Coco escrita por Jupiter vas Normandy


Capítulo 8
Sem Açúcar


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Pâmela estava certa, alguns curiosos realmente começaram a aparecer. Uns entravam apenas para observar, outros não tinham essa coragem e espiavam pelas vitrines, parecendo desapontados com a decoração tão… normal. Aquela garota era uma bruxa, por que então sua loja era tão rosa e lilás, com brilhinhos dourados nas paredes como pequenas estrelas ou pó de fada? Poser.

Ao menos o gato morto no balcão combinava com o aesthetic, eles diziam. Demorou um tempo até perceberem que Baunilha não estava morta, apenas dormindo. A gata preguiçosa mal se movia durante o sono.

O primeiro cliente de verdade apareceu dois dias depois das notícias, e Coco ficou muito empolgada.

— Acho que vou até lá abraçar ele!

— Não faz isso não. – Kevin orientou, reprimindo um bocejo pelo horário, pois não soube dizer se Coco estava brincando.

— É, não faz isso não. – disse o cliente, com a testa franzida, encarando-os da mesa enquanto Coco e Kevin conversavam atrás do balcão.

Ele estava tomando café. Pediu um pouco mais de açúcar. Prontamente, Coco apontou a varinha para o açucareiro no balcão. A leve energia lilás fez o açúcar levitar em uma pequena nuvem de algodão doce, que flutuou sozinha até a mesa e “choveu” sobre a xícara quente até desaparecer. Kevin achava mais fácil deixar o açúcar na mesa, mas o cliente pareceu gostar, e a expressão satisfeita de Coco era adorável. Ele que não a repreenderia.

— Então, falou com a sua prima?

— Falei! Ela disse que vem aqui essa semana para a gente conversar, estou superanimada. Faz tanto tempo que não a vejo.

— Já vi que você vai se distrair. – Kevin se inclinou no balcão com um sorriso brincalhão e Coco estirou-lhe a língua fingindo irritação.

— Eu posso muito bem falar de negócios e de coisas pessoais ao mesmo tempo.

— Tá. Eu já ouvi isso antes.

— O quê, vai querer vigiar a conversa para garantir que os temas importantes não sejam esquecidos?

— Ah, não, de forma alguma! De forma alguma.

Coco ergueu a sobrancelha, curiosa. Os cabelos rosa estavam presos em um rabo, mas sem muito cuidado, deixando alguns fios soltos emoldurando-lhe o rosto.

— Não entendi, por que tão enfático?

— Não é nada… – Kevin murmurou em um tom despretensioso, um pouco mais agudo que o comum. Viu que não a convencera. – É besteira. Não gosto da realeza, pronto, é isso.

— Estranho. Por quê?

— Não vou com a cara deles – respondeu, dando de ombros. Não tinha muita importância. – Acho que a maioria deles é extremamente aproveitadora e esnobe, mas, assim, nenhum motivo muito concreto contra eles. Sei que sua prima ainda não é uma princesa, mas já me dá calafrio pensar em falar com ela.

— Então você é o quê, alérgico à Família Real? – riu, descrente.

— Não, apenas tenho zero paciência para eles.

— Ah, mas você é assim com qualquer um!

— Então com eles é paciência negativa.

— Muito estranho…

— Eu não os odeio, sabe? Sei que tem coisas piores do que ter de aturar um deles. Tipo… – devaneou, com a voz sonolenta. Ainda não se acostumara ao horário de funcionamento da doceria. Coco parecia disposta a trabalhar ao primeiro sinal do dia. Será que ela sequer dormia? – Olha, na verdade, eu não consigo pesar em nada pior agora, mas eu sei que deve existir.

— Você está se ouvindo? – Coco perguntou, ainda com aquele sorriso divertido. O cliente pagou pelo café e se retirou da loja, parecendo bastante satisfeito e com a promessa de retornar.

Kevin balançou a cabeça, interrompendo suas divagações. Falava muita besteira quando estava com sono. Ficava ainda mais sincero que o comum, soltando sem filtro algum qualquer coisa que passasse pela mente.

