Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 54
Bebê a bordo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo longo e cheio de informações, mas está bem completão, pois afinal ele acompanha os nove meses de gravidez da Bella. Espero que curtam esse capítulo! Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789242/chapter/54

Os meus primeiros dias de gravidez pareciam um sonho! Eu não sentia absolutamente nenhum sintoma que todas as grávidas reclamavam tanto. Eu estava até me sentindo privilegiada. Todos na família estavam radiantes, parecia que a paz tinha fincando raízes, finalmente! Minha mãe e Alice faziam parte do time das mais animadas. Elas gritaram tanto quando eu dei a notícia que eu achei que iria ficar surda. Fora a montanha de roupas e brinquedos que elas já tinham comprado. Eu podia dizer com certeza que esse bebê tinha quase todo o enxoval completo. Meu filho teria que ficar pequenino por muito tempo para poder usar tudo isso.

Alice ficava sondando a minha secretária, Ruth, para saber quando eu teria uma folga na agenda para me arrastar para várias lojas para fazermos compras. Eu inventava qualquer desculpa para não ir, mas ela acabava me convencendo. O fato de Carlisle ter permitido que ela e Jasper morassem juntos estava contribuindo para todo esse bom humor dela e que suas energias fossem renovadas. Acabava que ela descontava toda a sua alegria em mim e consequentemente na sua sobrinha ou sobrinho aqui dentro.

— Acho que eu não poderia estar melhor, Bella.

— Fico feliz Alice!

Estavamos nós duas na praça de alimentação de um shopping na Suécia depois de uma rodada de compras para o bebê e para mim, algo que nunca podíamos fazer se estivéssemos em Belgonia devido ao assédio dos paparazzis. Mas por aqui as coisas eram bem calmas, além de ser apenas alguns minutos de barco.

— Eu juro que fiquei com medo de papai não aceitar. Você sabe o quanto as regras são conservadoras no nosso meio.

— Pensei nisso também. Principalmente quando vi a cara que ele fez quando viu você toda a vontade com Jasper. Mas eu sabia que no fundo, vocês iriam encontrar um jeitinho de fazer tudo dar certo.

— Eu estava pronta para lutar. Tive que usar alguns argumentos, mas foi tudo mais fácil do que eu pensei. Ele aceitou mais com a condição que nos casaríamos logo que fosse possível. Não tivemos nenhuma objeção contra isso.

— Claro que não. Mas me conte, como está a minha Frogmore Cottage? Estou com saudades da minha antiga casa provisória!

— Estamos modificando algumas coisas, é claro, estamos transformando aquele lugar no nosso verdadeiro lar. Está ficando tudo lindo! Jasper até criou um estúdio de música lá dentro!

— Que máximo! Edward vai adorar conhecer! E Jasper? Vai seguir na carreira musical ou na realeza?

— Ainda estamos fazendo planos quanto a isso. Eu tenho que seguir prestando serviços da monarquia, como sabe, porém, quando papai se acostumar um pouco com o meu último pedido, tentarei convencê-lo a conciliar o meu trabalho na realeza com o meu ofício de estilista em paralelo. Graças ao nosso bebezinho aqui, agora vou ser a terceira na linha sucessória ao trono, não vão precisar tanto assim de mim. – Alice falou enquanto acariciava a minha barriga.

— Você tem que pensar bem direitinho em como você vai fazer isso. Você sabe que essa sua decisão vai ter que mexer em vários setores e em vários protocolos. Nem todo mundo vai ver isso com bons olhos. Não se precipite, por favor.

— Eu sei. – piscou. – Jasper também ainda está achando tudo estranho. Ele vai ter que prestar alguns serviços à monarquia se ele se casar comigo, mas o grande desejo dele mesmo é montar uma gravadora aqui em Belgonia. Ele foi aceito como um dos advogados da firma dos Rochester, mas acho que é na música que ele se satisfaz mais.

— Tenho certeza que vocês vão encontrar um meio termo.

— Vamos sim! Agora sinto que todas as expectativas estão a nosso favor! – falou ela enquanto batia palmas de animação como sempre costumava fazer.

No momento propício, Edward e eu tínhamos ido pessoalmente à casa do meu pai para informá-lo da boa nova. Ele foi o único que ficou estranho com a notícia da minha gravidez. Quando eu disse que ele ia ser avô, sua expressão começou a mudar e sua cor também e eu comecei a ficar preocupada. Ele tossia e a ficava roxo. Sue levantou e foi acudi-lo. Edward viu a minha preocupação e começou a ficar com medo que eu perdesse o bebê.

— Bella respira, meu bem. – ele falou enquanto fazia os gestos de repiração.

— Edward, eu ainda não estou em trabalho de parto.

