Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 61
Três meses.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Apesar das ligações de Rafael na segunda a noite, eu não atendi nenhuma e fui direto pra casa do Danilo onde peguei Pedro.

— Você não tem nenhum amigo que eu possa conhecer não? – me olhou. – Já que vou ficar nessa cidade, pretendo pelo menos me divertir.

— E o Kemeron? – o olhei de relance.

— Ele não tá aqui e mora longe pra caralho.

— Mas ele pode vim. Tá sempre viajando a negócios.

— Eu e ele foi... Uma coisa casual. – resmungou. – Tá forçando a ideia por causa do seu namorado né? –riu. – Acha que se ele vê seu ex com alguém vai deixar de ser um pouquinho chato. Sinto muito, não vai. Já namorei um tipo assim. Eles sempre inventam um motivo pra desconfiar e brigar.

— Como você sabe disso?

— Não foi difícil perceber. Troca de mensagens, o seu humor se alterando...

— Não quero te ouvir dizer mais nada sobre o meu namoro. Entendeu? – o encarei.

— Ei calminha. Você é tão passivo agressivo. – me olhou com um olhar insinuante e sorriso malicioso.

— Você precisa arrumar um carro pra você. – entramos na garagem de casa. – Não vou ficar sendo seu motorista.

— Claro. Seu namorado surtaria. – deu uma risadinha e foi o suficiente para eu prendê-lo contra a parede.

— Eu não sei o que você combinou com o meu pai, mas se eu tiver que quebrar cada osso do seu corpo pode ter certeza que isso irá acontecer.

— Gosto disso Kevin. – falou enquanto eu ia andando. – Com você é tudo ou nada. Talvez a gente ache um meio termo.

— Não existe meio termo quando se trata de proteger o meu namoro. – meu olhar era de ódio. – Pode escolher o seu quarto, qualquer porta que estiver aberta.

— Você luta tanto por esse namoro... Será que é porque é uma grande farsa? – riu. – O seu pai não é ingênuo. Ele sabe que você se apegou a isso com todas as forças por não poder ter o que você realmente quer. Ele me contou tudo, assim como me contou antes aquelas coisas sobre você.

— Não vamos começar a primeira noite nos agredindo Pedro. Por favor. – quase implorei.

— Só quero saber quem é ele. – se sentou á mesa. – Quem é esse cara tão poderoso que te faz se apegar a alguém intensamente de uma forma que nem consegue ver que não é ele que você ama.

— O meu pai está sendo imbecil em um nível assustador. Ele quer saber se eu ainda amo o meu primo? Por que ele se preocupa tanto? – desviou o olhar fraquejando. Iria rir, mas não podia provoca-lo agora.

— Ele sabe que é a única coisa que pode te tirar do caminho que ele quer. – mudou totalmente o tom de voz e entregou tudo. – Desculpa por isso. – suspirou. – Se quiser pode me bater, eu mereço.

— Tem coisa pra comer na geladeira e nos armários. Se precisar de alguma coisa se vira, não me perturbe.

Achei que aquela noite havia sido difícil. Não imaginava como seria a manhã seguinte.

— O Arthur não chegou até agora? – perguntei a Orlando que pareceu sentir prazer em dizer que não. Respirei fundo e fui até a cobertura, já passava das nove da manhã. Era impossível ele não ter acordado. E não ter compromisso não era algo típico dele.

Entrei e encontrei uma garota dormindo no sofá, nua. Minha primeira atitude foi ir rapidamente até o quarto de Rafael. Não havia ninguém. Depois me encaminhei até o quarto de Arthur, onde ele estava com outra garota. Se as minhas contas estavam certas eu acabava de ficar solteiro.

— Dá pra você levantar? – quase gritei. Ele esfregou os olhos e me olhou.

— Como eu vim parar aqui? – sua voz estava mais rouca que o comum.

— Eu não sei. Mas quero saber da presença feminina ali na sala. Devo me preocupar?

— Você acha mesmo que se ele tivesse te traído iria deixar a garota aí correndo risco de você ver? Fica esperto Kevin. A morena é... – ele olhou a outra garota ao seu lado. – É sério, como viemos parar aqui?

— Você disse que estávamos fazendo muito barulho na sala e iria acordar seu amigo. – ela sorriu. Pelo visto amou a noite. – E a Lisa falou que estava cansada e iria ficar por lá.

— Lembre-se de não chamar a Lisa mais pra próxima orgia. – debochei. – Vai tomar banho e se vestir, você tem que trabalhar.

