Flamboyant Vermelho escrita por kicaBh


Capítulo 4
CAP 4 - Final




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A casa ficava no alto de um morro, num bairro comum de Austin. A casa não era grande, mas era agradável. A gente abria o portão e subia uns 300 metros. Lisbon ia na frente, me guiando, como fazia desde que nos encontramos. Ela havia agendado esta visita e segundo me contou, Melissa ficou empolgada em nos receber.

Eu não tinha ideia do que sairia dessa visita, mas meu coração parecia sair pelo peito. Lágrimas teimavam em cair de minha face mesmo antes de chegarmos a porta. Teresa apertou minha mão quando uma mulher ruiva, pouco mais velha do que eu surgiu em nosso campo de visão. Ela tinha um sorriso largo e bonito e disse que nos aguardava.

Patrick Jane, eu esperei por este momento durante anos. Eu tenho tanto para te contar. Melissa me abraçou forte enquanto nos acomodava num sofá que parecia já ter tido dias melhores. Havia também almofadas coloridas em todos os cantos da sala e na parede uma grande foto de um flamboyant vermelho, como o do cemitério.

Melissa me serviu um chá de tonalidade vermelha, como as flores de flamboyant, que segundo ela era a bebida favorita de sua mãe, Anne. De nossa mãe, ela corrigiu.

E então Melissa abriu o coração:  

“Eu iria fazer 9 anos e insisti para que meu avô me levasse ao circo. Eles sempre passavam por Sacramento mas a gente nunca ia, meu avô tinha problemas do coração e sair de casa sempre demandava cuidados especiais. Ele se cansava a toa. Mas naquela noite eu estava muito empolgada porque ele queria me dar este presente de aniversario.

Meus pais morreram e eu sequer me lembrava deles e meu avô era quem ficava comigo, não tínhamos mais família por perto.

Quando o espetáculo acabou eu saí correndo para rever o elefante, meu avô andava devagar então eu gritei que o encontraria na porta, próximo ao carrinho de pipoca. Então quando quase todos tinham saído houve uma explosão e fogo na lona. Começou uma correria maluca e eu vi meu avô vindo em minha direção ofegante, então ele desmaiou.

Eu comecei a gritar quando uma mulher me viu, ela desviou a direção, me pegou a força e me levou para longe da fumaça enquanto víamos a policia e os bombeiros se aproximarem. Ela me perguntou meu nome e se eu estava bem, a quem poderia avisar. Foi quando notou minhas queimaduras. Eu expliquei a ela que não tinha ninguém e quando vi meu avô sendo resgatado pela ambulância eu corri em sua direção e a mulher ficou lá me olhando, pensativa.

Meu avô chegou morto ao hospital, eu fui tratada e estava aguardando o que iria acontecer comigo quando a Anne apareceu esbaforida na porta do hospital. Ela disse que era uma tia distante minha, apresentou uma carteira com o nome Anne Fox e inventou toda uma historia de que meu avô era seu tio, que eu era filha de uma prima muito querida, inclusive haviam sido criadas juntas. Foi tão convincente que o policial me liberou sob os cuidados dela e eu, diante de toda aquela situação, sequer neguei.

Nós, eu e meu avô, morávamos numa casinha afastada de Sacramento, uma vila quase perdida no meio do nada. E só anos depois Anne me contou que foi o esconderijo perfeito para ela. Ela passou a viver ali comigo, cuidando de mim como uma mãe e sem me dizer muita coisa de porque fazia aquilo.

Eu precisei crescer para que ela tivesse coragem de me dizer que na verdade, naquela noite, ela estava fugindo de um marido que a sugava até a exaustão por uma aptidão que ela possuia, mas funcionava como uma maldição. Ela disse que não queria mais ser usada pelo marido, ele sabia das habilidades dela para hipnose, leitura de pessoas, mas ela gostava mesmo era de fazer chás. Ele era um bom mágico, mas não tinha O toque, segundo Anne. Faltava a ele aquilo que era necessário para um numero parecer algo de outra dimensão. Anne disse que desde que Aldo a conheceu num circo perdido numa divisa do Canadá, a seduziu com promessas de uma vida normal, mas sempre a usou para ganhar dinheiro. E ela estava cansada de nunca chegar a lugar nenhum. Não terem um casa fixa, nada. Ela ansiava por parar e simplesmente viver.

