Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 25
Capítulo 24




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Uma réstia de suave luz dourada iluminou os pés do grupo e ampliou-se para seus corpos. Harry dobrou os joelhos e empunhou sua varinha, espiando pelo vidro o Átrio, mas o local, de onde Amélia estava ao menos, parecia completamente deserto. A luz fraca; não havia lareiras acesas sob os consoles engastados nas paredes, então o elevador foi parando suavemente.

"Ministério da Magia deseja aos senhores uma noite agradável", disse a voz da mulher.

A porta da cabine telefônica abriu; Harry foi o primeiro a sair, aos tropeços, seguido por Neville e Luna, logo Amélia também estava do lado de fora. O único som no Átrio era a torrente contínua de água na fonte dourada, que jorrava das varinhas da bruxa e do bruxo, da ponta da flecha do centauro, do gorro do duende e das orelhas dos elfos domésticos para o tanque ao redor.

— Vamos - disse Harry baixinho, e os sete saíram correndo pelo saguão, Harry à frente, passaram pela fonte e se dirigiram à mesa onde o bruxo-vigia provavelmente se sentaria, mas agora estava vazia.

Cruzaram os portões dourados até o elevador onde Amélia apertou o botão de descida mais próximo e um elevador apareceu com um enorme ruído, quase que imediatamente, as grades douradas se abriram produzindo um grande eco metálico, e embarcaram depressa. Harry apertou o botão de número nove; as grades se fecharam com estrépito e o elevador começou a descer, balançando com grande ruído. Quando o elevador parou, a voz tranquila de mulher anunciou: "Departamento de Mistérios", e as grandes se abriram. Saíram para o corredor onde nada se movia exceto as chamas dos archotes mais próximos, bruxuleando na corrente de ar produzida pelo elevador.

Harry se virou para um porta preta e simples.

— Vamos - sussurrou, e saiu à frente pelo corredor. Luna logo atrás, olhando para tudo com a boca ligeiramente aberta. - Ok, ouçam - disse ele, parando outra vez a menos de dois metros da porta. - Talvez... talvez umas duas pessoas devessem ficar aqui para... para vigiar e…

— E como é que vamos avisar se tiver alguma coisa vindo? - Amélia perguntou, olhando para ele com uma sobrancelha arqueada. - Você poderia estar a quilômetros de distância.

— Vamos com você, Harry - disse Neville.

— Vamos logo - disse Rony com firmeza.

Mesmo a contragosto, Harry se virou para a porta e prosseguiu... a porta se abriu e o garoto cruzou o portal à frente de todos.

Estavam em uma grande sala circular. Tudo ali era preto, inclusive o piso e o teto; a intervalos, havia portas pretas idênticas, sem letreiros, nem maçanetas, separadas por candelabros de chamas azuis, a toda volta das paredes; a claridade fria e tremeluzente refletida no piso de mármore polido dava a impressão de que havia água escura no chão.

— Alguém feche a porta - murmurou Harry.

Mas assim que Neville o obedeceu, sem a longa réstia de luz que vinha do corredor, a sala se tornou tão escura que por um instante as únicas coisas que Amélia conseguiu ver eram os candelabros de chamas trêmulas e azuladas nas paredes e o reflexo fantasmagórico de todos. Havia doze portas ali.

Enquanto olhavam para as portas, tentando deduzir qual seria, ouviu-se um ribombar prolongado e as velas começaram a se deslocar para o lado. A sala estava girando.

Durante alguns - muito - segundos, as chamas azuis ao redor ficaram borradas, lembrando linhas de néon, à medida que a parede ganhou velocidade; então, com a mesma brusquidão com que o momento começou, o ronco parou e tudo se estabilizou novamente.

Amélia ficou tonta por alguns instantes, na sua visão havia pontinhos azuis que bloqueavam o que realmente estava na sua frente. A sensação na boca do estômago ficou ainda mais forte.

— Que foi isso? - sussurrou Rony, com o medo transbordando por sua voz.

— Acho que foi para nos impedir de saber por que porta entramos - disse Gina com a voz abafada. Por ainda estar tonta, Amélia teve que se segurar na pessoa ao seu lado para se manter em pé.

