar.

            — Receba meu golpe secreto, Shiryu. “Explosão de Lótus”!

            A flor de lótus giratória se transforma em uma rajada de energia, que segue poderosamente na direção do Dragão, que se defende com seu escudo, mas mesmo assim, é empurrado para trás.

            — Explosão de Lótus? Que técnica é essa? Não fosse meu acesso à segunda mansão de Azure, o Escudo, eu teria sido liquidado! Dragão Negro, quem é você? Você é mesmo um Soldado Marina Negro?

            O Dragão Negro se aproxima de Shiryu, dando uma sinistra risada:

            — Eu esperava poder acabar com você sem ter que recorrer às minhas próprias técnicas, mas serei obrigado a renunciar a meu disfarce.

            Shiryu se espanta. O inimigo na sua frente é tomado por uma aura negra, nitidamente maligna. Sua forma começa a mudar. Altura, cabelo, vestimentas. Quando a aura negra se esvai, um homem completamente diferente surge na frente do Dragão Azul. Ele tem longos e volumosos cabelos vermelhos, usa um manto negro sobre seu corpo e utiliza uma armadura escura de metal, similar às falsas armaduras dos Marinas Negros. Na cabeça, uma fina tiara feita no mesmo material. Sua fisionomia é firme, com traços geométricos e seu corpo é forte e vigoroso.

            — Eu sou Ágora. Um discípulo renegado de Shaka. Ele acabou por me rejeitar quando descobriu que, diferente dele, que segue um caminho de iluminação, eu vinha praticando as Artes das Trevas.           

— Artes das Trevas?

            — Exato. — confirma Ágora, relembrando uma cena de alguns anos atrás:

“Foi logo depois que encontrei alguns grimórios nessa ilha perdida...”

            — “Mas mestre Shaka, porque não podemos nos utilizar dessa arte para aumentar o poder da rebelião? Utilizando as técnicas contidas nesses grimórios, seríamos invencíveis!”

            — “As Artes das Trevas vão contra toda a filosofia que nós seguimos, Ágora. Para seguir o caminho da iluminação, não nos é conveniente que manipulemos esse tipo de energia maligna. Siga o exemplo de Shiva, seu irmão de criação, e dedique-se mais aos nossos preceitos.”

            “Como me neguei a abrir mão daquele conhecimento, Shaka me expulsou do meio de seus discípulos. Certo dia, meu irmão mais novo, Shiva, me procurou. Ele me disse que Shaka estava de volta nessa ilha e que ele vinha aperfeiçoando sua técnica de Invocação dos Espíritos Malignos, que se aproxima perigosamente das artes das trevas.”

            “Irritado com a hipocrisia de Shaka, Shiva uniu-se a mim e passou a praticar também as artes ocultas. Algum tempo depois, voltamos secretamente para a Ilha da Rainha da Morte. Aqui chegando, percebi que, por algum motivo, havia uma perturbação no cosmo de Shaka. Aproveitei-me dessa brecha e lancei um feitiço de Corrupção Cármica. A alma de Shaka está agora tomada pelo poder das trevas, que ele mesmo conjurou! Quando ele finalmente criou os Marinas Negros eu tomei para mim a imagem do Dragão Negro para poder transitar sem ser notado.”

            — Mas eu não entendo Ágora. E o que você ganha com isso? Quer apenas se vingar de Shaka por ele tê-lo renegado como discípulo? Por acaso você não é parte da rebelião pela deusa Athena?

            — Eu desejava a derrota de Poseidon, por isso me uni a eles no início. Mas depois que conheci as terríveis Artes das Trevas, percebi que posso ter muito mais poder. Vou utilizar o poder do corrompido Shaka para criar uma legião de Marinas Negros e farei da Ilha da Rainha da Morte meu próprio reino! Estabelecerei uma nação tão poderosa quanto Atlântida e vamos declarar guerra ao arrogante Poseidon, pelo domínio do planeta! Começarei acabando com você e depois darei um fim a todos nesta ilha!

            Mais adiante, na caverna, Hyoga reconhece a pessoa que o impediu de tentar tirar Shaka de seu transe com uma bofetada:

            — É você, Shiva, um dos discípulos de Shaka? Então você também veio até aqui.

            — Hyoga, não há como tirar Shaka deste transe. A alma dele está sob o efeito da Corrupção Cármica de meu irmão de criação Ágora.

            — Corrupção Cármica? Como assim, Shiva? O Ágora não havia sido renegado por Shaka pela prática de Artes das Trevas? Não me diga que...

            — Hyoga, Shaka expulsou meu irmão por utilizar forças das trevas, mas logo em seguida passou a utilizar essa técnica para invocar espíritos malignos. Shaka é um hipócrita!

            — Shiva, entenda. Shaka teve um bom motivo para recorrer a esse poder. É graças a isso que temos uma chance de acabar com o império de Atlântida. Confie no senhor Shaka e em Athena.

            — Não, Hyoga. Athena não é a salvação desse mundo. Meu irmão Ágora e eu vamos utilizar o poder proveniente de Shaka para criarmos uma nova nação a partir desta ilha, com um exército de Marinas Negros sob nosso comando. Derrubaremos Poseidon e libertaremos o mundo. Junte-se a nós Hyoga!

            — Mas isso é um absurdo. — indigna-se Hyoga — Que conceito deturpado de libertação é esse? Estaríamos apenas trocando um domínio tirano e opressor por outro de igual valor. “A situação saiu do controle. Tenho que avisar Fênix”

            — Se não vai se unir a nós Hyoga, para você só resta a morte. Vou lhe mostrar o poder do Pavão Sagrado.