— Mesmo assim respire!

Papai começou a processar a informação e a sua cor estava voltando ao normal. Sue acariciava as costas dele para acalmá-lo. Eu sabia que seria difícil com ele.

— Eu vou ser avô! Dá para acreditar? – soltou ele sem aviso prévio.

Todos nós rimos de alívio ao saber que agora estava tudo bem. Em seguida começou a passar mil recomendações para Edward. Que nunca me deixasse só, que cuidasse da minha alimentação por que agora eu estava “comendo por dois” e outras coisas mais. Papai era ótimo! Só tinha problemas em aceitar que eu tinha crescido. Mas tinha certeza que ele seria um avô incrível para esse bebê.

Quando eu completei dois meses de gravidez, ai começou a minha lamúria. Eu estava até me sentindo sortuda demais por não apresentar sintomas. Porém, os enjoos começaram a vir com tudo. Nada cabia mais nada no meu estômago e eu me sentia mais cansada do que o normal. Estava até com medo de estar com a mesma doença que Esme teve em sua primeira gravidez.

Edward estava se mostrando um marido e um pai e tanto. Eu odiava ter que vomitar o tempo todo e ele ter que presenciar o meu sofrimento. Mas ele sempre estava lá comigo, passando a mão nas minhas costas, tirando o cabelo do meu rosto e se preocupando a cada segundo. Carlisle pediu ao seu melhor amigo, o doutor Walter Bishop, que também era padrinho de Edward, para que me acompanhasse no pré-natal e que se disponibilizasse para me atender num horário completamente inconveniete para qualquer profissional, as dez ou onze da noite, e tudo isso para que não fôssemos descobertos antes da hora. Já que o protocolo real determinava que só poderia se tornar pública a gravidez após a 15ª semana quando se tinha total certeza que não haveria mais nenhum risco de aborto.

Foi uma verdadeira novela ter que ir ao médico sem chamar a atenção da mídia e nem do público, mas acabamos conseguindo. Dr. Walter nos recebeu em uma noite dessas, após muito sofrimento meu, e foi bastante atencioso comigo e com as neuras de Edward. Ele me examinou e atestou que eu não estava com hiperêmese gravídica, mas que os meus enjoos tinham me deixado desidratada e fraca e por isso me aconselhou que eu ficasse internada no hospital tomando soro até que eu me restabelecesse. Edward ficou branco com a possibilidade de eu estar sofrendo e ficou se desculpando o tempo inteiro e eu o acalmando dizendo que iria ficar tudo certo, que era para um bem maior.

Quem se mostrou bastante presente nesses tempos ruins do início da minha gravidez foi Rosalie. É claro que as nossas desavenças do passado tinham sido superadas, mas eu não esperava que ela tivesse tão amistosa assim comigo. Ela ia me visitar todos os dias no hospital e me dava o maior apoio com tudo que se relacionava ao bebê. Conversava comigo e me fazia companhia. Se mostrou também bastante prestativa para tudo que eu precisava e até depois que sai do hospital, ela continuou me acompanhando nas consultas e se mostrando uma boa amiga.

Eu acreditava que toda essa amistosidade seja pelo fato dela ter uma verdadeira fascinação pela maternidade e pelo fato de ainda não ter engravidado, e então lançava todas as suas expectativas em mim. Confesso que eu até gostava da companhia dela. Rosalie, diferente de Alice, tinha um papo mais maduro e parecia saber melhor sobre gravidez e bebês do que eu. Me confortava compartilhar com ela as minhas experiências e saber que eu poderia contar com ela também. Ainda mais sabendo que tudo agora estava no lugar entre ela e Emmett. Então, quem sabe a minha gravidez não servisse como estágio para ela? Sinceramente, eu não dividava que Carlisle e Esme viessem a ganhar outro neto em breve.

Eu tinha pena mesmo era de Nick e Ruth. Até o momento em que a minha gravidez não fosse revelada ao público, eles teriam que se reiventar para explicar algumas ausências minhas e de Edward nos compromissos oficiais e que fossem convincentes o suficiente para que todos acreditassem. A minha internação foi explicada como uma recuperação de uma pequena cirurgia que eu tinha feito. Eu também tinha que ser esperta e saber escolher as roupas certas para usar nos meus compromissos. Eu já tinha engordado alguns quilos e ganhado uma barriga, meio discreta, mas que poderia ser percebida por olhares mais atentos e com roupas propicia para isso.

Mas apesar de tudo eu estava gostando da sensação de estar grávida. De vez em quando, eu me pegava olhando no espelho e namorando a minha barriga que cada vez crescia mais. Conversava com o bebê e ansiava para que ele chutasse logo. Ficava imaginando com quem ele iria se parecer. Eu sinceramente imaginava um garotinho igualzinho a Edward e sem nenhuma interferência minha. Eu sabia que seria impossível, mas não custava sonhar.

