Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 28
Liberdade Vigiada


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de começar dizendo que amei tanto as teorias de vocês! No capitulo de hoje muita coisa será esclarecida e realmente espero que façam sentido para vocês e ajudem a saciar a curiosidade de muitos. Enfim, espero que gostem! Boa Leitura!



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Eu ainda estava agitada demais para poder raciocinar. Na minha cabeça surgiam as mesmas perguntas: Será mesmo uma escuta? Se é, por que estava ali no meu quarto? Quem havia a colocado ali? Minha mente dava voltas e não chegava a nenhum lugar.

Peguei o pequeno aparelho e comecei a examiná-lo com as minhas mãos trêmulas. O negocinho parecia um mini pen drive e poderia até ser, mas algo lá no fundo me dizia que não. Coloquei- o em cima da mesa para não quebrá-lo. Não queria destruí-lo sem saber o que realmente era.

Sai pelo meu quarto feito uma maluca e fiquei andando de um lado para o outro sem saber o que fazer. Se fosse mesmo uma escuta, alguém estava se beneficiando com todas as coisas que escutavam aqui do quarto. Imaginei o quanto esse negocinho não tinha capturado. Quantas conversas sigilosas e privadas poderiam estar agora nas mãos de algum jornalista! Me desesperei e gelei com essa possibilidade.

Me levantei e sai revirando tudo pela frente para ver se eu encontrava alguma outra coisa. Mexi nas minhas coisas e nas de Ângela sem me importar com a bagunça que eu estava fazendo. Até que achei o que estava procurando: uma mini webcam, pelo menos eu achava que era uma, escondida entre umas caixas que estavam em cima do guarda-roupa. Então era mesmo verdade! Jesus! Eu estava sendo vigiada! E não eram só conversas que estavam sendo roubadas por esses desconhecidos, mas fotos também.

Corri e peguei uma fita gomada e cortei um pedaço para colocar no olhinho da câmera. Nada iria ser mais roubado de mim! A brincadeira tinha acabado! Mas, eu sabia que não, ela só estava apenas iniciando. Comecei a me balançar de um lado para o outro e as lágrimas começaram a sair dos meus olhos. Onde eu tinha me metido? Agora eu não podia mais confiar em ninguém. Na verdade, confiança era algo raro para mim desde que comecei a me envolver com Edward.

Tentei colocar a minha cabeça no lugar, mas estava difícil. Tentei pensar numa lista de pessoas que poderiam ter feito isso. O negócio era bem profissional e tinha sido instalado de uma maneira tão discreta que tinha passado despercebido a mim e a Ângela esse tempo todo. Mas será que estava ali por muito tempo? Como essa pessoa tinha conseguido entrar aqui e colocar toda essa geringonça? Como ela fazia para pegar as informações colhidas? Ah! Tantas perguntas!

Sai andando pelo quarto novamente e pensei em Edward. Ele deveria saber disso, mas ao mesmo tempo eu tinha medo de contar a ele e deixá-lo preocupado. Ele não podia ter uma recaída agora no meio do tratamento. Meu Deus o que eu iria fazer? Lembrei de Nick, o secretário de Edward, e pensei que ele poderia ajudar sem que o seu patrão soubesse. Fui até o telefone para ligar para ele, mas fui interrompida com a voz da pessoa que eu menos queria que estivesse ali naquele momento.

— O que está acontecendo aqui, Bella?

Olhei para Edward que estava parado em frente à porta com uma cara de surpresa tanto por ver a minha expressão assustada quanto pela enorme bagunça que estava o meu quarto.

— Nada... Eu só...

— O que é isso? – falou ele se referindo a camerazinha nas minhas mãos trêmulas.

— Ok. – falei resolvendo abrir logo o jogo. – Eu acho que é um webcam que encontrei instalada aqui no meu quarto junto com aquilo.

Edward foi até a mesa onde eu tinha deixado o aparelhinho esquisito. Ele começou a analisar o negócio desconhecido e provavelmente tirou a mesma conclusão que a minha.

— É uma escuta.

— Estou sendo vigiada, Edward, e eu não consigo entender como conseguiram entrar aqui e instalar essas coisas. Também não sei quem está por trás disso? – falei ficando ainda mais nervosa, pois parecia que dizer isso em voz alta parecia tornar a situação ainda mais séria.

— Mas isso é bom.

— Como? – perguntou perplexa.

— Ok Bella sente-se!

