A Ilusão da Realidade escrita por Kisara


Capítulo 19
Eu Não Sei Ser Normal


Notas iniciais do capítulo

Olá! Antes de mais nada, eu dedico esse capítulo para a Anne Claksa (https://fanfiction.com.br/u/779029/) ♥ Muito obrigada pela recomendação linda e por todos os seus comentários animados! ♥ ♥ ♥

Então... o capítulo FINALMENTE está aqui! Desculpem mesmo pela demora, dessa vez eu simplesmente TRAVEI para escrever essa conversa na primeira parte e demorou demais pra sair alguma coisa ._. Na verdade, esse capítulo todo foi difícil e eu travei várias vezes, acabei continuando do jeito que deu e alguns trechos devem ter ficado meio aleatorios UHAUHAUAH eu conto com a opinião de vocês, ok? ♥ Ainda estou escrevendo essa história e ela vai ter uma revisão BOA depois de tudo, então por enquanto tô tentando fazer o que consigo pra continuar e tem horas que acaba sendo assim haha Dúvidas, críticas, sugestões, etc é só avisar nos comentários ou por mensagem~

Por enquanto é isso ♥ Boa leitura! Espero que tenha ficado bom! ♥ ♥ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789071/chapter/19

A FESTA DO 2B!

A casa tá liberada! Chamem todo mundo que vocês conhecem no primeiro sábado de férias! Vai ser a maior festa que o segundo ano B já viu!

Eu abri a notificação por um impulso de curiosidade e tive que ler e reler o convite algumas vezes para processar tudo porque ele vinha de ninguém menos que Olívia. Isso já era o suficiente para me deixar desconfiada por si só. Primeiro, eu pensei que fosse uma propaganda qualquer, mas o endereço marcado na localização era o de sua casa. Aliás, a casa estava liberada? Será que ela não tinha medo que alguém mostrasse isso para os seus pais e estragasse os planos? Isso me pareceu um tanto estranho e eu cheguei a me perguntar se não seria mais algum tipo de piada ou alguma forma de tirar uma com a minha cara de novo, só que até eu sabia que os meus medos estavam mexendo com a minha cabeça. Era apenas um convite para uma festa normal e ela realmente parecia querer apenas chamar tantas pessoas quanto fosse possível. Eu estava completamente paranoica quando imaginei a possibilidade de ser mais uma brincadeira, certo? Essa hipótese não fazia sentido algum e provavelmente seria trabalho demais. Eu conseguia perceber isso, ainda mais porque fazia muito tempo que nós nem nos falávamos sem ser quando ela me convidava para fazer algum trabalho por interesse. Será que ela queria se vingar por eu sempre dizer não? Qual poderia ser o interesse dessa vez?

— Você mesma já se respondeu, Mel — Roy comentou com um suspiro pesado e deu de ombros. — Ela só quer uma festa agitada e com muita gente. Aliás, é uma ideia bem interessante, não?

— Eu já tive problemas demais por causa de festas — respondi e balancei a cabeça. — E eu duvido que a minha presença fosse fazer alguma diferença por lá…

— A diferença é que você foi convidada dessa vez. Aliás, nós nem estaríamos conversando sobre isso se você não estivesse curiosa, para variar.

Roy jogou os cabelos para trás e sorriu com aquela confiança de quem sabe que está certo. Aquele com certeza era o sorriso que eu menos gostava de ver em seus lábios, embora sua expressão de sarcasmo também não fosse uma das minhas favoritas.

Virei a cabeça na direção oposta do ponto onde eu o imaginava de pé e encostado contra a parede para afastar aqueles pensamentos. Normalmente, eu já teria respondido “não” e esquecido disso, mas alguma coisa naquele convite me deixava cada vez mais intrigada.

Procurei entre e a lista de convidados e, de fato, havia muita gente ali; eu não conhecia a maioria daquelas pessoas nem mesmo de vista e imaginei que provavelmente não eram do nosso colégio. Foi fácil reconhecer a foto de perfil sorridente de Emily entre várias outras, porém ela ainda não havia respondido. Aliás, quase ninguém havia respondido ou interagido com ou convite e eu provavelmente tinha sido uma das primeiras a vê-lo.

Olhei entre os nomes e fotos mais uma vez, mas não encontrei Alex em lugar nenhum. Pelo jeito, ele realmente não tinha muita presença on-line e o meu estômago afundou na minha barriga quando eu percebi isso, por algum motivo. Roy soltou uma risadinha e, por incrível que pareça, não comentou nada a respeito e continuou falando somente sobre a tal festa.

— E então, o que você pretende fazer? — ele perguntou. — Essa festa não vai ser nada parecida com a da sua irmã, com certeza. É em uma casa, sem supervisão, com todo mundo fazendo o que bem entender e muita gente, digamos, “alterada” e fazendo sabe-se lá o quê… não me parece o tipo de coisa que a sua mãe vai gostar.