— Eu nem entendo a nossa realeza, tipo, quantos reis e rainhas a gente tem? Tem a aquela princesa do espinho da rosa e o príncipe com quem ela casou, tem a Branca de Neve, o marido dela que eu esqueci o nome, o noivo da sua prima é um príncipe, mas é filho de quem?! – Coco nem tentou ajudar Kevin com suas dúvidas. Ninguém ali tentava explicar nada sobre o assunto, simplesmente era assim. Ela pegou alguns de seus biscoitos decorados, oferecendo para Kevin, que recusou. – Mas eu aceitaria um café daqueles, se puder. Sem açúcar.

— Você é uma pessoa muito estranha, senhor Forasteiro. – Coco semicerrou os olhos, fazendo-se de desconfiada. Preparou dois cafés. Um normal e sem açúcar, o outro com um gatinho feito de creme batido em cima. Empurrou o café normal para Kevin. – Aqui seu café triste e sem graça.

— Triste e sem graça, exatamente como eu gosto. Obrigado.

Apesar das bebidas esperando por eles, não foram para uma mesa. Kevin continuava apoiando os cotovelos no balcão, mexendo no cabelo em uma tentativa de despertar para o dia. Coco sentava-se sobre o balcão, com as pernas balançando no ar. Ela bebeu imediatamente, apesar de não parecer precisar do café.

Enquanto Kevin ainda observava o vapor desprender-se preguiçosamente da xícara, esperando um mínimo de energia para sequer se convencer a beber, Coco notou algo terrível através das vitrines, algo que a fez sentir vertigem apenas por olhar. Algo que jamais esperaria ver parado na frente da sua loja, prestes a entrar.

Uma criança.

— Olha, é um recorde. Dois clientes em menos de uma hora… – Kevin comentou ao ouvir a sineta da porta, levantando o rosto para o espaço vazio onde sua chefe estava há alguns instantes. Sabendo que “desaparecer” sem aviso era um hábito de Coco, Kevin quase relevou e estava para voltar sua atenção ao trabalho, quando percebeu que ela havia apenas pulado para o chão, escondendo-se atrás do balcão. – Mas o que…

Ela tocou o dedo nos lábios em um gesto de silêncio, sinalizando alguma coisa que ele não compreendeu. Apenas entendeu que ela não queria ser descoberta pela recém-chegada.

— Kevin! – Letice cumprimentou, animada, sendo seguida por Pâmela.

— Bom dia. Eu disse que a gente vinha hoje.

Kevin sentiu o olhar acusador de Coco sobre si, mas não entendeu o que tinha feito de errado. Coco não gostava de Pâmela e Letice? Ele não deveria tê-las chamado para a loja? Mas não é disso que lojas precisam, de clientes e propaganda?

— Olha, Pam, como esses são bonitinhos! – Letice apontou para os doces já preparados no mostruário, afastando-se para ver tudo o que era exibido pela doceria.

— Sua chefe deixou você sozinho aqui? E ainda não aconteceu nenhum incêndio? – Pam provocou.

— Hã… É, eu acho… que não sei onde ela está. – Geralmente, Kevin era um bom mentiroso, mas não quando estava morrendo de sono e desconhecia o propósito da mentira. Coco deu um chute leve em sua perna, atraindo sua atenção, e apontou para o teto. Kevin virou-se novamente para Pam. – Acho que ela está lá em cima. Não podemos subir lá, nem mesmo para chamá-la.

— Hm, que misterioso. – Pam respondeu, com um sorriso cético.

Pâmela também era uma Forasteira como ele, ou seja, perfeitamente humana, vinda de uma daquelas miseráveis terras sem magia.

Ah, desculpe, eu esqueço que você vem de uma dessas terras… Pâmela vinha de uma daquelas terras desfavorecidas pelos mistérios do universo. É, acho que ficou melhor assim…

Mas às vezes Kevin se perguntava se ela não tinha ao menos o poder de farejar mentiras. Ou talvez, Kevin fosse incapaz de mentir para ela. Kevin continuou a encarando, perguntando-se pela primeira vez quantas mentiras natimortas Pam permitiu que contasse, apenas para provocá-lo com perguntas depois e vê-lo tentar se justificar. Era tão irritante.