Anne fazia chá de qualquer folha que encontrasse. Ela tinha obsessão por arvores, principalmente por um flamboyant vermelho. Ela buscou até encontrar uma mistura agradável que desse a mesma tonalidade daquelas folhas. E encontrou com hibiscos e cereja.

Isso nos garantiu uma pequena renda mensal, para vivermos. Minha mãe, Anne, cuidou de mim e ensinou alguns truques. As vezes nós trabalhávamos em sinais, mais ela tinha medo de ser descoberta pelo circo então não ficávamos muito. Só quando a grana apertava.

E assim eu cresci, conheci o Sr Carter, ele é motorista de caminhão e nos casamos. Continuamos a viver em Sacramento , nessa época a Anne trabalhava como diarista e babá, mas nunca ficava em casa nenhuma. Depois trabalhou num Cassino, mas foi pega tentando usar um truque de contar as cartas. Eu precisava de dinheiro para o casamento.

Somente quando eu engravidei ela teve coragem de contar sobre você. Ela contou que teve um filho, que havia ficado com o pai porque ela não conseguiu levá-lo o dia do incêndio. E que ela havia descoberto o filho num programa de TV recentemente, que o filho era um astro.

Ela teve tanto orgulho. Ela gostaria de ter sido como você, usar o dom para trazer esperança as pessoas. Mas ela nunca conseguiu, ela sempre teve medo do que via nos outros.

Ela teve tanto medo de te procurar. Então me contou das casas que trabalhou para saber o que você fazia, se as pessoas ficavam felizes com seu dom. Ela chamava de dom, embora desconfiasse que fosse apenas um bom treinamento de seu pai, diante de uma aptidão natural que a família de seu pai possuía. Ela dizia que foi uma pena que seu pai não tenha herdado essa aptidão na mesma intensidade, por isso sempre teve que se apoiar nos outros para ter sucesso. Mas parecia que você o havia vencido.

Eu perguntei porque não nos aproximávamos de você, mas ela disse que se você puxou ao seu pai, jamais a perdoaria. Então ela ficava feliz em saber que você estava bem e era feliz.

Ela voltou a trabalhar num Cassino, mas infelizmente, um dia ela teve uma tosse muito forte, como nunca antes. Ficou com uma gripe muito severa, mas não quis se tratar. Quando chegamos com ela no hospital, não havia muito a ser feito. O médico disse que os pulmões estavam comprometidos.

A Anne fumou a vida toda, fez números de engolir fogo em sinal, sempre dormia na varanda na rede. Sempre gostou de uma bebida. Ela se alimentava muito mal também, exceto pelo chá, ela mal comia.

Ela morreu em pouco mais de 20 dias.

Conversamos muito neste tempo dela no hospital, foi quando ela me contou sobre a vida no circo com seu pai, sobre você e a felicidade de ser mãe. Mas não me deixou procurá-lo para que a visse.

Ela me pediu que te procurasse quando ela se fosse. E dissesse que ela o amava muito, mesmo a distancia. Que ela tinha muito orgulho de você.

Eu não consegui procurar você naquele tempo porque eu caí num luto profundo quando ela se foi, tinha filhos pequenos, precisava me organizar, cuidar da casa, foi difícil.

Nesse meio tempo meu marido arranjou um emprego em Austin e nós nos mudamos para cá. Eu tinha desistido de te procurar, mas tive que retornar a Sacramento para vender nossa casa. Já tinha um ano que a Anne tinha partido e o jornal local daquele dia estava passando o que havia acontecido com a sua primeira família, Sr Jane.

Então eu fui ao sepultamento de sua esposa e filha e observei você, de longe. Você me pareceu um homem tão devastado que eu não tive coragem de me aproximar e contar sobre a Anne.

Achei que nunca teríamos essa chance. Que Anne nunca teria seu recado entregue.

Estou feliz com sua visita. Sua mãe queria que lhe dissesse estas coisas, que você nunca duvidasse do quanto ela o amava. E que se ela o deixou, foi por acreditar que você teria uma vida melhor do que ela poderia te proporcionar. Nós realmente vivíamos com muita dificuldade.

Antes de partir ela me fez um ultimo pedido, ser sepultada embaixo de uma sombra de um flamboyant, sua arvore predileta.

Eu quis saber porque.

