Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 32
Uma nota fora do tom


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Como estão? No capítulo de hoje teremos um personagem novo com muito para acrescentar a história e também diversas novidades eletrizantes! Espero que gostem! Boa leitura!



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Ainda na sacristia, O juiz já nos aguardava com um livro em suas mãos e nos recebeu com um sorriso caloroso no rosto.

— Quero que saibam primeiramente que é um prazer celebrar o casamento civil de vocês.

— Obrigado- respondeu Edward apertando a mão dele.

— Acho que hoje todos queriam estar aqui nesse momento. – brincou Jake.

Fiz uma careta para ele e todos riram. O juiz aproximou-se de mim e Edward e pediu para que após a cerimônia tirássemos uma foto com ele, pois iria presenteá-la a sua neta que era nossa fã. Ri meio sem graça e me direcionei a Edward, não sabia se poderíamos tirar fotos agora em nossas atuais circunstancias, mas ele assentiu e juiz sorriu satisfeito. Edward me deu um olhar cúmplice, o mesmo que me deu meses atrás quando ele estava prestes de ganhar a sua certificação por ter terminado com mérito o seu curso de aviação na aeronáutica. O sol estava brilhando no céu e tudo estava levando a crer que o verão viria mais cedo.

Como de praxe, havia sido preparada uma cerimônia solene para a entrega dos certificados e uma espécie de broche com o símbolo da Força Aérea de Belgonia, era como uma espécie de graduação. Todos os candidatos que tinha feito o curso estavam lá em fileira, prontamente arrumados com a farda oficial da aeronáutica. Depois, muitos deles seguiriam servindo o país trabalhando na Força Área. Edward estava lá entre eles, aguardando o seu pai para que a solenidade começasse. Eu particularmente o achava  um charme com aquela roupa e não conseguia para de admirá-lo.

Eu também tinha feito questão de estar apresentável para aquela cerimônia. Eu sabia o quanto aquilo seria importante para Edward e não queria desapontá-lo. Além do que, as pessoas já me viam como parte da família real, apesar de eu não ser, mas se eu estaria ao lado deles hoje, teria que está a altura. Pedi ajuda a Ângela e formos ao shopping atrás de uma roupa que pudesse servir para a ocasião. Batemos perna quase à tarde inteira em busca de algo bonito e discreto. Me assombrei com o preço daquelas peças. Como era caro se vestir bem! Mas acabei levando a roupa mesmo assim e estava orgulhosa da escolha que fiz, uma camisa branca social, com um blazer e saia preta. Pelo menos eu não me sentia tão deslocada como antes.

Alice chegou junto com os seus pais e eles vieram em nossa direção, mas não antes de acenar e falar com os superiores da aeronáutica. Ao ver que eles vinham até mim, me levantei e fiz uma reverência discreta. Alice sentou a minha direita e Esme do meu outro lado, vizinho a Carlisle. Assim que chegamos ao pátio onde se realizaria a solenidade, Edward fez questão que eu me sentasse na tenda junto com a sua família. Eu estava feliz por ele querer que eu tivesse presente no momento e eu sentia que me presença ali também o faria ficar mais seguro.

— Bella, cadê o seu chapéu? – perguntou Alice espantada.

— Bom dia para você também Alice.

— Estou falando sério. Não podemos comparecer a um evento diurno sem um chapéu.

— Que? – perguntei sem entender o que ela estava falando. Existia alguma regra determinado o que devíamos usar?

— E você está de preto? Bella, não se pode usar preto se não estamos de luto. – continuou.

Olhei para ela atônita e Esme, ouvindo o nosso falatório, repreendeu a filha.

— Silêncio Alice! Deixe Bella em paz. Ela ainda não tem obrigação de seguir os protocolos. – Esme virou-se para mim e disse baixinho: - Não se preocupe com isso querida.

— Obrigada Esme. – agradeci agora me sentindo desconfortável. Eu não sabia que estava cometendo uma gafe.