— Então… – Ela falou, percebendo o silêncio estender-se por tempo demais.

— Ah, sim! Vocês precisam… – Ele olhou ao redor, procurando o cardápio, mas não o encontrou em lugar algum.

Percebeu, pelo canto de olho, que o cardápio estava nas mãos de Coco, e ela não parecia interessada em entregá-lo. Fez um gesto enérgico como se quisesse que ele as expulsasse. Kevin não faria isso! Franziu a testa e abriu as mãos em um olhar questionador. Se Pâmela não tivesse percebido antes que Coco estava escondida ali, com certeza teria percebido agora. Mas perceber não era entender, e ela apenas assistiu a conversa silenciosa deles com uma expressão confusa no rosto.

Então Kevin, com um semblante levemente contrariado, voltou-se para Pam e, com uma dedicação incomum em seus empregos anteriores, recitou quase todos os itens do cardápio de memória.

Coco fez uma careta, e ele prontamente devolveu.

— A gente está atrapalhando vocês em algo?… – Pam perguntou.

— Não mesmo. “Vocês”, que “vocês”? Só tem eu aqui. É só fazer o pedido. Deixa eu dizer as opções para a Letice…

Kevin não deu dois passos antes que Coco agarrasse seu tornozelo e, mesmo tentando se segurar no balcão, caiu no chão. Ela aproximou o rosto do dele, sussurrando.

— O que está fazendo?

— O que você está fazendo?!

— Eu não quero a criaturinha na minha doceria, vai lá e tira ela daqui!

— O quê?

— Aquela pessoinha.

— Letice? – Kevin procurou sinais no rosto de Coco que insinuassem alguma brincadeira, mas ela parecia séria. – Não entendi. Espera, você não gosta de crianças, é isso? Você, que é toda… assim? – perguntou, com um gesto vago indicando o conjunto da aparência e personalidade dela. Conseguia imaginá-la passando tardes inteiras com crianças sem esforço.

— Não é que eu não goste delas! Que pessoa horrível não gostaria de crianças? Eu não gosto de estar perto delas, eu tenho trauma. Tira ela daqui, por favor.

— Trauma?

— Você também teria se tivesse crescido em uma casa de doces que duas vezes por semana era invadida por crianças perdidas!

— Ah, então é verdade? – Pâmela interrompeu, inclinando-se sobre o balcão para espreitar a discussão, com um olhar cúmplice. E um pouco de curiosidade. Afinal, era uma terra de magia, mas fofocas são igualmente interessantes. – Você é filha daquela bruxa, não é?

Coco revirou os olhos, já pressentindo o rumo da conversa.

— Seja lá o que ouviu, não foi a história real. Ela não atacou as crianças.

— Claro, claro… Mas me diz, você é uma bruxa como ela também, não é? Ou só usa magia com a varinha?

Kevin estranhou a pergunta, pensou ouvir algo além da mera curiosidade no tom de Pam.

— Não é a melhor hora para essa conversa começar! Com licença, me deixa levantar. – Kevin segurou Coco pelos ombros e a empurrou de cima dele. – Letice, vem aqui.

— Kevin! – Coco reclamou.

Era a primeira vez que ele era repreendido por fazer seu trabalho. Encostou-se no balcão, cruzando os braços.

— Você realmente quer impedir todas as crianças de entrarem aqui?

— Sim, é isso, que bom que entendeu!

— Ok. Leti, vem cá. – Kevin chamou, ignorando a resposta de Coco. – Você vai ver como ela é adorável.

— Nessa idade eles não são.

— Vocês perceberam que, nesse tempo, a gente já poderia ter pedido e ido embora? – brincou Pam. – Se é uma hora ruim, podemos voltar outro dia.

— Ou você pode voltar sozinha, você parece legal.

— Coco, você não pode mesmo achar que conseguirá impedir crianças de entrarem em uma doceria cheia de produtos fofinhos.

