Lady Nikiforova’s Fake Husband escrita por Haruyuki


Capítulo 1
Ato 1 ~ контракт (kontrakt - Contrato)




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1.1

 

São Petersburgo, Dezembro de 1865 - Castelo da Família Romanov

Cast: 

— Filha do Príncipe da casa Nikiforov, parente da família real Russa, Victoria Romanova Nikiforova. 

— Filha do Lorde da casa Giacometti, Christine Giacometti. 

— Extras.

 

Valsas ecoam pelos salões do castelo real. O baile de fim de ano organizado pela família real da Rússia, está cheio de figuras importantes, mas mesmo assim, Victoria Nikiforova está se vendo completamente entediada. Primeiro, sua melhor amiga está atrasada, com certeza cortejando alguma outra alma solitária por ali. Segundo, sua mãe está insistindo em arrumar um noivo para ela, afinal ela já tem 27 anos e ainda está solteira. 

Em uma das bancadas, com uma taça de champanhe na mão, Victoria admira de longe a apresentação da companhia de Balé que pertence atualmente à sua avó materna. Dali, ele observa Chris cortejar um homem todo de preto, mas pelo visto, ela acaba sendo rejeitada por ele. Isso a surpreende, pois são poucos os que rejeitam Christine Giacometti.

E pela primeira vez naquela noite, Victoria Nikiforov está rindo. Pode ser por causa da cena, ou por causa da bebida. Mas ela sabe que isso é apenas temporário. Logo ela precisa retornar para a casa onde é obrigada a morar sozinha, só porque ela é Omega. Uma Ômega em um corpo masculino.

Desde os 15 anos, Victoria Nikiforova é uma Ômega que se sente atraída por outros homens. Homens que categorizam todos os Alfas (inclusive os que tem corpo feminino) e Betas, que não passam pelo Processo de Mudança de Gênero quando os subgêneros despertam. Nesse processo, rapazes que despertam como Ômegas devem ser registrados com um nome feminino, e mulheres que despertam como Alfas passam a ter um homem masculino e nem pessoas de famílias importantes devem se submeter. 

E Viktoria realmente odeia esse tipo de coisa.

~x~

Viktoria retorna para sua casa bêbada, no interior de uma das carruagens de sua família. Ela então misteriosamente pede para parar e sai da carruagem, cambaleando pelo parque e se colocando na frente de um jovem rapaz usando roupas pretas e com um pequeno cachorrinho marrom no colo.

"Você… hic… Você é perfeito!" Ela diz, o assustando. "Seja meu… hic... mordomo!"

"Quê?" O rapaz pergunta, a olhando com surpresa.

"Seja meu mordomo…" Ela se interrompe, e inclina o rosto. "Eu não sei o seu nome."

"Yuuri." O rapaz diz, o olhando seriamente. "Meu nome é Yuuri. E qual seria o seu, senhorita?"

"Viktor… hic" Ela responde, e então balança com a cabeça. "Viktoria."

"Entendo." O rapaz que se diz chamar Yuuri se levanta do banco e olha para o canto direito dela. "Agora, senhorita, por acaso conhece essas pessoas que estão se aproximando de nós neste momento?"

"Hmm?" Victoria olha em volta, notando que realmente há pessoas se aproximando deles. "Acho que não."

"Muito bem. Acho que já devo iniciar minha primeira tarefa como seu mordomo, senhorita. Por que não se deita no banco e tira um cochilo junto com Vicchan, enquanto eu resolvo isso?" Yuuri sugere, dando risadas ao ver a Ômega afirmar com a cabeça animadamente e se deitar no banco, logo pegando no sono.

Vicchan se aproxima dela e fica de guarda. Yuuri volta a olhar para os homens que se aproximavam deles, e desfaz o sorriso, enquanto sua longa capa negra começa a se agitar de repente. 

"Caros senhores." Ele diz, fazendo aqueles homens pararem de olhar. "Posso ajudá-los?" 

"Entregue a Ômega, forasteiro!" Um deles ordena, erguendo uma pistola.

"Me desculpe, mas eu me recuso..." Yuuri diz, mas é interrompido por um tiro. 

Ele então rola os olhos, ao mesmo tempo que gritos começam a ecoar pelo parque. Gritos que logo acabam e ele simplesmente ergue a Ômega do banco, a carregando até a carruagem vazia junto com o pequeno Poodle marrom. Ele a deita na carruagem e se senta na frente, erguendo as rédeas do cavalo.

"Nos leve para casa, por favor." E o cavalo, relinchando, começa a trotar.

~x~

 

São Petersburgo - Mansão Nikiforov

Cast: 

— Filha do Príncipe da casa Nikiforov, parente da família real Russa, Victoria Romanova Nikiforova. 