— Como é que vamos sair na volta? - perguntou Neville pouco à vontade, sua voz parecia estar tão distante.

— Bom, isso agora não tem importância - disse Harry, convincente, tão perto de Amélia que só então ela percebeu que era nele que se apoiava -, não vamos precisar sair até termos encontrado Sírius…

— Mas não comece a chamar por ele! - disse Hermione em tom urgente.

A visão de Amélia começará a se normalizar e a tontura não existia mais. Ela respirou aliviada. Mas não saiu de perto do amigo.

— Aonde vamos então, Harry? - perguntou Rony.

— Eu não... - começou Harry. E por estar ainda apoiada nele, a garota pode ouvir ele engolir em seco. - Nos sonhos, eu passava pela porta no fim do corredor, vindo dos elevadores, e entrava em uma sala escura, esta aqui, então atravessava por outra porta e entrava em uma sala que meio que... cintilava. Temos que experimentar algumas portas - disse ele depressa. - Saberei o caminho quando eu o vir. Vamos.

Ele segurou a amiga pela cintura, mesmo Amélia estando só com a cabeça apoiada em seu ombro, e rumou com ela até a porta à sua frente, os outros logo atrás, encostou a sua mão na superfície e a empurrou.

Ela se abriu facilmente.

Depois do escuro da primeira sala, as luminárias baixas, presas ao teto por correntes douradas, davam a impressão de que esta sala comprida e retangular era muito mais clara. O lugar estava bem vazio, exceto por escrivaninhas e, bem no centro da sala, um enorme tanque de vidro com um líquido muito verde, suficientemente espaçoso para todos nadarem nele; vários objetos branco-pérola flutuavam nele lentamente.

— Que coisas são essas? - sussurrou Rony.

— Não sei - respondeu Harry. Todos agora tentavam identificar o que estava dentro do tanque.

— São peixes? - murmurou Gina.

— Larvas aquovirentes! - exclamou Luna, excitada. - Papai disse que o Ministério estava criando…

— Não - disse Hermione. Sua voz estava estranha. Ela se aproximou ainda mais para espiar pelo lado do tanque. - São cérebros.

Cérebros? - Amélia perguntou enojada, sua barriga, já prejudicada, dava cambalhotas.

— É... que será que estão fazendo com eles?

Agora que sabiam o que era, a forma parecia estar mais definida, tremeluzindo fantasmagoricamente, os cérebros apareciam e desapareciam flutuando nas profundezas do líquido verde, lembrando couves-flores lodosas.

— Vamos embora daqui - disse Harry, junto ao tanque. - Não é a sala certa, precisamos experimentar outra porta.

— Há portas aqui também - disse Rony, apontando para as paredes.

— No meu sonho, eu atravessava aquela sala escura e em seguida outra. Acho que devíamos voltar e tentar novamente de lá.

Então voltaram depressa à sala escura e circular.

— Esperem! - disse Hermione, enérgica, quando Luna fez menção de fechar a porta da sala dos cérebros, às costas. - Flagrate!

Ela fez um desenho no ar com a varinha e um X de fogo apareceu na porta. Mal a porta acabara de se fechar com um estalido, ouviu-se um grande ronco e mais uma vez a parede começou a girar muito rápido, mas agora havia um borrão vermelho e ouro no meio do azul pálido e, quando tudo tornou a parar, a cruz de fogo ainda ardia, mostrando a porta que eles já haviam experimentado.

— Bem pensado - Amélia disse, quando pararam de girar, um pouco mais acostumada do que antes.

— Okay, vamos experimentar esta aqui... - disse Harry.

Novamente, ele rumou para a porta diretamente em frente  - dessa vez, sem segurar a amiga - e a empurrou, com a varinha ainda erguida, com os amigos em seus calcanhares.

