Você Me Perdoa? escrita por Gaio


Capítulo 2
Sentimentos e Segredos


Notas iniciais do capítulo

Olá, minha gente.
Primeiramente, quero agradecer as pessoas que favoritaram e que leram. Eu não ia trazer esse capitulo tão cedo, mas fiquei instigado a escrever depois do retorno.
Obrigada de verdade!!
Desculpem pela quantidade de palavras, mas eu realmente não sei escrever pouco.

Obrigada e boa leitura!!



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Por Gaio 


~•••~

 

Law acordou quando os primeiros raios de sol tocaram seu rosto, a claridade ainda era pouca, mas o suficiente para faze-lo despertar. Estava tão cansado do dia anterior que acabou pegando no sono muito rápido, ali mesmo, na sala de estar. Entretanto, sua vista morosa e os olhos fadigados não deixavam negar que havia dormido mal. Ele fechou os olhos novamente, inspirou todo ar que pode até sentir seus pulmões cheios, e o soltou de uma vez para, então, levantar do sofá.

O cirurgião esfregou os olhos. Sua cabeça rodou e uma dor intensa subiu pelas têmporas, o que constatava que o dia não iria começar sem um, ou talvez dois comprimidos. Ele olhou o relógio pendurado na parede: 5h15 da manhã. O dia começava cedo desse lado da cidade, e seu apartamento tinha uma visão privilegiada. Dava para ver as luzes do dia dizendo à cidade que hoje seria um bom dia de verão. Ele admiraria o incrível nascer do sol que se levantava a sua frente se não estivesse sentindo o corpo pesar uma tonelada. Law respirou fundo mais uma vez e um aroma delicioso de café recém feito invadiu seu olfato.

Nami!

Law olhou ao seu redor, viu a garrafa térmica sobre o balcão da cozinha, mas não viu sinais dela. Caminhou até o quarto e encontrou-o perfeitamente arrumado; os lençóis da cama estavam impecáveis. O ar da manhã invadia pela janela dando serenidade ao cômodo e levava até ele mais um perfume, tão característico daquela casa, uma leve fragrância adocicada que sempre lhe trouxera lembranças tão boas, e que combinava magistralmente com os cabelos ruivos da esposa. Law encostou no batente da porta e observou sua casa. A brisa gelada que entreva pelas frestas da varanda balançava levemente as cortinas, e o sol, convidado intrometido, atravessava o cristal da varanda tingindo de laranja a mobília branca que Nami havia escolhido com tanto esmero. Aquele lugar nunca se pareceu tanto com alguém como naquele momento.

Pela primeira vez, ele se incomodava com o que via, pois a casa transparecia com muita clareza seu estado...

... estava vazia, exatamente como ele!

            A tristeza vinha pelo chão frio e subia pelos seus pés descalços até a espinha, e fazia seu corpo parecer muito mais pesado do que já estava. As paredes pareciam distantes, o teto mais alto e as janelas menores. Quando Nami havia saído pela manhã, deixou para trás as consequências daquela briga grudada em cada centímetro da casa, e agora, o desgosto e a amargura faziam-no se sentir pequeno, como se não coubesse mais nada dentro de si a não ser aquele sentimento funesto. O peito parecia não ser o suficiente para acomodá-lo.

            Aquela casa, da qual eles escolheram juntos para viver; da qual ele gostava tanto de voltar quando saía do trabalho para ser recebido com um sorriso caloroso da esposa, que muitas vezes ficava até tarde lendo um livro, ou trabalhando na elaboração de alguma reunião. Aquela casa que por muitas vezes exalava para fora a música que Nami adorava ouvir enquanto cozinhava, ou quando ela atrapalhava seus estudos e o chamava para dançar na sala... aquela casa, agora, se encontrava pedindo por ajuda. Há semanas, talvez meses suas paredes estavam carregando o cansaço e as frustações. Absorviam cada briga, cada xingamento, cada decepção e cada lágrima.

De repente... Law não via mais aquela casa como seu lugar.

Quando o sol por fim saiu do horizonte por completo, uma gama de raios intensos banhou o rosto do cirurgião. Law fechou seus olhos e se deixou sentir cada feixe de luz morno que lhe acariciava, respirando devagar e captando os mínimos sons que o vento trazia até ele.

