Mais um momento para Armando e Betty escrita por MItch Mckenna


Capítulo 4
Capítulo 4 e Final: De volta ao escritório


Notas iniciais do capítulo

Resumo do capítulo anterior: Betty planejava resistir aos anseios de Armando, mas ao perceber que ele estava de fato excitado e afim de fazer amor, não resiste e deixa-se levar, mesmo estando com muita raiva de seu amado. Perdoará Betty tudo o que leu na carta de Instruções de Mário e lhe dará uma nova chance?



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Enquanto Armando dirigia-se à Méson de San Diego para pegar seu carro, Seu Hermes, coberto pelo cobertor, esperava Betty para lhe dar uma bronca.

—Isto são horas de chegar, mocinha? Desde que passou a trabalhar nesta empresa não tem mais hora para chegar? Eu vou falar com este seu chefe para dizer que tem família e ele não pode deixa-la a hora que quer!

—Está bom, pai! Era um jantar de negócios!

—Sei desses negócios!

 Betty sobe rapidinho antes que seu pai fala seu ditado.

Tranca a porta e começa a sonhar com cada toque de seu amado e odiado Sr. Armando. Põe-se a escrever em seu diário:

“Não sei mais o que fazer! Mas novamente deixe-me levar para o abatedouro, sinto-me cada vez mais envolvida e dominada por ele. Hoje, quis castigá-lo, levando a passar vergonha frente a seus amigos. Mas quem passou apuros fui eu. Ele entrou comigo e fez-me sentir uma estranha, sequer me apresentou como sua assistente, como sempre fazia.  Com a música tocando ao fundo, senti vontade de beijar-lhe e creio que se me beijasse, seria capaz de perdoá-lo, ou dar-lhe uma chance. Mas não! Ele sentiu vergonha de mim. Disse que era pela Marcela, que ela descobriria tudo se nos beijássemos ali, mas não sei se teria medo se fosse uma de suas amigas. Muitas se aproximaram e nem sequer ligaram de estar comigo ali. Talvez acharam que por eu ser feia, não merecia estar em um lugar como aquele com Armando Mendoza. Percebi que ficou constrangido, mas deve ser porque eu estava ali e não poderia ficar com uma delas.  Deve ser uma tortura ter que ficar comigo, sair comigo ao invés de estar com suas “amiguinhas”.

Disse que estava inseguro e que sentia ciúmes de Nicolás, mas se o tem, o faz unicamente pela empresa. Sofro e sei que sofre, mas enquanto sofro de amor, ele sofre apenas pela empresa.

E o pior aconteceu: após deixarmos o Méson, cedi aos seus beijos mais uma vez, mas enquanto me pedia para passar a noite com ele, disse-lhe algo que me doeu na alma: Que não o desejava. Lógico que sei que cada fibra de meu corpo o deseja, que sinto seu cheiro impregnando minha pele. Sinto-me tão mentirosa quanto ele.

Quis embora, peguei um táxi, mas ele agiu rápido:  abriu a porta e atirou-se dentro. Me beijou e disse que não iria me deixar ir assim. Começou a me beijar ali mesmo. E propôs que fossemos a outro lugar.

Achei que iria desistir quando escolhi um hotel luxuoso, mas não mesmo escondendo-me levou-me em um no qual já era cliente. Eu pensava em fingir que estava dominada por ele e deixa-lo lá na suíte sozinho. Planejei direitinho. Mas quem disse que resisti? Quando ele me tomou nos braços, deixe-me levar e senti-lhe novamente entregue a mim, e me entreguei a ele, como se não soubesse de nada. Como se não soubesse do seu plano para “levar-me à cama mais próxima”. Como consegue fingir tão bem sentir desejo, e tomar-me em seus braços como se eu lhe pertencesse totalmente, como se não pudesse raciocinar ou ter vontade própria?

Sinto que tenho que afastar! De fato, não consigo resistir a ele, mesmo sabendo o que lhe causo.  Como posso agir assim perto dele?

Armando havia pego seu carro e enquanto dirigia para seu apartamento, pensava nos acontecimentos da noite:

—O que acontece com Betty? Uma hora parece tão fria, distante. Em outra tão apaixonada, tão entregue, como seu fosse tudo para ela! Onde está aquela Betty que derretia ao meu simples toque? Ela foi maravilhosa! Quase contei-lhe tudo! Deus meu! Não sei o que faria se descobrisse! Mal posso esperar para nos encontramos de novo! O que está fazendo, Armando Mendoza? Está ficando louco? ela, ela com seu jeito está me deixando louco! Mas hoje senti novamente que me ama!

