Porto Seguro escrita por Ero Hime


Capítulo 4
IV. Sou o que sou mesmo que queira que eu seja como outro


Notas iniciais do capítulo

( ) postar um capítulo por dia certinho lindo e maravilhoso
(xxxxxxx) se atrasar e ter que postar todos no último dia do desafio



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No início, Itachi beijou Hinata devagar. O gosto da saudade, da separação, e, finalmente, do reencontro, misturavam-se entre seus lábios. Precisava ser lento, para que a sensação pudesse ser minimamente transmitida entre os dois corpos. Era dolorido, pungente e urgente.

Em seu primeiro beijo, Hinata tinha gosto de inocência. Foi roubado, rápido e confuso. O sabor de cereja e brilho labial ficou com Itachi por dias. Depois, quando ele resolveu devolvê-lo, a adrenalina e sensação de estarem fazendo algo de errado potencializou aquele gosto.

Itachi estava certo de que já tinha experimentado uma lista consideravelmente grande de palatos, mas Hinata conseguia surpreendê-lo novamente. Doce, salgado, amargo; gelado, quente, picante. Diferentes sabores, mesmo beijo.

Agora, a boca de Hinata estava refrescante, como pasta de dente de hortelã, e manteiga de cacau. Talvez chiclete, ou pastilha para tosse. Lentamente, ele conseguia distinguir o gosto, fazendo questão de gravá-lo em sua memória antes de aprofundar o toque para satisfazer seus desejos mais primitivos e carnais.

Apertou a pele contra a cintura, enquanto Hinata puxava seu cabelo. O desejo se tornou maior que a saudade, e, de repente, eram uma mistura confusa de línguas, lábios e ofegos.

Como sempre, acabou cedo demais.

Hinata afastou-se, sobressaltada, garantindo uma distância segura, enquanto tentava alisar o cabelo e diminuir o inchaço em seus lábios; era o que ela costumava fazer quando achava que alguém aproximava-se.

— Vou ver o que seu pai precisa. – Itachi sussurrou, passando por ela e acariciando sua bochecha – Nos vemos mais tarde.

Ela assentiu, desorientada, com um sorriso singelo.

A mansão Hyuuga era tão deslumbrante por dentro quanto por fora, como era de se esperar. Mas Itachi já tinha cruzado aqueles corredores vezes suficientes para não se impressionar com quadros originais de milhões de dólares, esculturas renascentistas, as colunas gregas e a estrutura tão alta que parecia infinita.

Sem se perder no labirinto de salas de estar, copas, ambientes de música, estudos e recreação, Itachi cruzou direto para o segundo andar, onde o escritório de Hiashi fora reconstruído; ele simplesmente preferia a vista da ala oeste, quando o sol cruzava as copas das árvores dos jardins e proporcionava uma brisa agradável.

Entrou sem bater. Hiashi estava sentado em sua mesa, com um charuto que possivelmente custava tanto quanto sua gravata, analisando relatórios complexos e indecifráveis.

— Mais um trabalho impecável, eu presumo. – foi seu único comentário.

— Nada menos que o esperado. – retrucou, parando próximo a poltrona.

— Bom. Tenho outro serviço para você. Um avião estará disponível em duas horas.

— Não.

Hiashi moveu o rosto em um olhar impassível.

— Acabei de voltar. Quero descansar.

— Sabe quantos funcionários seriam gratos simplesmente por obedeceram minhas ordens?

— Eu sou o que sou, Hiashi, mesmo você insistindo que eu seja como os outros. – cruzou os braços – Sei que está satisfeito, então não vejo outro ponto a ser discutido.

O magnata permaneceu trinta segundos em silêncio. Em seguida, com um curvar de lábios irônico, voltou a encarar seus papéis.

— Envie alguém de confiança.

Itachi assentiu e saiu sem dizer mais nada.


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