Almas Doloridas escrita por Gi47


Capítulo 3
Capitulo 03




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Já sendo 18:30, sim, o tempo passa rápido, quando, as pessoas conversam. Ele levantou-se do sofá, e foi até a janela, observando a noite, tão escura e bela, como a sua própria pele, negro, assim como a cor do luto que ele sentia, e sombrio, que representava o racismo, o bullying e a batalha que vêm enfrentando. Edward Barton, tomou uma decisão, afinal.

Ainda admirando a noite, ele decide contar a opinião dele:

— Eu gostei dessa ideia, eu adoraria muito participar disso. - Ed finalmente olha para a garota, e a vê, segurando as duas mãos na frente do corpo como se estivesse rezando, e também com o rosto molhado pelas lágrimas.

Ela havia ficado emocionada. E responde o garoto, ainda com voz embargada:

— Aí que bom em ouvir isso, que bom que você gostou- Emma se aproxima e deseja abraça-lo, mas ele a impede, dizendo:

— Eu concordei com isso, mas tenho uma dúvida, já não existe algo assim? - Edward fica mal por tê-la magoado, por ter recusado o abraço, e questiona cautelosamente, e a resposta dela, é tão eufórica e urgente, que ele fica espantado:

— Se já existe, ótimo, terá mais de uma ONG ajudando esse país, e o mundo, e se não existisse, maravilhoso, seremos os primeiros a tentar fazer algo pelos sofrimentos das pessoas, ajudando-as, não apenas nos estados unidos, mas no mundo. Edward Barton, podemos revolucionar o mundo com esse projeto.   

— Não exagere, é apenas uma ONG, e tem mais, você disse que isso poderia ajudar no nosso luto, mas e você? Você passou por um luto? - Os dois se calam por algum tempo, um olhando no rosto do outro, Emma Holmes ainda com lágrimas e Edward Barton preocupado, pensado que havia tocado na ferida da outra. Ele respira forte, e toma a decisão:

—  olha, se não quer me contar, tudo bem…- ele é interrompido por um murmúrio relativamente forte, de Emma, dizendo o nome da pessoa que tinha morrido:

— Elijah Holmes. -  ela fala melhor e mais claro, mas ainda assim, chorosa.

— O que? - Perguntou o outro confuso, sabia que tinha ouvido esse nome em algum lugar.... Então, ela havia perdido alguém afinal, e Edward queria saber mais sobre esse alguém que foi tão importante para ela

— Você estuda na Dalton High, há quanto tempo? - Perguntou Emma, tentando explicar-se para o amigo, e o mesmo responde:

— Desde do ensino fundamental- Ela assente com a cabeça, e continua explicando, já que ouviu a resposta, mais calma:

— E lembrava-se de várias homenagens feitas e vários cartazes distribuídos nas paredes, de alguns adolescentes?

— Sim, lembrou, foi há 6 não foi? Tinha nos cartazes uma tal de Charlotte Dalton, David Flint, Falon tweed e... Elijah Holmes. - Recorda dos nomes das pessoas que se foram, mas principalmente lembra-se do nome antes citado.

— Todos esses morreram, a velha história cliché de sempre, estavam na faculdade, num sábado à noite, foram a uma festa, quando voltaram para casa, não tinha táxi por perto, nem carona para leva-los, então, eles foram todos bêbados mesmo, até o David que estava dirigindo, enfim, houve um acidente, o carro derrapou, caíram em um rio... os quatro morreram. Todos os quatro...

— Elijah Holmes foi seu ... irmão? - Edward pergunta o obvio, já temendo pela reposta, que ele sabia ser a verdade.

— Eu tinha 15 anos quando meu irmão mais velho se foi, ele tinha apenas 19 anos... quando... apenas 19 anos de idade, quando.... – Emma Holmes, não conseguiu mais segurar as lágrimas, não conseguia mais controlar-se, chorava desesperadamente.

— Emma, eu...- Edward não disse mais absolutamente nada, apenas a abraçou, ele tinha recusado um abraço dela a minutos atrás e agora a estava abraçando tão fortemente, que ambos se desequilibraram.

Os dois então, ficaram ajoelhados, abraçando um ao outro, por muito tempo. Até que a Emma tomou uma iniciativa:

— Você realmente vai tentar criar uma ONG comigo para ajudar nos dois e o mundo, Edward Barton? - Perguntou ela para o moço que estava a sua frente. Temendo pela reposta, mas sabendo que ele faria de tudo para criar, construí e dirigir qualquer coisa para ajudar qualquer pessoa:

— Sim, é claro, Emma Holmes, conte comigo, para absolutamente tudo- levantou-se, mas ainda ficou observando-a

— Ótimo, está bem, graças a Deus- a loira se levanta, e vai até ele, e ele a agradece.