O cerimonialista iniciou a cerimônia e eu tentei me concentrar. As câmeras registravam o momento e reversavam focando em Edward e na família real. Então, eu sabia que tinha que me comportar, pois qualquer erro seria alvo de criticas e comentários depois. Porém, estava difícil obter qualquer tipo de atenção com Edward me olhando de esguelha quase que o tempo inteiro. Por mim, eu já estaria presa em seus braços o beijando, mas preferi ficar quietinha no meu canto e de preferência muda.

Em seguida, nos levantamos para ouvir e cantar o hino nacional e depois o da aeronáutica. Eu tentava me manter concentrada, porém também havia outra coisa que estava desviando a minha atenção. Eu não sabia se era o calor, nervosismo ou o efeito do leite que eu tinha tomado rapidamente pela manhã, mas alguma coisa estava me dando enjoos e mal estar. Meu estomago dava voltas e eu rezava para não vomitar ali. Era só o que me faltava ficar doente logo agora! Nos sentamos novamente e Esme olhou para mim preocupada. Era incrível a percepção que ela tinha das coisas. Ela notava que alguma coisa estava errada a distancia.

— Está tudo bem querida? – perguntou ela baixinho.

— Está sim. – menti.

Tentei ouvir os discursos do chefe da aeronáutica e em seguida de Carlisle, mas estava difícil. Agora além do enjoo, eu me sentia fria e com uma leve dor na cabeça. Isso era completamente estranho e inaceitável da parte do meu corpo ficar inventando coisa logo nesse momento. Tentei pensar em outras coisas e deixar a minha mente vagar em outras direções e isso acabou me distraindo um pouco.

Edward e os outros militares da Força Área que também estava concluindo o curso começaram o seu desfile e o meu peito se enchia de orgulho dele e de sua determinação. Era bonito vê-lo concluindo mais uma fase importante de sua vida. Sorri ao ver o quanto ele estufava o peito quando Carlisle parou em frente a ele e colocou o broche em sua farda e tentando permanecer sério, mas que no fundo sentia-se contente por estar agradando ao pai. Esme tentou disfarçar uma lágrima que caia em seu rosto enquanto observava o filho e o marido. Eu sei que eles, assim como eu estavam muito orgulhosos. Imagina quando ele se formasse na faculdade? Acho que a emoção seria multiplicada em dobro para eles.

Meu estomago deu cambalhotas novamente e tentei me segurar na cadeira e sorrir como se nada tivesse acontecendo. Porém minhas estruturas estavam começando a cair ao ver Edward se aproximar de mim no fim da cerimônia, quando todos já estavam indo embora. Ele olhou para mim com estranheza.

— Está pálida Bella. Está sentindo alguma coisa?

— Não, eu estou bem.

Ele assentiu sem acreditar em mim e pôs a mão em minha cintura e me conduziu até o carro onde seguiríamos até o campus. Edward desabotoava o blazer azul e eu peguei em sua mão.

— Estou tão orgulhosa de você!

— É mesmo?

— Sim, fico feliz em ver a sua obstinação e força de vontade.

— Eu sinto como se eu tivesse ganhando outra chance na vida. Quero aproveitá-la como eu posso.

— Está certíssimo! Fico feliz por me deixar participar disso.

— Claro Bella! Você é a minha vida.

Sorri e o beijei. Ainda bem que agora estávamos longe de todos. Pois queria beijá-lo até não ter mais ar. Expressar todo aquele sentimento que estava dentro de mim. Demonstrar o quanto eu o amava. Segurei o colarinho dele e cheirei o seu pescoço.

— Você fica tão sexy de uniforme!

Ele me devolveu um sorriso tão bonito como só ele sabia fazer e beijou a minha mão.

— Posso usar em outra ocasião se desejar. – falou baixinho.

— Não coloque ideias na minha cabeça.

— Sua mente é muito pervertida, sabia?

— Só a minha?

Ele sorriu e piscou para mim. Me olhou novamente de cabeça abaixo agora com um olhar preocupado. É claro que eu não tinha melhorado e isso já estava me preocupando.

— Está tudo bem mesmo Bella? Não estou gostando de sua aparência.

— Está tudo bem.

— Não minta para mim Bella. Você não é especialista nisso.

— Não é mentira.

— Só me diga o que eu tenho que fazer para te ajudar.