Ao chegar no apartamento, Marcela ligava insistentemente.

—Alô! Cheguei há um tempo, mas estava tomando banho. Meu celular? Ah descarregado. Não, não desliguei! Sim, estou cansado nos vemos amanhã. Beijos

Armando deita-se e fica sonhando com sua Betty, por outro lado, Betty dica sonhando com ele, mas se sente culpada de ser tão fraca.

No dia seguinte, Nicolás vai lhe buscar de carro, mas ela apenas conta uma parte da história: que sentia-se fraca e que mais uma vez deixou que ele a beijasse. Nicolas, então resolve dirigir o carro.

Ao chegar ao escritório, Betty encontra Armando sentado em sua mesa:

—Desculpe-me, Dr! Não sabia que estaria aqui tão cedo!

—Não tem problema, Betty! (Dá-lhe uma piscada) Dormiu bem?

—Sim, doutor!

—Pois não consegui dormir pensando em você...

Ela dá um sorriso, tentando não desmanchar.

Ao chegar em sua mesa, encontra um cartão com chocolates. Armando o havia escrito relatando que se sentia totalmente dependente dela, que apesar de relutante no início a sentiu totalmente entregue e amorosa. E que estava cada vez mais louco ao descobrir sua sensualidade.

—Pode continuar lendo, Betty!-Armando chegando-se à salinha -E ai?

—Maravilhoso, Dr.! Como os outros! -Ela tenta fingir não estar emocionada.

—Então, -pega nas mãos dela- Como ficamos depois do beijo... da noite maravilhosa que passamos? Voltamos a ser como antes?

Sim, Dr.! Já que selamos nossa união, o Sr. Vai cumprir com o prometido e vai deixar de se casar?

—Sim, vou! Prometo-te! Depois do desfile e da Reunião da Diretoria farei isso! Cancelarei meu casamento. 

—Ah, claro!

—Mas preciso que me ajude! Preciso que maquie o balanço para que fiquemos bem! Você vai fazer?

—Vamos por parte, Dr.!  Primeiro eu faço o balanço real, depois a maquiagem!

—Confio em você, minha espertona!  Beatriz, te amo!

—É recíproco, Dr.!

Quando ele sai, ela toca o queixo, fecha os olhos sonhadores, resolve acender a vela que Catalina lhe deu e fica perdida em seus pensamentos. Resolve colocar aquele cartão junto com os outros no saco de lixo, debaixo de sua mesa.

O dia transcorreu tranquilo, até Marcela chegar reclamando de uma fofoca de uma tal de Mônica que supostamente viu Armando acompanhado de uma mulher feia, de nariz grande de franja, óculos aro grosso em momentos bem carinhosos.

É uma fofoqueira mentirosa! A Betty é muito respeitosa! Me dá o telefone dessa tal de Mônica Gudello que vou ligar para ela agora!

—Não seja ridículo, Armando! Ela não está mais na cidade!

—Ah fugiu esta mentirosa!

—Mas não estou preocupada com isso! Nem com esta mosca-morta abusada!

—Xiu!! Por que a ofende? Ela está aí!

—Ah é? Não me interessa que ouça! Chegaram nossos convites!

—Já?

—Como já? Eles chegaram atrasados. Veja!

—Ah ficaram bonitos!

—Sabe, precisamos distribuí-los logo! Já sei!

Marcela levanta rápido e se dirige à sala de Beatriz:

—Beatriz, eu preciso que entregue esses convites do meu casamento ao Fred, para que distribua hoje mesmo!

—Marcela! Você tem a Mariana e outras para fazer isso. A Betty está ocupada fazendo o balancete para a reunião, não a ocupe mais!

—Ora, mas só estou pedindo...

—Não tem problema! Eu faço sim!

—Beatriz, você não precisa fazer...

—Não tem problema, doutor! Posso fazer isso!

Beatriz sai para levar os convites à Fred. E lá eles conferem que nenhuma do quartel das feias será convidada, nem mesmo o braço direito de Armando, Beatriz.

—Pois eu não me importo! Assim não tenho que pensar em presentes! Imagina, não tenho dinheiro!

—Nem eu!

