A comemoração seguia acontecendo. Kakashi e Sakura procuravam distribuir um pouquinho de atenção para cada um ali presente.

Sasuke e Ino se mantinham conversando. Ela falava mais que o Uchiha, como já era esperado. Ainda assim, ele ouvia tudo e se esforçava para alimentar o diálogo.

Perto dali, Shikamaru não estava satisfeito com aquela situação. Não fora capaz de perdoar Sasuke pelo sofrimento causado aos amigos, principalmente à própria Ino e também à Naruto, companheiros importantes para ele. Decidiu chamar a Yamanaka, visando afastá-la de Sasuke.

— Oh, o Shikamaru tá me chamando. Quer vir comigo? — sugeriu Ino.

Ele recusou, percebendo o objetivo do Nara.

Ino então juntou-se ao amigo, que junto da esposa contava histórias sobre os filhos, as quais Ino ouvia atenciosamente. Ainda assim, por trás das aparências, viajou na própria mente.

Quando mais nova mesmo após desbravar o mundo ninja, prevalecia o desejo de emaranhar-se nos braços de Sasuke e ali se encontrar. Ser por ele escolhida para a reconstituição do clã Uchiha, casar e ter muitos — e lindos — filhos. 

Na contramão, foi inevitável o pensamento de que também sofreu com muito na adolescência com o descaso que Sasuke toda a vida lhe dirigiu.  

Perdida nas reflexões, tomou um susto quando teve os olhos cobertos por duas grandes — e quentes — mãos. 

— Adivinha quem é?! — uma voz familiar soou nos ouvidos dela.

— Shikamaru, qual é mesmo o nome daquele sapo que é amiguinho do Naruto? Acho que essas são as mãos dele.

— Droga! Me comparando com um sapo... Você é sempre tão malvada comigo, Ino! — resmungou Naruto, logo em seguida fazendo um biquinho. 

— Me desculpa, tá?! Eu sabia que não era um sapo. — ela sorriu, travessa.

O riso fácil de Naruto logo surgiu nos lábios dele. 

— Queria que fosse o Sasuke, né?! Foi mal, sou o Naruto e nunca vou ser igual a ele. — após dizer essas palavras, fez um gesto para que Ino se aproximasse. — E cá entre nós, sou muito melhor que ele.

Ino deu-lhe uns tapinhas de leve e riu, como sempre acontecia na presença daquele cara que seguia hiperativo, mas já não era tão cabeça oca quanto na infância. Estava bonito e charmoso até, vestido em um terno laranja desbotado, de cabelo arrepiado e propositalmente bagunçado. 

Os dois se envolveram tanto na brincadeira entre eles que nem notaram quando o casal de amigos deixara-lhes a sós.

Naruto, aproveitando a oportunidade, usou o jutsu Kage Bunshin e fez uma cópias, que juntas serviram saquê para Ino. A Yamanaka adorou a cena. 

Naruto desfez as cópias e passou a segurar a garrafa em uma das mãos e o copinho dele em outra.

— Sabe, você poderia ser mais feliz dessa forma com alguém brincalhão e animado. Conheço um cara assim, sabia? Que ficaria feliz também se o escolhesse.

Ino olhou-o desconfiada. Naruto nunca antes demonstrara interesse por ela. Aliás, que história esquisita era aquela? Os dois garanhões do antigo time 7 tão determinados a conquistar sua atenção! Certamente aprontavam algo.

Fosse o que fosse, estava disposta a tirar proveito disso.