— Nada. É só um enjoo bobo.

— Não acha que devemos ir ao hospital e ver o que é?

— Não exagera Edward! Quando chegarmos ao campus eu tomo um remédio.

— Me avise se não se sentir bem, promete?

— Sim.

O carro estacionou no estacionamento da universidade e eu senti um alívio por termos chegado. Edward tinha se mostrado bastante protetor e insistente comigo. Isso era até bonito de sua parte, ele estava mesmo preocupado comigo, mas eu tinha uma neura com pessoas cuidando de mim. Eu não precisava disso, podia me virar sozinha. Desci do carro rapidamente e Edward segurou a minha mão.

— Não esqueça que temos um jantar no palácio hoje.

— Como eu poderia esquecer?

Ele riu e beijou a minha testa carinhosamente.

— Te amo! – falou.

— Eu também.

Sai até o meu dormitório e agora com uma vontade enorme de vomitar. Que maravilha! Como ia então me preparar psicologicamente para estar presente ao lado da família de Edward mais tarde? Eu poderia até usar isso como uma desculpa para não ir. Mas eu não poderia fazer isso. Era um jantar em honra a ele e eu não poderia desapontá-lo de forma alguma.

Entrei no meu quarto e me sentei na cama com a mão na boca. Ângela me olhou como todos os outros nessa manhã e veio até mim.

— O que foi Bella? Está doente?

— Estou enjoada Ângela e estou com medo disso.

— Bella não está querendo me dizer que...

— Eu não estou querendo dizer nada. Você não tem algum remédio para enjoo?

— Você sabe que não pode tomar remédio se estiver grávida.

— Eu não estou grávida!

— Como não? Como pode ter certeza disso?

— Eu sei. Por favor, me dê o remédio.

Ângela foi até a sua bolsa e trouxe um comprimido. Tomei e troquei a minha roupa por outra mais leve. Me deitei para tentar amenizar a situação. Ela continuou me observando como se eu fosse explodir a qualquer momento. O que era uma grande bobagem é claro! Eu não estava grávida. Não poderia estar por que eu era terrivelmente organizada com as dosagens do meu anticoncepcional. Eu nunca deixei de tomar nenhum dia por que eu não era maluca o suficiente para correr o risco de engravidar. Eu detestaria que isso acontecesse. Primeiro, por que eu não queria prejudicar Edward e segundo por que eu nunca quis ser mãe. Eu não conseguia imaginar um bebê saindo de dentro de mim. Isso simplesmente nunca iria acontecer.

Para a minha felicidade, todos aqueles pensamentos foram sanados na minha mente no minuto que o remédio começou a fazer efeito por que eu cai num sono profundo e sem sonhos. Só acordei por que Ângela assim o fez, me lembrando do meu compromisso. Fiquei espantada quando vi que já era noite. Meu Deus! Eu iria me atrasar.

Entrei no banheiro rapidamente e comecei a tomar banho. Demorei alguns minutos preciosos tentando tirar a maquiagem que eu tinha esquecido de tirar pela manhã e agora ela estava quase que grudada na minha cara. Ai como eu odiava maquiagens! Como ser mulher era complicado!

Enquanto me aprontava, tentei não ficar nervosa com o fato de que estaria no palácio com toda a família de Edward ali a minha volta. É claro que com todo esse tempo eu já devia ter superado isso. Mas eu ainda me sentia deslocada e meio que inferior a eles. Todos estavam cercados não só de muito luxo e poder, que eu nunca tivera, mas também de uma convenção que eu não compreendia e não fazia parte. Era simplesmente desconcertante algumas vezes.

Tentei pensar que nessa noite seria apenas um jantar informal e que o pior eu já tinha enfrentado que era estar ao lado deles num evento grande como foi à solenidade dessa manhã. Foi com esse pensamento que recebi Edward em meu quarto para irmos juntos a sua casa, se assim podíamos nos referir a ela. Ele me analisou dos pés a cabeça e se tranquilizou ao ver que eu estava inteira e bem. Me deu vontade até de rir de sua alta e exagerada preocupação comigo.

— Eu te disse que tudo ia ficar bem.

— Ainda bem, pois passei a tarde inteira preocupado com você.

