Invisible Play - Level Up escrita por Douglastks52


Capítulo 8
Dia e Noite


Notas iniciais do capítulo

E estamos de volta ao quotidiano mais normal da vida de Kurokawa. Boa leitura!



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Kurokawa abriu os seus olhos e percebeu que o sol já tinha nascido. Ele levantou-se com algumas dores no seu corpo e observou a paisagem à sua volta. Por estar no topo da montanha, ele conseguia ver todo o caminho que com bastante dificuldades ultrapassou para chegar naquele lugar. As planícies ao seu redor e a própria montanha eram banhadas pela luz do sol. E mesmo ele, que não se importava com esse tipo de coisas, sentia uma estranha e quente felicidade. 

Kurokawa se preparou para começar a descer a montanha enquanto recordava dos eventos da noite anterior: 

—Eu estava tão próximo da morte que alucinei sobre uma espada falante... 

—Mano, esse moleque realmente demora para aceitar as coisas. -Disse uma voz. 

—Eu acho que já está na hora de reconhecer a nossa existência. -Comentou outra. 

Ele parou durante alguns segundos enquanto encarava a espada ao seu lado. Um dos lados de sua lâmina curvada era negro como a noite e o outro branco como o primeiro raio de luz da manhã: 

—Isso não faz sentido nenhum... -Respondeu ele ainda perplexo. 

—Sim, realmente não faz sentido haver uma espada falante do lado de um monstro de pedra gigantesco que você lutou contra usando garras feitas de magia. Já percebi que você é um pouco burro. 

—Ele é um pouco lento, mas você não deveria ofendê-lo dessa forma, Yami. 

Kurokawa sentou-se novamente e segurou a espada nas suas mãos: 

—Então eu não estava alucinando... 

—Não! Quanto tempo você vai demorar para entender isso? Meu deus... 

—Tudo bem então. -Respondeu ele guardando a espada em seu inventário e começando a descer a montanha. 

—Calma, você acabou de passar de um extremo para o outro...Você não vai questionar mais nada? Tipo porque falamos? Ou algo do gênero? 

—Não tenho interesse em saber, vocês são uma espada bem forte e isso é tudo o que importa. 

—Esse moleque está me irritando, Hikari... 

—Calma, calma, é difícil achar uma pessoa compatível e ele não parece ser uma má pessoa. 

Conforme descia a montanha, os monstros continuavam aparecendo em seu caminho, mas com sua nova arma e níveis, Kurokawa não tinha problemas nenhum em desfazê-los: 

—Eu devia ir falar com aqueles caras de novo... -Pensou ele. 

A descida foi muito mais rápida do que a subida e ele rapidamente estava de volta naquela floresta. Por algum motivo, as armadilhas já haviam sido rearmadas e ele teve o trabalho de evitá-las mais uma vez. Se aproximando da cabana no centro da floresta, aquele homem abriu a porta da casa e recebeu-o: 

—Oh, você está vivo, pirralho. -Disse Lum. 

—Vocês deviam fazer alguma coisa em relação às armadilhas. -Respondeu Kurokawa. 

—Nós não vamos desativá-las, elas estão ali por algum motivo, não queremos ser incomodados. 

—Não, tipo, façam armadilhas melhores, a primeira vez que eu vim aqui, elas até foram uma surpresa, mas agora elas são apenas repetitivas, ou pelo menos mudem elas de posição. 

—Você é um pirralho ousado, pelo menos isso eu tenho que admitir. Mas o que você quer? 

—Vim aqui a negócios obviamente.  

—Entre então. -Afirmou Lum voltando para dentro da casa, acendendo a luz e deixando a porta aberta. -Rum, acorde, temos clientes. 

Rum imediatamente levantou-se de sua cama, limpou seu rosto, sorriu, percebeu que o cliente era Kurokawa e parou de sorrir: 

—Você ainda não morreu? 

—Ainda não. -Respondeu Kurokawa entrando e sentando-se. -Bom, eu derrotei o chefe da montanha e encontrei essa espada, queria saber quanto ela vale. 

—Seu maldito, você está pretendendo nos vender? -Gritou uma das vozes. 

Kurokawa ignorou aquela voz e mostrou a espada para Lum: 

—É uma espada falante então eu imagino que seja bastante valiosa. -Acrescentou Kurokawa. 

—Uma espada falante? Pare de alucinar, criança. -Interferiu Rum. -As únicas espadas falantes que existem...são...as criações... 

Os dois vendedores de informações olharam-se surpresos e permaneceram calados durante alguns segundos: 

—Ei, ei, não tentem me enganar! -Retrucou Kurokawa. -Me digam quanto isso vale! 

—Puta que pariu...é realmente uma criação divina... -Comentou Rum. 

—E o que uma criação divina é? -Perguntou Kurokawa. 

—Basicamente, muitos anos atrás, um ferreiro bastante talentoso chamado Shikimori criou sete espadas e fundiu-as com almas de pessoas. -Explicou Lum. -Essas sete espadas são chamadas de criações divinas. Cada uma delas é capaz de manipular um atributo. Julgando pela cor e formato dessa, ela deve ser Eclipse, a espada que manipula luz e sombras. Você tem uma sorte muito grande pirralho.  

