Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 24
Capítulo 23




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Amélia não fazia ideia no que Hermione havia pensado, mas confiava nela e sabia que tudo daria certo. Por isso, concentrou todas as suas energias e forças para encontrar um modo de sair daquele lugar. E então tudo aconteceu muito rápido.

Viu Gina bater com sua cabeça na da menina que lhe segurava e lançar em Malfoy uma Azaração para Rebater Bicho-papão que deixou a cara dele coberta de coisas enormes e esvoaçantes, com isso ele deixou cair todas a varinhas que ele segurava. Emília Bulstrode foi acertada por um Feitiço Estuporante e Amélia finalmente estava livre, correu até as varinhas enquanto Rony acertava Crabbe com um feitiço para Desarmar depois de um soco. Assim que Belmont colocou as mãos na sua varinha, lançou sobre Goyle um outro Feitiço Estuporante e se virou a tempo de ver Neville executar lindamente uma Azaração de Impedimento.

— Certo - disse Rony -, agora, pra onde eles foram?

— Estão correndo em direção a Floresta Proibida - disse Luna que ficou o tempo todo olhando pela janela como se nada mais estivesse acontecendo.

— Vamos.

Correram pelos corredores, pularam degraus, esbarraram em outros alunos, abriram e fecharam portas com violência. Amélia quase caiu mais vezes do que podia contar, principalmente depois de entrar na Floresta Proibida.

— Mas, afinal, Harry, como era exatamente que você estava planejando chegar a Londres? - ouviram Hermione dizer e sorriram, aliviados.

— É, era o que estávamos nos perguntando - falou Rony fazendo-os virarem, juntos, para os recém chegados.

Todos os sete ali, dando uma rápida olhada, pareciam um pouco maltratados - Amélia mesmo podia sentir onde logo ficaria roxo nos seus braços.

— Então - Rony voltou a falar, afastando um ramo baixo. Amélia lembrou das varinhas para lhes entregar -, tem alguma ideia?

— Como foi que vocês conseguiram fugir? - perguntou Harry, olhando para Amélia com uma mistura de assombro e admiração, apanhando a varinha estendida.

— Uns dois Feitiços Estuporantes, outro para Desarmar, e Neville executou uma Azaração de Impedimento maravilhosa - Amélia disse, descontraída, agora devolvendo a varinha de Hermione. - Mas Gina foi a melhor, ela pegou Malfoy com uma Azaração para Rebater Bicho-papão, foi perfeita, deixou a cara dele repleta de coisas enormes. Então Luna viu vocês pela janela andando em direção à Floresta e viemos atrás.

— Que foi que vocês fizeram com a Umbridge? - perguntou Gina, olhando para os lados.

— Foi levada embora - disse Harry. - Por um rebanho de centauros.

— E eles deixaram vocês aqui? - perguntou Gina, espantada.

— Não, foram afugentados pelo Grope - informou Harry e então Amélia entendeu o plano de Hermione.

— Quem é Grope? - perguntou Luna, interessada.

— O irmãozinho de Hagrid - disse Rony prontamente. - Mas isso não importa agora. Harry, que foi que você descobriu na lareira? Você-Sabe-Quem pegou Sírius ou...?

— Pegou - disse Harry -, e tenho certeza de que Sírius ainda está vivo, mas não vejo como iremos até lá ajudá-lo.

Todos se calaram, parecendo assustados. Bem, Amélia estava apavorada. Como iriam até Londres? Não podiam e nem sabiam aparatar, tinha certeza que nenhum professor permitiria que saíssem, voando parecia a única solução, mas como?

— Bom, teremos de voar, não? - disse Luna, da forma mais informal que Amélia já a ouviu falar.

— Tudo bem - disse Harry, irritado, virando-se para ela. Amélia podia apostar que ele viu o olhar atravessado que lançou para ele. - Primeiro, "nós" não vamos fazer nada, se você está se incluindo no grupo, e, segundo, Rony é o único que tem uma vassoura que não está guardada por um trasgo de segurança, portanto…

— Eu tenho vassoura! - lembrou Gina.