Conferi a data mais uma vez. Também não era exatamente a minha ideia perfeita de como se passar a noite e, ainda assim… a punição que eu recebi por tudo que houve na festa da Larissa já teria terminado até lá, porém algo me dizia que a minha mãe não ia gostar de me ouvir falando de festas de novo tão cedo e, além disso, definitivamente não me parecia ser o tipo de “evento” que a agradaria. Mentir não me parecia ser uma boa opção quando se tratava da minha mãe. Além disso, o que eu diria? Onde eu estaria àquela hora da noite sendo que ela sabia muito bem que eu não tinha amigos?

Será que isso poderia ser um novo começo? Conhecê-los em outra situação, outro ambiente? Fazer novos amigos? Era isso que estava me intrigando tanto?

Será que eu ainda era capaz disso?

— Hm, será que esse é um bom argumento? — Roy deu seu palpite e piscou para mim. — Pelo jeito, você pensou nisso na hora certa.

Ouvi o barulho distante da chave virando a fechadura da porta da frente e saí andando a passos rápidos. A coragem não ia voltar mais tarde se eu perdesse a empolgação daquele momento e não tentasse logo.

Minha mãe estava terminando de trancar a porta quando eu a encontrei.

— Boa noite, filha — ela me cumprimentou enquanto ajeitava a bolsa. — Tudo bem com você? Como foi o seu dia?

Respirei fundo e tentei encontrar as palavras. Como eu poderia começar o assunto e explicar sobre aquela festa de uma forma que estivesse a meu favor?

— Oi, mãe. Foi normal — falei automaticamente, sem pensar muito. — E o seu? Foi muito estressante?

Minha mãe virou para mim e arqueou a sobrancelha na mesma hora. Eu não costumava fazer aquele tipo de pergunta e ela sabia disso, com certeza.

— Está tudo certo mesmo? Você e a sua irmã andaram brigando de novo?

Aqueles questionamentos vieram com uma voz firme, como se a minha mãe estivesse começando um interrogatório. Ela me conhecia bem demais e eu detestava isso.

— É claro que não! — Minha voz saiu um pouco mais alta do que eu gostaria. Droga, eu estava começando a ficar nervosa. — Ela nem chegou em casa ainda.

— Isso também é um problema… — ela suspirou ao comentar e balançou a cabeça com uma desaprovação visível. — Bom, se você tem algo a dizer, então diga de uma vez.

Era a hora. Se eu não falasse logo, morreria engasgada com aquele talvez.

— É que um pessoal da minha turma tá organizando uma festa para comemorar o começo das férias daqui umas semanas… ainda tem bastante tempo até lá, mas eu estava pensando…

Olhei para cima e encarei a minha mãe nos olhos, esperando pela resposta sem nem conseguir respirar. Meu coração parecia estar batendo nas minhas orelhas.

— Uma festa? Até você decidiu gostar dessas coisas agora? Pensei que você fosse diferente, Melissa, ainda mais depois de tudo que aconteceu.

O olhar direto, de olhos sérios e boca fechada que eu recebi logo em seguida me atingiu em cheio como se eu pudesse sentir a sua decepção vindo de encontro a mim fisicamente. Eu sabia que era cedo demais e eu não devia ter tentado…

Eu estava começando a ficar ainda mais nervosa.

— Eu estava pensando… no que você me disse… naquele dia… — Eu detestava falar com todas aquelas pausas, mas respirar e conversar ao mesmo tempo estava começando a ficar difícil e eu mal conseguia puxar o ar. — Eu queria tentar… e ver no que dá. Tentar conhecer eles melhor, sei lá, algo assim…

Onde eu estava tentando chegar daquele jeito? Minha voz morreu e o meu cérebro parecia estar em branco porque eu não conseguia pensar em mais nada. Minha mãe me observou por um instante que durou menos de um segundo e então finalmente balançou a cabeça tão lentamente que eu senti mais um peso cair sobre mim.

— Você nunca gostou de festa antes, não tem motivo para começar com isso agora. É melhor pensar nos seus estudos. Aliás, você não aceita se aproximar de ninguém no dia-a-dia e não sabe lidar com as diferenças entre você e os seus colegas… será que participar dessa festa dos seus colegas é uma boa ideia? Você vai se divertir com eles? Você nem consegue me olhar e pedir isso direito, Melissa. Você não está pronta para isso. É melhor continuar com a cabeça nos seus estudos mesmo.

Não consegui dizer mais nada e ouvi tudo em silêncio. Realmente, aquilo tinha sido uma ideia péssima e muito idiota. Era melhor esquecer aquela festa e deixar isso para lá.

Minha mãe saiu em direção à cozinha e eu continuei olhando para a porta sem conseguir dizer mais nada, ou sequer me mexer. O choro que estava entalado na minha garganta cairia em uma questão de segundos se eu não tentasse parar de pensar nos meus defeitos e em tudo que parecia estar de errado comigo.