Talvez” – ele pensou – “não tenha sido apenas mais um jantar perdido”. Law sentiu a brisa lhe tocar a nuca como um beijo molhado. Muitas coisas foram ditas e muitos sentimentos expostos. Aquilo tinha concerto? Todos as palavras cuspidas sem empatia eram sinceras?

Law dissera coisas que não eram totalmente verdade, e reabriu feridas apenas para machucá-la, para que ela sentisse o que ele estava sentindo, sem ao menos sequer ouvi-la. Ele sabia disso e sentia-se péssimo por isso. Estava furioso e não pensou nem por um segundo nas consequências. Estava cansado! Law levou a mão ao peito. Sim, ele assumia seu erro. Admitia para si mesmo que não fora justo com a esposa e ainda sim, aquele mal-estar não ia embora. Ainda sim, ele não sabia o que fazer a partir de agora. Seria a culpa? De ter deixado passar os problemas por tanto tempo sem falar deles, permitir que se estendessem, se amontoassem numa gigante nuvem negra saturada de todas as conversas não tidas? Ou seria a sensação de que, de algum modo, eles ainda não tinham terminado o que começaram?

Seus pensamentos foram interrompidos pelo despertador do celular. 5h45. Precisava se arrumar para ir para o hospital. Ele desligou o despertador e fitou por alguns instantes sua foto com Nami na tela do aparelho. Law suspirou, e pensando que talvez uma segunda opinião ajudaria, procurou seus contatos para mandar uma mensagem:

“Como está seu tempo hoje? Preciso conversar. ”

~ ••• ~

Nami tomou um banho demorado para ver se a água quente que ensopava os longos fios ruivos e descia pelas costas também poderia levar o estresse do corpo. Sua cabeça estava erguida levemente para cima, os olhos fechados. A água batia na testa num ângulo que conseguia tapar seus ouvidos, assim, ela podia ouvir minuciosamente cada pequena gotinha que colidia com a sua pele. Tentava substituir os pensamentos pelo som antes que tomassem conta de tudo, mas as palavras de Law insistiam em se repetir varias e varias vezes como um eco. Como se sua própria consciência quisesse lhe martirizar por todos os erros: “Não partilhamos mais a mesma vida”, “Quem eu devo culpar pela falência do nosso casamento?

Sim, Nami... quem?          

Nami desligou o chuveiro e enxugou os cabelos. Limpou o vidro do espelho para se olhar por alguns instantes. Seu rosto começava a mostrar leves olheiras, ela parecia mais magra, e também mais triste e confusa; eram as consequências daquela árdua semana de trabalho, e também das incessantes brigas que tivera com Law. Ela chegava tarde e saia cedo quase todos os dias, propositalmente, para não encarar de frente os problemas que uma hora viriam de qualquer maneira. Para tentar evitar que seu medo se realizasse e ela tivesse que tomar uma decisão. Exatamente como aconteceu na noite de hoje!

Nami não se sentia mal por causa das coisas horríveis que ouvira. Sentia-se mal porque ela sabia...

... que no fim, era tudo verdade!!

Durante todas àquelas semanas ela estivera mais no trabalho do que na sua própria casa. Estava dedicada a uma matéria que consumia todo o seu tempo; e todo esforço, investigação e dedicação haviam valido a pena. Por um lado. Por outro, ela havia magoado terrivelmente as pessoas que mais amava. Nesta mesma semana ela e a irmã haviam se desentendido simplesmente porque Nojiko “não a deixava trabalhar.

Nami suspirou. Ela achava que só precisava de um pouco mais de tempo, que logo seus projetos estariam prontos, e ela ficaria finalmente livre. Mas na verdade, o tempo havia passado e ela procrastinou segredos e decisões que agora... agora só machucariam Law ainda mais.

A ruiva levou as mãos ao rosto, evitando chorar – “O que eu faço?” – Pensava ela. Pensava também que se odiava profundamente enquanto sua cabeça fervia em turbilhões, pois uma onda de dolorosos fatos havia caído sobre ela sem piedade, revelando não apenas a crise na qual seu casamento tinha se metido, mas a crise que existia em si mesma.

E isso ainda era apenas a ponta do iceberg.

