Tudo estava às mil maravilhas para Leopoldina, seu marido continuava bastante atencioso e seu trabalho era uma verdadeira dádiva. Poder acordar todos os dias e ir até o jardim, sentindo o frescor e o ar puro das árvores que agora eram suas velhas conhecidas era realmente libertador e encantador.

Era assim que Leo encarava mais um dia de trabalho, ficando de olho em tudo que estava acontecendo, fazendo seu melhor para manter o jardim belo e em plena vida. No entanto, perto da hora do seu almoço, se sentiu levemente nauseada. Tinha sido um dilema e tanto se acostumar à comida do Brasil, mas agora seu sistema digestivo estava mais habituado, ainda assim um cheiro ou outro, um sabor ou outro, ainda a deixava enjoada, talvez tinha sido isso.

Quando seu horário de trabalho tinha terminado de vez, ela voltou para casa, conseguindo se alimentar normalmente, sem sentir nenhum enjoo ou tontura. Enquanto ela lia depois de comer, foi a vez de Pedro chegar do trabalho.

—Aí está você - ele sorriu ao vê-la e a beijou - como foi seu dia?

—Ótimo, tudo certo - ela respondeu - e o seu?

—Confesso que tive umas dificuldades, mas nada que não consegui resolver - o jeito que Pedro disse preocupou sua esposa.

—Não me diga que arrumou briga com alguém - Leopoldina retrucou.

—O que? Não, nada disso, eu quase briguei, mas me controlei - ele garantiu.

—Mesmo? - sua esposa ainda estava em dúvida.

—Eu juro que não fiz nada - ele se aproximou e disse calmamente.

—Tudo bem, acredito em você - ela cedeu - só não se meta em confusão.

—Pode deixar que não - ele garantiu outra vez.

No dia seguinte, apesar de estar bem disposta todas as manhãs, aquela estava sendo uma exceção para Leopoldina. Se sentiu doente, tonta e desanimada, meio fraca.

—Não acredito nisso... - ela murmurou, reclamando sobre o próprio estado.

Pedro já estava observando o jeito da esposa, muito atípico dela.

—Você não tá nada bem, não é? - perguntou Pedro, desconfiado.

—Não estou me sentindo muito bem, é verdade - ela afirmou - mas não quer dizer que eu possa perder um dia de trabalho.

—Nada disso, você não vai a lugar nenhum até se sentir melhor - insistiu ele, checando sua testa - está começando a ficar com febre, tire o dia de folga, sério.

—Ah Deus... - ela queria insistir mais, mas viu que o marido tinha razão - tudo bem, eu vou ficar.

—Ótimo, eu te ligo quando puder - ele beijou a testa dela - descanse.

—Eu vou, prometo - ela garantiu e o viu sair.

Assim, Leopoldina ficou em repouso, pensando no que poderia ter acontecido para tê-la deixado doente. Com um pouco mais de análise sobre si mesma, sobre o que tinha acontecido nos últimos dias, e chegou a uma conclusão, tinha sim a possibilidade de ela estar grávida.

O susto foi tão grande que até a fez se levantar de uma vez, teria que tirar a prova disso, depois que melhorasse, claro. Seriam grandes notícias se realmente se confirmasse, e a possibilidade a deixou feliz, de verdade. Seu filho seria um legítimo brasileiro e carioca.

Sem mais delongas e com toda discrição, Leopoldina foi atrás de um teste de gravidez e foi assim que, em alguns instantes, suas suspeitas sim, se confirmaram, sua família estava realmente crescendo. Sua felicidade se completou dentro dela, a deixando ainda mais radiante que o habitual, só faltava contar a Pedro a novidade. Decidiu ser direta quanto a isso, não faria rodeios e tinha a percepção que seu marido ficaria extremamente feliz por isso.

Ela não estava errada, Pedro deu um largo sorriso ao ouvir a novidade e compreendê=la, abraçando a esposa com força.

—Eu não acredito, está falando sério? - parecia bom demais para ser verdade - isso é maravilhoso!

—Sim, tenho toda certeza, eu te garanto - Leopoldina sorriu de volta - e eu fico muito feliz pot você estar feliz.

—Claro, claro que estou - ele assentiu - desde que quis me casar com você também quis ter uma família e agora, ela está só começando.

—Pois é, mal posso esperar pra ver como vão ser as coisas na prática - disse ela, cheia de expectativa.

—Você vai ser uma ótima mãe - Pedro respondeu com toda certeza.

No jantar daquele dia, o casal anunciou a boa notícia a João e Teresa, que também ficaram radiantes com eles. E um pouco depois, foi a vez da família de Leopoldina na Áustria juntar sua alegria a eles. Com certeza, o filho de Pedro e Leopoldina era uma criança muito amada.