— Obrigada, Emma por ter-me ajudado durante o recreio essa manhã

— De nada, eu... eu vou indo, já está tarde, preciso ir... até amanhã, na escola?

— Sim, amanhã na escola- ele sorriu, observando-a sair pela rua a fora.

Elinor sai do escritório, finalmente, e ambos conversam:

— Está realmente pensado em construir essa ONG, não é, meu filho? - Perguntou a mãe dele, segurando os filhos pelo ombro, de frente para ele.

— Estava ouvido a conversa, sra. Elinor Barton? - Questionou o jovem, sorrindo de canto.

A mais velha retirou as mãos do ombro dele, e sentou-se no sofá, respondendo a pergunta:

— Ora, o escritório é pequeno, ambos os cômodos são perto um do outro, não pude evitar, mas não respondeu a pergunta.

— Sim, de fato, estou pensando em construir essa ONG, ou talvez apenas usar um lugar abandonado, reformá-lo e usá-lo, mesmo se Emma impedir que o namorado e os amigos dele me tratem mal, ainda quero fazer isso... por ela- sentando-se no sofá, sorrindo nostálgico.

— Por ela, não? - Sorriu a mãe, olhando completamente feliz para o filho.

— Não ouviu, eu dizer que ela tem um namorado, mãe? É apenas amizade, ela está me ajudando muito, quer participar dessa ONG por mim, ela perdeu o irmão e eu perdi o pai, vai ser bom para nós, ter uma ajuda para lidar com o luto melhor e só estou pensando nela puramente com amizade.

— Tudo bem, meu filho, eu sei que é só amizade, mas essa garota é mesmo um anjo- ela fica séria

— Sei muito bem disso, mãe, a Emma é a garota mais gentil, doce e pura que eu já conheci.

A mãe dele percebe o jeito que ele fala da melhor amiga, e sorri orgulhosa, mas ainda desconfia que ele sinta apenas amizade pela moça.

— É ótimo ela estar fazendo essa ONG por você- Elinor se emociona ao falar, no entanto está feliz, ao mesmo tempo.

— É maravilhoso mãe- o filho abraça mãe.

— Agora você deveria jantar, está tarde, e amanhã tem escola. - a mais velha vai até a cozinha, e começa a esquentar a comida

—  que horas são? - Pergunta Edward confuso.

— 19: 58, ficou conversando com sua amiga maravilhosa, tempo demais- senta em uma cadeira perto da mesa, já com todo a comida na mesa, apenas esperando o filho juntar-se a ela.

Ele senta, na frente da mãe, e responde o que a mais velha tenha dito, e ambos começam a jantar:

— Ela é ótima em conversa, mãe.

— Só na conversa, ou na beleza também? - Ela sorri, comendo tranquilamente e aproveitando aquele momento com o próprio filho

— Mãe, vamos jantar, sim? - Ele responde, mas está bem-humorado e gostando daquele momento também.

— Só estou comentando- ambos gargalham e jantam, felizes.

Enquanto a Família Barton janta tranquilamente, Emma Holmes acaba de chegar na própria casa, afobada e com pressa. Coloca a chave na mesa, e ascende a luz da sala, vendo sua mãe, sentada no sofá a esperando.

Uma loira de cabelos curtos brilhantes, com olhos castanhos, e muito bonita, levanta do sofá e abraça a filha mais nova, com lágrimas nos olhos, e fala ainda com a voz embargada: 

— Onde você estava? O que aconteceu? - Solta a filha do abraço, observando cada parte do corpo dela, para ver se estava realmente bem.

— Eu estou bem, eu estava na casa de um amigo, e eu sei que fiquei até muito tarde, me desculpa, não deu tempo de te avisar. - Disse ela pegando um copo na cozinha, pondo água e bebendo o liquido, enquanto ouvia a pergunta da mãe.

— Que amigo era esse? - Perguntou, Marjorie Holmes, desconfiada, cruzando os braços

— Edward Barton, ele chorava todos os dias no recreio, pois sofria e ainda sofre bullying, por ser negro e por ele ser pobre, do meu namorado e principalmente dos amigos dele, e essa manhã, eu tomei coragem e o abracei, o consolei, e quando era hora de ir embora, prometi a ele que contaria minha ideia para ajudá-lo. - Respondeu Emma, pondo o copo na pia e sentando-se no sofá.