Ela dizia que a muito tempo, numa noite linda e um céu cheio de estrelas, numa cidade perdida no interior do país, ela estava debaixo de um flamboyant vermelho com seu primeiro namoradinho.

Naquela noite ela se entregou a um amor que tanto a assustava, quanto a atraia. Foi quando seu filho foi gerado.

Estar sob aquela árvore sempre a ligaria a ele.”

E era isso. Mais de quarenta anos de ausência resumidos num depoimento emocionante e muito dedicado. Minha mãe.

Você sabe que elas estão embaixo da mesma arvore? Duas fileiras de diferença?  Melissa terminou por me perguntar, um pouco assustada ao ver minhas lágrimas escorrendo.

Eu não consegui responder, apenas acenei minha cabeça quando Melissa falou que elas deviam ter alguma conexão. Foi Teresa quem respondeu que sim e disse que estávamos felizes por saber de tudo isso.

Minha “irmã” acabou por me dar algumas fotos de nossa mãe, do álbum que ela guardava. Situações aleatórias de uma pessoa que eu mal conheci. Minha mãe num parque verde, na formatura de escola da Melissa, depois bem mais magra, minha mãe caracterizada para ir ao sinal de transito ganhar algum dinheiro, debaixo da mesma árvore que enfeitava a foto da sala de Melissa.

Eu gostaria de dizer que isso me tocou de alguma forma, mas eu ainda não sabia o que aquilo tudo me causava. Melissa ainda me convidou para conhecer seus filhos adolescentes, Walther e Alex, e disse que estava feliz por eu ter encontrado a felicidade novamente ao lado de Teresa. E disse que gostaria de manter contato e conhecer o meu filho.

Eu agradeci por tudo monossilabicamente e parti da casa dela com a intenção de nunca mais voltar.

Naquele dia eu pedi a Teresa que me deixasse no parque central de Austin, eu precisava caminhar um pouco.

Nem sei por quanto tempo eu fiquei vagando pelas ruas, chorando às vezes, pensando na vida. Minha mãe também havia tomado uma decisão que custou a vida de uma pessoa inocente. E também se redimiu. Não era preciso somar dois mais dois para saber que ela pôs o fogo, possivelmente voltaria para me buscar quando viu Melissa desorientada na fumaça. E diante do que havia feito, tomou a decisão mais correta no momento.

Que ciclo interessante de vida nós temos, eu pensei.

Não sei por quanto tempo caminhei, mas voltei para casa tarde da noite, Charlie já estava dormindo então apenas dei um beijo nele e fui para a cozinha preparar um chá na tonalidade da arvore favorita de minha mãe, com um sabor que possivelmente a agradaria também.

Chá era o que nos ligava. E as habilidades que eu sempre pensei que herdara do meu pai, também vieram aguçadas por causa dela.

Pus a chaleira para ferver, eu já estava mais calmo depois de tudo. Era a minha história. Era bonita, comum e tanto dramática, mas era honesta. Isso me agradava.

Depois de um tempo ouvi os barulhos da porta abrindo. Minha esposa chegou e me encarou, preocupada.

Está tudo bem?

Eu não sei, acho que sim. É um baita história, não é ? Meu pai devia exigir da minha mãe tanto quanto exigiu de mim depois. Possivelmente também a treinava exaustivamente. E a Melissa não sabe, mas minha mãe matou o seu avô naquele incêndio. Eu servi uma caneca do chá para Teresa, não que ela apreciasse, ela sempre preferia café, mas eu precisava dividir com ela esse sabor que fazia parte da vida de minha mãe. Ela aceitou sem discutir, se sentando na bancada enquanto sua camisola subia pelas pernas.

Sim. E sua mãe se sentiu responsável pela garota. É um traço de família, eu presumo.

Como assim? Eu me aproximei dela, ficando de frente e passando minhas mãos por toda a extensão exposta das pernas de minha esposa.

Jane, sua psiquiatra, seu cunhado, seus amigos do circo, da CBI, eu. Você paga suas dividas até o ultimo centavo. Era verdade, eu tinha um senso de justiça e de ajudar quem me ajudou que era quase tão obsessivo quanto meu desejo de vingança.