— Qual é você é meu pai agora? – o encarei furioso.

— Se fosse ele aqui seria bem pior. Anda logo Arthur. Você não tem mais quinze anos. – eu sai de lá estressado. Ele parecia ainda estar meio bêbado e nem sei se sob efeito de drogas. Ele era espantoso quando queria.

— Olha... – ele me abordou após o almoço. – O Rafael não tem nada a ver com aquilo. – olhou em meus olhos. – Eu bebi demais, ele trouxe a gente e...

— Quem eram aquelas garotas Arthur?

— Lisa e acho que... Não lembro o nome da outra. Uma estuda lá na sala e a outra é de outro curso, são amigas. Elas apareceram ontem no bar e... Acabou indo tudo rápido demais.

— Você é um idiota sabia? – gesticulei negativamente. – Logo agora que eu consegui convencer Alice a se aproximar de você!

— Eu te pedi isso? – ficou bravinho me fazendo desacreditar e rir.

— Qual é a sua Arthur?!

— Você não sentiu o que eu senti ao vê-la de risadinha com outro cara.

— Cara esse inclusive que você tá castigando jogando serviço em cima dele que ele nem faz. Para e cresce um pouquinho. Nunca imaginei que você fosse tão imaturo.

Ele respirou fundo e se sentou na poltrona, me fazendo ficar olhando pra ele por um bom tempo.

— Não consigo agir de outro jeito. É esse o poder que Alice tem... Ela bagunça tudo e faz eu me sentir um otário e fazer coisas estúpidas.

— Eu não estou mesmo com paciência pra você agora. A gente conversa depois.

Assim que sai do hotel deixei Arthur lá trabalhando e fui pra casa da vó Isa me encontrar com todo mundo. Era fato que eu sentia falta deles e precisava manter esse contato. Alice apenas me mostrou isso. Ela assim como o irmão, era um anjo em minha vida.

— Kevin espera. – Rafael me abordou quando sai de lá. Entrei no carro. – É sério que você está achando que eu te trai? O Arthur me contou que você viu as garotas lá.

— Se eu achasse que você me traiu você não estaria nem conversando comigo agora. – respondi olhando em seus olhos.

— Então ainda tá com raiva por eu ter ficado no bar?

— Não estou com raiva Rafael. –suspirei. – E se o Arthur pretende mesmo transformar aquela cobertura em zona e perder completamente o juízo, eu acho prudente você não acompanha-lo.

— Sabe que eu amo esse seu jeitinho não sabe? – escorou na janela e se aproximou do meu rosto.

— Vai pra lá, vou estar te esperando.

— Fácil assim? – sorriu.

— Eu já disse que não estou com raiva.

— Então por que rejeitou as minhas chamadas ontem?

— Por que você iria querer que eu te buscasse, e eu estava cansado. – levei um soco. – Aí, para de me agredir.

— Poderia ter falado que estava tudo bem Kevin.

— Eu não sou ciumento e desconfiado como você. – suspirei. – Fiquei surpreso, confesso. Não esperava por aquilo, mas... Com você é assim, a gente nunca espera.

— Tá me chamando de imprevisível?

— Tchau. Vou te esperar na garagem. Não demora.

Antes de irmos pra aula Arthur mandou uma mensagem dizendo que não iria. Li o que dizia por três vezes. Rafael tomou o aparelho da minha mão.

“Não vou a aula, vou ficar com a Alice.”

— Vamos logo já estamos atrasados. – ele me puxou me tirando dos meus pensamentos. – O que foi hein?

— Alguma coisa não tá certa. Acho que eles podem finalmente ter se acertado ou caminha pra isso.

— Que seja Kevin. Precisamos ir estudar.

— Você sabia que tá muito chato depois que ficou certinho? – puxei o lóbulo da sua orelha enquanto sorria. Ele riu fingindo que iria me bater. – Você precisa se controlar. Sua agressividade excede os limites.

— Você não reclama quando... – ele parou de falar ao ver um segurança passando na garagem. Eu o repreendi com o olhar. – Eu me calei. – se defendeu levantando os braços.

— Quero que chegue logo a hora da volta pra saber o que tá acontecendo.

— Você nem é curioso.

— Cala a boquinha.  – ele me olhou e riu. No caminho contei a ele sobre Diana e disse que devíamos tomar cuidado.

— Já te disse que você me transmite confiança, não tem como ela nos separar com esses joguinhos. Eu sei o quanto nossa relação é estável e como jogamos limpo um com o outro. Ou estou errado? – vacilei por um instante. – Sei que está com medo Kevin, mas não precisa.