— Filha, é ótimo você tenta ajudar alguém que precisa, porém, eu fiquei preocupada. - Ela sentou-se ao lado da filha e a abraçou novamente, dizendo novamente com a voz chorosa: - eu já perdi o seu irmão, não quero perde-la também. - Marjorie olha para a filha, enquanto Emma afirma:

— Eu sei, eu sinto muito, mãe, você não vai me perder. - Emma levanta, e começa a esquentar comida para jantar. E questiona duas coisas para a mãe: - Já jantou? Não vai perguntar-me que ideia seria essa?

— Já, já jantei, e sim: que ideia é essa que teve para ajudar seu amigo? - Perguntou ela já sentando numa cadeira, em frente a filha.

— Uma ONG, é tipo uma rede de psicólogos para ajudar o Edward, a mim, e todas as pessoas que estão de luto, com problemas sociais ou que sofrem bullying.

— Filha, isso é maravilhoso querer ajudar as pessoas assim

—‘ Mas’...o que? Tem sempre um, ‘mas’- mastigando delicadamente e calmamente, mas ansiosa pela resposta da mãe

— Há igrejas, e outros lugares, para ajudar nisso, você não precisaria arriscar-se assim por um rapaz que nem é o Oliver, um rapaz... de classe baixa e de cor.- Marjorie Holmes, tenta dizer sua opinião mais delicada e respeitosa possível. Mas acaba ficando constrangida por ser tão preconceituosa.

Emma Holmes, a sempre educada filha de Marjorie Holmes, levanta-se e bate na mesa. Tentando acalma-se, mas sem sucesso, e fala friamente:

— É exatamente por esse seu comportamento preconceituoso que quero construir essa ONG, igrejas ajudam, é claro, é sempre bom ficar de bem com Deus, e psicólogos individuais também ajudam, é claro, não estou tirando os méritos desses lugares, mas esses lugares, por mais que ajudem as pessoas, não mexem com todo o quesito preconceituoso. - a filha faz uma pausa, ao ver a mão chorando, e ajoelhe-se na frente da mais velha, e continua mais suavemente e calmamente.

  -  mãe, eu sinto muito mesmo por esse comportamento que estou tendo, mas não quero acreditar que a minha própria mãe pensa assim tão ...

— Preconceituosamente e que aparenta que ainda mora na idade média? Sim, eu sei filha, eu vou pensar mais no atual do mundo, eu prometo- respira forte e abraça a filha, que corresponde prontamente o abraço da Marjorie.

— Obrigada, mãe, não está chateada comigo, não é? - Questiona a adolescente com um pouco de receio da reposta.  

— Como poderia ficar chateada com uma filha que pensa em ajudar os outros dessa maneira? – A mais velha das Holmes beija o topo da cabeça da filha, e ambas se soltam do abraço.

— Que bom- opina a moça, bocejando.

— Agora vai dormir, Emmy, precisa acordar cedo amanhã- disse a mãe da garota. Caminhando em direção a pia.

— Mas e a louça? - Quis saber a jovem.

— Eu lavo, boa noite, filha. - Afirmou Marjorie Holmes, jogando o que restou de comida dos potes no lixo, pegando os pratos de ambas, colocando na pia e começando a lava-los.

— Boa-noite noite, mãe. – A loira vai subindo as escadas.

Quando Emma Holmes, já está no seu quarto, ela recebe uma ligação do Oliver, e atende imediatamente, no telefone ambos conversam, começando pelo rapaz, que faz algumas perguntas para Emma:

— como você está? O que houve? - ele preocupa-se com a garota que ama

— Eu estou bem, Oliver, é sério, eu estava na casa de um amigo e não tempo de te avisar- ela levanta, e vai pegando o pijama para trocar-se.

— Ótimo, que bom que está bem, eu fiquei preocupado com você, mas agora eu estou com sono, e sinto muito se não estiver também, porém infelizmente amanhã tem aula, então, amanhã conversamos, sim? - Emma escuta o namorado bocejar e dá um sorrisinho. Respondendo:

— Tudo bem, boa noite, querido, obrigada por se preocupar comigo

— Boa-noite noite, querida, eu te amo

— Eu te amo muito, também

—Tchau, durma bem

— Tchau, durma com os anjos.

Ambos desligam o telefone, Emma toma banho, veste o pijama, e vai direto para cama. Pensando na reação do namorado, ao ouvir sobre a ONG, se ele ia gostar ou não. Se decidisse desistir da ideia, por ele, ou se continua com a ideia.

 Vários pensamentos sobre o homem que ama, seu melhor amigo, e seus pais, estão bem fundos em sua mente que ela enfim adormece rapidamente.    


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