Almas Doloridas escrita por Gi47


Capítulo 2
Capitulo 02




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Durante as últimas aulas que tiveram pensaram no abraço e nas emoções que compartilharam, pensaram tanto no acontecimento maravilhoso que tiveram juntos, que nem sequer haviam percebido que o sinal, do fim da aula e a hora de voltar para casa tinha tocado.

Todos os alunos, inclusive os dois, dirigiam-se a saída da escola, e por ventura, a garota foi até ele, deixando seu namorado confuso, Oliver a observava não com raiva, ou com ciúme, mas com o temor de ser esquecido, eles sempre iam e voltavam da escola juntos, e nesse momento ela o deixou para trás, e Smith desejaria apenas essa única vez, ser deixado para escanteio.

Todavia, a garota precisava com o Edward, pois ela tinha pensando em uma ideia para ajudar seu amigo, ela mesma e a todos os cidadãos dos Estados Unidos, e estava ansiosa para contar a alguém que estivesse a par da situação.

 Então apesar dos olhares sob ela, a moça manteve forte sua determinação de acompanhar Ed até sua casa, iniciaram uma conversa, aliás, Holmes disse, segurando o cotovelo de Edward Barton, como se fossem velhos conhecidos:

— Eu posso acompanha-lo até sua casa, Barton?  Vai ser com certeza mais seguro, afinal, depois do que houve... Bom, aliás, sua segurança não é o único motivo de eu querer acompanhar você, é que eu quero ajudá-lo a sair do ensino médio vivo e psicologicamente bem.  Então eu pensei...

— Você tem seu namorado Holmes, o quer com tudo isso? - Ed apenas revirou os olhos ao fazer essa pergunta, querendo interrompe-la, pois sem dúvida ela não pararia de falar tão cedo.

— Poxa, o que houve com aquele garoto perdido e vulnerável que eu conheci melhor no intervalo...? -  Emmy, algum de seus muitos apelidos, ficou um pouco triste e chocada com a frieza que ele exercia sob ela, depois de ter revelado sua dor a momentos atrás.  

— A dor que estava sentido obrigou-me a ser um garoto perdido e vulnerável, eu jamais quis revelar esses dois lados para ninguém. - Ele disse vendo seu rosto branco surpreso, maravilhou-se com aqueles olhos cristalinos. Achando-a uma perfeição e não uma humana, então, virou-se novamente o rosto para frente, percebendo que já tinham chegando em casa.

— Porque paramos? - Perguntou a loira, ainda olhando para a simples casa amarela, que estava na frente de ambos, enfim, ela chegou a uma conclusão. - Há, essa é sua casa, é por isso que paramos.... Você mora tão perto da escola assim?

— Acredite não foi intencional encurtar sua caminhada comigo, todavia, você disse que queria acompanhar-me até a minha casa, e voilá, mi casa é su casa...- Emma o olhou curiosa e percebeu que Ed queria sutilmente manda-la embora, e resignou-se a afirmar:

— Que pena que não deu nem para mim dizer as minhas ideias para você... talvez amanhã. - Emmy sabia que Edward iria mudar de ideia e a convidaria para entrar, então, ela deu as costas e andava lentamente, e assim parou quando ela ouviu:

— Emma espere, não quer entrar... poderia me contar suas ideias, quem sabe? - A loira girou os calcanhares e falava, concordando:

— Acho ótimo. - Ele segurou o cotovelo dela, como eles tinham feito antes, o moço então abriu a porta de madeira, e o casal de amigos entrou na casinha simples.

— Mãe, eu cheguei- anunciou o rapaz, pondo a mochila num cabide. – E com visitas, - avisou quando viu a moça, envergonhada esperando apenas a deixa para se apresentar a mãe do amigo.

Elinor Barton, era uma mulher de uns 57 anos, ela tinha cabelos cacheados e castanhos, sua pele era negra, e seu corpo era magro, ela havia perdido muito peso desde a morte do marido, e seus olhos eram docemente castanhos escuros.

— Oi filho, como foi a aula? Que visitas querido? – Perguntou a dona de casa, que não via uma outra pessoa, além de seu filho, na sala, até aquele momento, vendo- a acanhada atrás de Edward- Há olá, como está, mocinha?

— Sra. Barton, sou Emma Holmes, sou amiga de Edward...- disse então, a mocinha, dando um passo à frente, não estava mais com vergonha.  Porém, foi interrompida pela mais velha que disse:

— Sim, sim, sei quem é você, meu filho sempre falou de você, e por favor, chame-me de Elinor. - Explicou a Sra. Barton, abraçando a visita de seu filho. 

— Falou de mim, foi? Espero que tenha sido apenas coisas boas. - Perguntou a loira olhando para o Edward, pelo canto do olho. E o mesmo ficou com vergonha, esperando a resposta da mãe, quieto.

— Sim, só coisas boas, já a chamou de perfeita, de anjo, essas coisas, apenas elogios. - Afirmou e explicou a matriarca da família, olhando suavemente para seu próprio filho.  

