Estava em todos os lugares, em jornais, revistas, noticiários, na Tv e na Internet. Todos os lugares possíveis falavam sobre o grande escândalo do ano, talvez da década "Naruto Uzumaki é flagrado saíndo de um motel com sua secretária e amiga, Sakura Haruno". 

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Pov Hinata

Hoje o dia realmente estava lindo, mas não por causa do sol ou das folhas das árvores que dançavam ao vento e sim por causa da chuva intensa que caía sobre Tóquio, e das gotas que molhavam a janela do quarto. É, realmente eu amava a sensação de frio e chuva se misturando e camuflando o dia em noite. 

Levantei, tomei um bom banho, me arrumei e desci às grandes escadas "daquela casa", que eu nunca chamei de "minha". 

Ao chegar à cozinha me deparei com Kurenai, a governanta da casa e uma grande amiga para mim. Ela me sorriu e eu sentei à cadeira em frente ao balcão da cozinha, me sentia mais confortável ali, do que na grande mesa solitária da sala de jantar, eu não merecia isso logo pela manhã. 

Conversava com Kurenai sobre a chuva, ela sabia que eu amava, e como o frio me fazia bem. - Digamos que eu não era muito fã de sol e céu azul, como já fui um dia. - Liguei a televisão da cozinha e comecei a buscar algo menos entediante para assistir. Eu estava passando de canal em canal e ao mesmo tempo girando a cadeira do balcão na qual eu estava sentada, podem pensar que pareço uma criança, mas eram poucos os momentos em que eu me permitia agir assim. 

E não deu outra, eu fiquei tonta e caí bonito no chão, soltando assim o controle em cima do balcão. Kurenai riu e me ajudou a levantar, quando nós duas ouvimos um nome muito conhecido sair da boca do jornalista de um programa matinal de "fofocas dos famosos"... O empresário Naruto Uzumaki, foi o que ele disse. Olhei para Kurenai e ela de repente me soltou e correu para desligar a TV, mas eu fui mais rápida, peguei o controle, e assim continuei a observar curiosamente àquela reportagem.

Kurenai me olhou temerosa, talvez pensando que eu estivesse chocada ou algo parecido, já que eu não disse uma palavra ou esbocei algum sentimento. Você deve estar se perguntando o porquê de ela estar assim, preocupada comigo... Bom, digamos que eu sou Hinata Hyuuga Uzumaki, esposa de Naruto Uzumaki e amiga de Sakura Haruno, os dois alvos da fofoca do programa. 

"Naruto Uzumaki é flagrado saindo de um motel com sua secretária e amiga, Sakura Haruno".

Levantei imediatamente depois do susto e perguntei à Kurenai onde estava Boruto, meu filho de 15 anos, ou seja, um adolescente temperamental. Kurenai estranhou meu comportamento, já que eu tinha recém descoberto, pela reportagem que agora era uma mulher traída - e pior, traída pelo marido e pela amiga  - mas eu não me importei, sorri para ela, que me respondeu que Boruto estava na escola. Suspirei aliviada, talvez meu filho ainda não tivesse visto àquela notícia. Não poderia imaginar o estrago que uma bomba dessas pudesse fazer na cabecinha dele. Naquele momento, Boruto era tudo o que importava.

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Pov Naruto

 Eu não acredito que as coisas chegaram à este ponto. Eu era um grande mau caráter, e agora todos sabiam disso. Neste momento, Sakura e eu éramos o alvo do escândalo que estava por todos os lugares, e sabiamos que a culpa era toda nossa.

Um traidor, era isso que eu era... Traí minha esposa com a melhor amiga dela, que era minha secretária, e noiva do meu melhor amigo. Agora, seria difícil reverter essa situação. Como eu resolveria as coisas? Perder Hinata estava fora de cogitação. 

Um nó se formou na boca do meu estômago, ao me deparar com Sakura que entrou chorando em minha sala. O pior tinha acontecido...  O nosso encontro de dias atrás havia sido exposto. Nós fomos expostos! Tudo desmoronaria a partir de agora!

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Pov Hinata

Eu precisava pensar, pensar como resolver essa situação. Primeiro quem seriam os principais abalados com essa notícia?

Comecei a listar mentalmente... Boruto, Naruto, Sakura, Sasuke, a empresa... Espera Sasuke! Ele era o melhor amigo de Naruto  e noivo de Sakura.

