Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 16
Problemas e Mistérios


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal! Capítulo novo saindo! Senti falta de vocês comentando no capítulo anterior. Acreditem, a opinião de vocês contam muito para mim. Gostaria de agradecer a Cupcakeimperfeito, Aika, lelinhacullen e a Super Batatinha pelos comentários. Aguardado a resposta de vocês ao capítulo de hoje! Boa leitura!



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— Se concentre Bella. – disse a minha mãe segurando minhas pequenas mãos.

— Mamãe, eu acho que eu não vou conseguir.

— Vai sim meu anjinho. Eu acredito em você.

Ela beijou o meu rosto e seguiu para a plateia. Observei as outras crianças e elas pareciam tão felizes com os seus tutus rosa. Eu estava tão nervosa que seria capaz de errar todos os passos.

— Vamos crianças. Está na hora do nosso show!

Nos posicionamos na mesma ordem que a professora nos colocou e observamos as cortinas abrirem. A música começou a tocar e as meninas começaram a fazer o seus passos. Respirei fundo e tentei segui-las, mas não consegui. Minhas pernas tremiam e estavam grudadas no chão. A professora olhava para mim me incentivando a dançar, mas eu não conseguia.

Eu não gostava que as pessoas ficassem olhando para mim. Tinha medo que eles rissem de mim como algumas colegas minhas da escola faziam. Eu não era boa dançarina e também não era boa em muitas coisas. Meus lábios começaram a tremer e corri para fora do palco com as lágrimas escorrendo dos meus olhos.

— Vamos começar a gravar em cinco minutos.

A voz da produtora me trouxe de volta para a realidade. Eu não tinha mais oito anos de idade, tinha que aprender a enfrentar os meus medos. Olhei para a câmera grande que estava sendo apontada para mim e ela parecia amedrontadora. Vai dar tudo certo, Bella! Disse para mim mesma. Minhas mãos tremiam e o meu corpo tinha alguns espasmos. Nunca pensei que dar uma entrevista fosse tão difícil!

Eu sabia que tinha que tentar, pois eu não aguentava mais tanta perseguição da mídia. Todos os dias saiam notícias sobre mim e boa parte delas eram mentirosas. A última era que eu estava me aproveitando da tragédia em Seraf para me promover a boa samaritana. Meu corpo começava a ferver de raiva quando eu pensava sobre isso. Eu simplesmente estava cansada de ser perseguida todos os dias e em todos os lugares. Tudo estava sendo tão incrivelmente exaustivo!

Edward marcou a entrevista com a TVI o mais rápido, pois segundo ele, as pessoas tinham que me conhecer melhor e a entrevista possibilitaria isso, além do fato de eu poder dar a minha versão dos fatos que estavam sendo noticiados por aí. Eu estava meio temerosa por achar que era cedo demais e que a entrevista poderia ser confundida como uma maneira de tirar o foco da tragédia. Mas ele acreditava piamente que não e eu não poderia argumentar, pois eu estava louca para que toda essa confusão na minha vida pelo menos amenizasse.

Passamos alguns dias pensando em algumas respostas que eu poderia dar as perguntas que iriam ser feitas. Nick, o secretário de Edward e Emmett ensaiara comigo diversas vezes e me deu várias dicas. Mas nesse momento eu decidi que seria o mais natural possível e que Deus me ajudasse.

 A jornalista responsável pela entrevista sentou-se na minha frente e sorriu para mim e eu sorri de volta. Coloquei uma mão em cima da outra para que ela não visse o meu nervosismo.

— Podemos começar! – gritou a produtora.

— Ok. – respondeu a entrevistadora. – Isabella é um prazer estar aqui com você. Obrigada por ceder essa entrevista para nós.

— Eu que agradeço.

As câmeras foram ligadas e as luzes dos iluminadores me fizeram manter o foco. Tudo tinha que dar certo! É apenas uma conversa. Você não está sendo filmada. Tentei colocar na minha cabeça para tentar ficar com menos medo. Olhei para a jornalista e fixei meus olhos nela.

