Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 17
Sem pesos e sem medidas.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Tudo bem? Aqui vou eu com um capítulo mais leve, mas também recheado de mistérios para encher a cabeça de vocês de teorias! Vocês não têm ideia como eu fiquei ansiosa pelos comentários de vocês e por isso tenho que agradecer a Anna, a Aika e suas teorias maravilhosas! a lelinhacullen e a Cupcakeimperfeito pelos comentários.

Espero que esse capítulo divirta vocês e impulsionem muitos questionamentos. Boa leitura!



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Com as minhas mãos unidas a de Edward ouvíamos atentamente o que o padre nos dizia. Chegara a hora que faríamos a nossa promessa diante da Igreja, de Deus e de todos.

— Edward e Isabella, viestes aqui para unir-vos em matrimônio. Por isso, eu vos pergunto perante a Igreja: é de livre e espontânea vontade que o fazeis?

— Sim. – Edward e eu respondemos com fervor.

— Abraçando o matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao outro. É por toda a vida que o prometeis?

Edward olhou para mim com um sorriso maroto e olhei para o fundo dos olhos dele e respondi com confiança:

— Sim.

— Sim. – respondeu ele sem tirar os olhos de mim e eu queria tanto poder beijá-lo!

— Estais dispostos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, educando-os no amor de Cristo e da Igreja?

— Sim. – respondemos.

Tiramos a mãos em cima da Bíblia e permanecemos com elas unidas em sinal de conforto e união um com o outro. O padre olhou para os inúmeros convidados na Igreja e perguntou sem alguém era contra o nosso casamento. O silêncio pairou sobre o recinto e ele deu continuidade à cerimônia.

Olhei para todas aquelas câmeras ali instaladas e senti um horror por todas elas. Desde o início do meu relacionamento com Edward, há mais de um ano atrás, eu tinha pego certo abuso por câmeras e imprensa. Elas quase me tiraram de Edward e mesmo hoje sabendo lidar um pouco com o assédio, eu ainda não conseguira esquecer o quanto foi difícil no começo. No fundo eu ainda estava um pouco traumatizada.

Me lembrei de quando dei a minha primeira entrevista para a TV e quanto a mídia caiu em cima de mim, me acusaram de querer aparecer e desviar do assunto da tragédia em Seraf. Bem que eu previra que isso iria acontecer. Mesmo naquela época, eu já compreendia que eu não era bem aceita pela imprensa Belgã que procurava tudo que pudesse para me acusar e me provocar. Me lembrei das palavras de Esme e tentei não me importar dessa vez, mas Edward já estava farto e resolveu dar um ponto final em tudo isso com uma nota oficial.

Comunicado Oficial de sua Alteza Real, o Príncipe Edward

 

Desde minha mais terna idade sempre tive aos olhos do público, compartilhando os grandes acontecimentos de minha vida com todos. Eu me sinto muito sortudo por saber que existem pessoas que me apoiam e tem carinho por mim.

Sempre achei muito louvável o trabalho da imprensa, pois ela é necessária para informar o que está acontecendo e também para formar opiniões. Porém, existe um limite do que é fato e do que é fictício, da liberdade de expressão a invasão de privacidade.

Tenho ciência de que fatos sobre a minha vida é de interesse de muitos e entendo a curiosidade que isso pode gerar. Mas nunca me senti confortável com a alta exposição que há em torno de mim. Pois sempre acreditei que deve haver um limite entre a vida pública e a privada.

Nos últimos dias, tenho presenciado fortes ataques e altas perseguições a minha namorada, Isabella Swan, e me entristece o tamanho abuso de determinados tabloides a sua pessoa, que são injustos e alheios à realidade. Estou preocupado com sua segurança e profundamente desapontado por eu ser a causa inicial disso e por não poder protegê-la por completo. Não é certo que alguns meses de relacionamento comigo, Isabella seja submetida a uma tempestade como essa e por isso que anuncio que já estão correndo nos tramites da justiça alguns processos contra alguns meios midiáticos que vêm denegrir e espalhar notícias falsas em busca de obter atenção e dinheiro.

Sei que vão dizer que isso é 'o preço que ela tem que pagar' e que 'tudo isso é parte do jogo'. Discordo fortemente: não é um jogo - é a vida dela e a minha. Peço a divulgação desse comunicado na esperança de que a imprensa possa parar de especular e possa refletir antes que algum dano seja causado. Espero que as pessoas entendam por que eu senti a necessidade de falar publicamente.