— Tudo bem, então preciso colocar um aviso na porta. Proibido entrar: sem camisa, com animais, sem dinheiro… – E continuou listando as proibições, incluindo algo que Kevin não reconheceu, mas tinha certeza que era um nome de pessoa. – …e com crianças. É um trauma, vocês têm que respeitar.

— Sim, porque você com certeza foi a maior prejudicada nos escândalos da sua mãe.

— Ela não tentou matar as crianças! – Coco defendeu a mãe. – Mas crianças são extremamente irritantes, elas acham que podem entrar em qualquer lugar e fazer o que quiserem. Tentam pegar em tudo, desmontar tudo, comer o sofá da sala…

A frase ficou no ar. O olhar de Coco estava perdido em alguma lembrança e um calafrio percorreu sua coluna só de se imaginar novamente diante de uma daquelas pequenas…

— Seu cabelo é lindo! – Coco saltou com o susto, sem perceber a aproximação de Letice, em um reflexo quase felino. Letice a observava com olhos bem abertos, um brilho de curiosidade pairando sobre ela. – Parece chiclete, posso tocar?

— Não!

Coco recuou até bater as costas contra o balcão, e subiu nele como se no chão tivesse uma criatura extremamente perigosa. Enquanto isso, Letice a encarava surpresa, segurando nas mãos um boneco de pelúcia com um chapéu bem maior que sua cabeça. Então Letice riu, sem perceber que Coco estava se afastando dela.

— Você é engraçada!

Coco voltou um olhar lívido para Kevin, sussurrando com atonicidade.

— Ela… Ela se diverte com o medo…

— E quem não? – Pam falou. – Mas não se preocupe, ela sabe que só pode aterrorizar bruxas inocentes aos sábados.

Coco virou-se para Kevin, visivelmente perdida.

— Do que ela está falando? Eu não sei se ela está brincando.

Kevin suspirou pesadamente. Pam e Letice eram do País das Maravilhas, às vezes ele também não entendia o que diziam. Então ignorou e voltou ao assunto importante: como fazer aquela doceria dar dinheiro.

— Coco, você não pode querer proibir crianças aqui, elas com certeza serão a maior renda que você vai ter. Eu sei que tem muitos ingredientes excêntricos e muito trabalho por trás das suas receitas, mas… bom, elas são meio caras. São ótimas receitas e doces bonitos, mas adultos não vão ligar para isso.

— Adultos não ligam para ótimas receitas e doces bonitos? – Letice questionou, estreitando os olhos com desconfiança, e até Coco virou para Kevin como se apoiasse a pergunta da criança. O que poderia ser mais importante do que isso?

— Até ligam, mas nem sempre basta. E precisamos de clientes! Coco, presta atenção em mim: você precisa de clientes! Você precisa de clientes para poder me pagar…

— Por que você sempre faz a conversa ser sobre você?!

— Você precisa me pagar para eu poder te pagar e pagar outras coisas também, pelo amor de Deus, meu aluguel tá atrasado e meu locador é o Barba Azul!

— Leti, só escolhe qualquer coisa para a gente sair logo daqui – Pam sussurrou, mas em um tom propositalmente audível. Depois piscou para os dois funcionários lembrando-os de que não estavam sozinhos. – Gente, não levem a mal, eu acho que discussões são puro entretenimento e adoro, mas vocês fazem isso o tempo todo perto de outros clientes?

Que outros clientes? Esse é justamente o problema! – Kevin argumentou. Ele jogou as mãos pro alto, tentando recuperar sua apatia de sempre. – Coco, dá pra descer do balcão?

— Mas ela ainda está…

Kevin levantou Letice e a colocou no balcão, na frente de Coco, que se retesou, mas não recuou, ou cairia da beirada.

— Relaxa, ela não vai morder você.

— Nessa idade eles mordem!

— Ela tem oito anos – falou Pâmela.

— Não confio até eles terem doze, no mínimo…

Antes que Coco apresentasse todos os seus argumentos, Letice interrompeu, apontando para um mostruário:

— É você que faz tudo isso?

Coco olhou para um lado, depois para o outro, e percebeu que não ia sair daquela situação.