— Perfeita e anjo? Há, sra. Elinor, não sei se mereço tantos elogios vindo de seu filho, em minha opinião ele deveria ser chamado de ambos esses nomes, mas principalmente de anjo. - Opinou a moça, segurando as mãos de seu amigo, olhando-o gentilmente para aqueles olhos verdes.

— Fico feliz em ouvir isso de uma moça tão gentil quanto você, falar assim sobre o meu filho, Emma, agora por favor, nada de senhora aqui, apenas Elinor, bom, fiquem a vontade, queridos. Estarei ocupada nos negócios da família Barton, há, ia me esquecendo, tem comida na mesa, deveriam almoçar - A mais velha direcionou-se para uma sala pequena que era, o escritório de contabilidade que Ernest trabalhava, após a morte dele, a viúva tomava conta do oficio da família Barton. Contar dinheiro.

Elinor Barton, já havia almoçado, e depois que a senhora os deixou, para outro aposento, ambos sentiram fome, pois eles acabaram de chegar da escola e não comeram nada.

Sendo assim, a dupla ficou-se sozinha na sala de estar. E Edward, como bom anfitrião pediu para a garota acomodar-se, para eles comerem, o almoço foi silencioso para ambos, porque queriam aproveitar a comida.

 Casal de amigos, então, levantaram-se e lavaram a louça, arrumaram e limparam a mesa e guardaram a louça nos armários pertencentes, e guardaram a comida na geladeira. A senhora Barton, estava ainda no escritório, e eles estavam sozinhos. Com o tempo que eles levaram, almoçando e arrumando a cozinha, já era 16:00 da tarde.

E Edward, que gosta muito de café, e pensava que Emma também gostaria de tomar a tradicional bebida fumegante ou chá enfim, caso ela quisesse fazer o lanche da tarde com ele, toma a iniciativa de convida-la, variando entre tipos de bebida, afinal, talvez ela preferiria chá: 

— Há, Emma, ainda estamos sozinhos, não quer sentar-se, que tal uma xícara de chá ou de café...? – Emmy levantou-se, foi-se em direção a pia da cozinha, e disse:

— Aceito uma xícara de café, porém, eu mesma posso fazer para nos dois, e você não terá de fazer para mim como um empregado, e também não precisará chamar a sua mãe usando-a como escrava, não é? – Afirmou e questionou a moça já pegando o bule, a garrafa e o pó de café. Enquanto colocava o bule no fogo, ouviu surpresa o que seu amigo dizia:

— Nossa, Emma, eu apenas lhe ofereci algo para tomar, não precisava fazer um discurso moralista, eu posso muito bem fazer um café na minha própria casa, isso não seria escravidão, nós estamos no século vinte e um, pelo amor de Deus. – Comentava o moço, enquanto pegava o bule, desligando o fogo e terminando de preparar o liquido quente.

— Desculpe-me, é que com tudo isso que têm passado, o racismo, o bulliyng que você passou só por ser negro, mesmo que a gente esteja no século vinte e um, ainda tem gente cheia de preconceitos, praticando racismo, oh, isso me deixa muito irritada, e quando fico brava sou capaz de fazer muitos discursos moralistas. - Emma apoiou-se na pia, inconformada com tudo aquilo.  

— Tudo bem, Emma, mas esse lugar não é a escola, não precisa me defender, . - Edward coloca as duas mãos nos ombros de Emma. E a mesma responde, segurando as mãos de Edward em seu ombro.

— Ótimo, então, tem razão, esse lugar não é a escola, é o seu lar, e gostaria que não trabalhasse no seu lar, Ed. - A loira suspirou fortemente, e como Edward ofereceu, ela sentou-se no sofá.

— Não estou trabalhando, estou fazendo café, além disso, você me ajudou a arrumar a cozinha, você tem me ajudado muito desde que chegou aqui e eu sei que você vai me ajudar mais, afinal, você tem ideias para me dizer, sobre o que houve comigo, não é?  - Continuou ele, sentando em frente a ela no grande sofá, entregando a xicara do liquido escuro para ela, enquanto segurava a própria xicara.

— Acalme seu coração que talvez possa ser difícil para você ouvir isso, pois é algo muito íntimo e pessoal, você pode achar nem um pouco inovador. - A loira segurou a mão de Edward, que estava vazia, com carinho e força:

— Fale, Emmy- pediu ele, usando um de seus apelidos, achando que eles tinham intimidade suficiente para isso.

— Uma ONG, onde pessoas que já sofreram com o luto, com o bullying, com o preconceito e com a dor possam ficar à vontade, e dizer sobre seus problemas, é como se fosse uma rede de psicólogos ajudando mentalmente, psicologicamente e fisicamente a sociedade, ajudando a fazer e a ter uma cidade melhor, ajudando os Estados Unidos a ser um lugar melhor para viver, e, tenho até um nome: almas doloridas.  – Anunciou então finalmente a garota, a ideia que ele esperou muito para ouvir, mas o jogo tinha mudado, agora a loira é que estava esperando uma reação a ideia que teve, do amigo.


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