As ondas iam e vinham entre os nossos pés, nos dando uma sensação de paz e de satisfação, como se nada no mundo pudesse nos afetar. As minhas mãos unidas às dele andando pela praia provocando a todos com o nosso amor e afeição tão grande, bom, pelo menos era isso que eu pensava antes quando via um casal tão apaixonado na minha frente, como se eles esfregassem a felicidade deles em mim. Mas agora era a minha vez.

Abracei Edward e ele beijou os meus cabelos. Era o dia do aniversário dele e eu tinha tentado fazer com que tudo fosse o mais perfeito possível para compensar o do ano passado. O lugar também ajudava. O litoral do México simplesmente era exuberante! Ontem, quando começamos a explorar o local, fiquei de boca aberta ao ver tantas belezas. Aquela areia branquinha, o azul do mar e o céu tão ensolarado parecia paradisíaco. Eu sentia que as minhas energias estavam se renovando ao andar de barco pelas áreas preservadas, ao conhecer o fundo do oceano e embarcar naquele azul infinito misturado as diversas cores dos corais.

Fora a música tão envolvente e “caliente” que escutamos a noite nos restaurantes locais. Eu que odiava dança, mas não consegui resistir quando Edward pegou a minha mão. As pessoas também pareciam ter uma energia diferente por aqui, eram tão amigáveis, e pareciam que não conseguiam ficar paradas em momento algum e isso acabava contagiando de alguma forma.

Depois de passarmos o domingo explorando boa parte da costa, resolvemos desacelerar um pouco o nosso lado turista e curtir o nosso último dia ali com mais tranquilidade, e se amar mais do que éramos capazes naquele dia que era tão especial. O nosso início da manhã começou com Edward desligando os nossos celulares e os largando dentro da mala. A intenção era que absolutamente nada abalasse o dia de hoje. Então, sem notícias de casa por enquanto. Ele parecia tão feliz quanto eu por termos esse dia pra nos concentrarmos um no outro.

— Hoje será nosso dia para nos desligarmos do mundo lá fora e sermos apenas Edward e Bella.

— Combinado!

Eu também tinha garantido que ele tivesse um bolo de aniversário com direito a velinhas e tudo. Afinal, só se fazia 25 anos só uma vez! Foi hilário quando começamos a cantar os parabéns e vê-lo soprar todas aquelas velas. Fiz questão de registrar o momento tirando várias fotos com a câmera que vinha trabalhando bastante nesse fim de semana.

Mas agora, já estava entardecendo e resolvemos caminhar sem compromisso na praia para fechar o dia com chave de ouro. Não poderíamos aproveitar muito a noite já que logo cedo iríamos pegar o avião para voltarmos para Belgonia. De repente uma sensação de saudade antecipada me bateu e eu resolvi me soltar um pouco e aproveitar as nossas últimas horas. Soltei a mão de Edward e corri para o mar, pulando uma onda atrás da outra. Ele no início ficara só olhando a minha repentina loucura e depois se juntou a mim me agarrando pela cintura e me girando pelo ar. Eu passei meus dois braços ao redor dele e ele colou os nossos lábios que se moviam em uma dança sensual. O sabor do sal do mar se misturava ao sabor da boca dele e isso me inebriava. Os lábios dele não estavam mais ansiosos, mas agora estavam entusiásticos. Ele interrompeu o beijo e me pegou no colo e começou a andar comigo para fora do mar.

— Para onde está me levando?

— Para a sua surpresa.

— Minha surpresa?

De repente vinha em nossa direção uma grande lancha. Fiquei impressionada, é claro. Tudo aquilo era para nós? Eu nem podia ficar tão surpresa, Edward sempre gostou de extravagâncias e parecia que os desejos dele nunca tinham limites para serem arranjados. Subimos as escadas com ele me segurando no colo ainda e depois que me colocou no chão sai explorando todo o ambiente. Era tudo muito sensacional para mim!

— Eu não acredito que você alugou uma lancha para nós!

— Tínhamos que aproveitar em grande estilo.

