Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 22
Ruptura da Moralidade


Notas iniciais do capítulo

Hello (:
Perdão pela demora, mas só por isso trouxe um capítulo grande e cheio de revelações.
Boa Leitura ♥
* eu amoooo essa bandeira! Meu painel de recados é feito com as cores dela e eu viajei pra NY e onde eu ia e tinha eu tirava foto dela igual louca KKKK! Sou apaixonada.



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Artur Narrando

Estava esperando Alice em meu quarto quando ela entrou e fechou a porta. Ela notou o quanto eu estava apreensivo.

— Ele só queria saber se era verdade que Murilo vai trazer o namorado no natal.

— Como ele fica sabendo dessas coisas?

— Nunca se sabe. Eu acabei mentindo... Não consegui dizer a verdade por medo. -  cheguei mais perto dela e a abracei. – Estou correndo risco de magoa-lo e de perder a confiança dele pra sempre.

— Sim, está. – a olhei enquanto fazia carinho em seu cabelo. – Mas ele tem que entender. Você fez isso para o próprio bem dele.

— Seria tão bom se a gente pudesse passar um dia sem ter que lidar com um pai psicopata ou irmão descontrolado. – dei uma risada.

— Tudo isso parece tão distante dos meus sonhos. Queria que fôssemos apenas nós dois. – nos olhamos por um tempo e eu a beijei.

— Não queria voltar nesse assunto... – comecei a rir. – Mas é que me surgiu uma dúvida... – estávamos deitados em minha cama e eu a olhei, querendo saber o que tanto a confundia. – Você estava tão nervoso nesses últimos dias, sem conseguir controlar a raiva por Kevin estar ficando assim... Por que parou de bater de frente com ele? – respirei fundo antes de responder.

— Acho que assim como você no fundo eu tenho esperança dele mudar.

Ela não disse mais nada. Não precisava. Por mais que eu tentasse nutrir o ódio por Kevin, eu o amava muito mais. E a forma como ele me tirava do sério era controlada pela forma como eu temia que destruíssemos nossa relação.

...

Geralmente eu gostava muito de sexta feira. Mas hoje eu estava um pouco tenso. Faltei bastante a aula essa semana, passei muita raiva e não estava rendendo tão bem quanto eu gostaria no trabalho. Pelo menos o meu relacionamento estava batendo recorde de tempo sem brigas. Já tínhamos dois meses de namoro. E às vezes por sermos primos, convivermos tanto e nos vermos diariamente, pareciam ser dois anos.

Estava indo para a faculdade e vi que Rafael conversava com alguém no celular por mensagem, imaginei que era Kevin.

— Fael numa boa, o que é isso? Sério mesmo.

— Isso o que? – ele me olhou sem entender o meu questionamento.

— Você está conversando com Kevin não é?

— Como você sabe?

— Você só ri assim quando conversa com ele. Somos melhores amigos Rafael.

— Ele tá me mandando fotos de como está ficando a decoração da festa, olha. – ele me mostrou e havia uma bandeira enorme LGBTQI+ na área da piscina da casa dele, piscina essa inclusive que a próxima foto mostrou estar cheia de confetes.

— Caleb vai mata-lo. – comentei fazendo sinal negativo com a cabeça.

— A intenção dele é exatamente essa.

— Que horas começa a festa?

— Tarde. Estão arrumando tudo ainda. Acho que onze da noite ou mais.

— Você vai? – o olhei rapidamente.

— Então... Ele me chamou. Não sei ainda.

— Você vai. E eu vou com você.

— Que? – ele quase gritou.

— Preciso de uma trégua com o meu irmão. É a oportunidade perfeita.

— Em uma festa? – enquanto eu estacionava perto da faculdade o olhava vendo sua expressão de incompreensão e discordância. – Não acha que vai gerar muito constrangimento?

— Por qual motivo?

— Você sabe que é uma festa de gays né?

— Só por eu não ser gay não posso ir?

— Bom... – ele suspirou. – Eu não sei o que você pode ver por lá.

— Então eu virei algum tipo de pessoa ultrapassada ou sei lá...

— É o seu irmão Arthur! Não é estranho tipo... Se você vê-lo pelo menos beijando alguns caras?

— Não. Eu já o vi beijar Murilo.

— Você é quem decide. De qualquer forma ele vai ficar bem irritado em te ver lá.

— Relaxa, eu vou saber contornar a situação.

— Rolando na porrada com ele no chão. – ele me olhou e riu.