— Nos últimos dias, temos presenciado o quanto você está presente nos jornais, revistas, na internet e é agora a mulher mais comentada em todo o país. Você tinha noção que tudo seria assim tão grandioso quando você começou a se relacionar com o príncipe?

— Eu sabia que seria algo difícil com a imprensa e teria uma super exposição, mas eu não imaginava que iria ser tão difícil! O que é engraçado por que eu cresci diante de tabloides nos Estados Unidos, vendo notícias sobre diversas celebridades e jamais pensei em como é estar no outro lado, sabe? E é bastante complicado.

— Você lê as coisas que saem sobre você? E como se sente sobre isso?

— Obviamente eu tenho a ciência do que está sendo dito sobre mim por aí, mas eu tento não ficar procurando por notícias a meio respeito para a minha auto preservação, pois eu me sinto realmente mal quando eu vejo alguma coisa mentirosa sendo vendida como verdade sobre mim. Sem exageros eu digo que quase cem por cento das noticias são mentiras e eu gostaria muito que as pessoas não acreditassem nelas.

— Você consegue entender toda essa exposição e o motivo pelo qual as pessoas se interessam tanto sobre você?

— Eu entendo que as pessoas tenham interesse em saber um pouco mais sobre mim pelo fato de eu estar me relacionando com uma pessoa que eles conhecem há bastante tempo e a consideram importante em suas vidas, mas eu confesso que eu realmente não compreendo tudo que está acontecendo. E... Cada flash, cada perseguição de paparazzis e cada notícia sensacionalista que sai, eu me sinto invadida... Exposta e deprimida. Eu não estou dizendo que eu quero impedi-los de fazerem o seu trabalho, mas eu quero que sejam justos.

— Ultimamente saiu uma notícia sobre o seu relacionamento com o seu padrasto que possivelmente vocês tiveram algo mais antes de você vir a Belgonia, o que tem a dizer sobre isso?

— É tudo uma mentira infâmia. Phil e eu sempre nos demos muito bem, mas nada passou de um relacionamento natural de amizade entre padrasto e afilhada. Ele sempre me respeitou bastante e minha vinda a Belgonia nada teve a ver com ele e com a minha mãe. Foi uma escolha totalmente minha!

— Alguns tabloides falam muito de seu modo de se vestir. Alguma vez já passou na sua cabeça que as pessoas que te acompanham possam receber alguma influência sua?

— Eu me sinto meio estranha diante disso... Por que eu nunca me importei muito com padrões de moda... Eu sempre me vesti como eu me achava confortável e eu acho que deve ser com isso que as pessoas devem se importar, em estar bem consigo mesmas.

— Como você gostaria, então, que as pessoas vissem você?

— Como uma garota comum por que é isso que eu sou. Lamento muito não ser mais do que muitos esperam. Eu sou apenas uma garota apaixonada por um homem tão incrível e não pelo título. Eu quero apenas ser feliz e amar bastante.

— E corta! – gritou a produtora.

Sorri aliviada por a entrevista ter chegado ao fim e por ter me saído bem. Eu realmente não sei se poderia ter sido diferente, pois fui mais sincera o possível. Minha mãe veio até mim e me abraçou, já ela também daria o seu depoimento sobre o caso do Phil.

— Você foi ótima querida!

— Obrigada mãe!

A entrevistadora veio falar comigo e eu a agradeci por ter sido tão profissional e não sensacionalista. Apertei a sua mão e segui para fora da sala para tomar um pouco de ar e acabar com esse sufoco dentro de mim. Quando ia saindo pela porta avistei Esme escondida entre a produção da TV. Ela tinha assistido eu dando a entrevista. Fui até ela esperando não tê-la desagradado de alguma forma.

— Oi. – falei meio tímida.

— Oi. Eu estava te assistindo. Você se saiu muito bem. Parabéns!

— Obrigada. – falei corando e abaixando a cabeça meio envergonhada.

— Você não gostaria de lanchar comigo?

Olhei para trás e vi que a minha mãe estava se preparando para dar o seu depoimento para a entrevista e achei que não teria problemas em deixá-la sozinha com eles por alguns minutos.

— Claro!