Fui até ele e pulei em seus braços alegremente. Ele começou a me beijar novamente e dessa vez com mais intensidade me empurrando para o banheiro para tomarmos banho juntos. Mesmo toda descabelada e molhada, eu sentia os seus olhos cercados de desejo em mim, assim como eu me sentia em relação a ele. Comecei a puxar a camisa dele para cima e ele me ajudou de bom grado. Deixei que ele desabotoasse a minha blusa enquanto eu distribuía beijos em seu pescoço. Ele virou de costas e começou a tirar o meu sutiã e depois o meu short. Beijei-o novamente dessa vez mais ardentemente. O nosso beijo perdurou até o momento em que já estávamos debaixo do chuveiro numa dança sensual com os nossos corpos quase se fundindo de tão próximo que estávamos.

Me arrepiei toda quando ele começou a me tocar. A cada lugar que ele passava a mão um calor percorria o meu corpo. Mais que gostosa sensação! Com pressa e desespero, ele colocou as minhas pernas em volta dele e invadiu todo o meu ser. Eu estremeci de prazer sentindo uma sensação inexplicavelmente boa com as suas investidas. Ele não parou de me beijar e coloquei os braços em volta do seu pescoço para trazê-lo para mais perto de mim. Os meus dedos traçaram as costas perfeitas dele. Ele era lindo demais! Me sentia sortuda e a mulher mais feliz do mundo! Os braços dele apertava a minha cintura e adentrava cada vez mais em mim até que explodimos em mil pedacinhos de prazer.

Terminamos o nosso banho cheio de caricias e seguimos depois para o píer para tomarmos um bom vinho. Assistíamos ao por do sol quando Edward se levantou e trouxe uns embrulhos.

— Tenho uma coisa para te dar. – falou.

— Pensei que só você deveria ser presenteado hoje.

— Nada disso.

Ele estendeu uma caixinha preta com um laço vermelho para mim e eu peguei meio receosa.

— É algo usado como tínhamos combinado.

— Ok.

Desatei o laço e abri a caixinha. Lá dentro tinha uma pulseira linda prateada com um cristalzinho preso a ela que na luz do sol refletia diversas cores.

— É linda Edward! Mas deve ter custado muito dinheiro! Nem perto do que eu vou lhe dar...

— Bobagem Bella! A pulseira é nova e é bijuteria, comprei nos Estados Unidos na sexta- feira. Já o cristal é uma herança de minha avó materna. Ele estava no anel de noivado dela que nem existe mais. Achei que ficaria bonito como pingente de uma pulseira.

— É maravilhosa! Amei! Obrigada Edward.

Ele pegou a minha mão e pôs a pulseira nela, depois não resistiu e roubou um beijo meu que correspondi cariosamente. Depois peguei o embrulho, que graças a Deus ele se encarregara de trazer para cá, e dei a ele.

— É o seu presente de aniversário. Não é melhor do que eu comprei no ano passado, mas espero que goste...

Ele pegou com entusiasmo e balançou para tentar adivinhar o que era. Balancei a cabeça negativamente. Edward estava parecendo uma criança animada com os seus presentes de natal. Quando ele resolveu rasgar o papel de presente achou um livro já desgastado de dentro dele.

— É a minha versão antiga de Hamlet com os meus comentários anotados nele. Você tinha se interessado tanto por ele lá em casa que eu pensei que poderia gostar de tê-lo. Não é nada de valor, mas...

Ele pôs o dedo em meu lábio me impedido de falar.

— Eu amei! Adoro ler tudo que escreve, mesmo que sejam apenas alguns comentários numa antiga versão de Hamlet. Aliais, você é o meu maior presente.

