Invisible Play - Level Up escrita por Douglastks52


Capítulo 5
Progressos


Notas iniciais do capítulo

Kurokawa foi o protagonista da história durante o capítulo anterior inteiro? Isso já é demais, esse capítulo é metade dele e o próximo ele nem aparece! Boa leitura!



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Kurokawa tentava respirar fundo e focar-se, mas sua visão estava turva demais e o seu limite já havia sido ultrapassado há muito tempo. Sua vida estava em menos de 25 porcento e sua mana já tinha acabado há um bom tempo: 

—Eu...só preciso...arremessar ele mais umas duas vezes... -Pensava ele tentando concentrar-se. 

O monstro estava visualmente danificado com partes das rochas que compunham o seu corpo destruídas, mas nenhum dos dois desistia. A criatura avançou na direção de Kurokawa e ele, já acostumado com isso tudo preparou para esquivar-se. Mas suas pernas não se moveram. O tempo movia em câmera lenta na mente de Kurokawa, ele via a besta aproximar-se, mas seu corpo não respondia: 

—Agora não...só mais um pouco...vamos lá...por favor... 

Sua consciência tinha se desconectado do seu corpo devido às quantidades insanas de dano que ele havia suportado. Com a criatura ainda mais próxima do que antes, ele, num momento de desespero, mordeu sua própria língua. A dor espalhou-se pelo seu corpo inteiro e foi isso que ele precisava para recuperar momentaneamente o controle de seu corpo: 

—Não tenho mais forças para jogá-lo...preciso de outra solução... -Pensou ele esquivando-se do ataque. 

Apesar do seu corpo estar à beira do colapso, sua mente permanecia calma, era como se ele tivesse nascido para momentos como esse. Seus olhos viram um pedaço de pedra que haviam caído do monstro devido aos seus incontáveis ataques e ele rapidamente teve uma ideia. Kurokawa agarrou a pedra, pôs alguma distância entre ele e seu oponente, e disparou a correr com as últimas forças que tinha. 

O monstro tentou acertá-lo, mas ele era rápido demais. Com todo o impulso que havia adquirido, ele atravessou a cabeça daquele ser com um pedaço do seu próprio corpo. O amontoado de rochas rapidamente desmanchou-se e estas desfizeram-se em pequenas partículas brilhantes: 

—Deu certo... -Pensou ele deixando seu corpo cansado atingir o solo. -Mas eu preciso de uma arma nova... 

Ele absorveu a experiência do monstro e subiu cinco níveis de imediato: 

—Eu precisava de alguma coisa que fosse capaz de cortar esses monstros... -Pensava Kurokawa ignorando seus níveis novos. -Alguma coisa mais afiada e resistente... 

Um aviso surgiu à sua frente: 

—Nova habilidade adquirida – Garras da Besta. 

Apesar de sua vida continuar perigosamente baixa, sua mana havia sido restaurada como consequência de ter passado de nível. Sem nunca ter usado uma habilidade antes, mas já tendo visto outras pessoas fazerem-no, Kurokawa estendeu uma de suas mãos e disse: 

—Garras da Besta. 

Cinco garras negras curvadas formaram-se, sua base era logo atrás de seu pulso e elas estendiam-se por cima de seus dedos. Kurokawa sorriu imaginando as possibilidades que isso trazia, mas sua consciência dissipou-se devido ao cansaço e ele dormiu ali mesmo. Várias horas mais tarde, ele abriu seus olhos e viu que grande parte das feridas de seu corpo haviam sido curadas. 

Kurokawa abriu o seu inventário, tirou os sacos de caramelos que tinha lá guardado e concentrou-se em curar as restantes feridas no seu corpo. Com a sua fome saciada e o seu corpo em boas condições, sua aventura foi retomada. Ele levantou-se e começou a correr em direção ao pico da montanha. Seus instintos, mais afiados do que antes, fizeram-lhe sentir que algo estava próximo e por isso ele abrandou seu passo. Uma criatura começou a formar-se não muito longe de sua posição. 

Ele sorriu: 

—Garras da Besta. 

Ele disparou na direção da criatura e atacou-a com suas garras. Elas rasparam contra a pele do monstro e, apesar de danificá-la, foram destruídas. Kurokawa franziu sua testa enquanto recuava: 

—Não são afiadas o suficiente...Garras da Besta! 

A criatura tentou acertá-lo, mas sua velocidade estava ainda maior do que antes, desviar disso era brincadeira de criança. Kurokawa desferiu mais dois ataques com suas garras e as viu quebrar mais uma vez: 

—Garras da besta! -Gritou ele sem dar pausas a seu ataque. 

Aquilo logo tornou-se em um massacre unilateral, Kurokawa reativava o feitiço no momento em que suas garras eram destruídas e o dano no corpo da criatura rapidamente começou a acumular. Alguns minutos mais tarde, Kurokawa encontrava-se em pé olhando para um monte de rochas quebradas. Sua cabeça parecia pesada, provavelmente uma consequência de usar sua mana tão descuidadamente. Mas ele ainda não estava satisfeito. 

Enquanto isso, algumas horas mais cedo, Lizzy abria seus olhos no sofá da casa de Kurokawa. Ela rapidamente percebeu que estava sozinha em casa e decidiu preparar algo rápido para comer. Lizzy preocupava-se com Kurokawa, mas ela também entendia que não possuía o direito de interferir na sua vida. Por outro lado, ela também tinha coisas para fazer. Lizzy trancou a casa e caminhou para fora, mas rapidamente percebeu que algo estava errado: 

—Se você não se mostrar em cinco segundos, eu vou te atacar! -Gritou ela percebendo que havia alguém nas redondezas. 