— Ei duplinha linda. – uma das garotas da sala nos abordou. – Vocês estão com a parte de vocês do trabalho pronta? – olhei pra Rafael. Esquecemos completamente. – Já vi que não. – ela riu. – Posso ajudar. – Fael me cutucou de uma forma bem escondida.

O fato é que essa garota já havia demonstrado certo interesse por mim e eu deixei claro que namorava, até porque ela mesma fez questão de perguntar e ainda assim ela insistia em dar em cima de mim.

— Não precisa, a gente se vira. – respondi e iria saindo, mas ele me puxou.

— Qual é, é coisa demais. Uma ajuda iria servir.  – não acreditava que Rafael estava falando aquilo. – Não sei se você é super humano, mas eu não.  Não vamos dar conta Arthur.

— Passo o fim de semana fazendo.

— Indo pra festa hoje? Vamos acordar tarde. Além do mais a mãe da sua namorada vai ir para outro País amanhã e certamente você vai querer estar perto dela.

— Como você pode nos ajudar? – perguntei olhando a menina que ainda estava a nossa frente.

— Ah... Como é para entregar segunda, posso ir no fim de semana na casa de um de vocês...

— Moramos juntos e acho que você já sabe disso. – respirei fundo. Não queria aquilo. Sabia que Alice era ciumenta. – Pode ser sábado a tarde?

— Claro, sem problemas. Vou esperar a mensagem dizendo a hora. – ela saiu andando parecendo bem satisfeita. Observei Fael a olhando sair.

— Interessante... – ele me olhou. – Primeira vez em muito tempo que eu te vejo olhar para a bunda de uma garota. – ele revirou os olhos.

— Geralmente eu pegava as minas que te queriam... Estou analisando pra ver se vou querer. – comecei a rir.

— E a parte dela te querer?

— Olha pra mim... Não sou você, mas também não sou um Alexandre ou um Yuri.

— Não fala mal do meu irmão. – mandei enquanto entravamos na sala. – Ah não ser que seja o Kevin, aí você pode falar.

— Como se tivesse mesmo algo a ser dito.

— Ainda mais você que vive na cama dele né? – ele me olhou indignado. Dei uma risadinha.

Quando saímos da faculdade a festa de Kevin ainda não havia começado. Mas segundo Rafael iria começar em menos de uma hora. Mandei mensagem a Alice avisando que eu iria lá e me arrumei, indo com o loiro. Chegamos bem no início.

— O que ele tá fazendo aqui? – sabia que sua reação não seria boa.

— Parece que sua ideia deu certo, vim agradecer e pedir pelo amor de Deus para que a gente viva em paz Kevin. – quase implorei olhando em seus olhos.

— Tá. – vi que ele já estava bebendo.

— Você tá bêbado? – estranhei ele concordar tão rápido ou não responder com algum deboche ou grosseria.

— A principal razão da minha existência me abandonou, eu só quero ficar bêbado. – ele foi pra dentro e Rafael me olhou.

— Acho que essa festa não era bem para provocar Caleb. – conclui rapidamente.

— Ele nunca consegue agir de forma sincera!  - suspirei com sua fala. Era triste Fael achar que um dia Kevin o corresponderia.

— Você não pode dizer que não sabia. – entramos. Havia algumas pessoas presentes. Poucas garotas e muitos caras. Pegamos bebidas e nos sentamos. Não demorou nem dois minutos e um cara se sentou ao nosso lado.

— Você é o mais lindo dessa festa. – ele disse me olhando.

— Eu disse que não seria uma boa ideia você vim. – Fael falou baixinho.

— Como se você também não chamasse atenção. – retruquei.

— Solteiro gato? – o olhei.

— Não, desculpe. – respondi e sorri.

— Calma Arthur, só porque ele é gay e você não é num precisa se sentir culpado e se desculpar. – olhei para o loiro rindo.

— Não é isso. – discordei de Rafael.

— Gatinho se você não é gay eu vou nessa. – o cara saiu depois de mandar um beijo.

— Vai ser a noite toda assim? – perguntei após notar mais um não parar de olhar pra mim. Ele riu mais ainda.

— É uma festa Arthur. As pessoas estão aqui para curtir, dançar, beber... Beijar e quem sabe até transar, se tiverem sorte. Bom... Essa é a intenção maior.

— Cadê o Kevin? – olhei em volta.

— Certamente transando com alguém. – vi que ele ficou incomodado.