— Eu tenho certeza que vai ser uma menina! – afirmou Edward enquanto acariciava a minha barriga.

— Vai ser um menino. Mães sempre estão certas com relação a essas coisas.

— Por mim não interessa tanto, apesar de eu continuar apostando que vai ser uma menina. O importante é que venha com saúde.

— É verdade. Penso o mesmo e acho até poderíamos manter o mistério do sexo até o nascimento. O que acha?

— Acho uma ótima ideia! Já que a gente não pode mesmo revelar ao público o sexo antes do nascimento... Só não sei se vamos conseguir resistir até lá.

— Alice é que vai elouquecer.

Rimos e Edward começou a ficar pensativo, fazia círculos na minha barriga e eu acariciava os cabelos dele apreciando o momento de calmaria.

— No que está pensando? – perguntei curiosa.

— Que jamais eu pensei que estaria aqui nesse momento, sendo tão feliz, ao seu lado e a espera de um filho. Por mais que eu sempre tivesse o desejo de ser um pai jovem, nada disso passava na minha cabeça. Eu não me sentia capaz o suficiente. Achava que nunca iria encontrar alguém que me aguentasse... – ele riu sem jeito e até meio tristonho. – E aqui estamos nós. É como um sonho!

— Eu penso o mesmo. Achava que iria morrer sozinha. Mas é como minha mãe sempre dizia: “sempre tem um sapato velho para um pé cansado”. Somos o sapato velho um do outro.

— Obrigado por dizer sim para mim.

— Eu é que sou a sortuda da história, além de um amor para toda a vida e um filho, ganhei um castelo e um reino inteiro.

— De nada, então.

Ele sorriu e tocou os meus lábios com os dedos fazendo com que eu me arrepiasse inteira. Sem resistir, subi em sua cintura e o beijei apaixonadamente para acalentar toda aquela paixão e desejo que eu sentia.

Aos quase quatro meses de gravidez, já estava imposível esconder a minha barriga e os nossos secretários oficiais resolveram que estava na hora de anunciar a novidade para o público. Eu e Edward protelamos esse anúncio o máximo que pudemos para curtir esse momento tão nosso por mais tempo antes que todos soubessem. Mas logo teve que ser feito e o palácio lançou uma nota oficial em seu site, transmitindo também para as redes sociais e meios de comunicação avisando da chegada do novo membro da família e o nosso segredo foi compartilhado com todo o mundo.

COMUNICADO OFICIAL DO PALÁCIO DE BELGRAVIA

 

Suas altezas reais, o príncipe Edward e a duquesa de Richmond, tem o prazer de anunciar que estão esperando o seu primeiro filho. O rei e a rainha, assim como os outros membros da família real, estão encantados com a notícia.

O bebê deverá nascer no outono desse ano e independente de seu sexo, deverá ser o segundo na linha sucessória ao trono de Belgonia, atrás apenas de seu pai.

Pedimos que todos respeitem o momento do casal e o estado da duquesa. Desde já, eles contam com o apoio de todos e agradecem os votos de felicidades desejados a família nesse grande momento.

 

                                                          Belgravia, Belgonia – 26 de março de 2012.

Nilson Bolton

Chefe de imprensa do Palácio de Belgravia

Nickolas Connors

Secretário Oficial dos príncipes Reais

Ruth Hardwick

Secretária Oficial da Duquesa de Richmond

 

Foi uma alvoroço só quando a notícia foi dada. Nas ruas só víamos as pessoas sorrindo, animadas e fazendo as suas apostas sobre o sexo do bebê, o nome que ele ou ela iria ganhar, e o dia de seu nascimento. Isso era supertradicional em Belgonia. As casas de apostas ficavam cheias e isso de uma forma ou de outra acabava movimentando a economia local, além de promover a diversão de todos.

Eu podia sentir o carinho das pessoas nos eventos oficiais que eu ia. Elas me perguntavam como eu ou bebê estávamos, me presentavam com ursinhos, flores e roupinhas. Era tudo muito caloroso e gentil! O difícil mesmo era lidar com o assédio da imprensa. Se antes eu era perseguida, agora eu estava praticamente sendo invadida. Os paparazzis me seguiam a todo instante e faziam de tudo para tirar qualquer foto que seja da minha barriga. Fora a perseguição dos tabloides que criavam matérias falsas e odiosas. Condenando cada movimento meu o cada palavra minha. Criticavam quando eu colocava a mão na barriga, pois diziam que eu estava me exibindo por estar grávida de um bebê real, ou até com coisas ainda mais absurdas que não valem a pena serem citadas. Edward ficava furioso com tudo isso e até entrou com uma ação pedindo mais privacidade para mim e menos perseguição da mídia. Em meu caso, só me restava tentar não me ligar muito nisso. Eu sabia que não importava o que eu fizesse, sempre seria atacada por eles. Por que na verdade, as notícias mais acessadas e lidas não eram aquelas que traziam elogios.