— É, mas você não vai - disse Rony, zangado.

— Com licença, mas eu me importo tanto com o que acontece a Sírius quanto vocês! - replicou Gina, endurecendo o queixo e fazendo com que se parecesse repentinamente ainda mais com Fred e Jorge.

— Você é muito... - começou Harry, mas Gina o interrompeu com veemência.

— Sou três anos mais velho do que você era quando enfrentou Você-Sabe-Quem pela posse da Pedra Filosofal, e fui eu que deixei Malfoy sem ação na sala da Umbridge atacado.

— E eu também tenho uma, se vocês esqueceram - Amélia comentou, depois que todos ficaram em silêncio. Pelo olhar que Harry lhe lançou, a garota já sabia o que ele queria dizer, então lhe mandou seu melhor olhar "eu vou, nem tente me impedir".

— Estivemos todos juntos na AD - disse Neville em voz baixa, mas no silêncio que estavam ele parecia falar em seu tom de voz normal. - A ideia era combater Você-Sabe-Quem, não? E esta é a primeira oportunidade que temos de fazer alguma coisa de verdade... ou será que aquilo tudo foi uma brincadeira ou o quê?

— Não... claro que não foi... - recrutou Harry, impaciente. Saindo agora da discussão por troca de olhares que estava tendo com Amélia.

— Então devíamos ir também - concluiu Neville com simplicidade. - Queremos ajudar.

— Certo - Amélia apoiou junto com Luna e Gina, sorrindo felizes.

O olhar de Rony encontrou o de Harry. O de Amélia encontrou o de Hermione e ela sorriu, como se agradecesse pela garota insistir em ir ajudá-los a resgatar Sírius.

— Bom, afinal não importa - disse Harry, frustrado - porque ainda não sabemos como iremos para lá…

— Pensei que já tivéssemos definido isso - falou Luna de modo exasperante. - Vamos voando!

— Olhe aqui - disse Rony, mal contendo sua contrariedade -, talvez você possa voar sem vassoura, mas nós não podemos criar asas sempre que…

— Há outras maneiras de voar além de vassouras - retorquiu Luna serenamente.

— Suponho que vamos cavalgar no lombo do Chifre Bofudo ou que nome tenha.

— Bufadores de Chifre Enrugado não voam - disse Luna com dignidade -, mas eles voam, e Hagrid diz que são muito bons para encontrar os lugares que seus cavaleiros estão procurando.

Foi então que Amélia os viu, parados entre duas árvores, os olhos brancos refulgindo fantasmagóricos, havia dois Testrálios, escutando a conversa sussurrada como se entendessem cada palavra.

— É mesmo! - mumurou Harry, indo em direção aos bichos. Eles sacudiram a cabeça reptiliana, jogaram para trás as crinas escura e longas, e ele estendeu uma das mãos, pressuroso, e deu umas palmadinhas no pescoço reluzente do mais próximo. Amélia se aproximou do outro, devagar e fez carinho em seu pescoço.

— São aqueles cavalos malucos? - perguntou Rony, visivelmente inseguro, fixando um ponto ligeiramente à esquerda do Testrálio que Harry acariciava. - Aqueles que a gente não pode ver?

— É - Amélia confirmou.

— Quantos?

— Só dois.

— Bom, precisamos de quatro – lembrou Hermione, piscando para Amélia, que parecia decidida.

— Cinco, Hermione - corrigiu Gina, trombuda.

— Acho que na realidade somos seis – falou Luna calmamente, contando-os.

— Não seja idiota, não podemos ir todos! - disse Harry, zangado. - Olhem, vocês três - ele apontou para Neville, Gina e Luna - , vocês não estão metidos nisso, vocês são…

— Você está sendo um idiota, Harry - Amélia cochichou enquanto os três romperam em mais protestos. - Se prepare para depois que salvarmos Sírius.