— Vamos procura-lo. – andamos pelo lugar, área da piscina... Nada. Subimos e batemos no quarto dele.

— Se ele tiver com alguém vai nos matar.

— Foda-se. Ele é o anfitrião. Tem que nos receber direito. – falei e dei um sorrisinho.

— Oi. – ele abriu a porta. Estava mais bêbado ainda. Um moreno sem camisa saiu.

— Quem era aquele? – perguntei o olhando.

— Meu amigo Marcos. Ele namora, mas não é comigo. Então tá tudo acertado. – ele deu seu sorriso de idiota.

— Aquela coisa de não ficar com quem não está envolvido foi para o espaço né? – Rafael perguntou mesmo sabendo que não era a hora certa.

— Relaxa. – ele chegou perto dele e o beijou. – Você ainda é o meu preferido.

— Aproveita, porque a preferência dele está concorrida. – falei olhando meu amigo.

— Fez uma piada Arthur? Vou até beber para comemorar. – ele entrou no quarto pegando uma garrafa de alguma coisa e bebeu no bico.

— Que palhaçada é essa em minha casa? – Caleb chegou perguntando. Kevin riu.

— Aê. Chegou quem eu esperava. Paizinho você viu que festa linda, colorida, animada... – ele passou o braço em volta do ombro dele.

— Ele tá bêbado? – Caleb perguntou me olhando. Fiz sinal positivo. – Agora ele vai viver assim?

— Pergunte pra mim papai, eu estou bem aqui.

— Desce e acaba com essa festa agora. – meu irmão riu.

— Kevin eu fui chamado de coroa gostosão. Se você não descer... – ele o interrompeu.

— Diz logo o que eu quero ouvir. – o olhar do Kevin mudou e mesmo bêbado ele parecia ameaçador. – Estou só esperando você admitir que não vai cumprir com a sua parte para dar um start ao que chamo de... Viver em função de te infernizar.

— Essa festa já é um belo start. – Caleb chegou mais perto dele e eles ficaram se encarando com o que parecia ser ódio.

— Você não vai fazer nada? – Fael perguntou preocupado.

— Já te disse que não tenho nada a ver com isso.

— Vou voltar para o hotel. É bom que contrate alguém e tudo esteja limpo amanhã antes de meio dia. – o mais velho disse e se retirou.

— Dá seu celular. – Kevin disse para Fael ao observar o pai sair. – Ele aceitou rápido demais.

— Você melhorou. – meu amigo comentou impressionado.

— O meu pai corta qualquer onda.

— Sabia. Ele vai encontrar com mulher.

— Como você sabe? – questionei curioso.

— Ele rejeitou a chamada. Deve achar que é ela por ser um número diferente. Ele deve ter se atrasado para o encontro por causa da festa.

— De onde você tira essas coisas?

— Da inteligência que eu tenho. E é por isso que eu não bebo, deixa a minha percepção fraca. – ele olhou Rafael por alguns instantes. – Vamos lá pra baixo. Tem uma festa acontecendo.

Ao descermos vimos que ele já não estava mais tão animado assim. Realmente, Caleb conseguia isso das pessoas.

— Ei loirinho. – um cara chegou e ficou encarando os olhos de Fael. Depois ele olhou para Kevin. – Posso tentar ou ele é seu?

— Fique a vontade. – claro que a sua voz não demonstrou nenhuma reação. O cara se aproximou do Rafa e eles iriam... Já estavam se beijando. Olhei novamente para Kevin.

— O que foi? – ele perguntou como se eu fosse o estranho.

— Não te incomoda?

— Não é como se eu soubesse que o Murilo está namorando. – ele falou e ergueu a sobrancelha.

— Tá, mas ele significa alguma coisa pra você.

— O que você quer que eu diga? – já estávamos afastados dos dois.

— Nada. Sua reação disse tudo. Você saiu andando para não ter que ver e tá irritado.

— Estou irritado porque você me irrita. E sai porque quero beber. – ele sumiu mais rápido que um vulto. Puxei o braço de Fael delicadamente.

— Se sua intenção era apenas curtir pode continuar agora se era deixa-lo com ciúme, você conseguiu. – ele ficou me olhando. Por tempo demais. – Eu não sou louco. E eu conheço muito bem o meu irmão. Dá pra me dar credibilidade?

— Cadê ele? – olhamos em volta e não o vimos. Procuramos e até no quarto dele dessa vez ele não estava. – Acho que sei onde ele está. – o olhei – Só que você não pode vim comigo.