—E você será que será convidada, Betty?

—Eu serei a última, Dona Marcela jamais me convidaria!

—Realmente seu nome não está aqui!

—E mesmo que esteja que não contem comigo! -determinou Beatriz

—Vamos almoçar hoje, Betty?

—Hoje não, meninas! Hoje terei um almoço de negócios, depois falamos!

Enquanto isso no escritório, Armando repreende Marcela:

—Por que fez isso? O trabalho dela não é entregar convites!

—Ora, para que ela saiba que é um homem comprometido e que não para se exibir e ficar carinhosa com você nos lugares!

Marcela sai e quase que se esbarra com Beatriz que voltava, após entregar os convites.

—Betty, desculpe-me!

—Não tem problema, Doutor.

—Saiba que independente de qualquer coisa, vou continuar com nosso plano. Após o desfile e a Reunião irei desistir de meu casamento.

—Sim, Doutor!

—Por isto é importante que nos livremos o quanto antes disso tudo e possamos ser felizes como fomos a noite passada.

Armando sai da salinha e encontra Mário sentado no sofá!

—E aí, meu caro Presidente?

—Oi, Mário!

—Como estamos indo de plano?

Armando faz sinal que Betty está na salinha.

—Ah, mas me conta? Estava com ela ontem ou com uma beldade? (Armando olha para cima)

—Conte-me o horror!

—Não é horror nenhum, Mário!  

—Se não quer falar aqui, almocemos juntos e falemos.

—Não tenho nada para falar, nos beijamos e,,,

—Você acha que ela vai fazer o balanço?

—Sim, vai!  Disse que está preparando.

—Então, que tal irmos almoçar?

—É que...

—O quê?

Armando lembrou-se que havia convidado Betty para almoçar.

—Mário, este jogo, não é certo fazermos isso. A estamos magoando.

—Magoando? (riu-se) Como assim?

—Como a Betty age nos seus braços? Ela chora, fica triste?

—Não... Parece feliz, muito feliz!

—Então, meu amigo, considere-se um benfeitor, quase um santo. Você faz uma feia tão feliz quanto faz as mulheres mais lindas desse país! Ela é privilegiada!

—Não sei, Mário! Ela pode descobrir!

—Como meu amigo? Como? Você destruiu a carta?

—Sim.

—Então, nunca vai descobrir! Basta tratá-la bem e fará tudo o que você quiser! Não sabe o que faz uma mulher apaixonada! Ainda mais uma feia!

—Sabe tanto deste assunto, deve ter experiência!

—Não, eu não! Você agora tem!  Sua morceguinha particular!

—Não fale assim dela, já falei, Caldeirón!

—Está bem! Não está mais aqui quem falou! E aí, vamos almoçar, Sr. Presidente?

—Sim. Só um momento.

—Isso, fala com seu amor!

Armando olha feio.

—Olá, Betty! Eu... eu... estou indo almoçar com Caldeirón!

—Ah sim! Pois vá! Bom apetite!

—Eu sei que combinamos de almoçar juntos, mas acontece que o Mário tem assuntos da empresa para tratar!

Betty fica decepcionada.

—Peço desculpas, Betty!

—Não tem problema, Doutor! Pode ir com seu amigo. Afinal, os assuntos da empresa são importantes...

—Não, não! Não são mais importantes que você para mim.

—Eu sei, doutor o quanto sou importante para o senhor!

— Podemos sair mais tarde.

Sim, podemos ver isso, doutor!

—Quer que eu lhe traga algo?

—Não, não se preocupe. Eu vou ficar aqui trabalhando.

Ele pisca para ela e quando vira ela coloca a língua para fora.

—Pois bem, sei o que ele ama! (Betty aceda a vela que Dona Catalina lhe deu) Como gostaria de te odiar Armando Mendoza! Não aceito que posso ser tão idiota e ceder tão fácil a ele!

Vira-se ao computador e continua a trabalhar no Balancete real.


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Notas finais do capítulo

Este é o final deste momento entre Betty e Armando. A verdade é que por mais que possamos viajar e imaginar mais um momento para este maravilhoso casal, a realidade sempre vai chegar. Betty e Armando precisavam passar por todo aquele sofrimento para que seu amor pudesse, enfim florescer, tal como floresceu a beleza de Betty.
Mas não acharia nada mal que rolasse uma noite a mais de amor e prazer!



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