— É uma pena por que eu passei a tarde inteira dormindo.

— Espero que sonhando comigo. – brincou.

— Não seja tão convencido!

Rimos e ele pegou a minha mão para entrarmos juntos no carro. John nos cumprimentou e começou a dirigir até o palácio. Fui até Edward e me aconcheguei em seu ombro, absorvendo o seu perfume gostoso para me acalmar um pouco. Ele ainda me observava atentamente e eu prometi que não ia ser grosseira com ele mais uma vez por causa disso.

— Está mesmo tudo bem?

— Claro que está meu amor. Deve ter sido o leite que eu tomei pela manhã. Eu estou desconfiando que eu esteja com principio de intolerância à lactose.

— Se não estivesse me diria, não é?

— Não começa Edward.

— Ok. Vou acreditar.

— Não prometemos que seriamos sinceros um com o outro?

— Sim, e é por isso que eu não vou mais lhe importunar com esse assunto. Mas fique sabendo que se eu não passar nesse semestre e não conseguir me graduar no mês que vem a culpa vai ser sua.

Sorri e trouxe o rosto dele até a mim.

— Você vai conseguir se formar e seu o melhor administrador que Belgonia já viu.

— Adoro a sua confiança em mim! – ele me deu um selinho e em seguida me lembrou uma coisa que eu não queria lembrar: - Já pensou que no semestre que vem eu não estarei mais no campus.

Arrepiei só em pensar. Mas era verdade. Edward já estava concluindo suas últimas disciplinas no curso de administração e se formaria no início de julho. Por isso não teria mais motivos para morar no campus, o que significa que agora os nossos encontros seriam mais difíceis por que ele passaria a servir a força aérea. Eu não queria pensar em como faríamos agora para nos encontrarmos, mas era algo que realmente devia ser feito.

— Nem me lembre disso. Não aguentaria ficar longe de você.

— Mas é uma realidade, meu amor, e está bem próxima de acontecer. Só se...

— Não me fale em casamento!

— Um dia você vai aceitar o meu pedido.

— Veremos!

— Veremos!

John parou o carro em frente à entrada do palácio. Edward desceu primeiro e abriu a porta para mim, como um grande cavaleiro que era. Fiquei em sua frente para que ele me olhasse com atenção.

— Estou apresentável o suficiente?

— Está linda! Não seja boba! Minha família não repararia no que está vestindo, mesmo que estivesse com apenas trapos.

Com o que Alice me dissera naquela manhã, acho que vestir trapos me levaria para a cadeia. Sorri com aquele pensamento, mesmo ainda estando meio desconfortável. Adentramos o palácio e Carter, o mordomo, nos recebeu como de praxe. Olhei em volta e não tive como não apreciar mais uma vez a beleza daquele lugar.

— Onde estão todos Carter? – perguntou Edward.

— Estão na sala de visitas próximo ao salão de baile, senhor.

Nem precisamos andar muito, pois Alice logo veio toda serelepe até nós. O sorriso dela era animador e contagiava todo o ambiente como uma luz forte acessa. Ela nem falou com Edward e veio logo até mim. Pegou o meu braço e me tirou de perto dele como ela fez quando nos conhecemos.

— Bella, espero que não tenha ficado chateada com o que eu disse sobre as suas roupas essa manhã. Fiquei tão arrependida de ter dito aquilo. Me perdoa?

— Não fiquei chateada Alice. Na verdade, fiquei até surpresa por saber que existem regras de como se vestir.

— Ô se tem! – riu. – Mas não se preocupe por quando você entrar oficialmente para a nossa família, eu irei te ajudar.

— Ah obrigada. – falei sem jeito.

Seguimos pelo grande salão de baile e na porta da sala de visitas estava Emmett todo animado e com um sorriso sem vergonha no rosto. Parecia incrivelmente diferente daquele homem que eu tinha visto há uns dias atrás. Fiquei contente por ele, pelo menos nessa noite, estar em paz e pensei que eu gostaria de conhecer esse Emmett sem bebidas.

— Ai está você, fadinha, pensei que estivesse se escondendo de nós! – falou ele cruzando os braços e impedindo a nossa entrada.