— Yuuri.

— Extras.

 

Bastou apenas Victoria Nikiforov abrir os olhos perceber que algo está errado. Cortinas erguidas se agitam ao vento que passa pelas janelas semi-abertas, um enorme tapete vermelho com bordas douradas decora o chão logo na entrada, jarros com flores, luminárias, poltronas… objetos que ela nunca viu antes. Conversas e risadas ecoam pelo salão principal, vindo da sala de jantar. Tudo o que ela menos espera é ver a velha empregada contratada por sua mãe e duas pessoas desconhecidas sentados na mesa, conversando e tomando café da manhã.

“Mas o que está acontecendo aqui?” Victoria pergunta, fazendo todos se calarem. “Que desaforo! Quem em sã consciência permitiu que se sentem nesta mesa?”

“Eu permiti.” Uma voz vinda de trás dele o faz se virar e olhar um homem de cabelos negros, rosto com aparência asiática e grandes olhos castanhos escuros a olhando friamente. “Seja bem vinda de volta, minha estimada senhorita. Espero que sua viagem à Paris tenha sido proveitosa.”

“Você…” Viktoria começa a dizer, sentindo uma forte dor de cabeça. “Venha comigo.” 

Victoria o pegando no braço e o puxando até um aposento vazio, onde misteriosamente há um carrinho com um bule e duas xícaras vazias perto de uma das poltronas.

"Queira me perdoar, minha estimada senhorita, mas eu estava prestes a levar este chá para vosso quarto. Ele é bom para lidar com dores causadas pela ingestão de álcool." Ele derrama chá nas duas xícaras e as coloca na mesa entre duas poltronas.

Quando ela fecha e tranca a porta, o homem se senta em uma das poltronas.

“Quem é você?” Victoria diz, se virando e a olhando com raiva. “Quem são aquelas pessoas sentadas naquela mesa."

“Primeiramente, minha estimada senhora. Meu nome é Yuuri. A senhorita ontem de noite me contratou para ser seu mordomo, embora estivesse claramente embriagada. Após acabar dormindo no meio de nossa conversa, eu resolvi a trazer para sua casa em segurança. Aproveitei isso e fiz uma limpeza geral nesta casa, lavei toda a roupa e cuidei dos cachorros.” O rapaz diz, cruzando as pernas e erguendo a mão direita, apoiando seu belo rosto nela. “E não importa o que diga, todos já me conhecem como seu mordomo. Sua família, os empregados, nossos vizinhos...”

“Como ousa!” Ela exclama, furiosa.

“Bem, a culpa não é minha se a senhorita não estava consciente no momento que decidiu me colocar em sua carruagem e me convencer a trabalhar para você.” Ele diz, erguendo a outra xícara com chá, a oferecendo para ela.

“E por isso você está fingindo ser meu mordomo? Não me faça rir. O que você ganha com tudo isso? Dinheiro? Prestígio? Acredite em mim quando digo que você não vai receber um centavo de mim…”

“Proteção.” Ele responde, a interrompendo. “Eu ganho proteção, minha estimada senhorita.”

E então, para a surpresa de Victoria, ele se levanta e começa a desabotoar a parte de cima de suas roupas.

“O que…” Ela começa a perguntar, mas se interrompe ao sentir sua respiração falhar ao ver enormes cicatrizes de queimadura onde deveria estar o peito dele.

“Me ajude, e eu farei tudo o que a senhorita me ordenar.” Yuuri diz, e Victoria percebe que há medo nos olhos dele. “Por favor.”

E Victoria, se vendo encurralado pelas circunstâncias, decide que é melhor aceitar a presença dele em sua vida. Ela bebe o chá, se surpreendendo com o delicado aroma e um delicioso sabor, algo completamente diferente do que lhe é servido pela velha empregada contratada pela sua família.

“Uma semana.” Ela diz, estendendendo a xícara para ele que a pega para adicionar mais chá. “Me mostre ser capaz de cuidar desta casa e de cumprir as minhas ordens, e eu lhe contratarei oficialmente como meu mordomo oficial.

“Entendido.” 

Uma semana depois, Yuuri se mostrou ser um mordomo perfeito, e Viktoria não tem outra escolha a não ser contratar ele. Mal sabe ela, mas isso é o início da enorme transformação que ela irá passar por causa dele. Afinal, Yuuri Plisetsky carrega consigo muito mais do que queimaduras no corpo. Muito mais.

~x~

 

São Petersburgo - Mansão Nikiforov

Cast: 

— Filha do Príncipe da casa Nikiforov, parente da família real Russa, Victoria Romanova Nikiforova. 

— Filha do Lorde da casa Giacometti, Christine Giacometti. 