A ruiva amarrou a toalha no corpo e foi para o quarto, que estava da mesma maneira que havia deixado. Vazio. Os sintomas da discussão ainda podiam ser sentidos, fazendo sua pele se ouriçar da cabeça aos pés. Era uma noite fria e estava muito tarde, mas Nami não podia mais esperar. Vestiu a primeira roupa que viu e foi em direção a sala:

— Law, eu preciso te contar uma–

Mas então ela parou. A televisão estava ligada e na tela passava o jornal com as ultimas noticias, mas Law dormia serenamente no sofá, o rosto solene. A mão direita sobre o abdômen segurava o controle, enquanto a outra repousava acima da cabeça; Nami achava incrível o fato de que, quando dormia, toda aquela pose imperial e a aura glacial do marido se desmanchavam, transformadas numa feição amena, incrivelmente pueril. Sorrateiramente, ela apanhou o controle e desligou a tv, e a casa foi tomada por um silêncio ensurdecedor. Nem mesmo a cidade abaixo deles ousava provocar qualquer ruído, como se soubesse que o mínimo som poderia atrapalhar o momento.

Nami observou Law por alguns minutos.

A lua jogava sua luz prateada sobre a sala e iluminava o corpo do cirurgião. Deixava a pele morena um pouco mais pálida do que realmente era, contornava cada músculo do peitoral nu que subia e descia com a respiração calma, como se quisesse abraçar e proteger seu descanso. O brilho prata fazia as cicatrizes se ressaltarem. Marcas de tempos muito distantes. Os cabelos absurdamente negros cintilavam com intensidade. Um emaranhado de fios tão escuros quanto a noite de hoje, e que mesmo bagunçados, o deixava majestosamente belo. Cabelos que ela gostava tanto e que sempre lhe tentavam.

Tomando cuidado para não o acordar, ela se agachou devagar para acaricia-los, entrelaçando-os em seus dedos – um pouquinho mais perto e ela pode sentir a deliciosa fragrância de jasmim e hortelã que emanava deles, o mesmo perfume que tinham suas roupas.

Nami havia se esquecido do quanto gostava daquele aroma. Talvez fosse capaz de identifica-lo em meio a um milhão de pessoas. Ela respirou fundo buscando mais do perfume. Seu coração bateu mais forte e sua cabeça se encheu de boas memórias – como na vez em que estiveram na casa de Bellemere numa época de colheita, e fizeram juntos um saboroso bolo.

Nami ergueu-se do chão e se afastou do marido, seus olhos estavam marejados, seu coração pulsava tão forte que lhe faltava ar nos pulmões. Precisava sair dali e espairecer um pouco. Faltava pouco para as 5h, ela sabia que não conseguiria dormir mesmo que quisesse, então, apanhou apenas um casaco e, dando apenas mais uma olhada no cirurgião, saiu.

O dia estava esquentando, e o céu começava a clarear aderindo um leve tom avermelhado no horizonte. Haviam poucos carros na rua, mas as pessoas já começavam a sair de suas casas para ir trabalhar, outras aproveitavam o tempo livre da manhã para fazer exercícios. Eles haviam se mudado para um bom bairro, ela sentiria falta disso. Da vista incrível que seu apartamento tinha da cidade, da vizinhança agradável, dos bons bares e dos restaurantes. E então, ela teve uma ideia. Um lugar, não muito longe dali, e que com toda certeza estaria aberto, ao menos para ela.

Não demorou muito para que Nami chegasse a porta do estabelecimento. A entrada principal estava fechada, mas todas as janelas estavam abertas para receberem a luz da manhã; ao fundo, Sanji esterilizava algumas taças do bar, e outros quatro funcionários limpavam o chão e as mesas:

— Acho que cheguei um pouco tarde para a comemoração. – Disse ela do lado de fora de uma das janelas.

O cozinheiro olhou para a jornalista surpreso, mas contente em vê-la:

— Para você, eu faria um festival a hora que quisesse! – Disse ele, colocando uma mão sobre o peito e se reverenciando logo em seguida. Nami riu timidamente, e o cozinheiro estranhou não ter recebido um dos típicos foras cruéis da ruiva – Entre, Nami-san, realmente sentimos sua falta na festa de ontem.

Nami cumprimentou a todos quando adentrou no local. Sanji a fitou dos pés a cabeça: seus cabelos ainda estavam molhados e suas roupas eram informais demais para estar indo para a sede do jornal. Ela se sentou no banco do bar de frente para ele, enquanto Sanji lavava suas mãos para servir a amiga.