Quando cheguei ao segundo trimestre da minha gravidez me senti mais animada para trabalhar nos projetos que eu estava querendo implantar fazia tempo. Eu me sentia a mil por hora! Edward ficava preocupado e me pedia para desacelerar um pouco, mas eu não queria. Estava decidido! Eu trabalharia até o início da minha licença maternidade. Afinal de contas, eu mal contribui ainda para os trabalhos da realeza.

Eu tinha elaborado uns planos e discutido com a minha equipe sobre trabalhar em algo que fosse ligado a educação ou a doenças psicológicas. A minha visita a ala do hospital de doenças da mente, como a depressão, alzaimer e outras me inspirou a seguir em frente com essa temática. Além de toda a experiência que eu tinha tido com Edward e ele me apoio super nessa ideia. Porém, eu ainda não sabia como esse projeto iria se desenvolver.

A ideia veio quando fui numa escola pública que haviam turmas especiais para pequenos infratores ou dependentes químicos. Não que as outras escolas não tivessem recheadas de alunos assim, ou em pior estado. Mas eu achei interessante a proposta de ter uma escola que tivesse um atendimento especial para esses casos. Ruth me perguntou se eu realmente queria visitar essa escola, que a barra lá era meio pesada, que eles talvez não fossem tão receptivos a mim, mas eu quis arriscar mesmo assim. Elaborei algumas atividades que pudessem proporcionar a interação deles e estava me sentindo confiante.

Assim que cheguei lá, pedi que o fotógrafo oficial do palácio não ficasse tirando fotos em quanto eu estivesse lá. Eu queria que eles me vissem como uma pessoa comum e não como alguém da realeza. Assim, como Ruth tinha me avisado, a escola tinha um ar cinza. As pessoas eram meio acanhadas e os alunos olhavam estranho.

Com algumas turmas eu consegui fazer com o que meu jogo interativo funcionasse e eles pudessem me contar um pouco sobre as suas vivências. Mas na maioria delas, houve muita pouca interação e interesse dos alunos em conversar comigo. Eles ficavam me olhando com uma cara de “poucos amigos” ou como se eu fosse uma aberração. Porém, comecei a insistir em outros modos, até que veio a reação que eu queria.

— Por que você se interessa? – falou uma garota do fundo que tinha longos cabelos pretos, usava uma maquiagem pesada e com muitos piencings. – Ninguém nunca se interessou pela gente.

— Pois eu me interesso! De verdade! Por isso estou aqui. O que eu posso fazer para ajudar a você?

— E quem disse que precisamos de ajuda? – perguntou outro aluno que parecia estar chapado com os seus olhos vermelhos e brilhantes.

— Por que eu acredito no poder da conversação. Eu conheci duas pessoas que sofriam muito por dentro. Tinham muitos problemas, alguns sérios outros e outros apenas imaginários e eles faziam o mesmo que vocês, procuravam uma saída em meios não tão legais para eles. Até que se viram em um beco sem saída. Procuram ajuda, mas ninguém acreditava mais neles. Porém, tudo que eles precisavam era de alguém que os ouvissem e que fizesse a diferença em suas vidas.

Eles me olharam perplexos com o que eu dissera, mas em alguns consegui conquistar uma certa curiosidade. Muitos deles me olhava com pouco interesse, porém o que veio em seguida, eu mesma não esperava. Os alunos começaram a se soltar e a contar uma informação de cada vez sobre as suas vivencias, medos e experiências. Quanto mais alunos resolviam contar um pouco sobre sua vida mais abria espaço para que os outros também tomassem a iniciativa e a coragem de falar também.

Eu os ouvia com muito interesse. Cada história despertava o meu desejo de ajudá-los da melhor maneira como eu pudesse. Na minha cabeça passavam várias ideias de como eu poderia mudar a realidade daquelas pessoas. Mas do que nunca eu sentia o desejo de poder contribuir para melhor. Parecia muito altruísta, mas era verdade.

Quando eu cheguei ao palácio, mal saudei Edward e já fui jogando nele todas as minhas ideias e como execultá-las. Ele me escutava com paciência enquanto eu mal conseguia respirar de tanto que eu falava. A minha intenção era criar um projeto que ajudasse jovens e adolescentes com os seus problemas através de uma conversação e discursão sobre o que lhes aflingiam. Podiamos desenvolver diversas atividades que incentivavam o combate à depressão, a tendências suicidas, a dependência química e várias outras doenças psicológicas e transtornos com a ajuda de voluntários e especialistas.