— Ah, que seja. Você vai saber lidar com ele né? Ele está com ciúme, irritado e pode te tratar muito mal.

— Ele não vai me tratar mal. Fica tranquilo.

— Então eu estou indo. Essa festa já deu pra mim. – nos despedimos e eu fui pra casa. Ao chegar mandei uma mensagem para Alice, queria ligar, mas por já ser um pouco tarde apenas mandei a mensagem e acabei dormindo.

Rafael Narrando

Segui para o porão. Como previsto o encontrei lá, bem concentrado e nada irritado como Arthur descreveu. Fiquei um tempo o observando.

— Você sabe que a minha visão periférica é invejável né? – ele questionou me fazendo rir. Sentei na bancada quase de frente pra ele e continuei o olhando.

— Por que você está aqui? Tem uma festa lá fora.

— Ai que tá. – ele me olhou. – Esse não sou eu. Não gosto de festas. Nem de bebidas. Muito menos de drogas. Estou precisando reencontrar o meu eu interior, acho que foi por isso que eu vim pra cá.

— Por que tá agindo assim? Tá, a festa é pra provocar o seu pai, mas beber...

— Quero esquecê-lo Rafael. Tudo o que tenho feito é para esquecê-lo.

— Você não pode mudar quem você é por isso.

— Fui a Paris. – o olhei assustado. – Eu o vi com o namorado dele no hospital.

— Como assim?

— Não fui para a casa do Kemeron no domingo, fui pra lá. O meu pai foi quem arrumou tudo pra mim. Cheguei lá na segunda na hora do almoço. Dei entrada no hospital como um paciente e consegui ir até onde fica o quarto dele que eu já sabia o número... Fiquei meio disfarçado de moletom andando o dia inteiro em frente aquela porta, eu vi quando o médico entrou e saiu, enfermeiras, os pais e até o sogro dele. E o pior é que dava para ouvir as conversas.

— Os pais dele não te notaram?

— Lógico que não. O filho deles estava internado, você acha mesmo que eles ficariam reparando em quem estava no corredor? E... Eu ouvi a conversa deles com o médico do Murilo.

— O que ele disse?

— Coisas horríveis que eu não quero repetir. Mas ele disse estar confiante no novo tratamento. Espero do fundo do meu coração que dê certo.

— Ele nunca vai imaginar que você esteve tão perto... Você é estranho, se já estava lá, por que não entrou? Sua intenção era entrar antes de saber que ele estava com o namorado?

— Não. Minha intenção nunca foi entrar. Mesmo se não existisse esse namorado, meu pai continuaria existindo, ainda iria ter o fim e a mágoa que tenho pelas atitudes dele. Mas eu achei tudo muito estranho, se ele tivesse tentado um suicídio Vinicius e Raíssa seriam capaz de ocultar... Só eu e meu pai sabemos que os dois são capazes de mentir muito quando o assunto são os filhos. Queria saber o que aconteceu e ver se ele estava bem.

— O que você e o seu pai sabem?

— Algo que poderia destruir a relação deles.

— E você namorou Murilo mesmo assim? O quanto canalha você consegue ser?

— Não o afeta diretamente. E garantir que o meu pai nunca vá revelar isso é o quanto não canalha eu consigo ser. Não vou deixar Caleb destruir uma família por um erro de pais precoces ou movidos por superproteções ou sei lá a palavra certa.

— Ainda estou assustado por você ter ido até lá. Você o ama demais Kevin.

— Conte algo que eu não sei.

— Acho melhor nos afastarmos um pouco. – desci da bancada. – Sabia que seu sentimento era grande, mas não tinha a noção da dimensão. Fazer isso é...

— Já te falei que você se espanta demais com pequenas atitudes porque ninguém nunca fez nada por você. – ele ficou me olhando. – Esse é o seu maior problema. – abri a boca pra retrucar, mas ele foi mais rápido. – Por que me faz sentir muita vontade de fazer coisas por você que eu sei que não posso. – pensei em perguntar o motivo pelo qual ele não podia, mas era óbvio, isso faria com que eu nutrisse um sentimento por ele que ele nunca corresponderia. – Vai lá, tem alguém te esperando lá em cima.

Resolvi sair sem falar nada. Era o melhor que eu podia fazer. Fui embora e ao chegar na casa dos Montez eu levei um susto.