— Ok, ótimo a escolha é de vocês - disse secamente -, mas, a não ser que encontremos mais Testrálios, vocês não poderão…

— Ah, vão aparecer mais – disse Gina, confiante, que, como Rony, estava procurando enxergar na direção oposta, aparentemente pensando que olhava para os cavalos.

— Por que é que você acha isso?

— Porque, caso vocês não tenham notado, você e Hermione estão cobertos de sangue - disse ela calmamente -, e sabemos que Hagrid atrai Testrálios com carne crua. Provavelmente é por isso que esses dois apareceram.

— Tudo bem, então - disse ele. - Rony e eu vamos levar esses dois e ir andando, e Hermione pode ficar com vocês e atrair mais Testrálios…

— Harry Potter, já chega com esse seu papinho idiota! - Amélia falou, se irritando de vez. - Ninguém aqui vai ficar para trás.

— Não precisamos – disse Luna sorrindo. – Olhe, vem vindo mais agora... vocês dois devem estar realmente fedendo…

Os garotos se viraram: nada menos de seis ou sete Testrálios vinham se aproximando cautelosos entre as árvores, suas grandes asas coriáceas bem fechadas junto ao corpo, seus olhos brilhando na escuridão. Amélia sorriu, Harry não tinha mais desculpas.

— Tudo bem - disse aborrecido -, cada um pegue o seu e vamos, então.

Amélia enrolou sua mão na crina do Testrálio e com firmeza, deu um impulso para passar sua perna pelo outro lado, como se fizesse aquilo todo dia. Sorriu realmente feliz por ter conseguido sem dificuldade.

Olhou ao redor e viu Harry já montado no seu, ele olhou rapidamente na direção da amiga e quando percebeu que ela o encarava, desviou o olhar. Neville se guiou para o dorso no Testrálio seguinte e agora tentava passar uma perna curta por cima do animal. Luna já estava em posição, sentada de lado, e ajustava as vestes como se fizesse isso todos os dias. Rony, Hermione e Gina, porém, continuavam imóveis no mesmo lugar, boquiabertos, de olhos arregalados.

— Que foi? - Amélia perguntou.

— Como é que você espera que a gente monte? - perguntou Rony com a voz fraca. - Se não conseguimos ver essas coisas?

— Ah, é fácil - falou Luna, descendo de boa vontade do seu Testrálio e se encaminhando para Rony, Hermione e Gina. - Venham aqui…

Luna os levou até os outros Testrálios que estavam parados e ajudou, um a um, a montarem neles. Os três pareceram extremamente nervosos quando ela enrolou as mãos deles nas crinas dos animais e lhes disse para segurarem com firmeza; depois voltou para a própria montaria.

— Isso é loucura - murmurou Rony, passando a mão livre desajeitadamente pelo pescoço do cavalo. - Loucura... se eu ao menos pudesse ver o bicho…

— É melhor você desejar que ele continue invisível - disse Harry sombriamente. - Estamos prontos, então?

Todos confirmaram, e então Amélia viu seis pares de joelhos se tensionarem sob as vestes. Olhou para a cabeça negra e reluzente do seu Testrálio e se aproximou.

— Ministério da Magia, Londres.

Por um momento não pareceu funcionar e então quando o de Harry subiu como um foguete o de todos foram atrás, numa velocidade tão grande que Amélia agarrou ainda mais forte nele para evitar escorregar por suas ancas ossudas.

Manteve seus olhos abertos, aproveitando cada vento que batia em seu rosto e vendo o lindo céu vermelho-sangue.

O Testrálio passou veloz sobre o castelo, suas grandes asas mal se movendo. Amélia olhou para os amigos, cada qual mais achatado possível sobre o pescoço do Testrálio para se proteger do turbilhão de ar produzido pelo bicho.

Sobrevoaram os terrenos de Hogwarts, passaram por Hogsmeade, podiam ver montanhas e vales profundos no solo. Quando a luz do dia começou a desaparecer, surgiram pequenas coleções de luzes à medida que passavam sobre outras tantas cidadezinhas, depois uma estrada tortuosa em que um único carro subia com esforço as montanhas…

— Que coisa bizarra! - ouviu Rony gritar e Amélia tentou imaginar como seria a sensação de voar em algo que não via, apenas sentia, ainda mais aquela velocidade e altura.

