Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 44
Capítulo 43




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Enquanto Maria da Glória se tornava cada vez mais uma bailarina melhor, ela também se preparava para conhecer seu irmãozinho.

A gestação de Leopoldina tinha avançado o suficiente para descobrirem que era um menino e depois de algum debate sobre o nome, ela e Pedro decidiram em João Carlos.

—João é o nome mais comum que já vi no Brasil, seria interessante chamá-lo assim, uma indicação do quanto eu gosto daqui - Leo sugeriu.

—Não apenas João, ele sempre vem acompanhado de alguma coisa - Pedro comentou - Paulo, Pedro...

—Pedro não, eu não gosto muito de como os pais mostram seus egos pelos nomes dos filhos - ela disse, um pouco irritada.

—Ah Leo, tem que admitit que João Pedro soa bem - seu marido tentou argumentar.

—E que tal João Carlos? - Leo ofereceu - me parece muito bonito.

—João Carlos... soa ótimo - Pedro acabou concordando - mas eu queria te pedir um favor bem pequeninho.

—Diga - Leopoldina esperava que ele estivesse aprontando alguma coisa.

—Se um dia tivermos mais um menino, ele pode se chamar Pedro Jr.? - pediu o pai da hipotética criança.

—Vamos pensar nesse caso - ela deixou em aberto, com um sorriso enigmático.

Os meses então se passaram e João nasceu, alegrando a família Bragança mais uma vez. Maria da Glória estranhou os primeiros dias em casa tendo um bebê ali, mas tinha que admitir que o irmão era fofo, embora chorão e barulhento.

—Eu chorava assim também? - ela perguntou ao pai enquanto ele tentava acalmar João.

—Ah um pouco, escuta Maria, é normal os bebês chorarem assim, se você for parar pra pensar, eles não sabem falar esse é o jeito deles de se comunicarem - disse Pedro, tentando fazer algum sentido na explicação.

—Se a gente dar um passeio, será que o João se acalma? - a menina achou uma alternativa melhor.

—Não é má ideia e não custa tentar - Pedro achou ao menos interessante.

Eles caminharam lado a lado pelos arredores da Quinta, com Maria suportando os gritos altos do irmãozinho com bravura, motivada pela preocupação de vê-lo bem. Depois de algum tempo, João acabou se acalmando mesmo.

—Olha só, tudo o que você queria era só um pouco de ar fresco - observou o pai das crianças - está tudo bem, João, eu te entendo, eu amava brincar aqui fora quando era criança igual vocês.

—Eu gosto das suas histórias sobre isso, pai - comentou Maria - você parece ter se divertido bastante mesmo.

—E como me diverti - Pedro confirmou mais uma vez.

Sua ideia para acalmar o filho tinha dado certo por enquanto, mas com o passar do tempo, foi descoberto que o choro de João significava algo mais grave. Naquela noite, nem Pedro nem Leopoldina conseguiram dormir, João chorava o tempo todo, isso sem contar com uma febre repentina que acabou se tornando constante, o que causou preocupação em seus pais. Tentaram um banho frio, mas ainda assim não foi suficiente.

—Nós precisamos levar ele no hospital, não vai ter jeito - Leo se deu conta da gravidade da situação - essa febre não baixa e eu já não sei o que fazer.

—Claro, Tes pode ficar com a Maria - Pedro concordou, se apressando para sair de casa.

Sua esposa segurava João nos braços, numa mistura de força e delicadeza, com cuidado para não machucá-lo, mas também de forma firme, num apego por sua vida frágil e tão dependente dela.

Sentada ao lado de Pedro no carro, Leo tentou não pensar no pior, que seu filhinho poderia se recuperar e ficar bem novamente. Seu marido, por sua vez, se penalizava por vê-la desolada assim. Era difícil ter palavras quando ele também estava preocupado e queria chegar o mais rápido ao hospital.

Deram entrada o mais rápido que puderam e acompanharam com apreensão enquanto o médico examinava seu filho, tão pequeno e frágil.

—Olha, não posso mentir para vocês - ele olhou para Pedro e Leo - o que o João tem não é nada simples ou passageiro, ele está com uma pneumonia e terá que ficar de observação por alguns dias, por sorte vocês vieram o mais depressa possível, vamos fazer um tratamento e observar pra ver como ele vai reagir.

—Está certo e nós podemos passar a noite aqui com ele? - Leopoldina quis saber, ainda muito aflita.

—Com certeza, embora não seja tão confortável assim, eu entendo sua preocupação - o médico opinou.

Só restou a Leo se acomodar da melhor maneira que conseguiria, cobrindo o assento de uma cadeira com seu casaco e se declinando ali. Pedro acabou fazendo o mesmo depois de um tempo, estando bastante presente naquele momento difícil, pronto para apoiar a esposa no que ela precisasse.

Pouco antes de amanhecer, João acordou chorando, cheio de espasmos e desesperado por estar numa cama e num lugar desconhecidos.

—Está tudo bem, meu amor, estamos aqui - Pedro o atendeu primeiro, notando Leopoldina profundamente adormecida.

Uma enfermeira veio socorrê-los, tentando acalmar o menino, fazendo uma série de procedimentos que Pedro não compreendia completamente o que eram. João acabou se acalmando eventualmente, mas ainda precisava ficar ali.

Foram dias difíceis, com o pequeno Bragança agonizando, chorando, não querendo estar ali de jeito nenhum, tendo que lidar com remédios e inalações. Uma semana se passou e então, para o alívio de seus pais, ele começou a apresentar melhoras. Parecia bem melhor do que quando chegou, mas ainda precisava de cuidados. Ao menos, foi liberado para ir para casa, e na companhia da família, poderia se recuperar rapidamente.

 


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