No final da minha fala, Edward me olhava impressionado, mas também motivado. Começamos a elaborar juntos o que depois veio a ser o “Talk”, uma iniciativa com o apoio e desenvolvimento de nós dois e que teria aplicação em escolas com ajuda de psicólogos e psicopedagogos e na ala do hospital para doenças mentais com a colaboração de volutários e médicos. Estávamos muito animados com esse projeto e ávidos para por para frente. Era a primeira vez que Edward poderia dar a volta por cima e trabalhar em cima do problema que ele enfrentou por anos. A chance de poder fazer com que as pessoas entendessem a depressão e poder ajudar outras pessoas a sair dela para ele era mais do que satisfatório.

Em um mês podemos desenolver todo o projeto com a ajuda de Nick, Ruth e especialistas em diversas áreas de doenças psicológicas. Contei a Rosalie sobre a nossa inciativa e ela e acabei ganhando o seu apoio também. Na verdade, Rosalie ficou bastante animada, pois fazia tempo que ela queria trabalhar contra os distúrbios alimentares e não sabia como. Ela mesma tinha sofrido bulemia durante a adolescência por conta de sua obseção pelo corpo perfeito devido à pressão de sua carreira como modelo e queria de alguma forma poder falar sobre isso. Edward e eu ficamos muito felizes com a ajuda dela também e a de Emmett que também resolveu integrar a equipe.

Tinhamos virado os “Fabulous Four”, como éramos chamados pela imprensa, os dois casais perfeitos lutando por uma boa causa. Isso nos deixou bastante populares entre o público. As pessoas ficaram fascinadas pelo fato de nós quatro estarmos juntos nessa e lotaram a palestra de abertura do projeto em junho de 2012. Resolvemos abri-lo fazendo uma conferência de imprensa aberta também para o público para falarmos sobre a nossa intenção com o “Talk” e conversar mais sobre essas patologias com o auxilio de psicólogos.

— Bom dia a todos! – saudou Edward dando início a palestra. – Isabella, Rosalie, Emmett e eu estamos muito felizes pela presença de todos vocês. Isso nos motiva a continuar seguindo com o que planejamos. Agradecemos também a colaboração de vários profissionais de diversas áreas da saúde que acreditaram no nosso projeto e vem colaborando e muito para o seu empreendimento efetivo. Gostaria de saudar a todos e passar a palavra para a Isabella, minha esposa e idealizadora do “Talk”, para que ela fale um pouco mais sobre o nascimento do projeto e qual a sua importância para a sociedade.

Edward me olhava com orgulho enquanto várias pessoas batiam palmas e me devolviam sorrisos alegres e empolgados. Subi ao púlpito com um misto de nervosismo e ansiedade. Eu nunca gostei de falar ao publico, aquela seria a primeira vez desde que entrei para a família real, dei um longo suspiro e reuni toda a minha coragem. Eu tinha que fazer isso por que era pelo bem de um projeto que eu muito acreditava e pelo meu primeiro trabalho dentro da monarquia. Tinha que ser agora, é hora de pôr em prática todos os dias em que me dediquei com aulas de como fazer e se preparar para um discursso.

Pensei em todas maneiras em chegar ao coração das pessoas com o que eu iria falar e como eu ia convence-los com o meu olhar e devoção. Olhei para o discurso e para o público, lembrei do que o meu instrutor sempre me dizia e respirei fundo mais uma vez. O bebê se remexia todo dentro de mim e pensei que era por ele também que eu tinha fazer isso, para dá-lo um mundo melhor, assim tomei coragem e inicei:

— Obrigada. – agradeci timidamente todas as palmas. – O “Talk” nasceu de nossas próprias experiências. Todos nós temos um pouco de insegurança no nosso interior que acaba nos prejudicando, nos dando medo e nos deixando aptos a criar atitudes e pensamentos que só nos prejudicam. Várias doenças podem vir a partir disso, mas nós quatro acreditamos no poder da cura com base no simples ato de falar, de expressar através da conversação em busca de nos libertar e resolver os nossos problemas com o auxilio de profissionais que poderão nos ajudar. Tive mais certeza ainda do poder que a fala tem em um dos compromissos que tive numa escola muito especial aqui em Belgravia que trabalha com turmas de adolescentes com antecedentes criminais e diversos problemas psicológicos. Eles me inspiraram a querer lutar para mudar essa realidade e criar esse projeto para ajudá-los a ter uma vida melhor. Nós quatro acreditamos no poder que uma boa conversa pode ter no combate de qualquer doença. Nós precisamos falar sobre os transtornos psicológicos e precimos entender o quão sério eles são e para assim poder combate-los de uma maneira saudável, e assim, juntos vamos fazer a diefrença!