Gostaria de conseguir esconder algumas coisas de você, Teresa. Você me assusta desse jeito. Eu fiquei observando-a. Teresa tem os olhos verdes mais bonitos que já vi na vida, além de cabelos castanhos sedosos que lhe caem muito bem, ainda mais quando cortados em franja. É uma mulher e tanto. Você não é uma dívida, você sabe. Eu respondi tentando fazer graça. E um pouco de charme também. Parece que funcionou, porque ela passou as pernas ao redor de minha cintura, me prendendo bem perto dela.

Eu espero mesmo que não seja, porque eu sou cara, Sr Jane. Ela sorriu para mim, dando leveza ao clima, me seduzindo. Piscando aqueles olhos que me atraiam e me faziam desejar estar com ela sozinho e isolado do mundo.

Eu sei e eu pago. Eu a beijei lentamente ali na nossa cozinha. O dia poderia ter sido muito mais difícil se ela não estivesse ao meu lado. E pagaria muito mais para ter você na minha vida, Lisbon. E então a carreguei para nosso quarto, para ficar com ela nessa conexão sentimental que fazia muito bem ao meu corpo, mas principalmente a minha alma.

15 DIAS DEPOIS

CEMITERIO DE SACRAMENTO

A ideia foi de Teresa e eu não pude dizer não.

Ela me disse que não falaríamos com Melissa se eu não quisesse, mas que faríamos uma visita em Sacramento. Embora evite, às vezes eu leio minha esposa. Sabia que ela queria que fossemos ao tumulo de minha mãe, por isso as flores. Três ramos de flores silvestres e umas folhas de flamboyant vermelhinhas sobre o buquê. No alvo.

Charles estava na parte de trás do carro alugado, maravilhado com o passeio. Sacramento era uma cidade bonita e embora tenha perdido minha primeira esposa e minha filha aqui, também havia encontrado um novo sentido para mim. Um recomeço. Era um misto de lembranças.

Nós chegamos ao cemitério e num dia de semana, à tarde, estava praticamente vazio. Poucas pessoas fazem este tipo de evento, apenas quando é necessário pensar ou pedir perdão. Não era nosso caso ali, aparentemente minha esposa gostaria que eu fizesse uma homenagem a minha mãe.

Encontramos o jazigo e eu me senti ridículo, eu sequer acredito em vida após a morte. Mas era estranho estar aqui, próxima a Ângela e Charlote e pensar que nunca sequer olhei ao redor. Sempre perdido em meu próprio sofrimento nunca pensei em quantas outras famílias também tem pessoas amadas.

Não cheguei ao tumulo de minha antiga família, parei no de minha mãe. Lá estava, Anne Fox, amada mãe. Bem em frente o flamboyant, o único do parque todo. Reconheci o cheiro que agora eu sabia ser dela. Não sei dizer que falta ela fez na minha vida, num mundo de viagens e apresentações do circo não sobra muito espaço para sentimentalismos. Mas fico feliz que ela tenha feito algo de bom em sua vida, mesmo não sendo para mim. Melissa é uma boa pessoa graças a ela.

É a vovó ? Ouvi Charlie perguntar, parado ao meu lado com um ramo de flores nas mãos.

Sim, é a vovó. Sinto em ter pouca coisa para dizer sobre ela, meu bem. Só soube agora que a vovó partiu. Ela não viveu perto de mim, mas ela foi uma boa pessoa. Ela gostava muito de chá, ela tinha certa aptidão para hipnose, ela gostava de crianças e adorava esta árvore aqui. Então expliquei para o meu filho sobre o flamboyant enquanto depositávamos as flores para minha mãe.

Não vamos colocar as outras flores para ela? Eu o vi perguntar. Deixei que Teresa respondesse a ele, não confiando em mim mesmo para esta tarefa.

Estes não são para sua avó, Charles. São para duas outras pessoas que estão aqui e que o papai ama muito. Meu filho olhou para mim com olhos curiosos, mas eu não consegui dizer nada. Apenas os vi, ele e Teresa, levarem os ramos até os jazigos delas. E os vi depositando as flores. Um gesto bonito, no momento certo talvez eu conseguisse contar a história para meu filho. Hoje não.

— Papai, você está bem? Ouvi Charlie perto de mim segurar minha mao.

Com vocês por perto eu sempre estou bem. Apertei a mao de meu filho e agradeci a minha mãe por ter me dado à vida. E pedi que ela cuidasse de Ângela e Charlote por mim. E disse que eu sempre sentiria muito. Que me perdoassem.