— Otávia o que tá fazendo aqui? – perguntei ao entrar na cozinha pra beber água.

— Insônia. – ela respondeu bem desanimada. – Resolvi comer doce. – agora ela sorriu. Estranha. – E você, parece que a festa não foi boa.

— Não estava muito no clima. – a olhei. – Meu pai dizia que insônia era a consciência conversando. – falei e ri.

— Dizia por quê? Ele já morreu?

— Não né? Ele ligou para o seu vô quando eu vim pra cá. Dizia por que ele não diz mais, eu não estou lá pra ouvir. – ela deu uma risada longa.

— É isso que eu gosto em você sabia?

— Isso o que? O meu beijo gostoso? – ela riu de novo.

— Eu iria dizer que era o fato de não levar nada a sério. Mas já que tocou nesse assunto... Responde uma coisa? – concordei. – Você ficou comigo só por que eu dei em cima de você pra caralho né?

— Vou ser sincero com você. – repensei se era mesmo certo aquilo.

— Pode confiar em mim. – ela deu um sorriso fofo.

— Eu estava louco pela Sofia e fiquei no pé dela por causa de algo que Murilo contou... Ele disse que ela era boa demais e isso foi o suficiente pra me deixar loucamente curioso. Não precisa nem vim dizer que isso é... – ela me interrompeu.

— Não vou dizer nada, relaxa.

— Ufa. – suspirei. – E então veio você... Cheia de sardinhas e vontade. – rimos juntos. – Mas era a irmã do meu melhor amigo e mesmo que eu te achasse linda e infinitamente mais linda que ela achava que não compensava sacrificar a amizade com Arthur. Entende? Não é que você me venceu pelo cansaço. Não entenda assim.

— Mas foi mais ou menos. – ela me olhou e riu.

— Por que está perguntando isso?  - vi que seu humor mudou.

— Acho que não existe muito motivo pra ninguém ficar comigo. E no fim eu sempre acabo afastando as pessoas.

— Posso ser sincero de novo? – ela sorriu. – Você é um amor de pessoa, mas... Leva as coisas a sério demais. E é meio que uma ditadora da galera. Isso afasta mesmo as pessoas.

— Alice já me disse isso.

— Se aquela sonsa percebeu... – brinquei e dei uma risada. – Mas não fica assim. É só tentar mudar. – suspirei. – Vou ir dormir.

— Rafael – ela me olhou de um jeito diferente. – É que... Você falou do seu beijo e me deu saudade. – não aguentei e ri. – Estou falando sério.

— Ah, qual é Otávia?!

— Sempre dei em cima de você... Eu te acho um gato. Adoro seu beijo. Por que não?

— Acho que já passou essa fase, não?

— Só por que agora você fica com o meu primo? Não ligo. Vocês namoram? – ela perguntou o que precisava ser perguntado. Cheguei bem perto dela e lembrei-me de um detalhe.

— Acabei de beijar um cara e nem sei onde a boca dele esteve... – a olhei querendo rir.

— Isso. – ela apontou para o canto da cozinha e então pegou uma garrafa de uma bebida e leu o rótulo. – Pela porcentagem de álcool acho que mata qualquer bactéria.

— Ridícula. – bebi e a beijei. Mas bastou o primeiro beijo para eu ver que as intenções dela não eram nada boas.

— Vem. – ela me puxou pra fora e nos sentamos no sofá perto da área da piscina.

— Otávia não. – tentei para-la. – Isso pode dar um problema do caralho pra mim. Não é só o seu irmão. Sou maior e você é menor. Você é nova demais. Os seus pais confiam em mim e... – eu tentava falar, mas com ela em cima de mim era bem complicado.

— Ninguém precisa saber. Além do mais, em duas semanas é o meu aniversário de dezesseis anos. É o meu presente. O maior deles.

— Eu sou muito filho da puta. – afirmei ao ver que eu não resistiria ao jeitinho que ela estava falando. Era inacreditável, mas eu fiz. A única certeza que eu tinha agora era que eu estaria moralmente fodido amanhã.

"Do que seria de um vencedor sem suas guerras pra lutar? O que ele faria, se ele não tivesse história pra contar?"

 


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Notas finais do capítulo

Sumi por motivos de... Vida adulta mesmo. Mas estou tentando organizar minha rotina (vai dar certo em nome do pai, se eu não escrever enlouqueço)
AAAA, sem comentários pra esse capítulo.
Até intencionalmente amanhã ♥



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