— Eu não estou me escondendo de ninguém. Apenas fui receber Edward e Bella.

— Hum sei... Bella, Edward, vocês sabiam que Alice acabou de nos jogar uma grande bomba em nossas mãos e depois saiu correndo sem nos esclarecer nada.

Edward olhou para Alice desconfiado e ela apenas apertou a minha mão e empurrou Emmett da frente da porta e entrou junto comigo. Fiquei curiosa para saber que bomba era aquela que tinha acabado de explodir e esperei sinceramente que não fosse mais nenhum problema.

Alice e eu nos sentamos em uma das poltronas e Edward logo veio ficar ao meu lado, após cumprimentar a todos. Carlisle e Esme estavam sentados e com uma expressão meio atônita no rosto, talvez sem entender o que Alice revelara a instantes atrás, e Rosalie estava mais ao fundo completamente em silêncio como se quisesse se ausentar do ambiente.

— Agora nos conte, minha filha, quem é esse rapaz que está namorando? – perguntou Carlisle com uma pontada de ciúme. Com uma cara igual a que o meu pai fazia quando via Edward. Pais...

— É um bom rapaz, prometo! – falou meio insegura. – Nós estamos namorando há dois anos e realmente gosto dele.

— Há há! – gargalhou Emmett as alturas. – É bom saber que todo mundo está desencalhando nessa família!

Alice corou e eu fiquei admirada. Na verdade, eu sempre achei Alice super confiante e nunca tinha a visto assim tão acuada.

— Como é o nome dele querida? – perguntou Esme.

— Jasper. Jasper Whitlock. Ele é americano. Está cursando direito em Nova York na mesma universidade que eu.

— E como o conheceu? – perguntei.

— Nos conhecemos logo quando eu cheguei aos Estados Unidos. Como eu disse, ele estuda na mesma universidade que eu. Fazia tempo que eu sentia que ele me observava e eu o achava até atraente... Eu entendi que ele era tímido e não tinha coragem para me chamar para sair e eu já estava ficando louca para que ele me convidasse logo e ai um dia desses, eu fui até a mesa dele e perguntei se ele não queria ter um encontro comigo e aí tudo começou. – Alice falou rapidamente.

— Eita maninha! Você é atirada, ein? Gostei!

Alice deu a língua para Emmett e Carlisle olhou para ela meio desconfiado.

— Ele é mesmo de confiança, Alice?

— Ai pai! Claro que é? Ele é tão romântico! Acredita Edward que ele fez uma música só para mim?

— Ele é músico? – perguntou Edward.

— Ele é. Tem até uma banda com os amigos dele.

— Bacana! Preciso conhecê-lo.

— Você vai.

Antes que pudesse ser dito mais alguma coisa, Carter adentrou o ambiente e anunciou a chegada de mais uma pessoa.

— Com licença majestade, mas o duque de Belgravia acaba de chegar.

Então entrou um rapaz jovem, com mais ou menos a minha idade e bem mais baixo do que Edward e Emmett. Até se parecia um pouco com eles, pelo menos tinha os mesmos olhos azuis. Ele parecia ser simpático, pois tinha um grande sorriso no rosto.

— Sem formalidades Carter. – ele falou para o mordomo. – Até parece que não me conhece a vida inteira.

— Harry! – gritou Alice animada ao meu lado.

— Oi pessoal!

Então Harry foi falar com Carlisle e Esme e esta o abraçou carinhosamente. Fiquei me perguntando quem ele era e por que eu não tinha ouvido falar nele antes. Todos pareciam bastante à vontade e felizes ao vê-lo, então presumi que só poderia ser alguém bem íntimo. Olhei para Edward com uma interrogação e ele entendeu logo o que eu queria saber.

— Harry é meu primo legítimo por parte de mãe. Ele foi criado pela minha família, após a trágica morte dos pais dele quando ele era apenas um bebê.

— Por que eu não o vi antes?

— Por que ele mora na Inglaterra com uns amigos dele há quase dois anos. Ele cursa direito em Cambridge.

— Cambridge! Ual!

— Ele é bastante dedicado.