Esta sala era maior do que a anterior, fracamente iluminada e retangular, e seu centro era afundado, formando um grande poço de pedra com mais de cinco metros de profundidade. Estavam no nível mais alto de uma série de bancos de pedra que corriam a toda volta da sala e desciam em degraus íngremes como em um anfiteatro. Havia um estrado o centro do poço e sobre ele um arco de pedra que parecia tão antigo, rachado e corroído que era de se admirar ainda estar em pé. Sem se apoiar em parede alguma, o arco estava fechado por uma cortina ou véu preto esfarrapado que, apesar de total imobilidade do ar frio circundante, esvoaçava muito levemente como se alguém o tivesse acabado de tocar. Amélia não gostou nada do frio na espinha que sentiu ao entrar na sala, percebendo que havia sentido o mesmo calafrio no último dia do Torneio Tribuxo.

— Quem está aí? - perguntou Harry, saltando para o banco abaixo, assustando a todos. Não houve resposta, obviamente, mas o véu continuou a esvoaçar e balançar.

— Cuidado! - Amélia sussurrou meio desesperada.

Harry desceu depressa pelos bancos, um a um, até chegar ao fundo de pedra do poço. Seus passos ecoaram fortemente quando se encaminhou devagar para o estrado. O véu continuava a balançar suavemente, como se alguém tivesse acabado de passar.

— Sírius? - Harry tornou a chamar, mas em voz mais baixa agora que estava mais próximo.

Apertando com força a varinha na mão, ele contornou o estrado.

— Vamos embora - chamou Hermione do meio da escadaria. - Não é a sala certa, Harry, anda, vamos logo.

Ela parecia amedrontada, muito mais do que estivera na sala onde os cérebros flutuavam o que não ajudou Amélia.

— Harry, vamos embora, okay? - insistiu Hermione com maior veemência.

— Okay - respondeu ele, mas não se mexeu. - Que é que você está dizendo? - perguntou ele muito alto, fazendo suas palavras ecoarem pelos bancos de pedra.

— Ninguém está falando, Harry! - Amélia disse assustada, se aproximando dele.

— Alguém está sussurrando ali atrás - disse ele, fugindo do alcance da amiga e continuando a franzir a testa para o véu. - É você, Rony?

— Estou aqui, cara - disse Rony, aparecendo do outro lado do arco.

— Ninguém mais está ouvindo? - perguntou Harry, com o pé em cima do estrado.

— Eu também estou ouvindo - cochichou Luna, reunindo-se a ela pela lateral do arco e observando véu ondular. - Tem gente aí dentro!

— Que é que você quer dizer com esse aí dentro? - Hermione exigiu saber, saltando do último degrau e parecendo muito mais zangada do que a ocasião exigia. - Não tem ninguém aí dentro, é apenas um arco, não tem espaço para ninguém dentro dele.

— Harry, pare com isso, vamos embora... - Amélia falou agarrando seu braço, mas ele resistiu. - Harry, a gente veio aqui por causa do Sírius, lembra? - perguntou tensa, confusa e apavorada.

— Sírius - repetiu Harry, ainda fitando, hipnotizado, o véu que balançava sem parar. - É…

Alguma coisa aconteceu, pois Harry se afastou vários passos do estrado e desviou o olhar do véu para a amiga.

— Vamos - disse.

— É isso que estivemos tentando... bom, vamos, então! - falou Hermione, e saiu à frente, contornando o estrado. Do outro lado, Gina e Neville estavam parados olhando o véu também, aparentemente em transe. Sem falar, Hermione segurou o braço de Gina, e Rony o de Neville, e eles conduziram os dois com firmeza ao primeiro banco de pedra e subiram em direção à porta. Amélia ia logo atrás, segurando o braço de Harry.

— Que é que você acha que aquele arco era? - perguntou Harry a Hermione quando chegaram à sala circular e escura.

— Não sei, mas, fosse o que fosse, era perigoso - afirmou ela, marcando a porta com uma cruz de fogo.

— E assustador - Amélia afirmou, ainda meio abraçada ao braço de Harry.

Mais uma vez, a parede girou e parou. Harry se dirigiu a mais uma porta ao acaso e a empurrou. Ela não cedeu.

— Que foi? - perguntou Hermione.

— Está... trancada... - disse Harry, jogando o peso contra a porta, mas ela não se moveu.

— Então é essa, não é? - disse Rony, excitado, juntando-se a Harry na tentativa de forçar a porta a abrir. - Tem que ser.