A essa altura do campeonato já deveria estar sabendo do escândalo que envolvia os envolvia, eu o conhecia, sabia de seu temperamento. Rapidamente me arrumei e fui ao encontro dele, que com certeza estaria em casa, enfiando a cara na primeira garrafa que visse pela frente, ele gostava de afogar as mágoas assim. 

Hinata: Sasuke! Sasuke, levanta! Vamos! Levanta. - Disse ao entrar na sua casa e me deparar com ele jogado no chão da cozinha com uma garrafa na mão.

Sim, eu sabia a senha da porta, afinal era a nossa data, dia 11/06. Nascemos no mesmo dia, com Sasuke sendo apenas um ano mais velho que eu. 

Sasuke: Hina... Como? Como? Por que eles fizeram isso com a gente?! - Gritava alterado, tinha visto a notícia à pouco tempo pois acordara tarde, ele me disse, e que se soubesse, teria evitado acordar. 

A primeira coisa que fiz foi pegar a garrafa de wisky que vi na mão dele, tinha sido presente dele... Do ex-melhor amigo, Naruto, meu marido. O cara envolvido no escândalo com sua noiva e amiga minha. 

Sentados no sofá, Sasuke me contava sobre a dor imensa que sentia dilacerando seu peito, como? Como as pessoas que ele mais amava tiveram a coragem de o magoar tanto, tanto assim?

Eu não conseguia ver o meu melhor amigo sofrendo tanto, afinal eu o amava, éramos como irmãos desde que eu me lembro. Talvez ele tenha sido a minha primeira lembrança.

Hinata: Sasuke, olha para mim. Não chore, por favor, me faz mal te ver assim. - Dizia enquanto segurava a mão dele, que tremia, de ódio ou decepção, talvez os dois, eu não sabia dizer. 

Sasuke: Hina... Eu não entendo, como você...Você deveria estar mais abalada do que eu! - Disse ele, e puxou sua mão bruscamente da minha.

Hinata: Eu sempre fui mais forte que você. - Eu disse e sorri. 

Sasuke pode sentir que eu realmente estava bem, não parecia abalada, triste, com raiva ou decepcionada... Apenas parecia preocupada... Como se estivesse apreensiva com algo que estava para acontecer. Ele também me conhecia muito bem.

 Sasuke: Hinata... Você sabia de alguma coisa? Não me diga que sabia da cachorrada desses dois e nunca me falou nada?! - Gritou Sasuke, que estava visivelmente alterado... Como sua melhor amiga tinha escondido algo tão horrível dele, como ela não lhe contou isso?! Ela contava tudo.

Só de imaginar os pensamentos dele, eu ficava triste. Eu falhei em protegê-lo da dor. Ver meu amigo naquela situação me lembrou de mim mesma, quando descobri sobre a traição daquelas pessoas que eu tanto confiava e que muito amei um dia.

Apenas sorri para ele, olhando bem fundo em seus olhos, na tentativa de sugar toda a dor que ele sentia. Tentando fazer ele entender que não estava sozinho. Que não precisava passar por aquilo tudo sozinho, como quase aconteceu comigo um dia.

De repente ele fechou os olhos, respirou fundo e se sentou ao meu lado no sofá. Eu apenas recostei minha cabeça em seu ombro.

Hinata: Eu me preparo para essa situação há muito tempo... Mas agora que aconteceu, eu não sei muito bem como agir, o que devo fazer para concertar as coisas, sabe? - Suspirei e Sasuke já ia falar, quando lhe disse - Eu preciso proteger vocês. Por favor, eu vou cuidar de tudo, só prometa para mim que vai esperar.

Levantei e já ia embora quando o ouvir chorar, ele gemia baixinho, talvez eu não devesse ter mencionado "muito tempo" afinal, ele não merecia saber daquilo.  Pude ver sua dor, frustração e me aguentei para não chorar junto. Eu realmente sentia a dor dele e o compreendia, mas precisava colocar as coisas no lugar, pelo bem dele, pelo bem de todos.

Eu o ouvi falar:

Sasuke: Você não pode me pedir para manter a calma, quando puser os olhos em qualquer um daqueles dois. 

Suspirei e sorrindo lhe falei aquilo que ouvi um dia, de alguém muito especial, quando estava passando pelo mesmo que Sasuke, a dor da traição. 