                                                                                Atenciosamente,

                                                                                   Edward Cullen

Edward olhava para mim atento enquanto eu lia o comunicado que havia sido lançado no site oficial da família real. Eu sabia que ele queria minha opinião sobre o assunto.

— Está bem escrito Edward.

— Só isso?

Ele me olhou meio desapontado e acariciei o seu rosto, louca para poder abraçá-lo e beijá-lo fortemente, mas eu não queria proporcionar um acidente de carro já que Edward estava na direção e resolvera me mostrar o comunicado quando estávamos a caminho do restaurante onde encontraríamos os meus pais.

— Eu te agradeço imensamente por isso, meu amor, não sabe o quanto, mas acho que quanto mais ficarmos mexendo nisso mais eles vão se sentir tentados a nos provocar.

— É mais eu precisava dar uma resposta definitiva para eles entenderem que não podem sair lhe atacando e não receberem um corretivo por isso.

— Tomara que dessa vez eles compreendam e parem.

— Eu também espero.

Observei as mãos dele presas no volante e sua testa enrugar em concentração ao transito lá fora.

— Sabe que você fica tão sexy com esses óculos e dirigindo desse jeito. – falei tentando mudar de assunto e ele sorriu com a minha observação.

— Se eu soubesse disso antes tinha dado folga ao John há mais tempo.

— Confesso, que eu até estranhei quando vi esse carro e você dentro.

— Esse é o meu verdadeiro carro, o outro é só para serviços oficiais.

— E posso saber por que decidiu dar uma voltinha nele hoje?

— Por que eu não quero me apresentar com muita pompa para os seus pais.

— Eles sabem que você é um príncipe, Edward.

— É, mas hoje eu não sou o príncipe, sou apenas Edward Cullen.

Percebi que Edward estava nervoso para o nosso almoço com os meus pais e eu até achava isso bonitinho. Ele estava fazendo um esforço enorme para deixar o príncipe no palácio e incorporar o homem que ficava escondido nele. Confesso que eu também estava um pouco receosa, não pela minha mãe, mas pelo meu pai. Ele sabia ser turrão quando queria e eu tinha medo que ele colocasse tudo a perder.

— Têm alguma coisa que eu precise saber Bella? – perguntou ele repetindo a mesma pergunta que eu tinha feito quando eu fui conhecer os pais dele.

— Relaxe Edward! Apenas use o mesmo charme que você usou em mim e eles vão cair de quatro por você.

— Sem brincadeiras Bella...

— Agora você entende o que eu passei quando eu fui conhecer os seus pais.

— Entendo completamente. Que coisa mais complicada! Eu queria ter um controle remoto que nem aquele do filme e poder pular logo essa parte.

— Bom... Você só terá que fazer meio trabalho, já que a minha mãe te adora. Terá que conquistar a confiança apenas de meu pai.

— Você disse que ele é chefe de polícia, não é?

— Sim e daí?

— Ele atira bem?

— Pode ter certeza que sim!

Ele gelou e arrepiou-se todo. Sorri diante do medo dele. Edward era impagável!

— Relaxe meu amor, minha mãe jamais deixaria que ele andasse armado e é só ficar calado diante do fato de que você levou a garotinha dele para a cama.

Ele riu pela primeira vez e estacionou o carro em frente a um restaurante italiano famoso daqui de Belgravia. Eu e minha mãe ficamos dias pensando em como iria ser esse encontro de Edward com o meu pai. Resolvemos que seria num lugar neutro e de preferência que servisse alguma comida que o velho gostasse. O Montepulciano parecia o lugar ideal!

Quando descemos do carro já encontramos alguns paparazzis na porta logo de cara. Fingimos que não era com a gente e entramos. É claro que nossa entrada no restaurante causou um furor enorme. Todos nos olhavam atentos e até fiquei sem jeito. Agradeci aos céus por minha mãe ter se lembrado de reservar uma mesa bem longe e discreta para nós. O garçom nos levou até a nossa mesa e lá já encontramos os meus pais sentados nela. Eles estavam bem vestidos, o que contrastava de mim e Edward que tínhamos escolhido vir com roupas mais informais. Ambos fizeram uma reverência desajeitada ao verem Edward e até pareceu engraçado. Eu disse a minha mãe que não precisava de tudo isso.

— Bom. – comecei. – Acho que Edward dispensa apresentações, não é? –eles sorriram e eu continuei. – Edward, esse é o meu pai, Charlie Swan, e a minha mãe, Renne, você já conheceu.

— É um prazer imenso. – Edward falou enquanto apertava a mão de ambos.

— Acho que agora podemos nos sentar, não é? – perguntei.