Depois de me balançar toda e tentar manter a voz firme e segura, terminei o meu discurso com muitas palmas do público. Voltei ao meu lugar ao lado de Edward, Rosalie e Emmett e aguardei que os jornalistas mandassem as suas perguntas. Respirei aliviada ao ver que pelo menos hoje eles estavam sendo menos xeretas e mais profissionais, perguntando perguntas bem pertinentes. A nossa resposta baseava nas nossas próprias convicções e vivências, até que algumas coisas saíram bem pessoais. Como no caso de Rosalie e Emmett que resolveram falar abertamente sobre o que passaram no passado.

— Como todos sabem, passei por diversos problemas durante a minha adolescência. Pela primeira vez tenho coragem o suficiente para falar que fui um dependente químico. – iniciou Emmett com lágrimas nos olhos. - Isso parece bem simples, mas para aqueles que um dia se viram sob o controle da droga e do álcool sabe que não é. Eu tinha sede pelo prazer, buscava uma liberdade que eu achava que era certa, sem ter a noção que eu estava entrando num beco sem saída. A droga e o álcool me dominram por anos, eu sabia que o que eu estava fazendo era errado. Eu tinha noção o quanto eu tinha sido estúpido. Tinha destruído não só a minha vida, mas de todos aqueles que estavam ao meu redor. Eu queria sair.  Mas eu não sabia como. Pois a única voz que eu agora houvia era a da droga que me dizia o tempo inteiro o quanto eu era fraco. Porém, eu descobri o poder da expressão. Senti que se outras pessoas soubessem do que eu estava passando, se eu me abrisse de verdade sobre o que eu estava sentindo, eu poderia encontrar ajuda. Hoje, eu sou um novo homem, graças aos vários profissionais que me ouviram, da minha família que acreditou em mim e pelo poder da fala. Por isso estou aqui com o “Talk” por que eu acredito no poder da conversação para a cura.

— Eu também tenho algo bem semelhante a relatar. – iniciou Rosalie. – Durante a minha adoelescencia, eu já trabalhava como modelo, como bem sabem, e eu recebia muita pressão para ter o corpo perfeito, para ser sempre a garota que todos achavam que eu tinha que ser. Passei um bom tempo com a ideia fixa na minha cabeça que eu tinha que dar o melhor para ser quem eles queriam que eu fosse. Eu tive bulemia, um transtorno alimentar bastante compulsivo que destroe a saúde de qualquer pessoa que sofre dessa doença. Eu colocava propositalmente pra fora tudo que eu comia com medo de engordar, bebia muitas bebidas alcoólicas para eu não ter fome e manter a energia. Eu fui emagrecendo a ponto de não me tornar uma pessoa saudável, tudo em busca de conseguir alcançar a expectativa do padrão de beleza exigido pela industria da moda. Porém, não são só são as modelos que sofrem com isso. Todas meninas e mulheres já se viram nessa situação, de quererem estar sempre com o corpo perfeito a qualquer custo. Por isso, precisamos falar sobre essa doença, precisamos fazer uma denuncia ao que estão fazendo com os nossos jovens e adolescentes. Só através de uma boa conversa e de uma boa conscientização, faremos todos, especialmente as mulheres, entenderam que elas não precisam ser perfeitas por que isso não existe. Que o certo é se aceitarem como são.

Edward ouvia tudo com um misto de preocupação com o que o seu irmão e cunhada diziam. Não era certo no nosso meio falar sobre problemas pessoais. Ele tinha medo de como as pessoas ia reagir a esses relatos. Porém, para Emmett e Rosalie eu sentia que era mais do que libertador. Eles precisavam falar sobre isso para seguir em frente e as muitas palmas mostraram o quanto o público que estava ali estava apoiando a nossa causa e isso ficou mais evidente quando cada vez mais colaboradores se inscreveram para ajudar no projeto em alguma área e com alguma iniciativa. No fundo, as pessoas esperavam que houvesse um pouco de autoreconhecimento dentro da família real. Que todos nós fossemos pessoas normais como eles e o projeto só cresceu nos meses anteriores. A mídia, é claro, explorava todos os lados do que foi dito na apalestra de apresentação, porém o mais importante era o quanto nossa popularidade estava cada vez mais alta e cada vez mais pessoas poderiam ser ajudadas com o “Talk”.