— Eu te transmito confiança, mas você morre de ciúme... Jogamos limpo e ainda assim você desconfia de mim. Tenho motivos pra ter medo.

— Você sabe que mesmo que eu tenha evoluído e entendido muito do que aconteceu e acontece comigo, eu ainda frequento a terapia né? – concordei. – Outro dia conversamos sobre isso e ela disse que é uma forma de auto sabotagem. Eu penso que eu vou te perder o tempo todo e eu mesmo acabo atraindo isso. O ciúme é a maior forma de fazer com que isso aconteça.

— Você não vai me perder. – peguei em sua mão. Ele olhou para o outro lado. – Rafael. – o chamei com carinho e cuidado.

— Um dia ele vai voltar. E então vai ser como em um romance... Vocês se encontram e revivem tudo de novo. Se ainda estivermos juntos você vai terminar comigo.

— Dá o seu celular. – ele me olhou franzindo a testa.

— Pra que?

— Só me dá. – ele me entregou e eu entrei no gravador de voz.

“Eu Kevin prometo que nunca nunca nunca nunca vou trocar o Rafael por nenhum ex namorado ou qualquer outra cara que seja. Se eu descumprir essa promessa minha mãe pode morrer.”— o entreguei.

— Eu amo a minha mãe.  – o olhei com seriedade. – Se fosse o meu pai você poderia desconsiderar, mas eu realmente não quero que minha mãe morra.

— Isso não é uma brincadeira Kevin.

— Caralho Rafael... – respirei fundo. – Eu estou falando sério.  – ele ficou em silêncio. – Eu acabei de te fazer uma promessa e eu vou cumprir. Isso não é um romance. Nem um filme. Nem uma novela. Eu não vou correr pra ele e ele pra mim. Esquece esse relacionamento. Já passou. – fiquei olhando pra ele. – Vou fazer uma tatuagem escrita que o passado não volta mais. E vou te colocar pra ler todos os dias.

— Você sabe o que você sente.

— Sim. E não é e nunca vai ser o suficiente pra ficarmos juntos. E sabe o que eu sei também? Que amo você mais que tudo. Quantas vezes vamos ter que ter essa conversa?

— Agora você já sabe a origem da minha insegurança.

— Na verdade eu já sabia né?

— Mas não sabia que todo esse enredo era um pensamento fixo.  – dei uma risada. – Do que tá rindo?

— Nada. – dei de ombros. – Só acho que você devia ser escritor. Sua imaginação é fértil demais.

— Não gosto da forma como você brinca com a minha insegurança.

— Eu não estou brincando. – respondi bem sério. – Mas... – suspirei. – Também não dá pra considerar essa sua ideia de reencontro mágico e especial. Não fode Rafael. É sério. – ele ficou me olhando e acabou sorrindo.

— Eu te amo. – declarou como se fosse um desabafo.

— É difícil te amar viu?! – sorri. – Quantos desafios será que vou ter que enfrentar? – dei uma risada e mordi minha unha como se estivesse com medo.

— Definitivamente eu não sei. Só sei que você não vai deixar com que eles sejam maiores que o nosso amor. – vi suas bochechas ficarem vermelhas. – Não me faça ter que repetir isso.

— Como quiser. – o observei estacionar e vi que realmente estávamos atrasados.

Quando chegamos no corredor um colega da minha turma veio me fazer perguntas sobre algum assunto que iria cair na prova de hoje. Rafael entrelaçou nossas mãos.

— Não vou nem comentar sobre isso. – falei após passarmos por ele.

— Você gosta que eu sei. – me fitou de canto de olho. – Assim ninguém dá em cima de mim também. – sorriu. – E é natural casais andarem dessa forma, não reclama. – paramos em frente a sua sala.

— Eu te vejo no intervalo. – me despedi indo para a parte mais chata da minha vida. Até que essa noite passou rápido.

Quando chegamos a cobertura passei em frente a porta do quarto de Arthur que estava aberta, havia um barulho de celular vibrando. Vi que ele dormia com Alice em seus braços. Era o telefone dela que estava chamando. Quando o peguei vi que era Vinicius. Eu a balancei suavemente e ela acordou.

— Seu pai tá ligando. – entreguei o telefone. Sua expressão foi de pavor. Ela se sentou atendendo, dizendo onde estava e coisas como desculpa e não vai acontecer de novo.