Por que eu não conseguia ser normal?

***

Os meus dias voltaram a ser lentos. Eu tentei ignorar o silêncio detestável que parecia tomar conta da minha vida me dedicando a estudar e me preparar para as provas finais — como eu sempre costumava fazer para esquecer o resto do mundo — e isso funcionou muito bem. Ou melhor, funcionou quando Roy não estava me lembrando de tudo que eu queria esquecer como sempre, é claro. Mas eu já tinha me acostumado há muito tempo, era impossível fugir o tempo todo.

As provas passaram e o meu aniversário também se passou em silêncio como qualquer outro dia. Meus pais me deram os parabéns, eu ganhei alguns livros deles e a vida continuou como sempre foi. O resultado final do semestre chegou e, apesar da minha trapalhada inicial, Alex e eu nos saímos bem na apresentação, o que era algo se tratando do professor Damien e do tema infernal que ele nos passou.

***

Era só o primeiro dia das férias de inverno e eu já estava morrendo de tédio antes do final da manhã. Eu não queria ter que encarar aquele colégio nunca mais e, ao mesmo tempo, mal podia esperar para ter com o que ocupar os pensamentos outra vez. Eu até tentei começar a ler alguns dos meus livros novos, mas não consegui me concentrar muito bem porque a minha mente logo me levava para Larissa, Emily e a tal festa de Olívia que estava cada dia mais perto. Eu ainda olhava o perfil de Emily de vez em quando e até percebi que ela confirmou presença na tal festa, mas, no geral, ela costumava postar sempre mais do mesmo que eu já tinha visto antes e algumas selfies de vez em quando. Também continuei tentando procurar por Alex e não encontrei nada, como já era esperado. Alguém tão fechado quanto ele não me parecia estar interessado em adicionar amigos on-line, nem falar sobre a própria vida para o mundo ver. Isso era algo que eu entendia muito bem. Ainda assim, tinha horas que eu sentia uma curiosidade de saber mais sobre ele que eu não conseguia explicar. Provavelmente era todo o mistério ao redor daquele olhar frio e do seu jeito quieto. Não nos falamos mais e eu ainda não sabia absolutamente nada sobre ele além da sua paixão pela música.

Às vezes, eu tentava escrever mais um pouco na agenda que já estava se tornando a minha maior companhia “física” e real, mas eu andava me sentindo um tanto bloqueada desde a conversa com a minha mãe. Aquela sensação de querer fazer e não saber como era frustrante e eu detestava isso; ao mesmo tempo, Roy achava engraçado me ver daquele jeito.

— Não sei como você fica sem saber o que falar enquanto euzinho estou aqui — ele reclamou, apontou para si mesmo com o polegar e bagunçou os próprios cabelos daquele jeito de sempre. — E a Lizzie, então? Ela sempre aparece com alguma coisa que a gente não tá esperando, é só você pensar um pouquinho!

— Você falando assim faz tudo parecer tão fácil… — Fiz uma pausa para pensar um pouco e tentei puxar qualquer ideia que surgisse na minha cabeça. — E se…

Antes que eu pudesse até mesmo descobrir aonde aquele pensamento estava me levando, ouvi a porta da frente bater com força e um choro alto seguiu o baque.

Meu corpo gelou no mesmo instante em que ouvi aquele chamado agudo. Só havia uma pessoa naquela casa que agia daquela maneira.

— Larissa?!

O que aconteceu dessa vez?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado da leitura! ♥ Eu quero muito agradecer o carinho, apoio e a paciência de todos vocês, vocês me deixam feliz demais e me dão energia e vontade para continuar escrevendo e me dedicando a esse projeto ♥ Eu ando meio estressada, tô toda atrapalhada e ando numa daquelas fases que parece que nada dá certo, acho que isso acaba atrapalhando e me fazendo travar também... tô muito animada com essa próxima parte da história e DFJK SOCORRO QUERO LOGO O ALEX NA HISTÓRIA DE VERDADE, mas ao mesmo tempo tem horas que bate uma insegurança e um medo de estar fazendo tudo errado, sei lá... JURO QUE NÃO QUERO ELOGIO NEM BISCOITO DFGHJK eu amo escrever essa história, mas escrever em si anda meio frustrante ultimamente e eu tô fazendo o que posso pra continuar porque quero muito ver esse livro terminado ♥ alias, essa tensão da pandemia também não ajuda em nada, também ._. Por favor, se cuidem, ok? Fiquem em casa se possível, tomem todos os cuidados necessários se tiverem que sair, cuidem de vocês e de quem vocês amam pra gente sair dessa logo ♥

Muito obrigada por tudo, de coração ♥ Sério, o carinho de vocês me dá muita força! Tem MUITA coisa pra rolar nessa festa e eu não vejo a hora de compartihar todos os babados com vocês, muito obrigada por tudo ♥ ♥ ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Ilusão da Realidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.