Recomeço escrita por JN Silva


Capítulo 6
O auxílio chega


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal
Dessa vez demorei bem mais para postar do que nas outras vezes e vou explicar porque: meu tempo atualmente anda bem corrido, por estar trabalhando. Além do pouco tempo livre, tenho vivido um período de cansaço mental, ao qual somou-se o bloqueio criativo.
Este capítulo foi escrito de forma bem fragmentada, cada pedacinho num dia, e revisado de forma fragmentada também. Finalmente, porém, saiu kkk
Peço perdão pela demora e espero que tenham uma boa leitura :)



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Aslam chegara bem a tempo de salvar o menino rei da lâmina inimiga. Não viera sozinho, pois tão logo a invasão adversária eclodira no acampamento de Pedro, o Leão imediatamente partira em busca de reforços. Com agilidade inacreditável percorrera o caminho das florestas que se encontravam mais ao sul e convocara toda a sorte de seres e animais que ali viviam para que viessem em socorro do Grande Rei, que, naquele momento, sofria um ataque ardiloso e vil que pegou a todos de surpresa.

A horda obscura, sob o efeito de feitiços e sortilégios perniciosos, havia se tornado invisível aos olhos de qualquer criatura, fosse ela humana, animal ou de qualquer outra espécie. Desta forma, invadiram com grande facilidade o acampamento do Grande Rei, sem serem notados, e causaram um verdadeiro caos. No entanto, tão logo o rugido de Aslam ressoou pelo campo de batalha, o encanto se quebrou e tudo aquilo que se ocultava nas trevas se tornou visível aos olhos de todos.

Um considerável número de animais, anões, sátiros e espíritos da floresta tomou conta do campo de batalha. Quando o Leão saltou por sobre a cabeça do rei Pedro e golpeou a repugnante criatura que estava prestes a matá-lo, todo o exército silvestre se pôs em ação e caiu com furor sobre as forças inimigas. Tais monstros, visíveis agora aos olhos de todos, foram tomados de grande pavor ao verem a vultosa figura do Leão. Alguns tentaram fugir para o bosque que margeava o vale. Os soldados de Pedro, porém, com o ânimo renovado pela perspectiva de vitória, apanharam-nos antes que adentrassem na mata e abateram um a um.

O jovem rei, apesar da intensa onda de alívio e esperança que invadira seu coração ao ver chegar o auxílio, já não tinha mais forças. Extenuado, febril e machucado, permaneceu deitado onde estava, deixando-se cair na inconsciência.

...

Já havia horas que Severo Snape e o fauno batiam cobertores encharcados sobre as chamas, praticamente sem sucesso. Porque quando uma labareda se apagava de um lado, muitas outras surgiam de outro lado. A pouca água que conseguiram encontrar já estava no fim. Ambos tinham os rostos abrasados pela quentura do fogo e respiravam com dificuldade, devido ao cansaço e ao ar poluído.

— Com mil raios! – gritou o fauno furioso, livrando a cauda de um pedaço de pau incandescente que caíra atrás de si – Este fogo nunca se apaga! Até parece bruxaria!

O fauno praguejava já havia algum tempo e por esse motivo Snape havia deixado de prestar atenção a qualquer de suas palavras. No entanto, quando a criatura mencionara a palavra “bruxaria”, o homem parou, atento.

— Espere...

Pôs-se a raciocinar por um momento. Embora houvesse se tornado agora um homem comum, ainda era capaz de reconhecer magia quando a via. Principalmente magia das trevas, na qual estivera tanto tempo envolvido e se tornara praticamente um especialista. Aquele fogo que se alastrara rapidamente e assumira em pouco tempo proporções fora de controle não poderia ser normal. Além disso, já havia horas a fio que trabalhavam, sem conseguir, praticamente, nenhum progresso. Por que não percebera isso antes?

Entretanto, o homem percebia uma coisa. A magia que controlava tanto a permanência e a força do incêndio quanto, outrora, a invisibilidade dos invasores, não possuía nenhum indício ou característica das formas de magia que conhecera no mundo bruxo. Até porque, a terra de Nárnia se encontrava numa dimensão espaço-tempo completamente diferente, o que explicava um tipo de magia diferente daquele que conhecera em seu próprio mundo. No entanto, havia um princípio básico – assim compreendia – que nunca mudava: se havia magia, havia uma mente por trás dela, no comando. E se havia um feiticeiro por trás de tudo aquilo, ele não deveria estar longe.