Harry veio até nós e me olhou curioso, mas logo pareceu entender quem eu era e estendeu a mão para mim. Apertei-a e fiquei interessada em saber como era a vida dele aqui no palácio sem ser um membro da família real e convivendo com todos aqueles problemas. Porém, o observando bem, ele parecia bastante alheio aos acontecimentos íntimos, pois agia com muita naturalidade, ou pelo menos se esforçava para estar longe do que não lhe conviesse.

— Harry, essa é Bella, a minha namorada.

— É um prazer Bella. Eu sei quem você é. As notícias correm em Londres.

— Bom, Bella, Harry é meu primo, mas é como um irmão para todos nós.

— Para mim também é um prazer em conhecê-lo, Harry.

— Ah Harry! Eu estava com tanta saudades suas! – falou Alice entusiasmada e monopolizando atenção do primo.

— Harry, querido, onde está Bonnie? – perguntou Esme. – Por que não veio junto com você.

Harry abaixou a cabeça meio desconcertado e respondeu a tia com um misto de tristeza e falta de jeito. Talvez as coisas não tivessem indo tão bem com Bonnie.

— Bonnie e eu terminamos, tia.

— Nossa! Eu lamento muito, querido.

— Eu também, mas acho que no fundo foi melhor para nós dois.

— Para vocês eu não sei, mas para Emma... – falou Emmett já com um sorriso maroto no rosto.

— Emma e eu somos só amigos, Emmett. Você sabe disso.

— Sabe, que eu shirpo vocês dois. – afirmou Alice animada. Ela daria uma boa casamenteira. – Esse negócio de amizade longa só dá em amor. Posso apostar que ficaram juntos logo logo.

Harry corou e baixou a cabeça. Alice bateu palmas e deu um gritinho animado.

— Está vendo Harry! Você sente alguma coisa por ela!

— Deixa de ser alcoviteira Alice! – pediu Edward. – Não está vendo que está deixando o menino sem graça.

Todos riram e Alice continuou importunando o primo até a hora do jantar. Fizemos a nossa refeição na mesma sala que tínhamos almoçado no primeiro dia em que vi aqui. O clima estava bastante alegre e calmo. Harry e Alice contavam como eram a vida deles no exterior e essas conversas se misturavam a outras amenidades qualquer.

Porém, meu olhar se direcionou para a única figura que se mantinha em silêncio durante toda a noite. Rosalie continuava afastada de todos e permanecendo ali apenas de corpo presente e eu até poderia adivinhar o porquê, pois ela tinha evitado Emmett durante todo o momento em que estivemos ali. Os outros a ignoravam e ela parecia gostar disso por que não estava num clima muito bom. Embora, o nosso relacionamento continuasse frio como começou, naquele momento eu sentia vontade de conversar com ela. Talvez pudesse ajudá-la de alguma forma. Mas me contive, pois agora a nossa atenção foi solicitada por Carlisle que queria fazer um brinde a Edward.

— Todos já devem saber o motivo que estamos aqui reunidos nessa noite. O meu filho querido, Edward, terminou com mérito o seu curso de aviação da aeronáutica e em breve servirá as Forças Armadas como todo bom filho de Belgonia que ama o seu país. – falou Carlisle com orgulho.

— E também em breve se formará em administração pública com certeza também com muito louvor. – completou Esme.

— Um brinde a Edward!

Todos nós levantamos as nossas taças com suco de uva, pois ninguém queria que Emmett se sentisse tentado a beber. Edward levantou a taça dele envergonhado com um leve rubor em sua bochecha. O beijei com alegria e muito orgulho. Virei o rosto por uns instantes e percebi que Rosalie nos observava com uma expressão indecifrável e fingi não ter visto. Emmett também parecia meio sem jeito, com um misto de inveja e admiração ao irmão.

O jantar terminou alegre como começou e seguimos para a sala de música onde Carlisle e Edward resolveram fazer um dueto para encantar a todos nós. Edward tocava piano com maestria e Carlisle o acompanhava no violão. Alice até se arriscou a cantar. Era tudo muito magnífico! Eu nem sabia que tinha tantos talentos na família!