Sentamos e percebi que o meu pai estava com uma expressão séria, o que não era um bom sinal. Eu estava ciente de que todos no restaurante estavam nos assistindo como se fossemos um episódio de um seriado famoso, e eu não queria dar a eles algo que eles pudessem comentar.

— Já que estamos aqui devo perguntá-lo quais as suas intenções com a minha filha. – disparou o meu pai sem nenhum aviso.

— Pai...

— Não Bella, tudo bem! Eu entendo a pergunta do seu pai. – Ele pegou a minha mão por de baixo da mesa e olhou diretamente para o meu pai. – Eu tenho as melhores intenções com a sua filha, Sr. Swan. Eu a amo e quero fazê-la feliz.

Olhei para Edward emocionada. Eu não me lembrava dele dizer que me amava antes.

— Eu realmente espero que isso seja verdade, mocinho. Não é por que você é da realeza que pode usar a minha filha e jogá-la fora quando se cansar desse romance. Ela tem sofrido bastante com esse monte de fotógrafos perseguido ela o tempo inteiro!

— Charlie... – recriminou a minha mãe.

— Eu também lamento muito pelo que está acontecendo, Sr. Swan, e tenho tentado de todas as formas acabar com isso, tanto que já dei entrada nos processos contra esses tabloides ridículos e lancei um comunicado oficial hoje pedindo para a imprensa parar de perseguir a Bella.

— Edward e eu, pai, estamos apaixonados e só estamos querendo ser felizes um com o outro.

Charlie me olhou com desconfiança e dei graças a Deus quando o garçom chegou para anotar os nossos pedidos. Apertei a mão de Edward tentando passar confiança a ele, eu sabia que ele deveria estar morrendo por dentro.

— Então Edward. – iniciou a minha mãe, após o garçom ir embora. – eu soube que seu irmão está patrocinando um show beneficente para as vítimas da tragédia em Seraf.

— Na verdade todos nós estamos patrocinando, mas devo confessar que realmente a ideia partiu de Emmett e ele tem estado bastante envolvido na organização do projeto.

— E acha que irá funcionar?

— Acredito que vai ser um sucesso. Emmett tem bons contatos e muitos cantores famosos resolveram participar do show.

— Oh que bacana! E quando será?

— Será no dia primeiro de julho, após a finalização dos festejos do National Day.

— Que pena que não estarei aqui para presenciar, pois estarei retornando amanhã para os Estados Unidos.

— Tão cedo?

— Se eu pudesse ficaria por mais dias, porém meu marido e o meu trabalho me esperam nos Estados Unidos.

— E seu irmão continua namorador, Edward? – perguntou o meu pai de supetão.

Edward se remexeu na cadeira meio constrangido e eu olhei feio para o meu pai. Isso era lá pergunta para se fazer!

— Oh não. – Edward respondeu sem jeito. – Ele se aquietou depois que se casou. Rosalie o mataria se soubesse que ele está tendo algum caso extraconjugal.

— E você não é como ele, não é?

— Não, claro que não! – respondeu Edward rapidamente. – Quando eu me apaixono, eu vivo intensamente esse amor.

— Ai que romântico! – suspirou a minha mãe.

— E Jake? Onde está? – perguntei antes que o meu pai perguntasse mais alguma idiotice.

— Ele foi para Northfolk dar uma ajuda por lá.

Jake estava mesmo muito envolvido em ajudar os seus conterrâneos, o que era bastante louvável. Nos últimos dias, ele vinha se dividindo entre conseguir um trabalho e ajudar as pessoas desabrigadas. Eu também ia com ele sempre que podia e tentava ser o mais discreta possível, mas era quase impossível no momento.

— Edward, eu sempre tive curiosidade de saber como era rotina de alguém na realeza. Eu sempre fui muito fã de todos vocês!

— Bom, é bem diferente do que as pessoas pensam que é. Nós trabalhamos um bocado e temos muitos compromissos oficiais para cumprir. Eu, como deve saber, faço faculdade de administração pública e divido o meu tempo com os compromissos que me são destinados.

— E nos tempos livres, Edward adora ir pescar. – completei. – Sabe como é? Para relaxar um pouco.

Edward me olhou com uma cara de quem não estava entendendo nada e eu o disse com um olhar para continuar com a mentira. Eu sabia que o meu pai ficaria menos arisco se soubesse que tinha alguma coisa em comum com ele.

— Isso é verdade Edward? – meu pai perguntou surpreso.

— Claro! Adoro pescar em Clarence! Mas devo confessar que o meu pai é melhor nisso do que eu.

