Reconstrução da cena: Na rua da Méson de San Diego, Armando toma uma fria e resignada Betty nos seus braços e a beija apaixonadamente. Por alguns momentos,  a moça resiste, mas depois deixa-se envolver e cede aos seus beijos, pois sentia seu coração queimar. Logo depois recobrou as forças e correu para pegar um táxi, mas quando ia entrar, Armando fechou a porta e pediu que ficasse com ele, que morreria para ficar a noite inteira com ela, mas a moça, muito resistente, empurrou-o e entrou no táxi.

Mas que rapidamente Armando abriu a porta de novo. E atirou-se para dentro do veículo que já estava em movimento.

—Saia daqui, Dr. Me deixe em paz!

—Vamos dar um passeio pela cidade, Beatriz! —Eu tenho que ir para minha casa, Dr.

—Eu te levo no meu carro!

—Eu não quero mais entrar em seu carro, Dr.!

—Por que o medo de mim, Betty?

—Não é medo, Dr.!

O motorista de táxi já estava impaciente com o casal:

—Escutem, senhores. Vão dizer onde vão ou vão ficar no táxi só conversando?

—Então, Beatriz?

—Eu vou continuar no táxi, Dr.

—Então, vamos dar um passeio.

—E seu carro?

—Frequento o lugar, está tão bem guardado quanto na garagem da Ecomoda.

—Pois bem, Srs. Onde vamos? -perguntou o taxista

—Uma volta pelo centro de Bogotá!

—Preciso ligar para minha casa, Dr.!

—Para sua casa ou para o Nicolas Mora?

—Vai começar com isso?

—Não! Faça o que queira, desde que fique comigo.

—Está bem. Ligo depois. Me beijaria aqui neste táxi?

—Bem....

—Beijaria uma feia aqui no táxi? O Sr. sendo tão lindo?

—Beijo, beijo sim,  Beatriz. (Beijos) Só não te beijei na Meson porque no outro dia estaria em todas as revistas e a Marcela já iria saber hoje mesmo, pois conhece todo mundo lá. E teríamos problemas porque se apresentou como minha assistente. Não pense que é porque não é modelo ou qualquer outra coisa.

—Então, me beije agora aqui!

Armando verifica se o motorista está olhando para frente e vendo que está, a pega nos braços novamente e segurando seu rosto, a beija com todo ardor. Depois de um tempo, o motorista vira para trás para perguntar até que horas iria ficar dando voltas, mas ao ver que o elegante empresário beijava a moça feia de aparência humilde com tanta vontade, resolveu deixar para perguntar depois.

Para Beatriz, embora soubesse estar diante de um canalha, o fato é que o amava e desejava demais e não havia como negar que ele havia lhe beijado em frente à Maison e agora no táxi pela cidade inteira.

Um celular toca. É o de Armando, quebrando o clima de romance.

—Oi, oi meu amor! -logicamente era Marcela ligando. 

Do outro lado, a moça cobra o fato de Armando não estar no apartamento dele ainda, uma vez que havia ligado insistentemente para ela. Ele se esquiva e explica que ainda estava no Meson conversando sobre negócios e sim estava com Beatriz e que logo sairia, levaria a assistente para casa e iria para seu apartamento.

Ao desligar, Betty, já ciente e desperta de seu sonho, determinou:

—Voltemos à Maison, Dr.! Pegue seu carro, vá para o apartamento, eu vou de táxi para minha casa e nos veremos amanhã no escritório.

—Não, não, Beatriz! Amanhã não! Esta noite tem que ser nossa! Já estamos aqui! É verdade não sente mais desejo por mim?

—Doutor! —Sente ou não?  Diga-me enquanto te beijo!

—Doutor, não está se expondo muito?

—A senhorita pediu que te beijasse. Estou querendo beijar-lhe. Ele passa a mão em volta de sua cintura para abraçá-la:

—O senhor bebeu, Dr.?

—Não. Só aquele com você. Aliás, a senhorita surpreendentemente bebeu mais que eu. Aquelas Vodkas... Não achou forte?

—Bem, prefiro suco de amora, mas precisava. E a conta lá, Dr.?

—Eles colocam direto na minha conta, sem problema. Sou muito conhecido lá!

—Agora todo mundo sabe que foi lá com sua assistente feia! (Betty solta sua conhecida risada)

—Não fale assim,  Beatriz!                                                                             —Acaso me acha bonita, Dr. ?

O motorista interrompe a conversa e os questiona onde pretendiam ir agora, já que deram várias voltas pelo centro da cidade.

—Bem, podemos ir ao apartamento do Mário, como combinamos ontem.  

—Sim,   acho que o porteiro nos deixará entrar, mesmo sem ele ter avisado, afinal, o conhece tão bem....   Caso ele não esteja lá, logicamente.             —Vou ligar para ele para que permita.

Armando, sente-se incomodado pelas diretas de Beatriz. Armando liga para Mário, mas o amigo não atende o telefone.

—Que foi, Dr.?

—Mário não atende. Por que não vamos naquele hotel que fomos da primeira vez?

—Os senhores já decidiram? -perguntou o impaciente motorista.

—Fique tranquilo, estamos decidindo -Armando, já nervoso- Pode continuar rodando que eu pago por toda esta corrida, mas estou decidindo com a senhorita. Então, Betty não gostou de onde passamos nossa primeira noite?

—Sim, Dr. Mas gostaria que fôssemos em um lugar mais bonito e chique, o melhor da cidade, com vista, não um escondido como aquele.

—Beatriz!

—Que foi? Tem vergonha de mim? Tem vergonha de entrar em um hotel luxuoso para passar a noite com uma mulher feia e desengonçada como eu?

Betty resolve perguntar, como forma de torturar seu amado, jogando na rua cara algumas das palavras da carta de Mário. 

—Não, de forma alguma. Se tivesse vergonha de você não estaria aqui com você, nem teria ido ao Meson de San Diego.

Morto de vontade de passar mais uma noite com Betty e comprovar se ao menos com ela ainda conseguia realmente soltar sua sexualidade e dar conta do recado, resolve ceder, ao que pensava serem caprichos de grandeza da moça.

—Sim, Beatriz, vamos onde você quiser!

—Então, Dr. Eu quero ir ao hotel mais chique e badalado da cidade.

—Beatriz! Prometemos sermos discretos.   

—Seremos discretos, Doutor!  -Betty a beija- Quer ficar comigo esta noite ou prefere me levar para casa?