Corei e abaixei a cabeça. Será que tudo isso era verdadeiro? O que eu fiz para merecer tanto carinho? Edward sorriu e encheu as nossas taças novamente e começou a olhar para mim como se tivesse medindo as minhas ações. Fiquei olhando para aqueles olhos azuis e fiquei hipnotizada por eles. De repente, eu me via ali ao lado dele com mais idade, segurando as mãos enrugadas dele e me sentindo abençoada pela vida feliz que tivera ao seu lado. Então, me senti pronta. Resolvi jogar a toalha e embarcar de vez naquela aventura, já que eu sentia que não tinha mais escapatória. Minha mãe tinha razão, eu já estava mais dentro da vida de Edward quanto eu podia imaginar. Eu estava pronta pra me juntar à família dele e ao seu mundo. O medo e a culpa e a angústia que eu estava sentindo agora haviam me ensinado isso. Eu estava completamente certa que era com Edward que eu queria seguir em frente e que o destino se encarregasse do resto.

— Eu me aceito me casar com você. – eu disse baixinho, mas sem mais insegurança.

Edward olhou para mim surpreso e esperou para que eu mudasse de ideia, mas eu não mudaria. Então ele riu e passou a mão no meu rosto.

— Uma hora muito conveniente para me dizer isso, Bella. Estragou os meus planos.

— O que? Já planejava me pedir em casamento de novo essa noite?

— Nesse mesmo lugar. Tudo isso foi ideia da sua mãe, ela achou que assim você não resistiria, mas confesso que eu ainda estava inseguro.

— Eu não acredito!

— Bom, dessa forma, eu me sinto mais seguro. Porém, eu quero fazer as coisas do jeito certo.

Ele colocou a mão dentro do bolso do short e tirou de dentro dele uma caixinha preta. Se ajoelhou diante de mim e a abriu me mostrando um anel lindíssimo que estava dentro dele. O anel era todo de prata num formato oval, cercado de diamantes incrustados nele e enfileirados no circulo de estilo único.

— Bella, antes de você, eu era alguém sem vida e você me deu-a de volta. Me ensinou o verdadeiro significado dela, me dando tanto amor, apoio e carinho que eu jamais pensei em receber. Isso pode parecer piegas, mas eu não consigo me imaginar mais longe de você. Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, mesmo num universo tão complicado quanto o meu, mas sempre terá o meu amor a sua disposição. Por favor, aceite se casar comigo!

Eu sentia a emoção dele aflorar em todos os seus gestos. As mãos dele estendidas para mim tremiam e os seus olhos já estavam marejados. Era o gesto mais cafona de todos, porém o mais emocionante. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto sem que eu as controlasse.

— Eu aceito.

Ele pegou a minha mão direita e colocou o anel no meu dedo anelar. Depois seus braços me envolveram num abraço gostoso. Surrando um obrigado e um eu te amo no meu ouvido. Peguei a gola da camisa dele e o puxei para mais perto de mim e começamos a fazer amor novamente. Mas dessa vez era diferente, era mais doce como o momento em que estávamos vivendo.

— Esse é o melhor aniversário de todos! – ele falou enquanto estávamos abraçados olhando para as estrelas brilhando no céu.

Levantei o dedo e fiquei o olhando o meu anel de noivado que tinha se encaixado perfeitamente no meu dedo.

— Você não gastou muito dinheiro nele, não é?

— Eu não gastei nada, bobinha! É outra herança de família. Esse foi o anel que o meu bisavô deu para a sua princesa Mary e em seguida o meu avô e meu pai fizeram o mesmo com as suas futuras esposas.

— Amei ainda mais agora!

Ele me abraçou ainda mais e beijou os meus cabelos. Ficamos um tempo ali em silencio só curtindo o momento de plenitude até Edward colocar a mão no outro bolso e ligar o celular que permanecera desligado durante todo o dia. Eu sabia que ele não resistiria à ideia de contar a família dele que eu tinha aceitado o pedido dele de casamento. Quando ele abriu o aparelho encontro infinitas chamadas perdidas e a maioria delas era de Alice. Ele as ignorou e retornou a chamada de sua mãe. Quando ela atendeu, ele disparou:

— Mãe, teremos um casamento real em breve.

Quando ele disse isso, me dei conta o quão sério era aquilo. Eu tinha completado um circulo e entrava em outro completamente novo e desconhecido. Um nervosismo me bateu e eu senti que entrava num caminho sem volta.

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