Shiva invoca uma armadura feita de energia maligna e encara Hyoga. Os dois se preparam para lutar.

            No litoral rochoso, a defesa de Shiryu é sobrepujada pelo golpe de Ágora e ele é jogado entre as pedras, no meio das ondas do mar.       

            — Tenho que revidar. — decide Shiryu, erguendo-se — A Explosão de Lótus é um golpe poderoso, até mesmo para meu escudo.

            — Azure Dragon, que sua morte sirva como minha declaração de guerra à Atlântida! “Explosão de Lótus!”

            — Se não adianta defender, só me resta contra-atacar! Acesso à Terceira Mansão de Azure: “Cólera do Dragão!”

            O ataque de Shiryu é muito mais poderoso que o de Ágora. Um dragão formado pelas águas do mar avança furiosamente em direção à Ágora, que tem sua armadura de sombras pulverizada e cai morto entre os penedos.

            — Não perdoarei qualquer um que levante a mão contra Atlântida e contra Poseidon. — declara Shiryu, apressando-se para encontrar os rebeldes Ikki e Shaka.

            Na caverna de Shaka, Shiva investe contra Hyoga com seu ataque mais poderoso:

            — “Golpe dos Mil Braços!”

            Hyoga é atingido por múltiplos socos super velozes. Ele tenta bloqueá-los como pode, mas acaba sendo atingido por vários deles.

            — Impressionante, Shiva. — elogia Hyoga, limpando com o punho o sangue do canto da boca — Nunca antes eu havia visto você em ação. Mas não tenho tempo pra uma pessoa patética com delírios de grandeza como você.

            Shiva sente o ar ambiente congelar de forma brusca e percebe que seu corpo inteiro está sendo coberto por uma espessa camada de gelo.

            — Mas quando você...

            — Enquanto você se preocupava em me atingir com todos aqueles golpes desordenados, foi fácil cobrir você com meu “Pó de Diamante”.

            Nesse instante, Shaka abre seus olhos lentamente. Eles estão completamente escuros e vazios. Hyoga hesita por um momento e sente a energia negra de Shaka se expandindo. Um açoite de energia negra atinge Hyoga e Shiva de forma violenta. Os dois são jogados ao solo.

            — Shaka... Shaka finalmente acordou. — observa Hyoga.

            — Mas como?! — comenta o já debilitado Shiva, sem forças para se reerguer — Ele saiu do transe! Aconteceu algo com Ágora, nem consigo mais sentir seu cosmo!

            Hyoga levanta-se e se aproxima do poderoso guerreiro indiano.

            — Senhor Shaka! Você pode me ouvir? O que houve com você?

            — Hyoga... — Shaka se pronuncia pela primeira vez e mira os olhos do Soldado de Aegir com seu olhar vazio, vertendo lágrimas de profunda tristeza — Este mundo em que você nasceu e cresceu... É um mundo impuro. E por ser impuro merece sumir nas trevas.

            — Um mundo impuro? Shaka, do que você está falando?

            — Eu vou mostrar a você. Vou mostrar o vislumbre que tive de um outro universo, em minhas mais profundas meditações...

            “Minha projeção astral viajou pelas dimensões, através do espaço e do tempo infinitos. Eu pude contemplar outros planos, outras realidades. Em certo momento, meu corpo etéreo pôde vislumbrar um universo completamente diferente. Nele, a primeira Guerra Santa teve um final diverso àquele que conhecemos. Athena foi vitoriosa, graças às armaduras que os alquimistas, que viviam no Continente Mu, criaram. Atlântida foi parar no fundo do oceano após a derrota de Poseidon, que foi selado na Ânfora de Athena. Nesse mundo, os Cavaleiros de Athena sempre aparecem para enfrentar o mal. O deus do submundo, Hades, foi finalmente morto por Athena e por seus Santos Cavaleiros, que invadiram corajosamente os Campos Elíseos.”

            — Você entende agora, Hyoga? — conclui Shaka — Isso não foi uma simples visão, ou um devaneio. Porque esse nosso mundo seguiu uma linha de eventos tão diferente? O mundo em que vivemos deveria mesmo existir? Não estaremos vivendo uma mentira, uma espécie de anomalia cósmica?

            — Shaka, acorde! — suplica Hyoga — O que você diz não faz sentido! Nós, Rebeldes de Athena, iremos libertar esse mundo, vamos derrotar Poseidon. Não existe isso de anomalias cósmicas ou outros universos. Temos que viver o presente e lutar pelo futuro!

            — Você jamais entenderá, Hyoga. — lamenta Shaka, voltando a fechar seus olhos marejados de lágrimas.

            — Ele vai nos atacar de novo! — amedronta-se Shiva.

            — Darei um fim a esse mundo, começando com essa Ilha da Rainha da Morte.

Hyoga vê uma aura negra tomar conta de seu corpo e sente suas forças se esvaindo rapidamente.

            Enquanto isso, Ikki resolve seguir em direção à caverna de Shaka, intrigado com aquela energia maligna, porém, uma âncora atada a uma corrente agarra o seu braço repentinamente.

            — Parado aí, Fênix.

            — Centauro Marinho? Amphitrite?

            Seiya e Shun chegam finalmente aos pés do vulcão e preparam-se para mais um combate com o líder da Rebelião de Athena, O Fênix.

***

NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO DE “CAVALEIROS DO ZODÍACO – SOLDIER SEIYA – A ERA DE POSEIDON”

***

QUEIME COSMO! ALÉM DOS SETE MARES!!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Soldier Seiya - A Era de Poseidon 01" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.