Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 1
Inimaginável


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Fazia de tudo para animar o meu irmão, mas não conseguia. Passei o dia todo tentando e nada. Já era noite e estávamos todos sentados na arquibancada conversando. Todos menos Kevin. Resolvi dar espaço a ele, apesar da preocupação.

— Você pisca o olho e Murilo está em Paris? Que merda é essa? – Yuri perguntou e eu peguei seu celular de sua mão.

— A gente não viu mesmo ele o dia todo.

— O desgraçado tá de patrão em outro País por quê? – Ryan perguntou ao ver a foto e notei Kevin chegando e se sentando. Olhei para ele mais preocupado ainda.

— Já vi. – ele falou em um sussurro.

— Ah é, vocês estavam juntos. – Ryan voltou a falar. – O que aconteceu? – claro que Kevin não respondeu.

— O que foi? – perguntei ao ver que ele estava estranho olhando para seu celular.

— Ele me bloqueou. –ele começaria a chorar, então o chamei para sairmos dali rapidamente.

— Você não viu né? – perguntei ao ver Alice entrando em meu dormitório. – Murilo postou uma foto no hotel, como se estivesse de férias. E ainda bloqueou Kevin. – ela ficou me olhando sem reação. – Estou tentando não ter raiva dele, mas tá difícil.

— Não te julgo. – ela suspirou e chegou mais perto. – Calma, ele não merece que você fique assim. – ela se sentou ao lado de Kevin.

— Tá doendo muito! – ela segurou a mão direita dele e encostou a cabeça em seu ombro, fiz o mesmo do lado esquerdo e ficamos assim até adormecermos os três. Levantei e a acordei com cuidado, o deitando em seguida.

— Tá muito tarde, a luz já apagou. – ela comentou quando já estávamos no corredor.

— Sim. Vou com você até seu dormitório.

— Vai dormir onde, na cama do Kevin? – concordei. – Posso te fazer uma pergunta? – a olhei erguendo as sobrancelhas. – Cadê aquela mulher ruiva?

— Não sei. A gente não se fala mais.

— Entendi. – paramos em frente ao dormitório dela. – Boa noite então. – ela acenou com a mão sem graça. Era incrível como acabou a intimidade entre a gente.

— Boa noite. – dei um sorriso pequeno e sai andando. Queria muito estar mais próximo de Alice, mas era tão complicado. E agora toda a minha atenção e energia estava focada em estar ao lado de Kevin e ajuda-lo a passar por essa fase tão angustiante e difícil.

Kevin Narrando

Acordei e notei que meu pescoço doía, acho que foi por ter adormecido encostado em Arthur. Suspirei. Desde ontem meus minutos tem sido divididos entre suspiros e choros. Notei também que estava na cama do meu irmão e não na minha. Levantei devagar e fui tomar um banho. Quando tomamos banho temos a falsa sensação que vai lavar nosso sofrimento e que as coisas vão de alguma forma melhorar. Pura mentira. Acabei de me vestir e fui tomar café. Descobri que era cedo demais. Era um sacrifício comer, não sentia o gosto das coisas e não me importava se eu ficasse com fome... O fato de a dor que eu estava sentindo ser tanta transformava qualquer outra coisa que eu sentisse em mínima.

— Bom dia. – enxuguei uma lágrima que quase caia e olhei para o lado. – Não deve estar querendo me ver... Mas eu queria muito falar com você, te procurei ontem a noite e não achei. – não falei nada. Não sentia vontade. – Conversei com ele ontem Kevin, ele me contou que decidiu não manter contato e eu não concordo com isso. Vou tentar convencê-lo a mudar de ideia.

— Por quê? Você não o queria longe de mim? – ficamos nos olhando, Vinicius fez aquela expressão que ele sempre fazia e que eu odiava, que significava que ele era ou tentava ser o homem mais sensato do mundo.

— Não. Eu nunca quis. É só que você e o seu pai são muito complicados e o Murilo tem fraquezas emocionais demais para lidar com isso... Só queria que terminassem.

— Ah tá. Agora que ele tá longe faz sentido conversarmos né?

— Kevin quem é o Murilo para você? – olhei aqueles olhos amarelos sérios.

Ele é a pessoa mais importante da minha vida.— fiz um esforço sobre-humano para conseguir não chorar.

— Eu consigo ver isso. – ele ficou um tempo em silêncio. – E eu juro que mexeu muito comigo ver vocês dois se despedindo aquela madrugada. A ideia era ele manter contato e assim que sairmos do abrigo e ele voltasse, vocês se entenderem, porque pelo menos seu pai vai estar mais distante de vocês fora daqui. Só que... Não sei, parece que não vai ser assim. Mas eu quero que saiba que eu não sou contra vocês dois e que eu não tenho nenhum tipo de preconceito e eu estou muito preocupado com você, seu estado encontrar-se assustador Kevin. Você está apático, sem vida... Não transforme esse tristeza em ódio, por favor.

— Ele vai voltar depois que sairmos do abrigo? –perguntei com uma falsa esperança dentro de mim.

— Sim. Não acha que Raíssa iria conseguir ficar muito tempo longe do neném dela né? – ele deu uma risadinha. – Além disso, cada minuto que ele passa lá eu envelheço um ano.

— Caramba, acho que estou falando com uma múmia então.

— Você não perde esse humor ácido. – ele me olhou com um sorriso. – É o que faz de você o meu genro preferido.

— Eu acho que você não tem outro.

— Felizmente, porque isso seria um problema.

— Vocês são protetores demais.

— Foi o tipo de vida que levamos... Eu errei muito, me meti em grandes problemas até conseguir ser quem eu sou e Isadora sofreu demais com o pai antes deles se acertarem... A vida deixa marcas Kevin.

— Entendo isso desde pequeno.

— Você vai conseguir lidar com esse sofrimento?

— Mesmo sentindo dor em cada fibra do meu ser, mesmo trêmulo e ofegante, mesmo nauseado e febril, seguirei em frente, por mim, por ele, pelo nosso amor. – respondi com dificuldade. Não conseguia mais não chorar. Vinicius passou o braço por meu ombro e me puxou me abraçando. Encostei o rosto em seu peito e chorei mais ainda. Em minha vida inteira eu não podia imaginar que isso aconteceria.

— Se o meu pai vê essa cena é capaz de te matar. – falei me afastando. - E eu não estou falando no sentido figurado.

— Confesso que isso é outra coisa que me assusta. – ele respirou fundo. – Você é novo demais pra lidar com o... Como vou dizer... Caráter do seu pai.

— Você mesmo já disse que sou igual a ele.

— Você não mudou? – nos olhamos. – Arthur é o garoto que mais admiro, isso causou até ciúme em Murilo muitas vezes e o que eu quero dizer é, se Arthur te perdoou eu também devo te dar um voto de confiança. Não que você esteja pedindo.

— Eu já pedi antes e você não deu. Talvez seja melhor você continuar me odiando porque sei que sempre vai duvidar de mim.

— Só tenho medo de você fazer mal ao meu filho, mas vi que com o amor que sente isso não é cabível.

— Vinicius a gente precisa conversar. – Gustavo disse ao chegar a um tom bem sério. Eles saíram e eu pensei em ir atrás e me esconder e ouvir o que era, mas esse seria o antigo Kevin, então apenas deixei pra lá. Só me restava torcer para o dia passar rápido.


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Notas finais do capítulo

Morri de amores por Vini e Kevin SIM ou CLARO? ♥ ♥ ♥
O que será essa coisa que Gustavo quer conversar? Parece sério...
Até o próximo... Não estou postando todos os dias, mas amanhã vai ter post ♥



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