— Clarence! Lá deve haver paisagens magníficas! – minha falou sonhadora.

— Há muitas. Inclusive, os dois estão convidados para passarem uma temporada conosco lá e será um prazer pescar com o senhor no riacho que está em nossa propriedade.

— Obrigado. – Charlie agradeceu meio sem jeito.

O garçom veio com os nossos pedidos e comemos tranquilamente. Dei graças a Deus por meu pai ter se acalmado um pouco e não provocar mais Edward. A minha mãe libertou o seu lado fangirl e fez um milhão de perguntas sobre como era à rotina dentro da realeza e nos contou os vários momentos em que ela foi a compromissos oficiais apenas para ver a rainha Esme e o rei. Agradeci-a mentalmente por isso, pois o ambiente ficou bem mais leve com as histórias dela.

Terminamos o almoço ilesos, apenas com uma discussãozinha básica entre meu pai e Edward para ver quem pagaria a conta, mas acabaram decidindo que dividiriam e tudo ficou certo. Eu sabia que com o tempo os dois se dariam bem. 

Ao chegarmos ao quarto de Edward no campus, ele parecia estar aliviado por ter saído vivo do nosso encontro com os meus pais. Ele respirou fundo e eu coloquei as minhas mãos em torno do seu pescoço.

— Eu lhe disse que tudo iria sair bem no final.

— Eu pensei que iria morrer!

— Oh tadinho do meu namorado!

— Ele merece uma recompensa por todo o sofrimento que ele passou hoje, não é? – ele falou ao meu ouvido, me fazendo arrepiar o corpo inteiro.

Acariciei os seus cabelos e o beijei. Suas mãos percorriam as minhas costas e subiam para os meus seios. O desejo percorria todo o meu corpo e me deixava entorpecida. Comecei a abrir os botões de sua camisa, beijei o seu pescoço e senti o tremor em sua pele. Ele me empurrou para a cama e iniciamos a nossa dança sensual de amor. Nos entregando sem reservas até chegarmos ao prazer máximo.

Era nessas horas que eu me lembrava do que Esme me dissera, o amor nos faz fazer coisas que iam além da nossa compreensão e do limite da razão. O meu sentimento por ele me fazia ter coragem de enfrentar tudo sem pensar nas consequências. Todos podiam se perguntar por que ela disse sim a Carlisle mesmo diante de tantos empecilhos e agora eu a compreendia. Ela colocou o seu sentimento acima de qualquer coisa e aceitou o desafio. Acho que faria o mesmo por Edward. Eu ficaria com ele mesmo diante de todos os obstáculos por que eu não conseguia mais pensar em minha vida sem a presença dele ao meu lado. Precisava haver um motivo muito forte para que eu mudasse de ideia, eu não acho que haveria.

Mais tarde, tiramos um cochilo abraçados um ao outro na cama. Acordei com as suas mãos protetoras em torno de mim e a beijei. Sai da cama devagar para não acordá-lo e segui para o banheiro. Eu sentia uma dorzinha na cabeça meio chata, o que poderia ser efeito de todo o estresse que eu vinha enfrentando nos últimos dias, pois eu não costumava ter dores de cabeça. Abri o armário em busca de algum remédio e sem querer pus força de mais na porta fazendo que caísse um monte de coisas que estavam dentro dele. Dentre muitas coisas que caíram na pia, uma me chamou atenção. Era um pote de pílulas estranhas que eu nunca tinha visto antes. Olhei para ver para que servia e não encontrei muitas informações.

De repente, Edward tirou o pote das minhas mãos e o colocou de volta no armário rapidamente. Estranhei a sua reação, era como se ele não quisesse que eu visse ou soubesse de que remédio se tratava.

— O que foi isso Edward?

— Não é nada. – ele disse passando a mão nos meus ombros. – O que está procurando?

— Um remédio para dor de cabeça.

— Infelizmente não tenho nenhum aqui. Mas vou ligar para a farmácia e pedir para virem deixar, aproveito e peço algo para comermos também.

Ele seguiu para onde estava o seu celular e eu o observava sem entender o que tinha acontecido. Desviei o olhar para o armário novamente e me perguntei quantos segredos eu ainda iria ter que descobrir sobre essa família. Alguma coisa me dizia que não era algo muito bom.


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Notas finais do capítulo

Já quero muitos e muitos comentários sobre o que vocês acham que Edward está escondendo! Quero muitas teorias da cabecinha de vocês. Amo e aguardo ansiosamente todos os comentários de vocês! Beijos e até a próxima!