— Sim – falou rápido, como se isso encerrasse todo o momento.

— É lindo! – Letice se aproximou dos doces, afastando-se de Coco, que respirou aliviada. – Como faz pra ficarem no formato dos bichinhos?

— Eu, ahn… Bem… – pigarreou, tentando focar nos doces e não na criança, que estava tão perto, muito perto, com aquelas mãozinhas curiosas que mexem em tudo. Mas Letice só ficou olhando, então Coco arriscou descer do balcão. – São feitiços, é claro. Eles precisam se mover pra facilitar meu trabalho.

— Eles se mexem?! Eu posso ver?

Ok, curiosidade sobre seu trabalho era um grande ponto fraco! Levou exatos 3 segundos para que toda a agitação que Coco sentia se dissipasse, e ela se abaixou pra falar no mesmo nível que Letice.

— Os daqui não mexem mais, mas se quiser ver…!

— Não vai levar crianças para a cozinha, é perigoso.

— Agora você que quer proibir crianças? – Coco cruzou os braços. – Não tem problema, eu trago, esperem aqui!

Ela correu, desaparecendo na porta da cozinha.

— Ela muda de opinião rápido, né?

— Nem me fale…

— Ela é legal! – Letice defendeu. – Meus amigos estavam falando coisas ruins daqui, só por causa do gato morto no balcão.

— O gato está vivo.

— Tem certeza?

— … – Kevin encarou Baunilha, que mesmo com a confusão toda em cima do balcão, ainda dormia calmamente. – Não. Não tenho certeza, não.

— Criança, vem ver! – Coco voltou com uma bandeja de seus doces mágicos recém-saídos do forno, e a menina foi direto de encontro à mesa dela.

Kevin e Pâmela observavam de longe enquanto Coco explicava como funcionavam os feitiços dos doces e Letice brincava com eles, maravilhada. Pam também parecia curiosa, mas não se aproximou, e não falou nada até Coco terminar suas explicações, ouvindo atentamente.

— Trabalhar aqui parece ser divertido.

— Até é. Mas os clientes são tão irritantes, credo – respondeu Kevin, fazendo uma careta.

— Você nunca foi bom com clientes mesmo, eu lembro de quando trabalhava na chapelaria…

— Não me lembra desse lugar, tenho traumas até hoje.

— Ei, não é tão ruim!

— Os clientes daqui não são tão… loucos. Mas se eles vêm procurando pela Coco, especificamente, já dá pra saber que coisa boa não querem.

Pam segurou o riso.

— O que foi?

— Eu vim procurar a Coco, especificamente.

— Então… Isso prova o que eu disse, você nunca está atrás de coisa boa – brincou.

— Culpada. Mas me diz… Ela realmente só vende doces?

— Sim, ela não gosta de receitas salgadas.

— Você está com a cabeça no lugar, Kev? – zombou. – Perguntei se ela faz poções. Feitiços, rituais, esse tipo de coisa.

— Eu… não sei. Que conversa estranha, o que você quer?

Pam hesitou, mas quando pareceu que iria falar, Coco cortou.

— Gente, vejam isso: confeiteira mirim! – Letice estava se divertindo com os docinhos animados, usando uma touquinha no cabelo e um avental infantil que Kevin não fazia ideia de onde surgiu. – Não é a coisa mais fofa?

— O trauma passou?

— Também não precisamos nos apressar. Dessa criança aqui eu gostei, as outras ainda estão em análise.

— Eu posso aprender a fazer, um dia? – Letice perguntou.

— Bom… É realmente meio complicado se você não for uma bruxa. Mas quando você for um pouco mais velha, pode ser minha ajudante, que tal?

Nesse momento, novos clientes entraram, para a surpresa de Coco e Kevin, que já tinham esquecido que ainda estavam em horário comercial. Dessa vez eram um grupo, e eles foram prontamente atendê-los. A conversa que estavam tendo ficou esquecida, mas logo voltaria a ser escrita nas páginas que agora compartilhavam uma mesma história.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Espero que tenham gostado ♥



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