Aquela figura conhecida aproximou-se com um sorriso desajeitado em seu rosto: 

—Ei...não era a minha intenção...ser agressivo... -Disse Sasesu um pouco constrangido. -Ah...por acaso, o Kurokawa está em casa? 

Lizzy abaixou suas adagas, ela não entendia porque Sasesu estava ali, mas de certeza suas intenções não eram malignas: 

—Não, ele saiu sem dizer nada.  

—Entendo...ah...para onde você está indo mesmo? 

—Fazer uma missão. -Respondeu Lizzy ainda ser entender o propósito daquela conversa. 

—Olha que coincidência, eu também, onde é a tua missão? 

—Em Euler. 

—Realmente, que coincidência, a minha missão também fica perto de Euler. 

Os dois permaneceram em silêncio por alguns segundos e Sasesu decidiu finalmente dizer o que tinha em sua mente: 

—Podemos ir juntos, claro, se você quiser. 

Lizzy sorriu um pouco sem jeito: 

—Sim, eu não me importo... 

—Você vai direto para Euler? 

—Não, isso demoraria muito. -Respondeu Lizzy. -Eu vou para a Vila e de lá vou pegar o teletransporte para Euler. 

—Sim, isso é uma boa ideia, bom, vamos então?  

Os dois começaram a correr em direção à Vila enquanto conversavam sobre os temas mais banais. Apesar de não terem muitas interações antes desta, a conversa e atmosfera parecia ser agradável e interessante para ambos. Eles chegaram à Vila alguns minutos mais tarde e dirigiram-se para o ponto de teletransporte. 

Ao chegarem em Euler, a atmosfera mudou, o sol parecia mais frio e nuvens pairavam no céu: 

—Já faz algum tempo que não vinha aqui. -Comentou Sasesu. 

—Eu vou a biblioteca no centro da cidade, tenho que procurar por algumas informações, e você? -Perguntou Lizzy. 

—Eu posso te ajudar, minha missão não é tão importante assim... -Respondeu Sasesu desviando o olhar. 

—Muito obrigada. 

Os próprios habitantes da cidade, tanto NPCs quanto jogadores, pareciam diferentes, algo difícil de explicar com palavras, mas facilmente entendido ao observar-se. A forma como as pessoas vestiam-se, agiam, falavam e andavam era diferente. Tudo era dotado de uma certa elegância e formalidade que não se via em muitos lugares. A própria cidade era marcada por essas características. Aquele era o lugar onde as pessoas iam para buscar respostas para as perguntas mais ousadas. 

Sasesu e Lizzy entraram na biblioteca, cheia como sempre, e dirigiram-se até alguém que pudesse ajudá-los: 

—Olá, eu estou à procura de um livro sobre as Bestas Lendárias. -Disse Lizzy. 

—Secção 3, terceira estante a contar da direita para esquerda, procure por livros que pertençam às Crônicas de Richard Miles. 

—Obrigado. -Respondeu Lizzy retirando-se. 

—Eu acabei de lembrar o quanto eu não gostava dessa cidade... -Suspirou Sasesu. 

—Porque? 

—Você não sente? A forma como as pessoas aqui te encaram, é como se elas estivessem te menosprezando. Todos aqui pensam ser muito inteligentes e melhor que o resto do mundo. Eu não gosto disso. 

—Sim... -Concordou Lizzy. -As pessoas aqui costumam ser bastante frias, mas eu acho que isso é um direito delas, afinal de contas, Euler realmente é uma das cidades mais desenvolvidas deste continente. 

—Mesmo assim, eu não acho que ninguém possua o direito tratar os outros dessa forma. 

—Você é uma pessoa gentil, Sasesu. -Sorriu Lizzy. -Mas infelizmente nem todas as pessoas pensam assim. 

Sasesu sentiu seu coração bater mais rápido com aquele elogio: 

—Ah, achei um dos livros. -Disse Lizzy rapidamente tirando-o da prateleira. -Mas os outros não parecem estar aqui... 

—Você realmente acredita que as Bestas Lendárias existem? -Perguntou Sasesu. -Eu sei que há muitos relatos e informações sobre elas, mas não existe nenhuma prova concreta. 

—Minha mãe sempre me contou histórias sobre elas desde que eu era bem pequena e meu pai já disse que já as viu, então para mim, não é bem sobre elas existirem ou não, é sobre eu querer que elas existam. -Respondeu Lizzy procurando um lugar para se sentar e ler o livro. -E eu vou te dizer isso, porque acho que você é uma pessoa de confiança, mas eu tenho uma missão que as envolve... 

—O QUE? -Gritou Sasesu perdendo a compostura. 

Rapidamente o olhar das pessoas à sua volta viraram-se para ele: 

—Ah, desculpa... -Disse ele envergonhado. -Mas isso é verdade? Como você conseguiu essa missão? 

—No evento em Kepler! -Respondeu Lizzy igualmente animada. 

—Isso é incrível! E o que a missão te pede para fazer? 

—Esse é o problema...A missão me deu apenas uma chave e nenhum tipo de informação, eu vim para Euler na expectativa de encontrar algo aqui. 

—Você já tentou levar a chave para alguém analisar? 

—Ainda não, mas não posso levar a chave para outros jogadores analisaram, eu ganhei a missão quando toquei a chave então não acho que seja uma boa ideia deixar outros jogadores tocá-la. 

—Podemos tentar levá-la à alguns NPCs dessa cidade, talvez consigamos descobrir alguma coisa.  

—Essa é uma boa ideia, muito obrigado, Sasesu. 

—De nada... -Respondeu ele corando. 


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Notas finais do capítulo

Podem shippar Lizzy e Sasesu, eu deixo.