Segui Esme pelos corredores do palácio até chegarmos a um jardim muito bonito que ficava na parte interna. Observei-a atentamente. Ela parecia tão segura e confiante. Andava com uma elegância sublime e ao mesmo tempo em que quando olhava para mim e para os empregados no caminho passava uma doçura tão grande! Tentei imaginar como teria sido para ela entrar para a família real anos atrás e se transformar na pessoa que ela é agora.

Chegamos a uma pequena área de veraneio próximo ao Jardim e a onde ficava o museu real. Nos sentamos e ela pediu educadamente ao mordomo que trouxesse um lanche para nós. Quando ele saiu, ela olhou atentamente para mim e pegou as minhas mãos.

— Eu lamento muito querida que esteja passando por tudo isso.

— Eu também lamento. Tem sido extremamente exaustivo.

— Eu posso imaginar. Afinal, eu também passei por isso.

Olhei para ela com um olhar curioso. Lembrei que ela também era uma plebeia antes de se casar com o rei e se tinha uma pessoa que poderia me entender nesse momento era Esme.

— Posso lhe perguntar uma coisa?

— Pergunte.

— Quando isso tudo vai acabar?

Ele sorriu e respondeu:

— Vou ser sincera, minha querida, nunca vai acabar.

Olhei para ela meio derrotada, mas agradeci pela sinceridade dela. Respirei fundo tentando imaginar como seria a minha vida daqui para frente.

— Mas você pode tentar fazer com que as coisas não sejam tão extenuantes para você. Acredite, a mídia é muito previsível, e sempre estão em busca de algo novo e polêmico para vender notícias sensacionalistas. Porém, um dia você vai ser notícia velha e eles vão te perseguir menos.

— Como você fez para te deixarem em paz?

— Não me envolvi em confusões e tentei seguir certinho a cartilha. Mas foi tão difícil no começo! Eu era tão inexperiente e cometia vários erros por dia por que eu não conseguia me encaixar no “modo real” e acabava sendo engolida por esse mar de tubarões. – ela falou rindo e apontando para as paredes do palácio.

— Como assim? – falei sem entender o gesto dela.

— É difícil ser assediada pela mídia, mas é pior ser perseguida pelas pessoas que deviam te acolher e te proteger. Eu tenho certeza que os meus sogros faziam questão que eu cometesse uma burrada atrás da outra para que Carlisle se envergonhasse de mim e me largasse. Não tenho como provar, mas eu acho que eles pediam para que os paparazzis ficassem na minha cola o tempo inteiro para ver se eu desistia e caísse fora. Mas aqui estou, não é?

Imaginei como deve ter sido mesmo um grande pesadelo para ela ter que enfrentar tudo sozinha e sem apoio nenhum. Ela só podia amar muito Carlisle ou o poder, mas pelo jeito acho que a primeira alternativa era mais viável. Esme não parecia uma mulher ambiciosa.

— E o que Carlisle fez para te ajudar?

— Ele fez o que Edward está fazendo agora por você. Tentou me proteger de todo o jeito e até teve inúmeras discussões com os pais dele. Mas toda vez que ele vinha até mim chateado por ter brigado com os pais, eu me sentia péssima! Não queria causar discórdias entre eles. Então, eu resolvi que seria paciente e me agarraria no amor que eu tinha por ele para enfrentar tudo e esse é o conselho que lhe dou Bella.

Os empregados trouxeram o nosso lanche e eu esperei ela nos servissem calmamente enquanto eu pensava no que ela havia me dito. Quando eles saíram, eu não consegui segurar a minha curiosidade e quis saber mais um pouco sobre a história dela.

— Eu não consigo compreender por que os pais de Carlisle não conseguiam aceitar que ele amava você.

— Por que eu era uma garota pobre vinda do interior. Os tempos eram outros e as concepções eram bastante diferentes. Ele jamais poderiam aceitar uma menina como eu entrar para a família sem ter o sangue nobre, sem nome e nem prestígio para que os seus netos nascessem mestiços.