À medida que a minha gravidez avançava, eu criava uma maior afinidade e sintonia com o bebê dentro de mim. Conversava com ele sempre e obtia respostas através de vários chutes. Aliais, esse bebê parecia ser bastante elétrico ou muito comunicativo por que chutava sempre. Eu tinha o apelidado de meu pequeno chutador pelas vezes que ganhei altas voadoras dentro de mim. Mas isso tudo era bastante mágico! Eu nunca pensei que ser mãe podia ser assim.

Também me batia uma ansiedade absurda para ver a carinha dele e o pegar nos braços. Edward também estava bastante ansioso e cada vez mais preocupado. Ficava atento a cada movimento meu e me dava nos nervos quando ele me superprotegia. Por causa dele fui diminuído o meu ritmo de trabalho, na verdade ele obrigara Ruth a diminuir drasticamente a minha agenda. No começo achei bastante absurdo, mas à medida que a minha barriga ia crescendo, eu me sentia cada vez mais esgotada, então acabei aceitando de bom grado.

Aos oito meses tirei a minha licença maternidade e ao lado de Rosalie passamos a cuidar dos últimos detalhes do quarto do bebê. Alice, é claro, tinha feito todo o projeto, mas fiz questão de escolher muitas coisinhas para compor o espaço do meu bebê. Edward e eu tínhamos pintado sozinhos o quartinho dele, montamos o berço e colocamos o básico no lugar. Ficara tudo muito fofo!

À medida que o tempo passava a ansiedade das pessoas também aumentava isso foi claramente percebido no National Day desse ano, onde eu apareci com um grande barrigão. As pessoas gritavam e sorriam mais do que normal, na verdade eu sentia que todo mundo se imaginava como pais e mães daquele bebê também. O apoio do povo de Belgonia me encantava, porém isso significava também que haveria mais perseguição dos paparazzis. Eles estavam cada vez piores! Tinham conseguido até informações sobre o meu boletim médico que dizia exatamente quando o bebê podia nascer e onde ele iria nascer.

Quando eu completei sete meses de gravidez, eu tinha absoluta certeza que queria ter o bebê pelo modo natural e resolvi que a maternidade seria mesmo a St. Claire, a mesma que Edward e seus irmãos nasceram. É claro que ele tentou a todo custo me convencer a fazer uma cesariana por que eu ia sofrer menos, mas eu estava decidida. Porém, tudo ficou pior quando eu soube que toda essa informação tinha vazado pela mídia. Eu nunca mesmo iria ter privacidade nessa minha vida, não é? Era revoltante!

Por causa disso e também por estar cada vez mais cansada, resolvi quase não sair mais de casa. Me enclausurar mesmo! As únicas vezes que coloquei os pés para fora do palácio foi para as minhas consultas periódicas e para o casamento de Kate, a prima de Edward, com Garrett. Seria um evento bem especial para a família e que eu não podia perder. Até por que Tanya, obviamente, estaria lá e deixar Edward sozinho com aquela cobra não estava em cogitação. Eu confiava super nele, mas ela era ardilosa demais.

Depois disso, voltei para o meu casulo. Eu estava cada vez mais impaciente. Não conseguia dormir de noite por conta da barriga, sentia falta de ar e câimbras. O bebê deveria vir ao mundo, segundo os cálculos do médico, na primeira semana de setembro. Porém, já fazia cinco dias, após a data estimada e nada. Eu tentava colocar na minha cabeça que o bebê viria quando ele tivesse pronto, mas eu não aguentava mais. Queria que ele viesse logo!

Nesse meio tempo, papai ficou noivo de Sue e essa grande notícia me deixou mais animada. Os dois resolveram se casar no civil poucos dias antes do meu aniversário. Nada no mundo me fez perder a cerimônia que uniria umas das duas pessoas que eu mais amava nesse mundo e mesmo me sentindo um pouco estranha, fui ao casamento.

E estavam todos lá no cartório. Papai convidara a mim e Edward para sermos os seus padrinhos e Jake e Leah foram os de Sue. Por falar nela, estava perfeitamente linda com um vestido branco, bem simples, mas que a deixava uma graça! Papai estava radiante. Na verdade, eu nunca tinha visto ele assim tão feliz antes e isso me deixava aliviada e contente por ele ter encontrado alguém que o amasse e o protegeria para toda a vida.

No fim do casamento, seguimos para a minha antiga casa para uma simples recepção. Eu definitivamente não estava muito bem, mas não queria desapontar o meu pai e nem acabar com a sua felicidade, por isso resolvi aguentar mais um pouco. Procurei o sofá e fiquei bem sentadinha para aliviar as dores nas pernas e nas costas. Edward estava percebendo o meu estado e começou a se preocupar. Eu disse para ele que precisava apenas de algo para beber e ele logo foi atrás. Não queria que ele tivesse um infarte ao saber o que eu realmente estava sentindo. Jake se aproximou de mim e se sentou ao meu lado. Sua alegria me contagiou por inteiro como sempre acontecia.