—Estou começando a gostar de você! -Gargalhou Rum. -Você fez muito bem em nos vender essa espada! 

—Ei, eu não disse que ia vender a espada, eu só perguntei quanto ela valia. 

—Pirralho, essas espadas são especiais em muitos aspectos então não é como se fosse você capaz de usar uma delas de qualquer forma. 

—Eu consigo. -Respondeu Kurokawa segurando a espada e a balançado normalmente. -Viram? 

—Como...um pirralho aleatório como você consegue usar uma criação divina? -Perguntou Rum perplexo.  

—Não sei, mas eu consigo. Mas me digam, quanto ela vale? 

—Isso é um pouco difícil de calcular, o preço varia de acordo com a força do atributo que a espada manipula e com a facilidade que alguém pode usar a espada. -Respondeu Lum. -Mas eu diria que no mínimo trezentos mil IC. 

—Interessante, bom vocês não vão me cobrar por essa informação? 

—Não, até porque vamos lucrar quando vendermos a informação de que a Eclipse foi achada e quem é o seu portador. -Respondeu Rum. 

—Uau, vocês realmente não se importam com nada a não ser dinheiro. 

—Você acha que somos vendedores de informação porque essa é a profissão dos nossos sonhos, pirralho? -Perguntou Lum. -Bom, mais alguma coisa? 

—Sim, eu conheço um jogador chamado Marwolaeth, ele parece bem forte, eu queria saber se vocês têm alguma informação sobre ele. 

—Sim, mas primeiro, me diga especificamente que tipo de informação você quer para eu poder te dizer o preço. 

Kurokawa pensou durante alguns segundos: 

—Eu quero saber o nível dele, que tipo de armas e habilidades ele usa e onde eu posso encontrá-lo. 

Rum fez alguns cálculos e esticou sua mão: 

—Mil IC. 

Kurokawa abriu seu inventário e entregou o dinheiro: 

—No último registro que temos, Marwolaeth é nível 64, ela usa vários tipos de armas: espadas, machados, martelos e sabres. Ela é bem versátil então tenho quase certeza que ela seria capaz de manejar qualquer arma de curto alcance. Apesar de ter uma preferência por machados. As suas habilidades conhecidas dividem-se em dois tipos: ofensivas e aprimoramentos. Ela pode aumentar momentaneamente sua velocidade, agilidade e força. E suas habilidades ofensivas dependem da arma que ela está usando, mas normalmente são cortes que estendem o alcance dos seus ataques, ondas de vento e uma habilidade capaz de desarmar pessoas. Isso não é certeza, mas há um relato de uma vez que ela conseguiu dar um segundo pulo no ar. -Explicou Lum. -E você tem sorte, haverá um torneio de batalhas na próxima semana em Euler e fontes confiáveis disseram que ela vai participar. 

Kurokawa usou todos os neurônios que possuía para prestar atenção naquela longa explicação. Percebendo que aquilo tinha finalmente acabado, ele levantou-se, guardou Eclipse e começou a caminhar em direção a casa. Lizzy estava sentada na sala com a televisão ligada e um livro em mãos. Ela, percebendo que Kurokawa tinha regressado, encarou-o com uma expressão irritada: 

—Você podia pelo menos dizer alguma coisa...Você podia ter morrido que eu nunca ia descobrir... 

—Eu não morri e nem pretendo morrer. 

—Tem almoço na cozinha. -Suspirou ela. -Calma, hoje é segunda, você não tem escola? 

A expressão de Kurokawa rapidamente mudou. Ele saiu pela porta que tinha entrado segundos atrás e começou a correr em direção à escola: 

—Merda...eu esqueci completamente da escola...eu estou muito próximo do limite de faltas... 

Devido às suas habilidades inumanas, ele conseguiu chegar à escola dentro de alguns minutos. Ele atravessou o portão de entrada e chegou na sua sala enquanto arfava intensamente. A professora encarou-o decepcionada enquanto ele caminhava silenciosamente até o seu lugar. Uma hora mais tarde, o sino soou e Kurokawa tentou sair sem ser visto: 

—Kurokawa...fique onde está... 

Ele suspirou e começou a caminhar na direção da professora: 

—Sim, professora... 

—Você sabe que está próximo do limite de faltas... -Reclamou ela. -E tentar fugir depois de ter faltado à praticamente todas as aulas hoje só faz a situação pior. 

—Eu não estava me sentindo bem de manhã então... 

—Não minta para mim, Kurokawa. Vamos fazer assim, temos um novo aluno novo na turma então eu acho que seria bom para você e para ele, se você mostrasse a escola para ele amanhã. 

—An? Porque eu? 

—Porque você também não tem amigos e eu sei que você tem bastante tempo livre. 

—Professora, eu adoraria fazer isso, mas amanhã eu vou estar realmente... 

—Se você fizer isso, eu posso esquecer as aulas que você faltou hoje. 

Kurokawa encarou-a percebendo que tinha as suas mãos atadas: 

—Tudo bem... 

Ele caminhou para fora da sala com uma expressão irritada em seu rosto: 

—Isso é chantagem...deve haver alguma forma de denunciá-la para a polícia... 


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Notas finais do capítulo

Finalmente, chegou a hora da batalha épica entre Kurokawa e seu maior inimigo: Interação social!