O crepúsculo caiu: o céu foi mudando para um arroxeado melancólico pontilhado de minúsculas estrelas prateadas, e não tardou para que apenas as luzes das cidades trouxas indicassem a distância que estavam do chão, ou a velocidade.

Continuaram avançando pela escuridão que se adensava, agora Amélia sentia seu corpo começar a ficar dolorido, o vento frio a fazia tremer, a sensação na boca do estômago ainda a deixava preocupada e não tinha mais noção da distância que ainda faltava para chegarem. Então de repente a cabeça do Testrálio começou a apontar para o solo e a garota soltou um grito ao deslizar alguns -muitos- centímetros pelo pescoço do animal.

E agora fortes luzes cor de laranja iam se tornando maiores e mais redonda por todos os lados; podiam ver os altos edifícios, cadeias de faróis que lembravam olhos de insetos, quadrados amarelo-claros assinalando as janelas. Subitamente teve que se agarrar ainda mais ao Testrálio, pois repentinamente ele precipitou-se em direção a calçada parecendo que iria chocar-se a qualquer instante, mas o cavalo pousou no chão escuro com leveza de uma sombra logo ao lado do de Harry. Antes de descer, Amélia olhou ao redor, e ao constatar que estava tudo seguro desceu e então percebeu: estava tudo seguro demais.

Rony aterrissou um pouco adiante, e imediatamente caiu do Testrálio para a calçada.

— Nunca mais - disse, esforçando-se para se erguer. Fez menção de se afastar do cavalo, mas, incapaz de vê-lo, colidiu com o animal e quase caiu outra vez. - Nunca, nunca mais... foi a pior…

Hermione e Gina desceram um pouco mais graciosamente do que Rony, embora estivessem com a mesma cara de alívio por voltar à terra firme; Neville saltou tremendo; e Luna desmontou suavemente.

— Então, onde vamos agora? - perguntou ela a Harry num tom cortês e interessado, como se tudo fosse uma curiosa excursão de um só dia.

— Por aqui - antes de segui-lo, Amélia fez um breve carinho no seu Testrálio.

— Tchauzinho, hum, Theo - riu de si mesma e fez o último carinho, correndo até seus amigos.

Harry os conduziu rapidamente para a cabine telefônica e abriu a porta.

— Andem logo! - apressou os que hesitavam.

Amélia, Rony e Gina entraram obedientes; Hermione, Neville e Luna de apertaram logo atrás, Harry foi o último a entrar.

— Quem estiver mais próximo do telefone, disque seis, dois, quatro, quatro, dois! - disse ele.

Rony discou, seu braço estranhamente dobrado para alcançar o disco; quando este voltou ao ponto inicial, a voz tranquila de uma mulher ecoou na cabine.

"Bem vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e objetivos da visita."

— Harry Potter, Amélia Belmont, Rony Weasley, Hermione Granger - disse Harry imediatamente -, Gina Weasley, Neville Longbottom, Luna Lovegood... estamos aqui para salvar a vida de alguém, a não ser que o seu Ministério possa fazer isso primeiro!

"Obrigada", disse a voz tranquila. "Visitantes, por favor, apanhem os crachás e os prendam no peito das vestes."

Meia dúzia de crachás saíram da fenda de devolução de moedas. Amélia recolheu e passou para Hermione que passou para Harry por cima da cabeça de Gina.

"Visitantes ao Ministério, os senhores devem se submeter a uma revista e apresentar suas varinhas para registro na mesa do segurança, localizada ao fundo do Átrio."

— Ótimo! - exclamou Harry em voz alta. - Agora podemos descer?

O piso da cabine estremeceu e a calçada se elevou passando por suas vidraças; os Testrálios que catavam restos foram desaparecendo de vista; a escuridão se fechou sobre suas cabeças e, com um ruído surdo de trituração, desceram às profundezas do Ministério da Magia.


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