— Eles estavam preocupados. – ela olhou de novo o aparelho. – Já são mais de dez horas!

— Quase onze na verdade. – me sentei na cama. Seu celular começou a tocar de novo. Ela me mostrou.

— Falei que ele só liga a noite.  Vou rejeitar e mandar mensagem dizendo que ligo daqui a pouco. Preciso ir embora agora. – ela mandou a mensagem rapidamente. – Arthur. – chamou o acordando, ele resmungou alguma coisa e a puxou pela cintura. – Vou te deixar dormindo e o Kevin me leva em casa tá? – ele abriu o olho ainda sonolento.

— Espera um pouco. – a deitou com agilidade. Depois ficou fazendo carinho nela enquanto se olhavam.

— Meu pai já ligou. Tenho que ir.

— Não quero ficar longe de você. Fiquei por tempo demais.

— Vocês voltaram? – não aguentei mais ficar calado. Eles se olharam e sorriram e então responderam positivamente com a cabeça. – Sério? – concordaram. – Sério mesmo?

— É Kevin! – meu irmão exclamou ficando impaciente. Pulei deitando no meio dos dois. Rafael apareceu na porta.

— Adivinha? – perguntei e olhei para os dois.

— Voltaram. Tá na cara. Já me diz o que você vai querer, vou pedir comida antes que o restaurante do hotel feche.

— Ele só sabe comer né? – perguntei olhando para Arthur.

— Agora você vai ficar com fome. – saiu indignado.

— Você não tinha um melhor amigo melhor não? – olhei meu irmão.

— Acho que você tá bem satisfeito com esse. – me fingi pensativo.

— É. Tá dando pra ser ele.  – olhei Alice.

— Que foi? Dá pra sair do meio da gente?

— Hum... Não. Tá confortável aqui. – balancei os pés. – Eu tô incomodando?

— Você é cínico né? – ela questionou estreitando os olhos.

— Kevin que caralho você vai querer comer? – Rafael perguntou ao aparecer e estava bem nervoso.

— Qual? O seu é claro. – Alice riu.

— Arthur bate nele pra mim, por favor, eu estou sem forças de tanta fome que eu tô.

— Vou ir cuidar do meu monstrinho faminto e agressivo. – apertei a bochecha de Alice e Arthur. – Vocês não façam nada de errado. Sophia não quer nenhuma nova gravidez antes do neném dela nascer. – brinquei e me levantei.

Estava muito feliz por eles. Muito mesmo. Era bem nítido que os dois ainda sentiam algo um pelo outro, ele muito mais que ela, mas... Alice era especial e única. O jeito dela sentir as coisas era amoroso e de um afeto tão grande que era impossível não ama-la e de tudo, absolutamente tudo não ser sobre ela.

Acordei e me deparei com uma cena extraordinária. Rafael havia levado café da manhã na cama pra mim. Eu o olhei e fiquei sorrindo.

— Não acredito que você levantou mais cedo pra fazer isso.

— Teoricamente já estava tudo pronto. Eu só organizei e trouxe. – sorriu e selou nossos lábios. – Bom dia.

— E qual o motivo? – o olhei desconfiado.

— Mostrar que eu te amo. Não é o suficiente?

— Achei que estivesse se sentindo culpado por todos os seus ataques de ciúmes.

— Dá pra você comer e se arrumar? Esse hotel ainda é do seu pai e se bem lembro... Você é funcionário dele.

— Oi, bom dia. – Arthur entrou e já foi levando um tapa meu.

— Por que tem que vim aqui pegar da minha bandeja que o meu namorado fez pra mim? Vai lá comer na cozinha. – reclamei e ele riu.

— Vocês dois se merecem sabia? – revirou os olhos. – Então... – sorriu grande.

— Se vai ficar com essa cara de bobo e esse sorriso na cara o dia inteiro fica longe de mim.

— Vamos conversar hoje sobre como vai ser... Ainda não falamos nada. Ontem apenas ficamos aproveitando um a presença do outro em silêncio.

— Que lindo! – Rafa o olhou sorrindo.

— Poderia ser nós dois, mas você não cala a boca. – e eu levei um soco. – Já conversamos sobre a sua agressividade.

— Vocês dois tem quanto tempo de namoro?

— Três meses, por quê? – estranhei a pergunta.

— Nossa só isso? Parece que namoram há anos!

— É Arthur. Do final de dezembro do ano passado pra cá se passaram três anos e meio. Inútil.

— Então... – suspirou. – Eu não sei como vai ser. – mexeu as mãos.