Hinata: Você é um homem bom Sasuke, não pode se deixar contaminar pelo ódio. Lembre-se, você é responsável pela dor que causa nos outros, não pela dor que eles causam em você.

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Durante a viagem, ao volante eu pensava em como poderia contornar o que tinha acontecido e o que estava para acontecer. Suspirei e segui o caminho para casa, a casa de Naruto.

Voltei para casa, deveria dizer... No pior momento possível? Naruto e Boruto estavam aos berros na sala.

Boruto: Eu não acredito que você fez uma coisa dessas com a minha mãe! Ainda mais com a tia Sakura! Você não presta! 

O que eu temia aconteceu! Meu filho descobriu e por outras pessoas, não foi nem por seu pai e nem por mim... Ele também estava se sentindo traído, era o pai e a tia, os quais ele tanto amava e admirava. Estava doendo tanto nele, quanto em mim, eu pude perceber. Suas palavras eram carregadas de ódio, rancor... E algo que eu também já senti um dia, nojo. Ele sentia nojo do pai. 

Naruto: Você não pode falar desse jeito comigo! Você é uma criança! Não entende das coisas! Você não tem o direito de me tratar desse jeito! Você é meu filho e vai ter que ficar ao meu lado, Boruto! 

Naruto berrava tão alto quanto Boruto, a coisa estava realmente muito feia entre os dois, pois nenhum deles notou minha presença. 

Boruto: POIS SAIBA QUE EU TENHO VERGONHA! VERGONHA DE VOCÊ! VERGONHA DE SER SEU FILHO! VOCÊ MACHUCOU A MINHA MÃE! NÃO CONTE COMIGO PARA NADA, NARUTO! 

Ver meu filho e o pai brigando daquele jeito me quebrava por dentro... Eu só queria pegar o meu filho e sair dali, tirar toda aquela dor que ele estava sentindo, ele era só um menino, não merecia passar por isso.

Mas eu deveria acertar àquela situação. Boruto não poderia falar com o pai daquele jeito, isso feria tudo que nós acreditávamos. O erro não era nosso, era de Naruto... Meu filho não deveria errar também.

Não aguentando mais, eu gritei.

Hinata: PAREM, PAREM COM ISSO OS DOIS!

Foi quando notaram minha presença. Eles me olharam assustados, já que eu não gritava há muito tempo, talvez uns 15 anos, Boruto pelo menos, nunca me ouviu gritar.

Boruto: Mãe!

Meu filho correu e me abraçou, por cima dos ombros de Boruto pude ver os olhos de Naruto, azuis da cor do céu em um dia ensolarado, olhos que um dia tanto amei, hoje não tinham efeito nenhum sobre mim. 

Eu percebi que Naruto estava triste, talvez desesperado, mais precisava cuidar do meu filho primeiro. Sorri para Boruto e pedi que ele subisse para seu quarto que logo eu iria falar com ele, mesmo relutante ele assentiu e sem olhar para o pai, me abraçou mais uma vez e subiu às escadas.

Olhei para Naruto e pela primeira vez, ele baixou seu olhar prepotente de quem sempre tinha razão. Algo que ele sempre usava, quando queria ganhar uma discussão. Coisa que nunca fez comigo, porque eu sequer brigava com ele, nem pelo mínimo, como a toalha molhada em cima da cama, ou pelo máximo, como a sua traição. 

Naruto: Precisamos conversar. Você não pode acreditar em tudo o que vê ou ouve por aí. - Ele tremeu os lábios e disse - Você tem que confiar em mim. 

Eu simplesmente sorri, um sorriso sarcástico, que saiu involuntariamente dos meus lábios, mas logo eu me controlei... Eu não sentia raiva, dor ou qualquer tipo de sentimento bom ou ruim... Eu era apenas indiferente. E vê-lo desesperado para que eu acreditasse nele, me fez rir. Me culpei por sentir que ele merecia aquilo que estava acontecendo, mas eu precisava assumir meu papel, o de esposa traída.

E olhando em seus olhos pedi que ele sentasse no sofá, eu me recostei na poltrona ao seu lado e resolvi contar o que eu sabia e o que aguentei durante todos esses 15 anos.

Hinata: Eu ouvi e vi, Naruto. Ninguém me contou. Eu mesma presenciei.