Olhei para ele sem entender, mas atendi o seu pedido quase querendo forçá-lo a dizer logo que história era aquela. Edward tranquilamente se sentou também e tocou a minha mão.

— Bella, eu acho que eu sei que está fazendo isso.

— Quem? – perguntei curiosa.

— Mike.

— Como sabe disso?

— Eu não tinha certeza antes e ainda não tenho agora, mas eu venho investigando-o desde que ele fez aquela ameaça a você. Pedi que Nick contratasse umas pessoas para ficar na cola dele por que eu estava com medo que ele fizesse algo contra você, mas ele foi esperto e se manteve quieto demais.

— Por que não me disse isso antes?

— Por que eu não tinha nada contra ele ainda. Depois que fotos suas tiradas daqui do campus começaram a sair, desconfiei na hora que poderia ser dessa forma que ele tivesse tentando te atingir. Pedi aos tabloides que me dissessem quem estava dando aquele material, mas eles juraram que não sabiam quem era por que a pessoa não aparecia pessoalmente e se identificava com um nome falso. Mas as fotos só poderiam estar sendo tiradas por aluno e não por um paparazzi, por que eles não têm permissão de entrar aqui por causa do acordo de sigilo que me protege.

— Mas ainda não há nada que o acuse, e sinceramente, acho que isso é coisa de profissional. Mike é muito babaca para isso!

— Se eu fosse você não o subestimava. Ele tem sido bastante esperto até aqui. Acho que instalar esses aparelhos no seu quarto é o primeiro erro dele, pois agora podemos saber quem estar por trás disso.

— Mesmo que ele esteja envolvido não está agindo sozinho. Precisaria de um cúmplice para poder entrar aqui no quarto e instalar tudo sem ser notado e o principal, tinha que ser alguém da nossa confiança.

— Não conhece alguém que poderia estar o ajudando?

Pensei alguns minutos e me lembrei de Jéssica. Ela nunca tinha ido muito com a minha cara e era apaixonada por ele, talvez se prestasse a fazer uma sujeirada dessa só para atender aos pedidos dele.

— Jéssica poderia estar ajudando. Ele não gosta de mim e é louca por ele.

— Pode ser... Mas sei que ambos estão ganhando muito dinheiro com isso por que são informações super privilegiadas.

— Inferno! –gritei de ódio.

Me levantei e encostei a minha cabeça na parede. Se Mike e Jéssica estavam mesmo envolvidos nisso, eles tinham encontrado uma excelente forma de me atingir. Por que nada pior do que ser vigiada o tempo inteiro e ter a sua privacidade roubada.

— Só não entendo por que parte desse material já não está estampado em todas as capas das notícias por aí.

— Talvez eles tenham instalado recentemente mesmo.

— Mas como? Droga!

Sai andando de um lado para o outro novamente. Eu estava completamente perdida e com muita raiva. Se eu os visse agora, eu seria capaz de matá-los com as minhas próprias mãos. Edward vendo o meu desespero veio até mim e me abraçou.

— Isso que estão fazendo com você é desumano! Me sinto tão culpado por você estar passando por isso...

— Ei! Não se sinta culpado! É a mim que eles querem e não a você.

— Mas é por causa da minha fama que eles estão atrás de você.

— Não diga e não pense mais nisso.

Ele beijou os meus cabelos e eu abracei com força, procurando em todos os lugares dele um pouco de tranquilidade e conforto.

— Nós vamos resolver isso, Bella. Agora vai ficar mais fácil.

Assenti querendo verdadeiramente acreditar nisso. Edward foi até os aparelhos e os colocou dentro de uma sacola com todo o cuidado.

— Vamos amanhã levar isso para a polícia e prestar queixa.

— Certo.

Ele já estava quase na porta quando eu o impedi. Peguei umas roupas e coloquei dentro de uma mochila. Eu não conseguiria passar a noite ali depois desse achado. Edward me recebeu gentilmente no seu quarto como se ele fosse também meu.

Mais tarde, fiquei horas olhando para o teto sem conseguir dormir. Na minha cabeça girava pensamentos obscuros sobre Mike e Jéssica. Fiquei pensando no que eu tinha feito de tão ruim para que eles fizessem algo assim comigo. Os motivos pareciam idiotas demais. Mike tinha uma apaixonite por mim e eu o rejeitara, mas isso dava motivo para que ele tivesse tanto ódio guardado? E Jéssica? Quais motivos ela teria? Certo, que ela nunca tinha demonstrado afeição por mim. Mas isso também não era motivo para que me derrotasse dessa forma. Só poderia ser o dinheiro que estava os cegando.