— Eu sei. Ela vai exigir que você saia do hotel. – parei com a brincadeira e fiquei sério. – E você vai sair. Não vai?

— Você entende que eu não posso?!

— E vai perdê-la de novo? Ela não vai aceitar Arthur, esquece. Conheço Alice.

— Eu não vou perder o meu emprego né? – Rafa questionou com medo. Ri da carinha dele.

— Relaxa. O Ravi tá bem satisfeito com você. Se eu voltar não vou tomar o seu lugar. – me olhou. – Sabe que vai ser o início de uma guerra né?

— Você não tem opção. E eu não vou te deixar nem pensar em discutir sobre isso com ela.

— E se ela começar aos poucos a exigir o mesmo de você?

— Ela não é minha namorada.

— É sua cunhada e melhor amiga. Ela poderia até deixar de falar contigo. Aceitaria isso?

— O que estaria em jogo é o meu namoro ou a amizade dela... Pode parecer uma atitude impensada, mas eu faria de tudo para contornar a situação. Sair eu não sairia.

— É Rafael acho que nada tira o Kevin de você. – o olhou. – Vou ir tomar banho. Tchau casal inseparável.

Apesar da quarta feira ter sido bem cansativa eu sai um pouco mais cedo e fui até o trabalho de Rafa, de surpresa claro. Queria leva-lo para comer alguma coisa assim que ele saísse para descontar a raiva que fiz nele ontem. Eu o encontrei conversando com uma colega de trabalho. Simpático demais. E quando me viu não mudou nada... Se eu não estava ficando louco, pareceu piorar.

— Então tá quando eu voltar da obra amanhã a gente revê isso. – se despediu dela e deu um sorriso que sinceramente, quase me fez ir embora.

— O que você está fazendo aqui? – sorriu enquanto eu continuava sério. Eu o puxei, indo para o canto do corredor que ninguém iria nos ver e o pressionei contra a parede. Respirei fundo pensando no que eu falaria, porque se eu falasse realmente o que eu queria iria ser o fim.

— É bom né? Sentir ciúme. – ele não tirava o sorriso do rosto.

— Fez de propósito? É sério mesmo? Porque você já estava sendo bem simpático com ela.

— Ela é minha colega de trabalho de Kevin. Eu não sou frio e sem receptividade como você.

— Eu sendo assim você já morre de ciúme de mim. Imagina se eu fosse igual a você. Olha Rafael... Pensa muito bem se um dia você decidir me trair, eu não vou te perdoar. – sai e ele veio atrás de mim.

— Quem te trairia? – ainda sorria. – Pra você ser perfeito era só necessário que você não tivesse ex-namorados.

— Essa sorte é só do Arthur. – resmunguei. – Você vai sair agora? Eu vim te buscar.

— Vou. Aonde vamos? – ele continuou com aquele excelente humor e com o ar de quem parecia ter se vingado. Dei um sorriso enquanto o olhava. Eu não conseguia ficar muito tempo emburrado perto dele. Grande sorte a dele.

No outro dia as coisas não estavam mais fáceis no hotel, pelo contrário. Encontrei o meu pai surtando ao telefone. A voz do cara ecoava pelo ambiente e a dele também, muitas vezes uma por cima da outra.

— Como assim o trabalho de Alela não saiu como planejado? – ele questionou em tom de fúria.

— Problema de rota. Erro administrativo. Poderia ter acontecido com qualquer um. Eu posso consertar.

— Se esse lançamento der errado, vou perder alguns zeros, não posso dizer o quanto você sofrerá com isso. – desligou na cara do sujeito. – O que você quer Kevin?

— Trouxe uns papéis pra você assinar.

— Já fiquei sabendo da sua movimentação arriscada. Espero que você saiba o que está fazendo.

— E se eu não souber? – o encarei tentando não dar um sorriso de provocação. – Acho que você não tem pra onde correr agora.

— Toma. – entregou os papéis. – Some da minha frente.

— Ah... – me virei quando estava na porta. – Já está sabendo que Arthur reatou o namoro? – sorri.

— Por que você não me disse? – esbravejou.

— Estou dizendo. – dei de ombros. – Tchau papai.

O fim de semana se aproximava e com ele a viagem de carnaval ao litoral. Mas até aquela sexta a noite ainda poderia acontecer muita coisa. E se tratando de Caleb descompensado e Arthur sob as rédeas de Alice... Só me restava torcer para que não sobrasse nada pra mim.  


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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