— E aí Bells? Olhando para esse seu barrigão nem posso acreditar ainda que está grávida! Logo você que dizia que detestava crianças!

Sorri e acariciei a minha barriga, onde o meu chutador estava milagrosamente quieto.

— Eu era uma boba em pensar isso. Eu estou terrivelmente apaixonada por esse bebezinho aqui. Meu filho veio me ensinar muitas coisas.

— Filho? Então é um menino?

— Eu não sei, na verdade... Edward e eu resolvemos saber o sexo apenas após o nascimento. Mas quando eu imagino, eu vejo um menino.

— Na verdade, eu também estou bem ansioso para ver a sua performasse como mamãe, mas ao mesmo tempo vou me sentir meio estranho, sabe? Como se tivesse ficando mais velho.

— Não me diga que você é como o papai e ainda me ver como uma garotinha?

— Acho que é um pouco disso. Afinal de contas, eu te conheço desde quando eu me entendo por gente. – sorriu.

— Pois prepare-se, você também vai ter que saber lidar com o meu filho se quiser ser um bom padrinho para ele.

— Padrinho? Sério?

— Sério. Não poderia escolher outra pessoa! Você é como um irmão para mim.

Jacob sorriu feito um bobo e veio me abraçar apertado. Era bom vê-lo sorrir, me deixava mais alheia ao cansaço que eu estava sentindo e que estava piorando. Edward chegou e conversamos mais um pouco com Jake e a minha família. Ficamos até eu não aguentar mais e pedir pelo amor de Deus que Edward me levasse para o palácio. No momento, eu só queria a minha cama.

As horas começaram a passar e então comecei a sentir cólicas. Do jeito que eu estava, tinha certeza que a hora estava chegando. Avisei a Edward e ele resolveu chamar o Dr Walter para vir ali mesmo para saber se eu estava mesmo a ponto de dar a luz. Quando o médico chegou já era bem tarde, quase onze da noite. Ele chegou secretamente ao palácio e me examinou. Eu estava mesmo em trabalho de parto, porém ainda bem no começo e me garantiu que ainda demoraria. Nem preciso dizer que nem consegui dormir naquela noite e nem no dia seguinte. As dores e a minha agonia só aumentavam e Edward ficava maluco por não poder fazer nada. Mas só as massagens que ele fazia nas minhas costas e pés já ajudavam bastante.

Por volta das cinco da tarde do dia 11 de setembro, eu já estava me esvaziando em dor. Já não aguentava mais e nem conseguia me mexer. Rosalie estava ao meu lado fazendo umas compressas para ver se eu me aliviava um pouco. Edward teve que sair para cumprir um compromisso inadiável e bastante relutante teve que me deixar, mas com um aviso expresso que quando eu sentisse que o neném iria nascer, ligasse para ele imediatamente.

Quando a minha bolsa estorou, eu tive certeza que agora sim a hora já havia chegado. Ainda bem que Rosalie estava comigo. Ela ligou para Edward, pegou a minha bolsa e a do bebê e seguimos junto com George para a maternidade. Quando nos aproximamos do St. Claire, vimos que algumas pessoas estavam a espera na frente do hospital, na verdade, eu soube que muitas delas já estavam lá há dias. Elas pareciam tão ansiosas quanto eu, na verdade pareciam que todos estavam em trabalho de parto junto comigo. Resolvemos entrar pelos fundos para não chamar atenção e assim que entramos já fui atendida imediatamente. Rosalie ficou comigo me distraindo enquanto Edward chegava.

Quando ele chegou no hospital eu já estava sendo examinada pelo Dr Walter, que atestou que eu já estava quase com nove pontos de dilatação, ou seja, já quase pronta para que o bebê pudesse sair, mas a cara do médico não estava boa. Ele parecia preocupado demais. Eu quis saber o que estava acontecendo, mas ele me disse apenas para me preparar que eu seria mãe em breve. Porém, vi quando ele foi conversar baixinho com Edward e a expressão do meu marido parecia assombrada. Naquele instante, eu soube que tinha alguma coisa muito errada acontecendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chegamos ao penúltimo capítulo da temporada! O que estão achando? Era o que esperavam? Comentem muito!

Quero agradecer a Diana Gouveia, lelinhacullen, Érica, Clarinha Camela, Aika e Talita Martins pelos comentários no capítulo anterior. Obrigada por sempre estarem comentando!

E ah! Ainda hoje sai a biografia da Alice no "Curiosidades Dinastia". Aguardem!