— Foi uma festa e tanto, eu nunca tinha visto a Robin-san tão feliz, mas todas vocês merecem. – Ele contou.

— Sim, com certeza. Robin pensa na expansão do jornal desde a fundação, e finalmente tivemos nosso trabalho reconhecido. – Nami sorria tristemente, e Sanji percebia isso.

— Tolos seriam aqueles que não reconhecessem. A ocasião pediu até mesmo que eu abrisse aquele velho whisky.

Nami abriu seus olhos e fez uma expressão de indignação.

— Sem chance... beberam sem mim?

— Com sorte... – disse o loiro, tirando de baixo do balcão uma garrafa de Glenmorangie 1978, ainda cheia— Eu jamais esqueceria de você, e ele estará aqui quando quiser.

— Então coloque uma dose, Sanji-kun, porque a ocasião pede por isso. – Nesse momento a ruiva estendia um copo para o cozinheiro que não hesitou em lhe servir a bebida.

— E qual é a ocasião? Se me permite perguntar.

Sanji terminou de servir a dose e deu as costas para a ruiva, indo guardar a preciosa garrafa no seu devido lugar. Nami ficou quieta por um tempo, olhando seu reflexo no vidro do copo antes que bebericar um pouco do liquido extraordinário que tomou conta do seu paladar. Com o olhar perdido entre as varias garrafas, ela finalmente respondeu:

Meu divórcio!

~ ••• ~

Law aproveitou sua pausa do almoço para descansar alguns minutos na cafeteria próxima ao hospital. Esperava pelo seu café sentado na mesa do lado de fora do estabelecimento, pois sua dor de cabeça era tamanha que uma mínima conversa incomodava. O dia já começara estressante, o hospital estava uma loucura no dia de hoje, e nem mesmo uma xicara do café mais forte ajudaria a melhorar seu mau humor. O cirurgião apoiou os cotovelos na mesa e contemplou a rua até parar seus olhos num casal, sentados próximos a fonte da praça do outro lado da rua. Conversavam sorridentes enquanto acariciavam as mãos um do outro.

— Porque toda vez que eu vejo você, parece que está prestes a matar alguém? – Disse o homem que puxava uma cadeira para se sentar junto a Law.

 Rosinante estava bem vestido, usava roupas totalmente pretas, o blazer, camisa social de mangas compridas, calça jeans e sapatos sociais.

— Aonde vai vestido assim?

— Reunião com os conselheiros! Minha próxima viagem está chegando. Nossa divisão quer deixar algumas coisas prontas o quanto antes. – Nesse momento a garçonete havia chegado com o pedido de Law: uma xicara bem cheia de café forte e sem açúcar, e uma generosa fatia de torta de limão. Rosinante pediu um café expresso a ela. – Você está péssimo! – Continuou ele.

— Então ainda estou bem. – O cirurgião deu um gole do seu café.

— O que vocês conversaram? Nunca te vi tão abatido depois de uma briga com a Nami.

Law soltou um suspiro abafado e passou as mãos no rosto.

— Não conversamos... eu fui muito cruel com ela, mas desta vez, eu sinto que Nami está me escondendo algo. Na verdade, eu sinto isso há tempos, mas achei que fosse apenas uma impressão.

— Você não quer que eu a persiga, não é?

— O que? Não! Eu... só preciso que você me ouça, ok? – Rosinante riu amenamente da reação do irmão. Law estava preocupado e transparecia isso no seu corpo inquieto, suas mãos não paravam e o pé batia incessantemente. – Cora, eu não sei o que faço, e, sinceramente, talvez nada seja o suficiente.

— Porque você acha isso? Vocês já tiveram brigas antes.

Law se olhou através do liquido preto na xicara.

— Nosso casamento já não é o mesmo. Andamos muito ocupados para nós mesmo. .... Talvez tenhamos nos precipitado demais.

Rosinante franziu o cenho. Sua expressão dava a entender que o marinheiro achara absurdas as palavras que acabara de ouvir, mas que, em algum lugar, talvez ele concordasse com aquilo.

— Olhe, eu não sou a pessoa mais indicada para dar conselhos, mas não tome nenhuma decisão ou pense coisas absurdas antes de, ao menos, tentar conversar com ela, ok? – Law escutava com atenção. – Você ainda a ama, não é?