— Saiam da frente! - Amélia mandou. Apontou a varinha para lugar normal da fechadura em uma porta comum e disse: - Alohomora!

Nada aconteceu.

— O canivete de Sírius! - lembrou Harry. Ele tirou do bolso interno das vestes e inseriu na fresta entre a porta e a parede. Amélia o observou deslizar o canivete de alto a baixo, retirá-lo e, então, tornar a empurrar o ombro contra a porta, mas ela continuou fechada.

— Certo, vamos sair dessa sala - disse Hermione, decidida.

— Mas e se for a tal? - perguntou Rony, olhando-a ao mesmo tempo com apreensão e desejo.

— Não pode ser, Harry passou por todas as portas em sonho - disse Hermione, marcando a porta com outra cruz de fogo.

— Você sabe o que poderia haver aí dentro? - perguntou Luna, ansiosa, quando a parede recomeçou a girar.

— Alguma coisa estridulosa, com certeza - disse Hermione baixinho, e Neville soltou uma risadinha nervosa.

A parede foi parando e Harry empurrou a porta seguinte.

— É essa!

Havia belas luzes que dançavam e cintilavam como diamantes. Quando os olhos de Amélia se acostumaram à claridade intensa, viu relógios refugindo em cada superfície, grandes e pequenos, relógios de estojo e alça, e de pêndulo, expostos nos intervalos das estantes ou sobre as escrivaninhas, por toda a extensão da sala, e cujo tiquetaquear incessante enchia o ambiente como se fossem milhares de pés em marcha. A fonte de luz que dançava e cintilava era um vidro alto de cristal, em forma de sino, a uma extremidade da sala.

— Por aqui!

Harry saiu na frente pelo pequeno espaço entre as escrivaninhas, dirigindo-se à fonte de luz, o vidro de cristal em forma de sino, que era quase da sua altura, consequentemente mais alto que Amélia, e parecia estar cheio de um vento luminoso que soprava em ondas.

— Ah, olhem! - exclamou Gina, quando se aproximou, apontando para o interior do vidro.

Flutuando ali, na correnteza luminosa, havia um minúsculo ovo que brilhava como uma joia. Quando subia, o ovo se abria e dele emergia um beija-flor, que era impelido para o alto, mas ao ser apanhado pela corrente de ar voltava a molhar e amarrotar as penas, e quando chegava ao fundo do vidro encerrava-se mais uma vez em seu ovo.

— Não parem! - disse Harry com rispidez, porque Gina demonstrava querer parar para apreciar a transformação do ovo em pássaro.

— Você demorou bastante naquele arco velho! - respondeu ela, zangada, mas seguiu-o além do vidro em direção da única porta que havia ali.

— É essa - repetiu Harry -, é por aqui…

Amélia apanhou sua varinha quase ao mesmo tempo dos outros, de repente se sentindo ansiosa. Então a porta se abriu.

Da altura de uma catedral, contendo apenas estantes elevadas e cobertas de pequenas esferas de vidro cheias de pó. Elas bruxuleavam fracamente à luz dos candelabros presos a intervalos ao longo das estantes. Como os da sala circular suas luzes eram azuis. A sala era muito fria.

Amélia imediatamente lembrou de seus sonhos, os gritos que ouvia. A risada. Alguma coisa dentro de si não parecia certo e ela sabia que eles estavam na maior encrenca do mundo. Sabia também que algo de muito ruim aconteceria naquela noite.

Harry avançou cautelosamente e espiou por um dos corredores sombrios entre duas fileiras de estantes. Tudo estava em completo silêncio e estático, nada se movia.

— Você disse que era no corredor noventa e sete - cochichou Hermione.

— É - murmurou Harry, erguendo a cabeça. Sob o candelabro de chamas azuis, viram o número cinquenta e três em prata.

— Precisamos ir para a direita, acho - Amélia sussurrou, apertando os olhos para enxergar a fileira seguinte, os pelos da nuca arrepiados. - É... essa é a cinquenta e quatro…

— Mantenham as varinhas preparadas - recomendou Harry baixinho.