No dia seguinte, formos à delegacia dar queixa dos achados no meu quarto. O delegado nos recebeu muito bem, é claro, por que ninguém teria coragem de destratar o príncipe herdeiro. Ele não parecia surpreso com a história que eu contava e analisava os objetos com atenção. Fui levada a dar o depoimento de como eu tinha encontrado os objetos. Eles me faziam perguntas como: se eu tinha reparado algo estranho a minha volta? Se eu estava sendo seguida por alguém desconhecido, além dos paparazzis, e essas coisas. Os materiais foram levados para análise e fiz questão de não arredar os pés dali até ter alguma resposta.

— Isso não é nenhuma novidade para nós, senhorita. Há muita gente corajosa e ambiciosa por aí capaz de fazer tudo para colher qualquer informação importante das celebridades. – disse o delegado.

— Mas isso não é proibido? – falei exasperada.

— Claro que é, mas se a lei fosse cumprida fervorosamente não tínhamos tantos bandidos por aí.

— Não tem alguma forma de impedir esses tabloides de publicar coisas que chegam clandestinamente para eles?

— Você acha que eles visam isso? O poder cega mais do que o medo. Uma foto da senhorita chega a valer de mil a dez mil dólares cada dependendo do material. Têm muita gente querendo ganhar dinheiro com isso.

— Dez mil dólares! – falei quase gritando.

Edward fechou os pulsos de raiva e eu queria sair dali gritando e batendo em qualquer paparazzi que eu visse na minha frente. Aquilo era mais do que desumano! Quer dizer que eles tinham o direito de se aproveitar de mim o quanto quisessem? E a minha vida? Não valia nada?

— Não têm como vocês seguirem a pista que eu disse para vocês? – perguntou Edward com a voz rouca de tanta raiva.

— Não podemos acusá-lo, alteza, se não tivermos provas o suficiente. Vou mandar uns homens irem ao dormitório da sua namorada para averiguarem as coisas por lá.

Assenti e formos de volta para o campus da universidade. Chegando lá, encontramos o quarto como deixei ontem, todo bagunçado, porém Ângela estava lá completamente surpresa com a cena. Talvez ela tivesse retornando hoje, após passar a noite com Ben. Fui até ela e a abracei. Ela retribuiu sem entender. Edward saiu dizendo que teria que se encontrar com Nick, mas que em breve voltaria.

Os policiais averiguaram tudo, mas não encontraram nada de novo. Voltaram para a delegacia com as recomendações de que tudo iria ser investigado e se notássemos qualquer coisa diferente avisássemos a eles.

Contei a Ângela tudo que tinha acontecido enquanto arrumávamos a bagunça do quarto. A expressão dela mudava de surpresa a raiva. Parecia que eu estava contando para ela uma cena de um filme de suspense.

— Acho que Mike e Jéssica podem mesmo estarem envolvidos nisso, Bella. Mike está com raiva de você e Jéssica tem inveja de seu relacionamento com Edward e também pelo fato de Mike preferir você e não ela.

— Não acho que isso seja motivo o suficiente...

— Bella, a cabeça das pessoas nem sempre funcionam da maneira como a gente gostaria que funcionasse. Além do mais, eles devem estar ganhando uma nota preta pelas suas fotos.

Bufei de raiva e depois me lembrei que Ângela também estava sendo vítima das informações que eram roubadas. Afinal o quarto também era dela. Me senti ainda pior por estar arrastando pessoas inocentes para a confusão que tinha se tornado a minha vida.

— Desculpe Ângela por estar passando por isso também. Eu sei o quanto é desconfortável ter a privacidade violada por desconhecidos.

— Não se preocupe Bella. – ela falou enquanto tocava o meu braço. – Você não tem culpa.

Suspirei e sai para arrumar a bagunça que estava na mesa, até que encontrei algo que não tinha notado antes ali. Era o convite para o baile beneficente da universidade que seria organizado por Jéssica. A minha mente começou a fervilhar com um montão de ideias que começaram a surgir. Um sorriso se formou pela primeira vez nos meus lábios.

— Ângela, eu sei como vou poder descobrir quem está por trás de tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Encerro agradecendo a Jo G Cullen, lelinhacullen, juaassaid, Cupcakeimperfeito, Érica, Aika e Talita Martins pelos comentários e teorias maravilhosas! Comentem bastante dessa vez também! Beijos e até a próxima!