30 DIAS DEPOIS

Nossa casa estava colorida e iluminada, como Charlie pedira.

Circo. Cores e Luzes.

Pete estava lá fora distraindo as crianças com seu tamanho e seus truques bem feitos, com a ajuda de sua companheira Sam.

Todos os amiguinhos da escola do Charlie estavam aqui. Todos. Eram 25 crianças felizes e barulhentas enchendo nossa cabana de alegria e descontração.

E eu estava parado observando nossos convidados :

Alguns dos meus alunos autistas também vieram. Eles não socializavam, mas eram estimulados pelas moedas e quebra cabeças. Ficavam mais afastados devido ao som, mas seus pais estavam entusiasmados pelas cartas que Barlow jogava que eu deixei que eles fossem enganados enquanto os filhos se divertiam. Estavam felizes.

Rigsby , Van Pelt e as crianças também estavam aqui. Eles sempre davam notícias e eu sempre ficaria feliz pelo enlace deles. Demorou para Van Pelt se permitir ser amada pelo Rigsby, que apesar de bobão era o melhor homem que uma mulher pode ter ao lado.

Abbott e Lena vieram de Washington porque raramente tinham oportunidade de rever os amigos. Ela se deu bem como subsecretária e ele estava feliz por não ter que ser meu chefe.

Cho, Kim Fischer e Wylie. Meu amigo oriental ainda era solteiro, o que me leva a teoria de que além de tudo ele tinha uma quedinha pela minha Lisbon. Ela quase me bateu quando aventei isso e jogou na minha cara meu interesse na Kim. O que eu descartei solenemente, dizendo que Kim me trouxe de uma ilha de volta para ela. Quem sabe eu até pudesse juntar Cho e Kim, mas não, não creio que meu amigo aguentaria os pitis da agente Fischer. E Wylie estava com eles, tínhamos acertado que ele viria ter aulas comigo sobre leituras humanas uma vez por semana.

Os irmãos da Lisbon com mulheres e sobrinhos. Meus cunhados, minha nova família. Pessoas que ela ama e que eu adoro amar também. Eles tem crianças maravilhosas, bagunceiras e barulhentas, mas lindas.

Minha irma postiça com o marido e seus dois filhos. Depois da visita ao tumulo de minha mãe eu pensei a respeito e achei que seria bom conviver com Melissa. Me faria bem essa conexão com o passado. Minha esposa também concordou comigo, por isso aqui estávamos, dando inicio a um afeto que poderia curar a ambos.

Meu cunhado da primeira esposa, a surpresa da noite. Quando Daniel soube que eu havia me casado e seria pai ele me procurou, isso anos atrás. Eu imaginei que ele faria uma cena, mas curiosamente ele me abraçou e desejou toda a felicidade do mundo a Teresa e a mim. Depois teve uma conversa com a Teresa que ela nunca me contou, mas eu acho que o cerne da questão foi ele dizendo que eu era um bom homem, apesar de tudo.

Barlow, que veio conferir se a sobrinha neta Caytlin estava bem olhada.

Passado e presente devidamente misturados. Vida seguindo em frente.

Seis anos do Charlie.

Era uma data significativa de tantas formas que eu nem sei por onde começar a explicar. Mas acho que não precisava, o sorriso grudado no meu rosto dizia tudo. Cada voto dos meus amigos dizendo que estavam felizes por mim, que eu parecia bem, explicava tudo.

Eu estava tão ou mais feliz que o meu filho.

De longe vi minha esposa com meu filho no colo e pela primeira vez desde a perda da minha primeira família, eu me senti merecedor de tudo que havia conquistado.

Talvez nós até embarcássemos nessa aventura de ser pais novamente, eu me vi sonhando com um irmãozinho para meu filho amado.

Eu teria que convencer a Teresa, o que convenhamos, é minha especialidade. E ela ficaria muito brava no início, eu ficaria em pânico novamente, mas depois descobriríamos que foi a melhor coisa que fizemos.

Um futuro com crianças sendo felizes nos tendo por perto.

É um plano.

Mas agora eu preciso terminar por aqui, Charles e Teresa estão me chamando para cantar os parabéns e o Charlie faz questão de cortar o bolo.

E eu espero receber o primeiro pedaço !

FIM


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Notas finais do capítulo

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