Seguiram devagarzinho, olhando para trás enquanto percorriam os longos corredores de estantes, cuja parte final estava imersa em quase total escuridão. Minúsculas etiquetas amareladas estavam coladas sob cada esfera de vidro nas prateleiras. Algumas possuíam um estranho brilho líquido; outras eram opacas e escuras por dentro como uma lâmpada queimada.

Passaram pela fileira oitenta e quatro... oitenta e cinco... Amélia estava preparada para ouvir qualquer mínimo movimento, mas nenhum som poderia ser escutado. Na sua cabeça surgiram inúmeros pensamentos, cada um pior que o outro.

— Noventa e sete! - sussurrou Hermione.

Pararam agrupados no fim de uma fileira, espiando para o corredor ao lado. Mas não havia ninguém ali.

— Ele está bem no final – disse Harry. - Não consigo ver direito daqui.

E Harry os conduziu entre as estantes muito altas com as esferas de vidro, algumas das quais refulgiam suavemente quando passaram…

— Ele deve estar perto - sussurrou Harry, nervoso. - Em algum lugar por aqui... muito perto…

— Harry! - disse Hermione, hesitante, mas ele não respondeu. Todos, exceto Harry, pareciam ter entendido que não haveria nada ali.

— Em algum lugar por... aqui…

Haviam chegado ao fim do corredor e saíam para a claridade fraca das velas. Não havia ninguém ali. Tudo era um silêncio ressonante e empoeirado.

— Ele poderia estar... - sussurrou Harry, rouco, espiando para o próximo corredor. - Ou talvez... - E correu para olhar o corredor além.

— Harry? - foi a vez de Amélia chamar.

— Quê? - vociferou ele.

— Eu... eu acho que Sírius não está aqui.

Ninguém falou.

Ele percorreu o espaço no final das fileiras de estantes, espiando cada um. Um corredor após o outro. Correu no sentido oposto, e tornou a passar pelos amigos enquanto o observavam. Era óbvio que não havia sinais nem de Sírius nem de que tivesse qualquer tipo de luta.

— Harry? - chamou Rony.

— Quê?

— Você viu isso? - perguntou Rony. Amélia andou até ele para ver o mesmo que ele e deu de cara com uma das esferas empoeiradas na prateleira, mas não entendeu o motivo.

— Quê? - disse Harry, se aproximando ansioso. Ele voltou para perto e olhou para onde olhavam. - Quê? - repetiu mal-humorado.

— Tem... tem o seu nome escrito aqui - disse Rony.

Harry se aproximou um pouco mais, porém ainda parecia confuso.

— Meu nome?

Ele adiantou, precisou se esticar um pouco e depois de um tempo, arregalou os olhos.

Amélia passou por eles, curiosa, precisou se apoiar em Harry e Rony para conseguir ler a etiqueta fixada na prateleira. Em letras garranchosa, havia escrito uma data há dezesseis anos, e embaixo:

S.P.T para A.P.W.B.D

Lorde das Trevas

e (?) Harry Potter

— Que é isso? - perguntou Rony, parecendo nervoso. - Que é que seu nome está fazendo aqui?

Amélia correu rapidamente o olhar pelas outras etiquetas naquela prateleira mesmo que soubesse que não iria encontrar nada..

— Eu não estou aqui - disse. - Nenhum de nós está.

— Harry, acho que você não devia tocar nisso - disse Hermione, enérgica, quando ele esticou a mão.

— Por que não? - disse ele. - É alguma coisa ligada a mim, não é?

— Não, Harry - disse Neville repentinamente. Harry olhou para ele.

— Tem o meu nome nela - disse Harry.

E então ele fechou os dedos em torno da superfície empoeirada da peça. Amélia só percebeu que não respirava quando Harry tirou a esfera da prateleira e nada aconteceu, então soltou o ar que segurava, mas sua nuca ainda arrepiada e o estômago revirado ainda deixavam claro que algo ainda iria acontecer. Algo realmente ruim.

Aproximaram-se mais dele, mirando o globo enquanto ele limpava a poeira que o cobria.

Então, as suas costas, uma voz arrastada falou:

— Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarinho, e me entregue isso.


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