 

Sexo com Christine é bom, mas não o suficiente para satisfazer completamente Victoria. Ambas as Ômegas estão na enorme cama, sem nenhum contato físico entre elas. Christine está deitada, completamente nua por cima dos lençóis. Victor está sentado no lado direito dele, também nua e fumando distraidamente em uma cigarrete, enquanto lia outra carta de sua mãe, dizendo que está preparando um baile para ela escolher um marido.

“Sabe, eu encontrei um homem muito bonito horas atrás. Provavelmente um Beta.” Christine começa a dizer, fazendo Victoria a olhar de lado.

“Um homem de cabelos pretos e aparência asiática?” Ela pergunta, dando risadas.

“Sim, ele mesmo. Eu tentei usar meu charme nele, mas não funcionou. Imagine só, alguém me rejeitando assim, do nada.” Christine também ri, claramente imaginando a cena. 

“Ele é meu novo mordomo.” Viktoria responde, surpresa com o que escutou.

Afinal nem mesmo Alfas casados conseguem resistir os charmes dela.

Ambas ficam em silêncio novamente, até que...

“Sabe, seria bem legal se surgisse do nada um Alfa ou um Beta dizendo ser seu noivo.” Christine comenta, e Victoria a olha com surpresa. “É só uma idéia súbita que eu tive.”

Christine dá de ombros, mas Victoria se vê de olhos arregalados.

“É isso!” Ela exclama, assustando a outra Omega. “Basta apenas que eu crie um noivo.”

“Como é que você vai fazer isso?” Christophe pergunta, o olhando com surpresa.

“Eu usarei Yuuri. Minha família ainda não sabe da existência dele, então ele é o candidato perfeito.” Viktória comenta, abrindo um largo sorriso.

“Não se esqueça de dizer a ele que é tudo atuação.” Christine a avisa,

~x~

 

São Petersburgo, Março de 1866 - Castelo Nikiforov

 

Cast: 

— Filha do Príncipe da casa Nikiforov, parente da família real Russa, Victoria Romanova Nikiforova.  

— Lorde da casa Nikiforov, Príncipe Alexei Romanov Nikiforov. 

— Madame da casa Nikiforov e esposa de Príncipe Alexei, Madame Yuliana Romanova Nikiforova. 

— Madame da casa Baranovskaya e Diretora da Companhia Rostelecom de Balé, Madame Lília Baranovskaya Nikiforova. 

— Extras

 

“Então é isso, minha estimada mãe.” Victoria diz, tentando não se deixar vencer pelos olhares de todos ali presentes. “Eu gostaria de pedir que pare de arrumar possíveis noivos, já que eu prometi minha mão e meu coração para meu amado Yuri.”

“E onde está esse tal rapaz, Vitenka? Por que ela não está ao seu lado aqui e agora?” Madame Yuliana pergunta, fitando a filha seriamente.

“Minha estimada mãe, queira perdoar essa desfeita mas meu planos consistiam sim em trazer ele para esta casa. Mas meu Yuri recentemente está se recuperando de um acidente que sofreu dias antes de partirmos e decidi não trazer ele comigo em virtude de tal acontecido.” Victoria respira fundo, notando que sua avó materna, Madame Lília, apenas o observa com a testa franzida enquanto os outros discutiam entre si sobre essas informações.

Viktória retorna a olhar para sua mãe, que a olha com um sorriso no rosto.

“Muito bem. Em consideração a esse Alfa, eu deixarei de lhe procurar um noivo. Eu estou tão feliz! Finalmente poderei começar a preparar seu casamento.” Yuliana diz, entusiasmada. “Vitenka, querida. Trate de trazer esse rapaz para cá o quanto antes. Estou ansiosa para conhecê-lo.”

Suando frio, tudo o que resta para Victoria é concordar com o pedido dela. Ela sorri e decide dar mais duas mordidas no jantar à sua frente antes de pedir licença e se retirar.

“O que acha?” Alguém pergunta, se sentando em uma poltrona, ao lado da mulher, que também está sentada, admirando a lareira acesa ali perto.

“Achei muito conveniente que Vitya tenha arrumado um noivo assim do nada.” Ela responde, franzido a testa.

“De fato.” A outra pessoa concorda, soltando um suspiro. “Pude perceber que Lady Victoria ficou cada vez mais pálida ao ter sido forçada a trazer o tal noivo para cá.”

Essa outra pessoa olha para Lília, que está com a mão direita no rosto, em reflexão.

“Está planejando algo?” Ele pergunta, e ela o olha com sorriso.

“Sim.” Ela responde, sorrindo para ele. “Eu estou. E você é perfeito para isso, Lorde Plisetsky”


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