Law abriu os lábios para responder, mas parou um pouco para fazer essa pergunta a ele mesmo, e percebeu, no mesmo instante, que não tinha porque se questionar. Ele nunca teve tanta certeza de algo antes.

É claro!— Respondeu sorrindo, confiante do que dizia. Ficaram um tempo em silêncio até Rosinante apoiar uma mão no ombro do irmão, quebrando o silêncio.

— Vou estar aqui quando isso passar.

Os irmãos marcaram um encontro antes da próxima missão de Rosinante e se despediram com um abraço, pois ambos ainda tinham afazeres a cumprir. Por sorte, Law havia ficado de plantão quase todos os dias da semana passada, o que lhe dava algumas horas de descanso. Hoje ele conseguiu chegar cedo em casa, nem eram 22h.

O apartamento estava vazio, como ele previu. Assim, tomou um bom banho, colocou roupas confortáveis e foi para a cozinha. Talvez ele devesse fazer algo para ela comer assim que chegasse, alguma coisa doce, pois Nami adorava sobremesas. Sentado no balcão da cozinha, o cirurgião olhava para a tela do seu telefone, para a foto deles. Nesse dia, eles haviam passado um dia incrível na casa de Bellemere. Law sorriu lembrando disso, e tentou ligar para Nami, para saber que horas ela chegaria em casa.

Mas o telefone caiu direto na caixa postal.

O cirurgião estranhou, mas se ela ainda estivesse no trabalho, talvez atendesse o telefone do escritório. Ele tentou mais uma vez.

— Jornal Leste Azul, boa noite. – Respondeu Robin do outro lado.

— Nico-ya, boa noite. Como vai?

— Law, que surpresa! Estou muito bem, obrigada. Está tudo bem? Precisa de algo?

— Bom. Estou bem, e na verdade, preciso sim. Por acaso Nami ainda está no escritório? Tentei ligar para ela e o telefone cai direto na caixa postal.

A Nami não veio trabalhar hoje! — Law ficou em silêncio, surpreso – Dei alguns dias de folga a ela. Se não fosse por ela nunca teríamos conseguido abrir uma nova sede do jornal. Mas você já deve saber disso.

Não. Ele não sabia.

— Claro! – Respondeu, sem tentar demonstrar o desapontamento na voz. – Na verdade, já tenho ideia de onde ela possa estar. Obrigada, Nico-ya.

O cirurgião quase terminou sua chamada quando Robin perguntou:

— Porque vocês não apareceram na despedida ontem?

Despedida?— Law estava confuso.

— Marcamos uma despedida no bar do Sanji ontem. – O coração de Law palpitava de uma maneira que ele não se lembrava se já sentira isso alguma vez – A próxima semana vai ser bem cheia, nem sei se conseguiremos nos despedir dela decentemente, já que ela viaja em menos de duas semanas. Bangladesh sempre foi o sonho da Nami.

Law fechou seus olhos. Tentava detectar que tipo de sentimento que possuía seu corpo. Uma mistura de tristeza e fúria faziam suas mãos tremerem mesmo segurando o celular com mais força do que o normal. Ele já ouvira uma vez que deveria confiar nos seus instintos, fora treinado para isso. Mas desta vez, ao menos desta vez, Law torcia para estar errado. Desejava que esse tempo não tivesse terminado, e que se a ruiva sentisse o mesmo que ele, eles poderiam concertar e recuperar o que construíram.

De repente ele não conseguia controlar mais sua própria respiração, sentindo o nó na garganta apertar como se alguém o enforcasse de dentro para fora. A vontade de despejar sua ira unida ao medo de perder a mulher da sua vida.

No fim, realmente não existia mais nada a ser feito, pois Nami já havia tomado sua decisão.

Ele havia sido traído. Da pior forma que se possa imaginar.

— Law? – A voz de Robin lhe tirou do transe.

— Estávamos cansados, então decidimos ficar em casa. Pensei que Nami tinha te avisado – respondeu ele com rapidez – Obrigada de novo, Robin. Boa noite.

Law finalizou a ligação e colocou seu telefone na bancada, abriu a última gaveta do armário da cozinha e pegou o maço de cigarros que fazia meses que não tocava.

Fumou dois cigarros antes de dormir.

Nami não voltou para casa essa noite.

 


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Notas finais do capítulo

Seria esse o fim do casal?



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