Me impressionei com a sinceridade dela e como havia uma pontada de ressentimento em suas palavras. Devia realmente ter sido difícil para ela enfrentar todos esses preconceitos bobos. Devem ter sido anos de batalha para por um fim nisso. Talvez nunca tivesse superado por inteiro.

— O que eu lhe peço é que não desista do meu filho. Edward é tão inseguro e tão fechado. Ele já passou por tantas coisas difíceis e na verdade, eu nunca tinha o visto tão feliz como agora com você. Vê-lo feliz me faz um bem muito grande!

— Ele também me faz muito feliz Esme.

— Então, querida, não desista de ser feliz! Tenha confiança...

— Com licença senhora. – interrompeu o mordomo fazendo uma reverência apressada a ela. – É sua alteza, o príncipe Emmett...

— De novo? – perguntou ela preocupada.

— Sim. Ele acaba de chegar e está no saguão.

— Com licença, querida, tenho que ir. A gente termina essa conversa depois?

— Sim.

Ela saiu apressada com o mordomo e eu fiquei apenas observando. O que poderia ter acontecido de tão errado com Emmett? A curiosidade bateu forte em mim e resolvi segui-los para dar uma verificada. Discretamente, segui-os dando espaço a eles para que eu não fosse notada. Parei quando cheguei ao grande salão. Dois homens saiam com um terceiro que eu imaginava ser Emmett. Esme e o Mordomo permaneceram onde estavam. Ela não estava com uma cara muito boa.

— Alguém viu Carter?

— Não senhora. Ele chegou agora pela manhã.

— E Rosie? Onde está?

— Ainda no compromisso oficial, senhora, ela deve retornar para o almoço.

— Certo. Quando ela chegar me avise e por favor chame o Nick e o Nilson também. Quero conversar com eles no meu escritório lá em cima.

— Perfeitamente senhora.

Ela pôs as mãos na cabeça e deu uns passos de um lado para o outro.

— Escute Carter, eu quero que o mínimo de pessoas saibam o que aconteceu.

— Vai ser um pouco difícil esconder dos empregados, senhora.

— Você vai ter que dar um jeito Carter, por favor. Ninguém pode saber de nada. – ela respirou fundo e segurou com força a medalhinha que tinha no pescoço. - Não basta o que tivemos que fazer no passado... Eu quase perdi os meus dois filhos nisso e eu não quero que isso aconteça de novo.

— Nada vai se repetir senhora.

— É bom mesmo. Agora vá chamar aqueles dois.

Carter e ela saíram pelo outro lado e eu fiquei pensando no que teria acontecido de tão ruim no passado que ninguém poderia saber. Era tudo muito esquisito! Pelo jeito a alegre e amorosa família real de Belgonia também tinha os seus mistérios e problemas.

— Bella!

Dei um pulo assustada e quase matei minha mãe ao vê-la, mas em seguida respirei aliviada por saber que tinha sido ela e não outra pessoa. Eu não queria que me pegassem espionando.

— O que está fazendo aí?

— Nada... Já podemos ir embora?

— Acho que sim. A equipe de TV já está recolhendo os aparelhos. Estranhei em não vê-la por lá.

— A Rainha Esme me convidou para lancharmos, mas ela teve que sair para atender um chamado urgente.

— Ai filha! – ela falou animada. – Você imagina morar num lugar tão grande e lindo como esse? Você nasceu virada para a lua minha filha!

— É... – falei meio receosa ao me lembrar do que tinha presenciado agora a pouco. – Vamos embora.

— Vamos sim.

Ela me olhou desconfiada, mas resolveu não dizer nada. Deixamos o palácio e seguimos para o carro onde John nos esperava para nos levar ao campus. No caminho, eu só conseguia pensar no que ouvi. Esme tinha dito que quase tinha perdido os seus dois filhos. Não sabia o que tinha acontecido, mas de alguma forma tinha abalado toda a família, principalmente Edward que até hoje guardava sequelas. Tentei tirar esse pensamento da minha cabeça, mas era impossível! Aquele palácio guardava muitos segredos e eu estava muito curiosa para saber quais eram.


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Notas finais do capítulo

Lancem suas teorias! Estou curiosa para saber. Comentem bastante!