Resolvi me afastar um pouco para dar mais privacidade à família e Harry me acompanhou. Ficamos os dois observando-os perto da porta. Até que deliberadamente considerei em conversar com ele e tentar descobrir mais coisas sobre aquelas pessoas em nossa frente.

— Edward me disse que você foi criado pelos Cullen.

— Sim, meus pais morreram quando eu era um bebê e tive bastante sorte em ter sido criado pela minha tia.

— Eles sempre foram assim tão conectados?

Ele pensou um pouco e me olhou por alguns momentos, então depois de um tempo me respondeu evasivo:

— Eles sempre foram muito cariosos um com os outros. Tem muito amor envolvido entre eles.

— Sorte sua então!

— Sim.

— Nunca se sentiu deslocado por não ser um membro da realeza e ter que conviver tão perto com isso? Por que eu já me sinto dessa forma.

— Na verdade, ás vezes sim, mas eu tento não me envolver no que não me convém. Preferia pensar neles como a minha família e não como pessoas superiores a mim. A monarquia já é complexa e problemática demais para envolvermos mais complicações nela.

— É mesmo? E acha que isso atrapalhou a vida deles?

Ele me analisou como se quisesse saber até onde eu iria com aquelas perguntas. Harry era bem mais vivo do que eu pensava que era e queria proteger a sua família de qualquer bisbilhoteiro.

— Presumo que todas as famílias têm problemas. Os Cullens não escapariam disso, mesmo tendo o sangue real. Em alguns momentos eles não estavam assim tão contentes...

Eu já estava gostando de como a conversa estava começando a ser conduzida, porém formos interrompidos por um som esquisito vindo de outro cômodo. Só eu e Harry parecíamos ter ouvido, pois os outros estavam bastante concentrados na cantoria. Olhamos um para o outro e resolvemos seguir corredor adentro para ver o que era. E quanto mais nos aproximávamos das salas seguintes o som de pessoas discutindo aumentava. Presumi que só poderia ser Emmett e Rosalie e tudo acabou sendo confirmado quando ela saiu em disparada por um das portas. Harry e eu adentramos o ambiente e vimos Emmett lá dentro meio descontrolado. Aparentemente não tinha começado a beber ainda.

— O que aconteceu Emmett? – perguntou Harry.

— O que parece, não é? Rosie e eu discutimos!

— E o que você fez para que isso acontecesse?

— Por que pensa que eu fui o motivo da briga, Harry? – Ele nada disse e olhou para Emmett forçando-o a continuar. – Ok. Certo! Eu ia tomar só um golinho de uísque.

— Emmett!

Harry começou a encher Emmett de sermões, obviamente sabendo de todos os problemas do primo. Mas aquilo não me interessava no momento. Eu estava preocupada com Rosalie. Ela não parecia bem quando saiu daqui. Resolvi então ir atrás dela. Deixei os primos sozinhos e subi as escadas até o apartamento de Rosalie e Emmett. Parecia loucura, mas eu sentia que as coisas não andavam bem. Quando cheguei ao segundo andar encontrei a porta do apartamento entreaberta e entrei. Logo tive certeza que realmente nada estava indo bem, pois encontrei Rosalie pálida tentando se levantar do chão com muito esforço e entre as suas pernas escorria muito sangue. No mesmo instante fiquei pensando o que teria acontecido.

 

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Olá gente! Gostaria de apresentar a vocês uma outra finc apenas com curiosidades sobre a história de Dinastia. Estarei postando nela um pouco sobre Belgonia, biografias dos personagens e outras curiosidades. Para saber mais aperte aqui.


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Notas finais do capítulo

Galera, eu sei que o capítulo passado foi meio pesado, mas foi necessário. Senti falta de muitos de vocês por lá comentando. Mas enfim, meus agradecimentos a quem surgiu e me deixou contente com o seu comentário, como a Cupcakeimperfeito, Talita Martins,
lelinhacullen e Aika. Muito obrigada mesmo! Agora espero ver você participando com fervor no capítulo de hoje. Adoro ler a opinião de todos vocês!

E ah! Visitem também as "Curiosidades Dinastia" vocês vão amar! Link no fim do capítulo!