Com este pensamento na mente, Snape começou a se afastar das tendas incendiadas, ignorando os apelos do fauno para que voltasse e o ajudasse. Enquanto o combate seguia fremente, o homem andava nas sombras, sem ser visto, perscrutando cada canto que sua visão pudesse alcançar, à procura de pistas. Por um momento, julgou ter visto algo junto à orla da floresta, como um borrão escuro e disforme, que passara num átimo. No entanto, cansado e atordoado, não teve certeza do que viu. Além disso, a nuvem de fumaça que se espalhava pelo ar e as sombras que as árvores projetavam sobre o campo tornavam sua visão incerta e confusa. Poderia ser apenas sua mente cansada lhe pregando peças... ou então, havia algo de suspeito ali. Enquanto o homem estava absorto em seus pensamentos, pensando se valeria a pena ou não sondar o local, algo impressionante aconteceu.

Dentro do bosque havia minas e córregos que serpeavam alguns trechos da floresta para desaguar no Beruna. Quando o rugido de Aslam ecoou pelo ar, não apenas o encanto dos invasores se quebrou, mas forças aliadas do bosque foram evocadas para tomar parte no combate. Tais forças, no entanto, esperavam o momento certo de agir. Naquele momento em questão, massas de água se levantaram de seus cursos, assumindo formas semelhantes às de homens e mulheres transparentes, da altura de árvores. Caminhavam a passos largos para o campo de batalha. Quando os combatentes, de ambos os lados, se deram conta do que acontecia, foram tomados de grande espanto.

— Espíritos da água! – gritou alguém.

A atenção de Snape se desviou de seus pensamentos para a orla da mata. Os gigantes transparentes avançavam com intrepidez pelo vale, deitando-se e derramando-se não só sobre as labaredas de fogo e as tendas em chamas como também sobre os inimigos. Em questão de instantes todo o fogo fora apagado e as correntes de água arrastaram consigo carcaças e tudo o mais que sobrou das queimas. Snape voltou o olhar para onde julgara ter visto o vulto. Não encontrara mais nada. Mas se havia mesmo algo de suspeito ali, não desaparecia tão depressa. Não antes que ele pudesse investigar e sossegar sua mente inquieta.

 ...

O dia amanheceu silencioso e fúnebre. Apesar do auxílio que Aslam trouxera, as perdas que o destacamento de Pedro sofrera foram muitas. Algumas delas, irreparáveis. Parte dos melhores soldados de Pedro, mais experientes e sábios, havia sido perdida.

O vale em que estavam alojados, antes tão bonito e verdejante, estava agora totalmente devastado. A vegetação rasteira estava toda carbonizada e a água que apagara incêndio se acumulara aqui e ali em várias poças, transformando o local praticamente num charco. Reinava no ar um silêncio tristonho e meditativo.

O rei Pedro e os outros feridos se restabeleciam dentro de suas tendas. O exército silvestre trazido por Aslam permanecera por mais algum tempo no acampamento. Havia entre eles centauros anciões muito sábios, conhecedores da medicina, assim como espíritos da floresta que conheciam toda a sorte de plantas e raízes que tinham o poder de curar. Snape se interessara bastante por essa medicina natural, que lhe lembrava muito seu antigo ofício em Hogwarts. Os anciões centauros eram muito pacientes e sábios, e com eles, Snape pôde aprender muita coisa. Uma delas era uma pasta de calêndulas maceradas, muito eficiente na cicatrização dos mais diversos tipos de ferimentos. Em alguns dos feridos que corriam maior risco de morte, fora necessário realizar cirurgias a frio e cauterizações, para salvá-los. Severo acompanhava de perto o trabalho dos curandeiros silvestres e procurava absorver deles todo o conhecimento que pudesse armazenar em sua mente.

Apesar disso, o homem não tirara da cabeça as inquietações a respeito do que ou quem estava por trás daquele ataque. Nos dias que se seguiram, realizava diariamente rondas pela orla do bosque, à procura de qualquer pista ou algo suspeito que lhe indicasse uma direção para investigar os estranhos acontecimentos. Apesar de seus esforços, porém, nada encontrou.

Os dias seguintes foram ocupados dessa forma: os feridos eram cuidados e os soldados que faziam a guarda do acampamento redobravam seus treinamentos, para não serem pegos de surpresa mais uma vez. Apesar de tudo ter acabado relativamente bem, no entanto, ainda havia assuntos a resolver. Mais do que nunca, Pedro e seus oficiais estavam muito interessados no que Aslam havia começado a dizer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D
Tentarei fazer postagens mais frequentes
Se eu não conseguir, porém, conto com a paciência de vocês kkk
Bjs e até a próxima!



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